"Seja Bem vindo" - "Este é um espaço a serviço do Reino de Deus. Queremos fazer deste espaço um ponto de encontro com a Fé.” Encontros Catequéticos domingo, as 08h30. “Vida sim, aborto não!” "Este site usa cookies para ajudar a fornecer serviços. Ao usar o site, você concorda com o uso de cookies."

Inscrições Turma 2020

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Êxodo 2, 11-22 : A luta contra as Estruturas de Morte

11 - Nesses dias, Moisés, já crescido, saiu para junto de seus irmãos e observou as suas corvéias.
Viu um egípcio bater num hebreu, um de seus irmãos. 12Virou-se para todos os lados e, vendo que não

havia ninguém, matou o egípcio e o escondeu na areia.

13 - No dia seguinte, saiu de novo: viu dois hebreus brigando. Então disse ao culpado: “Por que bates em
teu companheiro?” 14O homem respondeu: “Quem te estabeleceu como chefe e juiz sobre nós? Pensas que vais me matar como mataste o egípcio?” Moisés ficou com medo e disse a si mesmo: “O caso já é do conhecimento de todos!”
15 - Faraó ouviu falar do caso e procurou matar Moisés. Moisés, porém, fugiu da presença do Faraó.
Estabeleceu-se na terra de Midian e se assentou à beira do poço.
16 - O sacerdote de Midian tinha sete filhas. Vieram tirar água e encher os bebedouros para matar a sede do rebanho de seu pai. 17- Vindo, porém, os pastores para expulsa-las daí, levantou-se Moisés, socorreu-as e deu água ao rebanho. 18- Voltando elas para junto de Reuel, seu pai, ele lhes disse: “Por que voltastes tão cedo, hoje?”
19 - Responderam: “Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores; foi ele que tirou água para nós e deu de beber ao rebanho!” 20 - Ele disse às suas filhas: “Mas onde é que ele está? Por que deixastes o homem? Chamai-o! Que venha comer!”
21 - E Moisés aceitou estabelecer-se junto a esse homem, que lhe deu Siporá, sua filha. 22Ela deu à luz um filho. Moisés o chamou de Guershom – “migrante por lá” – porque dizia ele: “Tornei-me um migrante em terra estrangeira!"

Contexto Literário

O Texto Sagrado em evidência é uma perícope. Chamamos assim, uma vez que se trata de um texto que possui sentido em si, de forma que pode ser compreendido independentemente do que lhe antecede e do que lhe sucede. O que queremos dizer é, que se trata de um “recorte” que apresenta uma mensagem completa, um conteúdo coerente, sem estar submisso à mensagem anterior como também à posterior a ele.
No mesmo capítulo 2, nos versículos 1-10, é-nos apresentado o nascimento de Moisés e seu acolhimento na casa de Faraó, por parte da filha deste último.
Termina o versículo 10 com a “onomação” do menino, ao qual a filha do Faraó chama de Moisés, relacionando o nome com o fato de tê-lo achado nas águas.
Se tomamos o versículo 23, ainda do capítulo 2, e seguimos adentrando o capítulo 3, vamos perceber que existe aí outro episódio, onde vê-se o grito do povo oprimido, a morte do Faraó e o chamado teofânico que Moisés recebe para ser guia de libertação do povo.
Entre o nascimento e infância de Moisés (2, 1-10) e o seu chamamento por Deus (2,23-3,6) está o trecho da nossa discussão (2, 11-22), que nos apresenta o relato em que Moisés assassina um egípcio opressor, e uma vez censurado por outro, foge de medo, para escapar das mãos do Faraó, se estabelecendo na terra de Midian, onde lhe é dada como esposa a filha do sacerdote daquele lugar, com a qual tem um filho que chama de Guershom. 
Num primeiro momento, observamos a filha de Faraó que dá nome a um menino. Com este fato é concluído o relato sobre a infância de Moisés, e dá-se a abertura para a narração de outro texto, com outro fato independente, que se encerra também com a “onomação” de outra criança, agora filho de Moisés, dando abertura para o início de um terceiro texto. Por isso, podemos afirmar que Ex 2, 11- 22 é uma perícope.
Diante desta afirmação podemos continuar nosso estudo, analisando a estrutura paragráfica do texto e , em seguida, a estrutura frasal de cada parágrafo.
Tentaremos apresentar as subdivisões internas do texto em questão, bem como a relação entre as frases em cada subdivisão, ou seja, como estas estão organizadas entre si.
Nosso texto está dividido em seis parágrafos, pelo menos. O critério que usamos para a determinação do final de cada um deles, bem como o início do seguinte, foi o da observação da mensagem no que respeita as finalizações com sentido completo, ou seja, as frases que dão como que um fechamento num determinado assunto, de maneira a não ficar lacunas.
Agora passamos a observar frase por frase em cada um dos parágrafos.
1o parágrafo
11Nesses dias, Moisés, já crescido, saiu para junto de seus irmãos e observou as suas corvéias.
O primeiro parágrafo sugere-nos o título da perícope. É voltado para ele que se remete todo o texto.
“Suas corvéias” se refere a “seus irmãos” da frase anterior e primeira da perícope. As corvéias não são de Moisés, mas dos irmãos dele. As duas primeiras frases remetem-se diretamente uma a outra. Aquele que observou foi o mesmo que saiu: os dois verbos, sair e observar, se referem ao mesmo sujeito: Moisés .
2o parágrafo
Viu um egípcio bater num hebreu, um de seus irmãos.
12Virou-se para todos os lados , e vendo que não havia ninguém, matou o egípcio e o escondeu na areia.
Na frase “Viu um egípcio bater num hebreu, um de seus irmãos” há a repetição de “de seus irmãos” da primeira frase da perícope. O hagiógrafo parece querer acentuar bem esta expressão, como também, explicar que “um de seus irmãos” é de um hebreu.
A frase “e vendo que não havia ninguém” aparece como que a explicação da ação realizada na frase anterior “virou-se para todos os lados” : para ver foi que virou-se; tendo visto, age conforme as frases “matou o egípcio” e “o escondeu na areia”.
Esta última frase relaciona-se diretamente com a anterior a ela : Moisés não somente mata, mas mata e esconde. Remetem-se, ainda, estas duas frases à já citada “viu um egípcio bater num hebreu, um de seus irmãos”, onde é apresentado o motivo pelo qual Moisés executa tais ações. A última frase deste parágrafo dá
seqüência à afirmação da antecedente e conclui o parágrafo.
3o parágrafo
13No dia seguinte, saiu de novo:
viu dois hebreus brigando.
Então disse ao culpado:
“Por que bates em teu companheiro?”
14O homem respondeu:
“Quem te estabeleceu como chefe e juiz sobre nós?
Pensas que vais me matar como mataste o egípcio?”
Moisés ficou com medo e disse a si mesmo:
“O caso já é do conhecimento de todos!”
“No dia seguinte” no início deste parágrafo, indica o ponto de partida de outro assunto e, por isso, não permanece no parágrafo anterior. A afirmação de que “saiu de novo” remete-nos à “saiu para junto de seu irmãos”, onde saíra a primeira vez.
A frase “viu dois hebreus brigando” é semelhante a “viu um egípcio bater num hebreu” do terceiro parágrafo: Moisés “viu brigando”, porém, sai de cena o egípcio e entra um outro hebreu.
No trecho ”então disse ao culpado: ‘Porque bates em teu companheiro?’ O homem respondeu: ‘Quem te estabeleceu como chefe e juiz sobre nós? Pensas que vais me matar, como mataste o egípcio?’”, observamos uma seqüência dialogal. Os verbos “disse” e “respondeu” nos asseguram isto.
O verbo “bater” aparece novamente na frase “Porque bates em teu
companheiro?”: não entre adversários, como na frase ”viu um egípcio bater num hebreu, um de seus irmãos”, mas entre “companheiros”.
As frases “Pensas que vais me matar ” e “como mataste o egípcio” estão relacionadas às frases “matou o egípcio” e “escondeu na areia”, localizadas no segundo parágrafo. A frase “como mataste o egípcio” apresenta-se contrariamente à certificação feita na frase “e vendo que não havia ninguém” . E é na frase “o caso já é do conhecimento de todos” que há a reafirmação da “como mataste o egípcio”.
“Moisés ficou com medo” é conseqüência, apesar de aparecer antes, da afirmação “o caso já é do conhecimento de todos” . E esta afirmação fecha, de certa forma, o terceiro parágrafo, dando espaço para um novo assunto.
4o parágrafo
15Faraó ouviu falar do caso e procurou matar Moisés.
Moisés, porém, fugiu da presença do Faraó.
Estabeleceu-se na terra de Midian e se assentou à beira do poço.
“Faraó ouviu falar do caso” refere-se aos fatos apresentados em “matou o egípcio” e “escondeu na areia” , como também na afirmação que está subtendida em “como mataste o egípcio”. Há agora a “inversão de papéis”, que fica clara em “procurou matar Moisés”.
A frase “Moisés, porém, fugiu da presença do Faraó”, parece dar continuidade à frase “Moisés ficou com medo”. A conjunção adversativa “porém”, no entanto, liga a primeira diretamente às frases “Faraó ouviu falar do caso” e “procurou matar Moisés”.
O verbo “fugiu” da frase “Moisés, porém, fugiu da presença do Faraó” tem como conseqüência os verbos “estabeleceu-se” e “assentou-se” das frases “estabeleceu-se na terra de Midian” e “se assentou à beira do poço”. A primeira indica o ambiente do refúgio, ao passo que a segunda, o estado do que foge.
5o parágrafo
16O sacerdote de Midian tinha sete filhas.
Vieram tirar água e encher os bebedouros para matar a sede do rebanho de seu pai.
17Vindo, porém, os pastores para expulsa-las daí, levantou-se Moisés, socorreu-as e deu água ao rebanho.
18Voltando elas para junto de Reuel, seu pai, ele lhes disse:
“Por que voltastes tão cedo, hoje?”
19 Responderam:
“Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores; foi ele que tirou água para nós e deu de beber ao rebanho!”
20Ele disse às suas filhas:
“Mas onde é que ele está?
Por que deixastes o homem?
Chamai-o!
Que venha comer!”
Tem-se o início de outro assunto na frase “O sacerdote de Midian tinha sete filhas”.
O trecho de três frases “Vieram tirar água e encher os bebedouros para matar a sede do rebanho de seu pai” narra a ação seqüenciada das “sete filhas do sacerdote” apresentadas na frase com a qual inicia-se o quinto parágrafo. Os verbos se seguem, exigindo cada um seu complemento e exigindo um ao outro.
O anseio afirmado em “para matar a sede do rebanho de seu pai” só é realizado em “e deu água ao rebanho”.
A frase “levantou-se Moisés” transporta-nos à frase “se assentou à beira do poço” do quarto parágrafo. O verbo “levantou-se” aponta a ação anterior “assentou”. O local de onde “levantou-se” está definido : “beira do poço”.
“Socorreu-as” tem como sujeito o mesmo da frase anterior “levantou-se Moisés”, e como predicado o mesmo da frase “o sacerdote de Midian tinha sete filhas”. O verbo “socorreu-as” remete-nos à frase “vindo, porém, os pastores para expulsá-las daí” da qual é conseqüência.
Nas frases que compreendem o trecho “Voltando elas para junto de Reuel, seu pai, ele lhes disse: ‘Por que voltastes tão cedo, hoje?’ Responderam: ‘Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores; foi ele quem tirou água para nós e deu de beber ao rebanho!’ Ele disse às filhas: ‘Mas onde é que ele está? Por que deixaste o homem? Chamai-o! Que venha comer!’”, observamos uma outra seqüência dialogal, agora entre as personagens apontadas na frase “O sacerdote de Midian tinha sete filhas”.
“Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores” reafirma o acontecimento narrado em “socorreu-as”. O verbo “livrou” aparece como sinônimo do verbo “socorreu”. Ainda, nesta frase, “um egípcio”, com relação a Moisés, contradiz “seus irmãos” das frases “Nesses dias Moisés, já crescido, saiu para junto de seus irmãos”
e “Viu um egípcio bater num hebreu, um de seus irmãos” .
As frases “foi ele quem tirou água para nós” e “e deu de beber ao rebanho” repetem a mesma afirmação das frases “para matar a sede do rebanho de seu pai” e “e deu água ao rebanho”.
As frases “Mas onde é que ele está?” e “Por que deixastes o homem?” são seqüenciadas e interrogativas, ao passo que as frases “Chamai-o!” e Que venha comer!” são seqüenciadas, mas exclamativas.
6o parágrafo
21E Moisés aceitou estabelecer-se junto a esse homem, que lhe deu Siporá, sua filha.
22Ela deu à luz um filho.
Moisés o chamou de Guershom – “migrante por lá” – porque dizia ele:
“Tornei-me um migrante em terra estrangeira!"
A frase “e Moisés aceitou estabelecer-se junto a este homem” está relacionada com o convite expresso na frase “Que venha comer”, como também, com o fato narrado nas frases “Estabeleceu-se na terra de Midian e assentou-se à beira do poço”. Estas últimas apontam o ato de “estabelecer-se” na terra. Agora o estabelecimento é mais preciso: é “junto a esse homem”, que é apresentado na frase na primeira frase do 5o parágrafo.
“Sua filha” , Siporá, é uma das sete apresentadas no início do 5o parágrafo.
As frases formam uma seqüência mais direta.
“Dizia ele” refere-se a Moisés e não a Guershom, da frase anterior.
A frase “Tornei-me um migrante em terra estrangeira” remete-nos diretamente às frases “estabeleceu-se na terra de Midian” e “Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores” (afirmando sua origem estrangeira).
Contexto Histórico
Tentaremos agora situar historicamente o “nosso texto”, apresentando inicialmente alguns elementos concretos, que uma vez identificados e explicados, mesmo que muito resumidamente, favorecem nossa compreensão do contexto, proporcionando-nos pontes que nos aproximam da realidade buscada através da
leitura da perícope.
Moisés Nome de origem egípcia, provavelmente vem de ms أ , que quer dizer “dar à luz”. Outros personagens egípcios trazem no nome esta raiz: Tutmósis, Ramsés, e outros.
Apesar de seu nome ser mencionado mais do que 700 vezes no Antigo Testamento, temos poucas informações certas sobre sua pessoa. Ninguém mais nega sua existência histórica, mas um estudo crítico terá de distinguir entre aquilo que ele foi realmente, e aquilo que dele fizeram certas tradições.
Não há informações extrabíblicas a respeito deste homem. E aquilo que nos é fornecido pela Bíblia não é homogêneo. Porém, o que dele se diz no Pentateuco é de maior importância para os críticos que as menções feitas a ele em outros livros.
‘Moisés não é uma figura histórica no sentido em que foram Davi e Salomão”. Isso não quer dizer que não existiu ou que não teve seu papel fundamental na fundação de Israel. No entanto as tradições com relação a ele são fruto de reconstruções fantasiosas dos narradores, que não podiam encontrar respostas para certos
questionamentos acerca de alguns detalhes de sua vida, até porque séculos separaram os acontecimentos históricos da época em que os primeiros textos começaram a ser fixados.
Faraó Título Bíblico dos reis egípcios. No Egito a palavra significa “a maior casa”. O exemplo mais antigo em que a palavra indica o próprio rei e não o seu palácio (a maior casa), data apenas do século XIV a . C, do tempo de Acnaton.
Os Faraós mencionados normalmente no Antigo Testamento são: Ofra, Necaó, Sesac, Soa, Terhaka (Zare). Outro são mencionados sem ser nominados em: Gn 12, 15-20; Gn 40-47; Ex 1,8 (provavelmente Seti I 1302-1292); Ex 2,23 (provavelmente Ramsés II 1292-1225); 1 Rs 11,14 – 12 (Amenemepet 1026-976 ou
seu sucessor).
Hebreus Este nome aparece, geralmente, quando aplicado a israelitas por estrangeiros (Gn 39, 14. 17; 41,12; Ex 1, 16-19; 2, 6. 9) ou por israelitas quando falam de estrangeiros (Gn 40,15; Ex 2,7; 3,18; 5,3; Jn 1,9). É usado também pelo narrador hebreu, mas quase sempre em contexto que se refere às relações dos
israelitas com estrangeiros (Gn 14,13; Ex 1,15; 2,11 . 13; 1 Sm 13, 3-7).
Discutiu-se por muitos anos p problema da identidade dos hebreus com os hapiru, mencionados em vários escritos antigos. A questão ainda não foi definida, porém, através de documentos antigos, referentes a seus serviços militares (dos hapiru) para determinado rei ou ataques a comunidades, temos uma pista de que este povo era formado de guerreiros e , dessa forma é improvável que fossem um povo nômade, dedicado ao pastoreio, como acreditamos que eram os hebreus.
“No Antigo Testamento, Hebreu parece claramente ser um termo étnico, e não a designação de uma posição social. Assim é difícil identificar os hebreus bíblicos com os hapiru”. Uma vez que “aceita-se que o nome hapiru não é um nome gentilício, mas um apelido... Hapiru seria um termo jurídico, indicando a situação, perante a lei, de homens que por qualquer motivo se vendiam como escravos”.
Corvéias Trabalho forçado, à beira do mínimo para a sobrevivência física e social. O Estado (Egito) é sustentado por uma ideologia que afirmava o faraó e seus protegidos como participantes do poder divino e fonte elemento necessário para a salvação. Isso favorecia com que os grupos subjugados não se rebelassem
contra o faraó e seu esquema de governo. “O rendimento do trabalho está integrado num sistema administrativo de planejamento e controle através da hierarquia dos funcionários da corte real e do templo”. Não é escravidão no sentido estrito, pois este serviço é prestado com base em regulamentos legais que excluíam a servidão, mas a situação nos faz definir amplamente como tal, não só a nós, mas aos próprios que a ele foram submetidos: “o ritmo de trabalho era de nove dias de trabalho e um de descanso... O salário anual do operário simples, equivalia a um boi”. “Segundo Ex 5, o faraó agravou as condições de trabalho, determinando que os operários transportassem eles mesmos a palha que, cortada, foi adicionada como argamassa ao barro do Nilo para a produção de tijolos, secados ao sol, para o lugar de trabalho”.
Irmãos Moisés, num determinado tempo, se reconheceu um hebreu (de fato era filho de hebreus)), apesar de ter sido criado na casa de faraó, entre os egípcios. Daí o narrador dizer que ele “saiu para junto de seus irmãos” , irmãos hebreus.
Chefe Termo geral, usado para diversas categorias de autoridades:
chefes/ príncipes dos filisteus, dos israelitas, etc.
Juiz Originalmente o verbo “safat” significa: resolver uma contenda entre dois oponentes. Já que tal decisão indicava aquele que estava com a razão , “safat” significa seja “defender o direito de alguém” , seja “condenar alguém”. Não se trata de juiz no sentido atual da palavra. Segundo Horzberg o verbo “safat” teria significado governar. Num segundo modo de ver, este verbo é interpretado como “salvar, ocasionalmente, numa situação perigosa”.
Midian Além de espaço geográfico (para além do deserto, ou talvez como parte remota do deserto), é também uma entidade política que “passeia” por vários momentos da história de Israel (Jz 6, 1-6; 6,3; 8,10; 8,11). Ainda (Num 22 – 24; 23, 3-4 . 7; 31). “No relato do Êxodo, Midian aparece como lugar de refúgio para Moisés, e seu sacerdote como aliado e conselheiro dos israelitas”.
Sacerdote O termo hebraico é “kohen”, de etimologia discutida. Indica tanto o sacerdote de Javé como o de outros deuses. A palavra não tem forma feminina. Em Israel nunca houve sacerdotisas, como entre outros semitas. Quando se fala no sacerdote de Javé, usa-se com muito mais freqüência o termo “levita”, mas nem sempre com o mesmo sentido.
O sacerdócio, geralmente, era hereditário. Subdividia-se em número muito grande de classes com funções especializadas; muitas das quais são obscuras. Era chefiado por um grão-sacerdote. Incluía adivinhos e magos.
No Egito, pelo menos ocasionalmente, eles (os sacerdotes) eram isentos de impostos e como também de trabalhos forçados. Às vezes exerciam também o cargo de juízes e magistrados.
Reuel ( = amigo de Deus). É o nome do sogro de Moisés, o sacerdote de Midian, que em alguns textos é apresentado com o nome de Jetro.
Siporá Filha de Reuel e esposa de Moisés. Em hebraico significa “ave”. As tradições do Antigo Testamento não são muito claras sobre ela. Teria, segundo o texto de Ex 4, 24-26, chamado Moisés de esposo assassino.
Guershon A etimologia e o significado são incertos. Nos textos o nome é explicado por uma etimologia popular, “que em hebraico se diz de uma pessoa que está num lugar sem estar integrada na sociedade do lugar”. É filho de Moisés e Siporá.
Tendo apontado alguns elementos e procurado, resumidamente, situa-los, de certa forma, “definindo-os”, queremos agora olhar com maior profundidade para o texto e colher dele situações concretas e históricas (agora não só elementos, mas situações).
Pretendemos indicar quatro situações, que tentaremos desenvolver.
Poderíamos encontrar outras situações concretas, bem como outros argumentos que nos permitem afirma-las, mas parece-nos que, por hora, as que apresentaremos são suficientes para nos localizarmos historicamente com relação ao texto. É claro que, com um estudo mais apurado e uma pesquisa mais substanciosa, poderemos descobrir e até mesmo discutir sobre outros elementos , outras situações, outras
opiniões.
· Uma primeira situação é referente a um regime de opressão O texto Bíblico nos fala de um grupo que estava submetido às corvéias, a trabalhos pesados, á condições de vida mínimas possíveis. Deixa transparecer muito claramente um sistema de exploração de um grupo mais forte sobre outro mais fraco. Este grupo mais forte está representado por Faraó, chefe político e ao mesmo tempo religioso, ou melhor, “monarca absoluto do Egito”. Egito que é o palco, o cenário, o ambiente onde se dão os fatos, segundo a narrativa de Ex 2, 11-22.
Houve um tempo em que os faraós dominavam tranqüilamente suas terras e se impunham fortemente sobre outros povos. A política interna era pacífica e o Egito como grande potência (a Roma do início do cristianismo e os Estados Unidos dos nossos tempos) tinha o domínio da política externa. “Sob Ramsés II o Egito atingiu estabilidade máxima nas políticas interna e externa”. Porém, chegou um tempo em que tudo isto foi “caindo por terra”. O Egito aos poucos foi perdendo a sua força e o império foi enfraquecendo, a começar pela costa da Palestina e Síria, que estava sobre o domínio egípcio, e aos poucos foi sendo tomada pelos povos marítimos (entre eles os filisteus e os fenícios) que estavam munidos de uma força bélica potente. Isto já sob o sucessor de Ramsés II , Merneptá (1234 – 1220). Isto entre outros fatores.
Diante deste quadro de enfraquecimento do poder externo do Faraó, este tenta segurar-se internamente, e para isto impõe-se, sem medo de utilizar-se da religião prepotentemente, usando da ideologia de que se identifica com o divino, e ele é como que a ponte de salvação.
Usa deste artifício para se firmar internamente, fazendo com que seus súditos o reconheçam como tal.
É neste contexto que entra a subjugação do povo. Com medo de alguns grupos se unirem entre si e apoiarem os inimigos do rei do Egito, este último impõe sobre os primeiros pesados fardos,obrigando-os a trabalhar para alimentar seus luxos em troca de recursos insuficientes para a própria sobrevivência. A opressão surge como inibição de forças de quem questiona, de quem luta pela justiça, de quem apela para mudanças estruturais coerentes. Assim surgem as corvéias, impostas por uma ideologia de Estado, com o intuito de enfraquecer as massas e solidificar o poder nas mãos de quem já o tem, porém, que se vê ameaçado internamente pela “derrota” que já sofreu externamente. É nesta situação de oprimidos e explorados que se encontram os “irmãos de Moisés”, que chegam a ser até mesmo espancados por feitores, e caso se mostrem
indiferentes ao poder divino do Faraó, podem ser até mortos.
· Uma segunda situação que destacamos é a organização da classe oprimida Quando no texto observamos a censura de Moisés ao hebreu que batia em outro hebreu, podemos deduzir daí, que a preocupação era de que não se desintegrasse o grupo, mas que continuassem a unir forças para que superassem juntos as dificuldades e lutassem contra a opressão. Uma briga pode ser o início de um rompimento e de uma desetruturalização interna de um grupo. Provavelmente já havia ali entre os explorados uma certa organização, no sentido de já terem um objetivo comum: a libertação da opressão. Até porque “há no decorrer da história várias tentativas de famílias e indivíduos de fugir para o exterior, para escapar ao serviço de trabalho estatal”, o que seria impossível se não houvesse toda uma estratégia previamente organizada.
Sabe-se que grupos eram explorados impiedosamente pela elite egípcia e às vezes maltratados até a morte. Daí com certeza já existirem pessoas não satisfeitas, que se preocupavam em fazer laços, não de parentesco, mas de objetivo: objetivo de vencer o sistema opressor: talvez pela revolta, talvez pela fuga. A narrativa Bíblica nos aponta a segunda opção como acontecimento, porém, o que nos interessa aqui é que esses grupos tinham uma certa organização, e esta contribuiu para que chegassem a libertação.
Entenda-se organização no sentido “não formal” ( como a de um sindicato, por exemplo, com uma estratégia sistematizada e legalizada), mas de laços e objetivos comuns, que uniam os grupos marginalizados (deviam pensar, mesmo que não muito abertamente, em maneiras de vencer a opressão, em estratégia de fuga, etc.) ;
organização que podia ser ferida e desintegrada pelas desavenças internas.
· Uma terceira situação apresentada no texto é com respeito ao privilégio de classes Naturalmente, privilégio das classes dominadoras e nunca das massas.
O Faraó tinha todas as regalias e autoridade, e conseqüentemente todos os privilégios. Juntamente com ele, estavam aqueles que se ligavam mais diretamente à administração, seja pela religião (sacerdotes e suas respectivas castas) , ou por outros serviços em nível elitista (funcionários da corte real, etc. , que se organizavam hierarquicamente).
Não é à toa que o texto afirma que Moisés, após ter executado o assassinato do egípcio e percebido que fora vã sua atitude de esconde-lo, uma vez que aquele fato já era do conhecimento do Faraó, fugiu. Moisés, segundo o que o texto deixa transparecer, sabia que se permanecesse ali depois daquele assassinato, iria perecer, porque não se mata um protegido do Faraó. Em outras palavras, não se rebela contra um funcionário do rei, porque este ato implica em rebelar-se contra o rei, e não pode ser perdoado o “traidor” nem que pertença à casa do rei.
Os funcionários de Faraó sempre gozam de proteção. Daí o único recurso para aquele que o ofendesse, mesmo que “com razão” , era fugir, porque o castigo era certo.
· A quarta e última situação que elencamos é com relação à mistura de raças Fica evidente no texto, a facilidade de se criar novos laços familiares entre pessoas de raças diferentes, de povos diferentes, com costumes diferentes, em uma palavra, uniões entre estrangeiros. Moisés é identificado como o “egípcio”, e pelo fato de ter salvo sete mulheres das mãos daqueles que lhes queriam fazer mal, é acolhido na casa do pai das mulheres e recebe como prêmio uma das sete midianitas e une-se a ela em casamento. Deduz-se daí, também que, possivelmente era comum haver uniões de pessoas, independentemente do parentesco. Por isso, podemos, de certa forma, afirmar que o povo subjugado não era um grupo homogêneo, formado de pessoas de uma mesma raça, preconceituoso que não aceitava se misturar (seja por questões religiosas ou de
consangüinidade), mas vários grupos que em um determinado momento uniram-se num único e mesmo objetivo, ansiando pela libertação e formaram um grande grupo.
O povo de Israel, que depois iria formar-se, não o seria necessariamente por questão de raça, mas de adesão à uma causa comum, que depois de uma forte experiência religiosa passaram a adorar um Deus comum. Por isso, podemos ser ousados talvez, mas vale a pena arriscar, em dizer que os “irmãos de Moisés” não era uma família consangüínea, mas um grupo sob o mesmo fardo.
O nosso texto (Ex 2, 11-22) tem a intenção de criticar as estruturas de morte.
Ele condena a violência, a guerra, a exploração, enfim, condena tudo o que surge contrário á dignidade humana. É um texto semelhante á diversos textos proféticos, principalmente no que respeita a perspectiva com a qual é escrito. A intenção não é dar razão aos que detêm o poder, mas libertar-se de suas ideologias que são impostas, e viver uma paz concreta. Um texto onde é valorizado o ambiente rural, visto que, é neste ambiente que se dão as consolações depois das crises (basta lembrar que foi lá que Moisés encontrou refúgio e construiu sua família).
Podemos, sem dúvida afirmar com Milton Schwantes que “o nascedouro das tradições e dos conteúdos, contidos em Ex 1 – 15 (onde se situa nosso texto) não está, em todo caso, nos palácios nem nos templos. Estes textos nasceram na ‘manjedoura’. Provêm da vida do povo. O campesinato é o âmbito dos textos. Ora os lavradores e as lavradoras são diretamente responsáveis pela formulação dos conteúdos; ora setores sociais vinculados aos camponeses, como levitas e profetas, o são.

BORN, Dr. A. Van Den; Dicionário Enciclopédico da Bíblia, Vozes, 5a edição, Petrópolis,1992, 1588 pp.
MACKENZIE, John L. ; Dicionário Bíblico, Paulinas, 3a edição, São Paulo,1984, 979 pp.
ZENGER, Erich; O Deus da Bíblia: estudo sobre os inícios da fé em Deus no Antigo Testamento, Paulinas, São Paulo, 1989, 143 pp.
PIXLEY, George V. ; Êxodo, Paulinas, São Paulo,1987, 247 pp.
SCHWANTES, Milton; A Origem Social dos Textos; in Estudos Bíblicos 16, Vozes, Petrópolis, 1988.

Pe. Ademir Nunes Farias

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

Programe-se

Catequese com Adultos/ Paróquia NSª do Rosário - todo domingo das 08h30 as 10h00 / "Vida Sim, Aborto não!"

" Encontros Catequéticos domingo, as 08h30."

*Catequese com Adultos/ Paróquia Nossa Senhora do Rosário - Vila Tesouro - São José dos Campos - SP. * "Vida sim, aborto não!

Este blog pode possuir foto (imagem) retirada da internet caso seja o autor, por favor, entre em contato para citarmos o credito.