Liturgia Diária Comentada 04/03/2013
3ª Semana da Quaresma - 3ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 83,3 Minha alma anseia, até desfalecer, pelos átrios
do Senhor; meu coração e minha carne exultam pelo deus vivo!
Oração do Dia: Ó Deus, na vossa incansável misericórdia, purificai e protegei a
vossa Igreja, governando-a constantemente, pois sem vosso auxílio ela não pode
salvar-nos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: 2Rs 5,1-15a
Havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas
sim Naamã, o sírio.
Naqueles dias, Naamã, general do exército do rei da Síria, era um homem
muito estimado e considerado pelo seu senhor, pois foi por meio dele que o
Senhor concedeu a vitória aos arameus. Mas esse homem, valente guerreiro, era
leproso. Ora, um bando de arameus que tinha saído da Síria, tinha levado cativa
uma moça do país de Israel. Ela ficou a serviço da mulher de Naamã. Disse ela à
sua senhora: “Ah, se meu senhor se apresentasse ao profeta que reside em
Samaria, sem dúvida, ele o livraria da lepra de que padece!”
Naamã foi então informar o seu senhor: “Uma moça do país de Israel disse
isto e isto”. Disse-lhe o rei Aram: “Vai, que eu enviarei uma carta ao rei de
Israel”. Naamã partiu, levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos
de ouro e dez mudas de roupa. E entregou ao rei de Israel a carta, que dizia:
“Quando receberes esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que
o cures de sua lepra”.
O rei de Israel, tendo lido a carta, rasgou suas vestes e disse: “Sou
Deus, porventura, que possa dar a morte e a vida, para que este me mande um
homem para curá-lo de lepra? Vê-se bem que ele busca pretexto contra mim”.
Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei de Israel havia rasgado as
vestes, mandou dizer-lhe: “Por que rasgaste tuas vestes? Que ele venha a mim,
para que saibas que há um profeta em Israel”.
Então Naamã chegou com seus cavalos e carros, e parou à porta da casa de
Eliseu. Eliseu mandou um mensageiro para lhe dizer: “Vai, lava-te sete vezes no
Jordão, e tua carne será curada e ficarás limpo”.
Naamã, irritado, foi-se embora, dizendo: “Eu pensava que ele sairia para
me receber e que, de pé, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e que tocaria
com sua mão o lugar da lepra e me curaria. Será que os rios de Damasco, o Abana
e o Fartar, não são melhores do que todas as águas de Israel, para eu me banhar
nelas e ficar limpo?” Deu meia-volta e partiu indignado.
Mas seus servos aproximaram-se dele e disseram-lhe: “Senhor, se o
profeta te mandasse fazer uma coisa difícil, não a terias feito? Quanto mais
agora que ele te disse: ‘Lava-te e ficarás limpo”’. Então ele desceu e
mergulhou sete vezes no Jordão, conforme o homem de Deus tinha mandado, e sua
carne tornou-se semelhante à de uma criancinha, e ele ficou purificado.
Em seguida, voltou com toda a sua comitiva para junto do homem de Deus.
Ao chegar, apresentou-se diante dele e disse: “Agora estou convencido de que
não há outro Deus em toda terra, senão o que há em Israel!” - Palavra
do Senhor.
Comentando a Liturgia: O sentido principal deste
episódio é que Javé é um Deus universal, que preside aos destinos da Síria como
aos de Israel. Javé, que por meio de Naamã concedera a salvação a Aram, por
meio de Eliseu lhe obtém a cura.
O episódio, profundamente simbólico para o batismo, é retomado pelo Novo
Testamento, pelos padres e pela liturgia: as águas da salvação que purificam da
lepra do pecado; a fé no Deus vivo que acompanha o rito batismal; a
contribuição da comunidade no caminho da conversão.
Salmo: 41, 2. 3; Sl 42, 3. 4
(R. 41,3)
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: e quando verei a face de
Deus.
Assim como a corça suspira / pelas águas correntes, / suspira igualmente
minh'alma / por vós, ó meu Deus!
A minh'alma tem sede de Deus, / e deseja o Deus vivo. / Quando terei a
alegria de ver / a face de Deus?
Enviai vossa luz, vossa verdade: / elas serão o meu guia; / que me levem
ao vosso Monte santo, / até a vossa morada!
Então irei aos altares do Senhor, / Deus da minha alegria. / Vosso
louvor cantarei, ao som da harpa, / meu Senhor e meu Deus!
Evangelho: Lc 4,24-30
Jesus, como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus.
Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga: “Em verdade eu vos
digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. De fato, eu vos digo: no
tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e
houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto,
a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E
no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum
deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”.
Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram
furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do
monte sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de lançá-lo no
precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. -
Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Padre Jaldemir Vitório / Jesuíta): A reação dos
habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi
tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo
lançando-o de um precipício.
É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus
conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de
profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos
estrangeiros. Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome, beneficiou
uma mulher estrangeira, da terra dos sidônios. O mesmo sucedeu com Eliseu:
curou da lepra um general sírio, ao passo que, em Israel, essa doença vitimava
muitas pessoas.
A conclusão de Jesus foi clara: já que o povo de sua cidade insistia em
não lhe dar atenção, ele sentiu-se obrigado a ir em busca de quem estivesse
disposto a acolhê-lo. Aos duros de coração, no entanto, só restava o castigo.
Longe de nós seguirmos o exemplo do povo de Nazaré. Jesus quer
encontrar, em nós, abertura para acolhê-lo e disponibilidade para
converter-nos. Ninguém é obrigado a aceitar este convite. Entretanto, fechar-se
para Jesus significa recusar a proposta de salvação que ele, em nome do Pai,
veio nos trazer.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e
o Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo