HAGIOGRAFIA: 24 de abril de 1581 - Nascimento em Pouy perto de Dax (França). 23
de setembro de 1600 aos 19 anos foi ordenado padre. Agosto de 1617
funda as Damas da Caridade, conhecida hoje como AIC - Assoc. Internacional de
Caridades.Dezembro de 1617 cria as Confrarias da Caridade. 17 de
abril de 1625 - Fundação da Congregação da Missão (Padres Lazaristas ou Vicentinos). 24
de abril de 1626 - Aprovação da Congregação da Missão pelo Arcebispo de Paris. Novembro
de 1633 funda a Congregação das Filhas da Caridade. Faleceu em 27
de setembro de 1660 em Paris. Beatificado em 13 de agosto 1729 por
Bento XIII. Canonizado pelo Papa Clemente XII em 16 de junho 1737. 12
de maio 1885, declarado pelo Papa Leão XIII patrono das obras de caridade. Sua
festa litúrgica celebra-se a 27 de setembro.
Terceiro filho de João de Paulo e Bertranda de Moras tinha condição
humilde, proprietários de uma pequena fazenda, viviam do trabalho. Educaram
cristãmente seis filhos, 4 homens e 2 mulheres. Em Vicente, bem
cedo descobriram um bom coração e qualidades excelentes de espírito.
A ocupação predileta do menino era vigiar o gado, nas épocas do
ano em que este era levado às pastagens. De preferência,
levava o gado a um lugar no fundo do mato, onde havia uma capela de Nossa
Senhora. Ali fazia muita oração e cantava em honra da Rainha do
céu. As flores mais belas que encontrava, depositava-as sobre o
altar de Maria Santíssima e com um carinho todo particular, enfeitava a humilde
capelinha. Já nesta idade, revelava princípios de caridade, guardando sempre
um bocado da refeição para os pobres. O pai, observando com satisfação os
belos dotes do filho quis que ele estudasse. Em quatro anos, Vicente tinha
feito tantos progressos nas ciências, que pôde ser professor. Ensinando aos
outros, ganhava o bastante para poder continuar os estudos nos cursos
superiores, sem com isto exigir sacrifícios do pai. Seguiu os cursos
teológicos em Saragoça e Toulouse e, em 23 de setembro de 1600, foi
ordenado sacerdote.
Deus, porém, quis proporcionar-lhe ocasião de aperfeiçoar-se
nas virtudes de perfeito cristão, que são a mansidão, a paciência e
a caridade. Numa viagem em 1605, que fazia de Marselha a
Narbonne, caiu em poder de piratas tunísios, que o venderam como escravo
a diversos senhores em Tunis. Com grande conformidade, o santo
aceitou esta provação e humildemente se sujeitou aos pesados trabalhos,
que se lhe impunham. O que mais o entristecia, eram os diversos
estratagemas que os patrões empregavam, para levá-lo a apostasia. O
último deles, a quem prestou serviços de escravo era apóstata, que tinha
três mulheres. Uma delas, movida pela curiosidade, acompanhava Vicente,
quando este se dirigia ao trabalho no campo. Muitas perguntas lhe
dirigia sobre a religião cristã, e pedia-lhe que cantasse alguns cânticos
cristãos. Vicente lembrava-se da palavra da Sagrada Escritura:
"Como hei de cantar em terra estrangeira?" e cantava então o salmo,
que diz: "Nas margens dos rios de Babilônia assentávamos, chorando a nossa
terra", ou a "Salve Rainha". A mulher muçulmana ouvia tudo
com muita atenção, e cada vez mais se enchia de admiração pelas virtudes
do escravo cristão. Tornou-se advogada de Vicente junto ao patrão, a quem
repreendeu energicamente por ter abandonado uma religião tão perfeita, como a
cristã. O apóstata caiu em si e combinou com Vicente a volta para
Paris. Em 1607 fizeram à travessia e chegaram a Aigues Mortes.
No ano seguinte vemos Vicente em Roma. Os grandes e antigos
santuários muito o impressionaram e, regressando a Paris, tinha a resolução
firme de imitar o exemplo de virtude dos primeiros
cristãos. Em Paris, se dedicou por alguns anos ao serviço dos doentes no
hospital. Aconteceu que lá caísse sobre ele a grave suspeita de ter
praticado um furto. A única resposta que Vicente dava às
acusações caluniosas era: "Deus sabe tudo". Só depois de
seis anos foi descoberto o verdadeiro culpado, ou para melhor
dizer, o ladrão que, não podendo já suportar os remorsos de consciência
fez a declaração do crime.
Pouco depois, Vicente conheceu o venerável Berulle, fundador da
Congregação do Oratório, e os dois ligaram-se em estreita amizade, para
mais eficazmente poderem trabalhar pelo bem da humanidade. Durante
algum espaço de tempo, Vicente administrou a Paróquia de Clichi, onde
Trabalhou com grande proveito para as almas, obediente à ordem dos
superiores, aceitou o cargo de educador dos filhos do conde de Gondi-Ivigny.
Este gênero de ocupação dava-lhe tempo bastante para se dedicar à cura d'almas,
e foi aí que Vicente revelou grandes aptidões para missionário. A
condessa de Ivigny, senhora de grandes virtudes, deu o maior apoio aos
trabalhos apostólicos de Vicente, que em seguida passou a pregar missões aos
encarcerados e aos condenados às galés. O rei Luís XIII
nomeou Vicente intendente das galeras francesas e esmoler real. Três anos ficou
o santo homem em Paris, ocupando este cargo, quando o zelo pelas almas o levou
a Marselha, onde havia muitos daqueles infelizes, condenados
às galés. Vicente procurou-os e semeou consolo e conforto nas almas
daquela desventurada gente, cuja triste sorte o comovia até às
lágrimas. Entre os algemados havia um, de porte nobre e fidalgo, que se
entregava a uma tristeza, que tocava as raias do desespero. Vicente interessou-se
muito em particular por aquele homem e conseguiu dele a
revelação de sua triste história. Cúmplice, se bem que quase
forçado, de uma fraude, fôra condenado às galés, sabendo mulher
e filhos entregues à miséria. Vicente, que até então soubera muito bem
disfarçar sua personalidade, ofereceu-se às autoridades em lugar do infeliz
e conseguiu-lhe a libertação. A mansidão, a caridade e paciência
de Vicente no meio dos sentenciados, gente de péssima espécie, chamou
atenção. Como os seus em Paris lhe ignorassem o paradeiro,
foram-lhe ao encalço, descobriram-no em Marselha e trataram
de libertá-lo. Do tempo de prisão restou-lhe uma última
úlcera no pé, causada pelas grilhetas.
Para combater a ignorância religiosa e o indiferentismo pregou
muitas missões nas cidades e no campo. Sacerdotes do clero
regular que o ajudavam nesta tarefa, associaram-se-lhe na Congregação da
Missão, fundada em 1624, e com ele como seu superior, fixaram
residência no antigo leprosário São Lázaro, de onde a Congregação recebeu
a denominação de "Lazaristas". Naquela casa, Vicente
dirigiu inúmeros retiros espirituais para todos os estados. De grande resultado
foram os exercícios em preparação às sacras ordens e as
conferências sacerdotais nas terças-feiras, nas quais se formaram belíssimas
vocações dos melhores bispos da França.
Obra de grande alcance se revelou a fundação da Confraria
da Caridade, organização caritativa para ambos os sexos, hoje mais
conhecida sob o nome de Conferências de São Vicente. Desta
confraria, qual flor maravilhosa, se desenvolveu a Congregação das
Filhas da Caridade, à qual deu por superiora uma senhora de grande virtude, que
goza das honras dos altares: Santa Luísa de Marillac. Pela
fundação dessas conferências e das suas casas, tiveram certa centralização as
obras de caridade e beneficência aos pobres, aos enfermos, às crianças, à
mocidade feminina periclitada, aos cegos, aos loucos, etc. Em todas
estas obras, Vicente recebeu e deu muita animação na qualidade de membro da
Companhia do SS. Sacramento. Como membro do conselho real em coisas
eclesiásticas, grande influência exercia na nomeação de bispos e distribuição
de benefícios. Atrás de uma aparência exterior, simples e fraca, de
uma fisionomia humilde, sempre bondosa e sorridente, escondia-se uma
inteligência esclarecida, um caráter corajoso e forte, um talento
eminentemente prático e organizador, um coração grande, ardoroso e firme na fé.
Em 1693 esta congregação teve a aprovação do Papa Urbano
VIII. Os sacerdotes pertencentes a essa congregação, fazem
os três votos simples monásticos, da pobreza, castidade e obediência,
obrigando-se a trabalhar na própria santificação, na conversão dos pecadores
e na formação do clero. São Vicente muito se empenhou pela
organização de retiros espirituais para sacerdotes e leigos, e nesse
empenho teve forte apoio do Papa Alexandre VII.
É admirável que um homem como São Vicente, destituído completamente de
bens materiais, pudesse fazer tanto bem aos necessitados. Quando a
província de Lorena, devastada pela guerra oferecia um aspecto desolador, São
Vicente fez-se mendigo, angariando esmolas e donativos em benefício das vítimas
da grande catástrofe, as quais socorreu com uma vultosa quantia em
dinheiro.
Querido e amado por todos, era visto como um anjo do céu.
São Francisco de Sales votava-lhe tanta estima e confiança, que o nomeou
Superior da Ordem da Visitação que, havia pouco, fundara. Ainda outras
comunidades religiosas, se lhe confiaram à direção.
No meio de tantas ocupações, teve tempo ainda para tratar da sua própria
alma. Fossem quais fossem as ocupações, o coração dele estava sempre
unido a Deus. Nas maiores contrariedades, conservava sempre calma e
tranqüilidade de espírito. Em todos os fatos da vida, São
Vicente reconhecia os planos da Divina Providência. Entregava-se
confiadamente e, outra coisa não procurava, senão a maior glória de Deus.
Senhor absoluto dos movimentos do coração, não
se deixava desanimar ou inquietar pelas vicissitudes da vida.
Humilhações, longe de o entristecerem, firmavam-no cada vez mais na humildade.
A humildade era a virtude que mais recomendava aos filhos
espirituais. Uma das regras principais que estabeleceu sobre a humildade,
foi esta: "O religioso não fale dos seus próprios merecimentos
e evite chamar à atenção dos outros para a sua pessoa".
São Vicente alcançou a idade de 85 anos. Embora bastante
enfraquecido e alquebrado, levantava-se às 4 horas, celebrava a Missa
e dedicava três horas à oração. O pensamento da morte era-lhe
familiar. Todos os dias rezava as orações da Igreja pelos
moribundos. A morte encontrou-o, pois, otimamente
preparado. Morreu aos 27 de setembro de 1660, sendo-lhe o corpo
sepultado na igreja de São Lázaro (ou capela dos Lazaristas), enquanto seu
coração se conserva também incorrupto no convento das Irmãs da Caridade em
Paris. Grandes e numerosos milagres foram-lhe observados no túmulo. A
sua canonização realizou-se em 1737 pelo Papa Clemente XII.
ORAÇÃO: Ó glorioso São Vicente, patrono de toda caridade, pai daqueles que
estão na miséria e que, enquanto na Terra, jamais deixou de amparar a todos que
a Vós recorreram, considerai os males que estão nos oprimindo e vinde em nosso
socorro. Obtende junto ao Senhor ajuda aos pobres, alívio para os enfermos,
consolo para os aflitos, proteção para os abandonados, espírito de generosidade
para os ricos, a graça da conversão para os pecadores, entusiasmo para os
padres, paz para a Igreja, tranquilidade e ordem para as nações e salvação para
todos. Permiti-nos comprovar os efeitos da vossa misericórdia e intercessão e
assim sermos ajudados nas misérias da vida. Possamos nós estarmos unidos com o
Senhor no paraíso, onde não existe mais dor, choro ou tristeza, mas alegria,
contentamento e duradoura felicidade. Amém!
NOVENA:
Oração Inicial para todos os dias: Ó glorioso São
Vicente de Paulo, despertai em todas as pessoas a convicção profunda de que
Jesus Cristo é nossa única esperança e salvação.
Oração Final para todos os dias: Ó glorioso São Vicente de Paulo,
celeste padroeiro de todas as obras de caridade, durante vossa vida nunca
rejeitastes aos que a vós recorriam, vede a imensidade de males que nos
afligem. Alcance de Deus socorro aos pobres, alívio aos doentes e aflitos,
proteção aos abandonados, caridade aos ricos, conversão aos pecadores, paz à
Igreja e salvação a todos os povos.
1.º Dia - O grande Apóstolo da Caridade, São Vicente de Paulo, viu nos
pobres a presença de Deus e costumava dizer: Deus ama os pobres. Considerava a
imagem de Cristo nos pobres. Todos os dias: Pai Nosso, Ave Maria, glorioso São
Vicente de Paulo, rogai por nós.
2.º Dia - Somente com os olhos da fé poderemos ver Jesus nos pobres.
Alcançai-nos, ó glorioso São Vicente de Paulo, de Deus a graça desta fé.
3.º Dia - Ajudai-nos, São Vicente de Paulo, a libertamo-nos do amor
próprio, para servirmos somente a Deus, quando servimos o pobre.
4.º Dia - O apóstolo ardoroso, São Vicente de Paulo, sentiu com pesar a
ignorância religiosa do povo. Por isso, dedicou-se com amor à formação de
sacerdotes a fim de melhor atingir as pessoas.
5.º Dia - Exaltou o sacerdócio com espírito de fé, tão certo estava de
que a presença de Cristo no padre é preferida por Deus para a salvação das
almas.
6.º Dia - Alcançai-nos, São Vicente de Paulo, a graça de compreendermos
melhor a presença de Cristo no sacerdote e de tratarmos os ministros de Deus
com respeito e dedicação, auxiliando-os em sua árdua missão.
7.º Dia - Em sua vida sacerdotal, São Vicente de Paulo, foi assíduo e
fervoroso, adorador da Eucaristia, onde buscava forças para sua laboriosa
missão de Caridade. Celebrava a missa com a máxima piedade.
8.º Dia – São Vicente de Paulo, confiava a Jesus Eucarístico as suas
dificuldades, e pedia, cheio de confiança, o auxílio da graça para todos os
seus trabalhos. Foi seu amor pela Eucaristia que o fez chegar a tão elevado
grau de humildade, o que o fazia conservar-se sereno nas maiores dificuldades.
Alcançai-nos, ó São Vicente de Paulo, esta mesma graça.
9.º Dia - Ajudai-nos, São Vicente de Paulo, a alcançar na presença de
Cristo na Eucaristia, as virtudes que nos dão a tranqüilidade de espírito, a
paz de consciência e uma verdadeira caridade para com os pobres.
Fonte: pagina oriente / dith.cm.nom / ssvp / Wikipédia / portal angels