3ª Semana da Quaresma - 3ª Semana do Saltério
Prefácio da Quaresma - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor: Roxo - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 16,6.8 Eu vos chamo, meu Deus, porque me atendeis;
inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos à sombra
das vossas asas abrigai-me.
Oração do Dia: Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça
dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nós os vossos dons. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: 1ª Leitura - Dn 3,25.34-43
De alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos.
Naqueles dias: Azarias parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca
no meio do fogo, disse: Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu
nome, não desfaças tua aliança nem retires de nós tua benevolência, por Abraão,
teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo, aos quais prometeste
multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira
do mar.
Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o
mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; neste tempo estamos
sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há
oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as
primícias, e encontrarmos benevolência; mas, de alma contrita e em espírito de
humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros e
como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje
nosso sacrifício em tua presença, e tu faças com que te sigamos até o fim; não
se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança.
De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te,
buscar tua face; não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua
clemência e segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas
maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: Deus educou progressivamente
seu povo para passar dos sacrifícios cruentos e materiais ao sacrifício de
oblação espiritual que envolve o orante.
O tempo do exílio favorece uma expressão mais marcada dos sentimentos de
humildade e de pobreza e a consciência de que o sentimento pessoal constitui o
essencial do sacrifício. O sacrifício do Servo sofredor torna-se o tipo do
sacrifício futuro, a oração do perseguido vale tanto quanto os sacrifícios de
cabritos e cordeiros.
Cristo inseri-se nesta visão. Sua obediência, sua pobreza e total
disponibilidade constituem a matéria de Seu sacrifício. Por sua vez o
sacrifício cristão se insere no sacrifício de Cristo: uma vida de obediência e
de amor que adquire seu valor litúrgico por sua associação a Cristo.
Salmo: 24, 4bc-5ab. 6-7. 8-9
(R. 6a)
Recordai, Senhor, a vossa compaixão!
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,/ e fazei-me conhecer a vossa
estrada! / Vossa verdade me oriente e me conduza, / porque sois o Deus da minha
salvação.
Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura / e a vossa compaixão que são
eternas! / De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia / e sois bondade sem
limites, ó Senhor!
O Senhor é piedade e retidão, / e reconduz ao bom caminho os pecadores.
/ Ele dirige os humildes na justiça, / e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Evangelho: Mt 18,21-35
Não te digo perdoar até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Naquele tempo: Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas
vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”
Jesus respondeu: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus
empregados. Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme
fortuna. Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse
vendido como escravo, junto com a mulher e seus filhos e tudo o que possuía,
para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e
prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o
patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair dali, aquele empregado encontrou um de seus companheiros que lhe
devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o
que me deves’. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo!
e eu te pagarei’. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo
na prisão, até que pagasse o que devia.
Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito
tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou
chamá-lo e lhe disse: ‘Servo perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque
tu me suplicaste. Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como
eu tive compaixão de ti?’ O patrão indignou-se e mandou entregar aquele
empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que meu
Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu
irmão. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova
Aliança): Não é mera questão de aritmética! Na mentalidade semítica típica
dos hebreus, 70 x 7 é igual a “sempre”! Jesus se serve da expressão numérica
para responder a uma pergunta a respeito do número de oportunidades que devemos
dar a quem nos ofende, ainda que seja um reincidente nas ofensas.
Podemos entender sua resposta no sentido de que o perdão, para o
discípulo de Jesus, não deve ser considerado uma questão pontual, ligada a
certo número de situações e acontecimentos, gestos e atitudes, algo que se
pudesse “contabilizar”. Assim como acontece quando alguém diz: “Veja lá... É a
terceira vez que vou desculpar você... Mas não me caia noutra!”
70 x 7 – mais que uma operação contábil – aponta para uma característica
(devo dizer “exclusividade” ?) do fiel cristão: para nós, que tentamos viver na
prática o Evangelho de Jesus, o perdão é acima de tudo um estado de espírito,
um estilo de vida, um critério de agir que antecede as situações em que deverá
ser atualizado. Em outros termos, nós decidimos antecipadamente que, quando
vier a ocasião de uma ferida recebida, uma injúria sofrida, iremos perdoar seja
lá a quem for...
Alguém dirá que nossa sociedade não é assim. Antes, nossa tendência é
exatamente contabilizar as coisas naquele livro preto com três colunas (deve /
haver / saldo) e, dia a dia, fazer “acertos de conta”. Alguém dirá que esse
ideal do perdão incondicional está além de nossas forças. Alguém dirá que esse
critério acaba por formar irresponsáveis e até estimular novas ofensas.
Se essas pessoas têm razão em sua filosofia, então Jesus Cristo morreu
em vão... Naquela áspera cruz – onde ele pedia ao Pai que perdoasse aos seus
algozes... – Jesus pagou todas as nossas contas, aboliu o documento de acusação
que era erguido contra nós (Cl 2,13-14), apagou nossos crimes e pecados.
Devedores perdoados, com que direito iríamos nós cobrar de nossos irmãos? (Mt
18,33)
Quanto sofrimento será evitado à nossa volta se, apoiados na graça de
Deus, decidirmos perdoar aqueles que nos ofenderam! Quantas reconciliações, quantas
feridas curadas, quantas mortes evitadas!
E mais! Se exercitamos continuadamente o perdão, até podemos rezar a
belíssima oração que Jesus nos ensinou: “Pai, perdoai as nossas ofensas, assim
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...”
Que tal levar a sério a Oração do Senhor?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE MARÇO:
Geral – Respeito à natureza: Que cresça, o respeito à
natureza, obra de Deus confiada a nossa responsabilidade.
Missionária – Bispos, Sacerdotes e Diáconos: que os Bispos,
Padres e Diáconos sejam incansáveis anunciadores do Evangelho até os confins da
Terra.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas até
a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da
Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a
dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou
preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais
frequência a Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração
do mistério pascal” (SC 109).
· Durante este tempo, é
proibido ornar o altar com flores, o toque de instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o Domingo Laetare (4º
Domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
· A cor do tempo é
roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
· Em todas as Missas e
Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
· Nas solenidades e
festas somente, como ainda em celebrações especiais, diz-se o Te Deum e
o Glória.
· As memórias
obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser celebradas como memórias
facultativas. Não são permitidas missas votivas (devoção particular).
· Na celebração do
Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial;
mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasia pompa.
Cor Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo