SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ - Festa
Oitava do Natal - 1ª Semana do Saltério
Prefácio do Natal - Ofício da Festa – Glória - Creio
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” – São Lucas
Antífona: Lucas 2,16 Vieram apressados os pastores e
encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio.
Oração do Dia: Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo,
concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos
laços do amor, possamos chegar um dia às alegria da vossa casa. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
LEITURAS:
Primeira Leitura: Eclo 3,3-7.14-17a (gr.2-6.12-14)
Quem teme o Senhor, honra seus pais.
Deus honra o Pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.
Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será
ouvido na oração cotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta
tesouros. Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no
dia em que orar, será atendido. Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e
quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe.
Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto
enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser
compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a
caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para reparar os teus
pecados e, na justiça, será para tua edificação - Palavra do Senhor.
Comentário: O livro do Eclesiástico é tradução de um original hebraico, de
autoria de Jesus Ben Sirac. Seu neto empreendeu a obra de tradução com o
objetivo de mostrar aos judeus que moravam fora do país a riqueza da tradição
do seu povo. É, portanto, um livro que ajuda a recuperar as raízes e identidade
de um povo ameaçado de perder o sentido da vida. Vivendo em terra estranha,
facilmente os judeus assimilavam a cultura e a ideologia do país em que
estavam, perdendo de vista a herança cultural e espiritual dos antepassados,
baseada na experiência de Deus em família. De fato, o Deus de Israel foi se
revelando na vida das pessoas, e essa revelação passou de boca em boca, de pai
para filho, desde os tempos mais antigos.
Os versículos que compõem a leitura de hoje são uma explicação de Ex 20,12:
“Honre seu pai e sua mãe: de modo que você prolongará sua vida na terra que
Javé seu Deus dá a você”. O mandamento está ligado à promessa de vida longa. O
Eclesiástico vai mais longe, acrescentando à vida longa (v. 6) mais duas
promessas: a de ver atendidas as orações (v. 5) e o perdão dos pecados (vv.
3.14).
Para quem vivia longe do Templo, lugar onde eram feitos os sacrifícios pelas
culpas cometidas, há agora um horizonte novo: o perdão dos pecados acontece não
por meio de um rito externo, mas de uma atitude traduzida em amor pelos pais,
sobretudo quando estes se encontram em estado de carência, como a perda do uso
da razão (v. 13). O texto se aproxima bastante da novidade trazida por Jesus de
Nazaré, que disse: “O que eu quero é a misericórdia, e não o sacrifício” (cf.
Mt 9,13) e afirmou que o Pai rejeita as ofertas sagradas que deveriam ser
empregadas na preservação da vida dos pais (cf. Mc 7,8-13).
Amar, obedecer e respeitar a fonte da vida que são os pais é amar, respeitar e
obedecer a Deus, origem de toda vida. Os pais reproduzem, em parte, o ser de
Deus que é doação. Eles não produziram para si, mas para os outros. Os filhos,
por sua vez, chegados à fase adulta da vida, são convocados a não produzir para
si, mas para outros, perpetuando a vida e amparando a dos pais na velhice (v.
12). Essa proposta quebra o sistema de sociedade do consumo e do descartável,
que só valoriza as pessoas enquanto capazes de produzir. (Vida Pastoral nº 269
Paulus 2009)
.
Salmo: 127,1-2.3.4-5 (R. Cf 1)
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
Feliz és tu, se temes o Senhor/ e trilhas seus caminhos!/ Do trabalho de
tuas mãos hás de viver,/ serás feliz, tudo irá bem!
A tua esposa é uma videira bem fecunda/ no coração da tua casa;/ os teus
filhos são rebentos de oliveira/ ao redor de tua mesa.
Será assim abençoado todo homem/ que teme o Senhor./ O Senhor te abençoe
de Sião,/ cada dia de tua vida!
Segunda Leitura: Cl 3,12-21
A vida da família no Senhor
Irmãos: Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso,
revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência,
suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa
contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. Mas,
sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.
Que a paz reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros
de um só corpo. E sede agradecidos. Que a palavra de Cristo, com toda a sua
riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a
sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos
espirituais, em ação de graças. Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja
feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai.
Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor.
Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei
em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais, não
intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem. - Palavra do
Senhor.
Evangelho: Lc 2,22-40
O menino crescia cheio de sabedoria.
Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho,
conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de
apresentá-lo ao Senhor. Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo
primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. Foram também
oferecer o sacrifício - um par de rolas ou dois pombinhos - como está ordenado
na Lei do Senhor.
Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso,
e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e
lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino
Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão tomou o menino nos braços e
bendisse a Deus:
“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir
em paz; porque meu olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos
os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito
dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser
causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um
sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações.
Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.
Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de
Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera
sete anos com o marido. Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e
quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e
orações.
Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a
todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Depois de cumprirem tudo,
conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galiléia, para Nazaré, sua cidade. O
menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava
com ele. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho: A cena da apresentação do
menino Jesus no templo e o rito de purificação de Maria são ricos em detalhes
que evidenciam a identidade do Salvador. Revestem-se de um conjunto de
elementos proféticos, pelos quais a existência de Jesus se pautará.
Ele foi apresentado como pobre. Seus pais ofereceram um casal de
rolinhas ou dois pombinhos, como era previsto para as família mais pobres
Aliás, toda a vida de Jesus transcorrerá na pobreza.
Com o rito de oferta, o Messias tornava-se uma pessoa consagrada ao Pai. Esta
será uma marca característica de sua existência. Não se pertencerá a si mesmo;
todo seu ser estará posto nas mãos do Pai, por cuja vontade se deixará guiar.
O velho Simeão definiu a missão do Messias Jesus: ser luz para iluminar
as nações e manifestar a glória de Israel para todos os povos. Por meio de
Jesus, a humanidade poderia caminhar segura, sem tropeçar no pecado e na
injustiça, e, assim, chegar ao Pai.
Por outro lado, o Messias Jesus estava destinado a ser sinal de
contradição. Quem tivesse a coragem de acolhê-lo, seria libertado de seus
pecados. Mas para quem se recusasse aderir a ele, seria motivo de queda.
Portanto, Jesus seria escândalo para uns, e ressurreição para outros.
Esta cena evangélica retrata, assim, o que Jesus encontraria pela
frente.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE DEZEMBRO:
Geral – Os Migrantes: Para que os migrantes sejam
acolhidos por todo o mundo com generosidade e amor autênticos, em especial
pelas comunidades cristãs.
Missionária – Cristo, Luz da humanidade: Para que Cristo
se revele a toda a humanidade com a luz que se irradia desde Belém e se reflete
no rosto da Igreja.
TEMPO LITÚRGICO:
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Tempo do Natal: A salvação prometida por Deus aos
homens em suas mensagens aos patriarcas e profetas, torna-se realidade concreta
na vinda de Jesus o salvador. O eterno Filho de Deus, feito homem, é a mensagem
conclusiva de Deus aos homens: ele é aquele que salva.
O nascimento histórico de Jesus em Belém é o sinal de nosso misterioso
nascimento à vida divina. O Filho de Deus se fez homem para que os
homens se pudessem tornar filhos de Deus. Este nascimento é o início de nossa
salvação, que se completará pela morte e ressurreição de Jesus. No pano de
fundo do Natal já se entrevê o mistério da Páscoa. Os dias que vão do Natal à
Epifania e ao Batismo do Senhor devem ajudar-nos a descobrir em Jesus Cristo a
divindade de nosso irmão e a humanidade de nosso Deus. Os textos litúrgicos
deste tempo convidam à alegria, mas apresentam também riqueza de doutrina.
Convidam-nos constantemente a dar graças pelo misterioso intercâmbio pelo qual
participamos da vida divina de Cristo. Enquanto nos faz participantes do amor
infinito de Deus, que se manifestou em Jesus, a celebração do Natal abre-nos à
solidariedade profunda com todos os homens.
Para a celebração
Tempo de Natal começa com as primeiras Vésperas de Natal e termina no
domingo depois da Epifania, ou seja, o domingo que cai após o dia 6 de janeiro.
A liturgia do Natal do Senhor caracterizada pela celebração das três
Missas natalinas (meia-noite, de manhã. durante o dia), inicia-se com a Missa
vespertina "na vigília", que faz parte da solenidade.
A solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias contínuos,
que são indicados como Oitava de Natal. Esta é assim ordenada:
· No domingo
imediatamente após o Natal celebra-se a festa da sagrada Família; nos anos em
que falta esse domingo, celebra-se esta festa a 30 de dezembro;
· 26 de dezembro é a
festa de santo Estevão, protomártir;
· 27 de dezembro é o
dia da festa de são João, apóstolo e evangelista;
· 28 de dezembro
celebra-se a festa dos Santos Inocentes;
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro são dias durante a oitava, nos quais ocorrem também memórias
facultativas;
· no dia 1º de janeiro,
oitava de Natal, celebra-se a solenidade de Maria, Mãe de Deus, na qual também
se comemora a imposição do santo nome de Jesus.
As festas acima enumeradas, quando caem em domingo, deixam o lugar à
celebração do domingo; se, porém, em algum lugar forem celebradas como
"solenidades", neste caso têm precedência sobre o domingo. Fazem
exceção as festas da sagrada Família e do Batismo do Senhor; que tomam o lugar
do domingo.
Os dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor (domingo depois da Epifania) são considerados dias do Tempo de Natal.
Entre 2 e 5 de janeiro cai, habitualmente, o II domingo depois de Natal; a 6 de
janeiro celebra-se a solenidade da Epifania do Senhor. Nas regiões em que esta
solenidade não é de preceito, sua celebração é transferida para 2 e 8 de
janeiro, conforme normas particulares anexas a essa transferência.
Com a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) termina o
Tempo natalino e principia o Tempo comum (segunda-feira da 1ª semana);
portanto, omitem-se as férias que naquele ano não podem ter celebração.
Para a celebração da Eucaristia nas férias do Tempo natalino:
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro (que fazem parte da oitava de Natal) tem formulário próprio para
cada dia (Oracional + Lecionário). A memória designada para esses dias (29 e
31) no calendário perpétuo pode achar lugar na Missa da oitava, substituindo a
coleta dessa Missa pela do santo (ver n. 3);
· os dias de 2 de
janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do Senhor têm um Oracional
próprio (Missal), disposto segundo os dias da semana (isto é da segunda-feira
ao sábado), com um ciclo fixo de leituras (Lecionário) que segue os dias do
calendário; a "coleta" muda conforme a indicação lá referida.
Diz-se o Glória nas Missas durante a oitava de Natal. O Prefácio que dá
início à Oração eucarística (I,II, III) é próprio do Tempo do Natal-Epifania:
· o de Natal (com três
textos à escolha) é rezado durante a oitava e nos outros dias do Tempo
natalino;
· o da Epifania diz-se
nos dias que vão da solenidade da Epifania ao sábado que precede a festa do
Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania).
A cor das vestes litúrgicas nas Missas feriais do Tempo natalino é a
branca.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo