Liturgia Diária Comentada 31/12/2012
Oitava do Natal - 4ª Semana do Saltério
Prefácio do Natal - Ofício da Festa - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” – São Lucas
Antífona: Isaías 9,6 - Um menino nasceu para nós: um filho
nos foi dado! O poder repousa nos seus ombros. Ele será chamado “mensageiro do
conselho de Deus”
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, que estabelecestes o princípio e a
plenitude de toda a religião na encarnação do vosso Filho, concedei que sejamos
contados entre os discípulos, daquele que é toda a salvação da humanidade. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
LEITURAS:
Primeira Leitura: 1Jo 2,18-21
Vós já recebestes a unção do Santo, e todos tendes conhecimento.
Filhinhos, esta é a última hora. Ouvistes dizer que o Anticristo virá.
Com efeito, muitos anticristos já apareceram. Por isso, sabemos que chegou a
última hora. Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois se fossem
realmente dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas era necessário ficar
claro que nem todos são dos nossos. Vós já recebestes a unção do Santo, e todos
tendes conhecimento. Se eu vos escrevi, não é porque ignorais a verdade, mas
porque a conheceis, e porque nenhuma mentira provém da verdade. - Palavra do
Senhor.
Comentando a Liturgia: O apóstolo adverte os
discípulos contra os falsos doutores, por ele comparados aos
'anticristos". Jesus admoestara a que fugíssemos dos "falsos
profetas" (Mt 24,23-24), opostos à mensagem de Cristo, que a Igreja
encontraria através dos séculos. O aspecto mais doloroso é que muitos de tais
adversários saem das fileiras dos crentes (versículo 19); algum era talvez
sacerdote, religioso, teólogo, e tornou-se estranho ou abertamente inimigo.
A pertença à Igreja é um mistério que nenhum laço externo pode garantir,
mas só a fidelidade a Deus na humildade e constante procura da verdade. Quem
recusa a Igreja, recusa a Cristo, vive nas trevas e na mentira. O cristão,
consagrado pela unção recebida do Santo" (versículo 20) no batismo e na
crisma, deixa-se, porém, guiar suavemente pelo "Espírito de verdade",
que vive e age nele por meio de Jesus Cristo.
Salmo: 95 (96), 1-2. 11-12. 13
(R. 11a)
O céu se rejubile e exulte a terra!
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra
inteira! Cantai e bendizei seu santo nome! Dia após dia anunciai sua salvação.
O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas
águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas.
Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra
inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade.
Evangelho: Jo 1,1-18
A Palavra se fez carne e habitou entre nós.
No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era
Deus. No princípio, estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela e sem ela nada
se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos
homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como
testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio
dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a
luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o
mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.
Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de
Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. E a
Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória,
glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.
Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O
que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”.
De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés
foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. A
Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do
Pai, ele no-lo deu a conhecer. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho: João Batista, o precursor de
Jesus, veio ao mundo com uma missão específica: apontar para o Cordeiro de
Deus, o Cristo, e identificá-lo como o Messias esperado. E de fato, logo após
reconhecer Jesus, às margens do Jordão, o Batizador é preso por Herodes e sai
de cena para sempre. A figura de João Batista tem sido habitualmente
desfigurada, quando o vêem como um lobo ululante a proferir maldições e
ameaças. Ora – comenta o Ir. Éphraim, fundador das Beatitudes -, um homem que
se alimenta de mel só pode proferir doçuras... Aquele que deve apontar o Cordeiro
não pode uivar como um coiote do deserto, mas deve ser impregnado da mesma
suavidade.
Nada disto, no entanto, impede que João (em hebraico, “Deus me fez
graça” – reconhece Isabel!) realize sua tarefa: dar testemunho da Luz. Luz que
é um dos nomes de Cristo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 9, 5). É assim que João
Batista prepara as veredas do Salvador e, ao mesmo tempo, nos ensina que todo
evangelizador deve desempenhar o mesmo papel: abrir caminho para o Salvador.
O trabalho educativo dos pais é este: apontar para a luz.
Insistentemente, sem cansaço, orientar os filhos. (Note que o verbo “orientar”
liga-se ao Oriente, exatamente o lado de onde nasce o Sol!) Claro, isto supõe
que os pais estejam “orientados”. Que sua vida seja mergulhada na luz pascal de
Cristo. Que os próprios pais não caminhem nas trevas do erro e nos atalhos do
mundo pagão. Os filhos têm direito a ver a luz de Cristo refletida na face e
nos gestos de seus pais...
A legião que perambula pela noite, sem rumo e direção, denuncia as
trevas de seus lares. Ali, os pais não se reúnem para rezar, não buscam a graça
dos sacramentos, não se alimentam da Palavra de Deus. Sem a luz diurna que
emana do Ressuscitado, resta aos jovens o luar sombrio do néon, a luz negra das
casas noturnas, as sombras dos becos e dos corações. Pobres filhos! Pobres
pais! Cegos e guias de cegos! Fecharam os olhos à Fonte de Luz e vagueiam sem
norte, sem ter aonde ir... A droga letal e o sexo sem amor são amargas
compensações para quem não descobriu a Vida...
Mas no fundo da noite ainda brilha uma chama: é a Luz de Cristo, acesa
na Vigília Pascal, que insiste em irradiar suas cintilações para todos os
quadrantes. E nós, cristóforos – portadores de Cristo -, temos a missão de
João: testemunhar diante do mundo que a Luz ainda brilha e quer iluminar as
trevas de nossa sociedade. Quando o faremos?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE DEZEMBRO:
Geral – Os Migrantes: Para que os migrantes sejam
acolhidos por todo o mundo com generosidade e amor autênticos, em especial
pelas comunidades cristãs.
Missionária – Cristo, Luz da humanidade: Para que Cristo
se revele a toda a humanidade com a luz que se irradia desde Belém e se reflete
no rosto da Igreja.
TEMPO LITÚRGICO:
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Tempo do Natal: A salvação prometida por Deus aos
homens em suas mensagens aos patriarcas e profetas, torna-se realidade concreta
na vinda de Jesus o salvador. O eterno Filho de Deus, feito homem, é a mensagem
conclusiva de Deus aos homens: ele é aquele que salva.
O nascimento histórico de Jesus em Belém é o sinal de nosso misterioso
nascimento à vida divina. O Filho de Deus se fez homem para
que os homens se pudessem tornar filhos de Deus. Este nascimento é o início de
nossa salvação, que se completará pela morte e ressurreição de Jesus. No pano
de fundo do Natal já se entrevê o mistério da Páscoa. Os dias que vão do Natal
à Epifania e ao Batismo do Senhor devem ajudar-nos a descobrir em Jesus Cristo
a divindade de nosso irmão e a humanidade de nosso Deus. Os textos litúrgicos
deste tempo convidam à alegria, mas apresentam também riqueza de doutrina.
Convidam-nos constantemente a dar graças pelo misterioso intercâmbio pelo qual
participamos da vida divina de Cristo. Enquanto nos faz participantes do amor
infinito de Deus, que se manifestou em Jesus, a celebração do Natal abre-nos à
solidariedade profunda com todos os homens.
Para a celebração
Tempo de Natal começa com as primeiras Vésperas de Natal e termina no
domingo depois da Epifania, ou seja, o domingo que cai após o dia 6 de janeiro.
A liturgia do Natal do Senhor caracterizada pela celebração das três
Missas natalinas (meia-noite, de manhã. durante o dia), inicia-se com a Missa
vespertina "na vigília", que faz parte da solenidade.
A solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias contínuos,
que são indicados como Oitava de Natal. Esta é assim ordenada:
· No domingo imediatamente
após o Natal celebra-se a festa da sagrada Família; nos anos em que falta esse
domingo, celebra-se esta festa a 30 de dezembro;
· 26 de dezembro é a
festa de santo Estevão, protomártir;
· 27 de dezembro é o
dia da festa de são João, apóstolo e evangelista;
· 28 de dezembro
celebra-se a festa dos Santos Inocentes;
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro são dias durante a oitava, nos quais ocorrem também memórias
facultativas;
· no dia 1º de janeiro,
oitava de Natal, celebra-se a solenidade de Maria, Mãe de Deus, na qual também
se comemora a imposição do santo nome de Jesus.
As festas acima enumeradas, quando caem em domingo, deixam o lugar à
celebração do domingo; se, porém, em algum lugar forem celebradas como
"solenidades", neste caso têm precedência sobre o domingo. Fazem
exceção as festas da sagrada Família e do Batismo do Senhor; que tomam o lugar
do domingo.
Os dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor (domingo depois da Epifania) são considerados dias do Tempo de Natal.
Entre 2 e 5 de janeiro cai, habitualmente, o II domingo depois de Natal; a 6 de
janeiro celebra-se a solenidade da Epifania do Senhor. Nas regiões em que esta
solenidade não é de preceito, sua celebração é transferida para 2 e 8 de
janeiro, conforme normas particulares anexas a essa transferência.
Com a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) termina o
Tempo natalino e principia o Tempo comum (segunda-feira da 1ª semana);
portanto, omitem-se as férias que naquele ano não podem ter celebração.
Para a celebração da Eucaristia nas férias do Tempo natalino:
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro (que fazem parte da oitava de Natal) tem formulário próprio para
cada dia (Oracional + Lecionário). A memória designada para esses dias (29 e
31) no calendário perpétuo pode achar lugar na Missa da oitava, substituindo a
coleta dessa Missa pela do santo (ver n. 3);
· os dias de 2 de
janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do Senhor têm um Oracional
próprio (Missal), disposto segundo os dias da semana (isto é da segunda-feira
ao sábado), com um ciclo fixo de leituras (Lecionário) que segue os dias do
calendário; a "coleta" muda conforme a indicação lá referida.
Diz-se o Glória nas Missas durante a oitava de Natal. O Prefácio que dá
início à Oração eucarística (I,II, III) é próprio do Tempo do Natal-Epifania:
· o de Natal (com três
textos à escolha) é rezado durante a oitava e nos outros dias do Tempo
natalino;
· o da Epifania diz-se
nos dias que vão da solenidade da Epifania ao sábado que precede a festa do
Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania).
A cor das vestes litúrgicas nas Missas feriais do Tempo natalino é a
branca.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo