Liturgia Diária
Comentada 03/04/2013
QUARTA-FEIRA – OITAVA DA PÁSCOA
Tempo da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene próprio - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Mateus 25,34 Vinde benditos de meu Pai: tomai posse do reino
preparado para vós desde o princípio do mundo, aleluia!
Oração do Dia: Ó Deus, que nos alegrai todos os anos com a solenidade da
ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida,
chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 3,1-10
O que tenho eu te dou: em nome de Jesus levanta-te e anda!
Naqueles dias, Pedro e João subiram ao templo para a oração das três
horas da tarde. Então trouxeram um homem, coxo de nascença, que costumavam
colocar todos os dias na porta do Templo, chamada Formosa, a fim de que pedisse
esmolas aos que entravam.
Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. Os
dois olharam bem para ele e Pedro disse: “Olha para nós!” O homem fitou neles o
olhar, esperando receber alguma coisa. Pedro então lhe disse: “Não tenho ouro
nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-te e anda!” E pegando-lhe a mão direita, Pedro o levantou.
Na mesma hora, os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. Então ele
deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. E entrou no Templo junto com Pedro
e João, andando, pulando e louvando a Deus. O povo todo viu o homem andando e
louvando a Deus. E reconheceram que era ele o mesmo que pedia esmolas, sentado
na porta Formosa do Templo. E ficaram admirados e espantados com o que havia
acontecido com ele. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A Igreja define-se em relação a Cristo
ressuscitado. Não se pode compreender a si mesma, trabalhar e cresce, senão em
relação a ele. É bastante para a Igreja ter que anunciar Cristo. A riqueza
terrena, a ciência, o poder não entram na definição da Igreja de Lucas.
O único poder da nova comunidade é o nome de Jesus: Cristo ressuscitado,
vivo e presente na Igreja com o poder de sua ressurreição. A Igreja é
testemunha, não só porque repete com as palavras tudo o que viu e sentiu do
Cristo, mas, sobretudo porque repete em sua vida as vicissitudes de seu Senhor.
O milagre de Pedro é mais que “outro” milagre de Jesus. Basta compará-lo
com os milagres que Cristo opera no evangelho. Na Igreja como em Cristo,
exatamente porque Cristo está presente, Deus age e opera os sinais
extraordinários da salvação e suscita ainda no homem salvação, maravilha,
estupor.
Salmo: 104, 1-2. 3-4. 6-7. 8-9
(R. 3b)
Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, / anunciai entre as nações
seus grandes feitos! / Cantai, entoai salmos para ele, / publicai
todas as suas maravilhas!
Gloriai-vos em seu nome que é santo, / exulte o coração que busca a
Deus! / Procurai o Senhor Deus e seu poder, / buscai
constantemente a sua face!
Descendentes de Abraão, seu servidor, / e filhos de Jacó, seu
escolhido, / ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, / vigoram suas leis
em toda a terra.
Ele sempre se recorda da Aliança, / promulgada a incontáveis
gerações; / da Aliança que ele fez com Abraão, / e do seu santo
juramento a Isaac.
Evangelho: Lc 24,13-35
Reconheceram-no ao partir o pão.
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus
iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém.
Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e
discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles.
Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. Então
Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto
triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias? Ele perguntou:
“Que foi?”
Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que
foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o
povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à
morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas,
apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É
verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de
madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que
tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo.
Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as
mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. Então Jesus lhes disse:
“Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas
falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua
glória?” E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos
discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que
ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco,
pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles.
Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes
distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus.
Jesus, porém, desapareceu da frente deles.
Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele
nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora,
eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos
com os outros. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu
a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como
tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho: Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova
Aliança
Dois discípulos tristes e desanimados se afastam de Jerusalém, cedendo à
tentação de voltar à vida velha. Cléofas (que foi com certeza a “fonte” de São
Lucas) e um anônimo. Domina-os a decepção causada pela morte de Jesus no
Calvário. Teriam eles alimentado sonhos de grandeza em relação ao Reino que
Jesus iria instaurar? Seja como for, tudo deu errado...
Mas é exatamente Jesus quem surge em seu caminho e, sem ser reconhecido,
partilha com eles um pedaço de estrada, até a aldeia de Emaús. Enquanto
caminham, o desconhecido faz com eles uma “liturgia da Palavra”: “começando por
Moisés e os Profetas”, demonstra do modo cabal que os tristes acontecimentos
daqueles dias correspondiam perfeitamente ao desígnio de Deus para o Messias.
Enquanto ouvem, seu coração está em brasa. Um novo ardor toma posse deles.
Chegando à aldeia, convencem Jesus a pernoitar com eles: “Fica conosco,
porque se faz tarde e o dia já declina”. No fundo, o desejo de estender no
tempo aquela experiência libertadora. Acabam juntos, na mesma mesa...
Era o momento da “liturgia eucarística”: Jesus toma o pão, abençoa-o e o
parte, repartindo com os dois. Seus olhos se abrem ao reconhecer aqueles
gestos: os mesmos gestos da Última Ceia, as mesmas etapas de cada Eucaristia.
Um Ofertório (tomar o pão), uma Consagração (abençoar o pão) e uma Comunhão
(distribuir o pão).
O “Catecismo da Igreja Católica” (nº 1329) define a Eucaristia como
“fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado
por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa,
sobretudo por ocasião da Última Ceia. É por este gesto que os discípulos o
reconhecerão após a ressurreição, e é com esta expressão que os primeiros
cristãos designarão suas assembleias eucarísticas”.
Reconhecendo a Jesus, recuperam a fé. Já não precisam “ver” o Cristo.
Por isso mesmo, ele desaparece diante de seus olhos. E foi exatamente a fé
recuperada que os pôs a caminho, de volta para Jerusalém. De volta para a
Igreja, onde poderiam testemunhar: “Vimos o Senhor. Ele vive!”
Como estamos vivenciando a Santa Missa? A Liturgia da Palavra reacende
em nosso coração o ardor por Jesus Cristo? A Liturgia Eucarística nos repõe no
caminho do anúncio da Boa Nova?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo