Liturgia Diária
Comentada 05/04/2013
SEXTA-FEIRA – OITAVA DA PÁSCOA
Tempo da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene próprio - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 77,53 O Senhor conduziu o seu povo na esperança e
recobriu com o mar seus inimigos, aleluia!
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, que no sacramento pascal
restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos
realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 4,1-12
Em nenhum outro há salvação.
Naqueles dias, depois que o paralítico fora curado, Pedro e João ainda
estavam falando ao povo, quando chegaram os sacerdotes, o chefe da guarda do
Templo e os saduceus. Estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo e
anunciavam a ressurreição dos mortos na pessoa de Jesus. Eles prenderam Pedro e
João e os colocaram na prisão até o dia seguinte, porque já estava anoitecendo.
Todavia, muitos daqueles que tinham ouvido a pregação acreditaram. E o número
dos homens chegou a uns cinco mil.
No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes, os anciãos e os
mestres da Lei. Estavam presentes o Sumo Sacerdote Anás, e também Caifás, João,
Alexandre, e todos os que pertenciam às famílias dos sumos sacerdotes. Fizeram
Pedro e João comparecer diante deles e os interrogavam: “Com que poder ou em
nome de quem vós fizestes isso?”
Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: “Chefes do povo e
anciãos: hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um enfermo e
pelo modo como foi curado. Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de
Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré, – aquele que vós crucificastes
e que Deus ressuscitou dos mortos – que este homem está curado, diante de vós.
Jesus é a pedra, que vós, os construtores, desprezastes, e que se tornou
a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu
outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: Se a presença gloriosa de Cristo continua nos
prodígios e milagres operados pelos apóstolos também a presença de recusa,
perseguição e sofrimentos continuam na carne de Sua Igreja. Perseguição quer
dizer que a verdade da mensagem não se mede pela acolhida do mundo, mas só pela
fidelidade ao Cristo ressuscitado. A coragem e as palavras para dar testemunho
na perseguição vêm do Espírito.
O motivo da perseguição e o objeto do testemunho é Cristo ressuscitado,
único Salvador do homem. Esta afirmação, contudo, é uma revolução radical: é o
fim da velha religião de Israel, para quem a salvação era a lei.
Afirmar que Cristo ressuscitou não quer dizer que ele vive num mundo
abstrato, em lugar distante, de onde não pode incomodar, mas que está presente
e ativo no mundo.
Salmo: 117, 1-2.4. 22-24.
25-27a (R. 22)
A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular.
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! / 'Eterna é a sua misericórdia!'
/ A casa de Israel agora o diga:
'Eterna é a sua misericórdia!' / Os que temem o Senhor agora o digam: /
'Eterna é a sua misericórdia!'
'A pedra que os pedreiros rejeitaram, / tornou-se agora a pedra angular.
/ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: / Que maravilhas ele fez a nossos olhos!
/ Este é o dia que o Senhor fez para nós, / alegremo-nos e nele exultemos!
Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, / ó Senhor, dai-nos também
prosperidade!' / Bendito seja, em nome do Senhor, / aquele que em seus átrios
vai entrando! / Desta casa do Senhor vos bendizemos. / Que o Senhor e nosso
Deus nos ilumine!
Evangelho: Jo 21,1-14
Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma
coisa com o peixe.
Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de
Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado
Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois
discípulos de Jesus.
Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos
contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. Já
tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam
que era Jesus.
Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam:
“Não”. Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”.
Lançaram, pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da
quantidade de peixes. Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o
Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois
estava nu, e atirou-se ao mar.
Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os
peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem
metros. Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e
pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava
cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a
rede não se rompeu. Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se
atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus
aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o
peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos
discípulos. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova
Aliança):
O cenário é conhecido: o Lago de Genesaré ou Tiberíades que, em uma
região de poucas águas, era conhecido como o “Mar” da Galiléia. Formado
principalmente pelas águas do Jordão, o lago era a vida de várias cidades
costeiras, como Tiberíades, Mágdala e Cafarnaum. Em suas margens, havia ocorrido
o primeiro chamado de Jesus para Pedro e André, Tiago e João (cf. Mc 1, 16-20),
com a promessa de fazer deles “pescadores de homens”. Ali mesmo, presenciaram
com assombro a primeira pesca milagrosa (Lc 5, 1-11), após uma noite inteira de
trabalho inútil.
Com Jesus já ressuscitado, o Evangelho faz um retorno ao passado, a
experiência de voltar a território seguro: pescar peixes. De novo o mar é
ingrato. De mãos vazias, voltam à margem, onde um vulto indistinto nas brumas
da madrugada pede um peixe para comer. Diante da resposta negativa dos
pescadores, sugere: “Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis...”
Contra toda expectativa humana, eles obedecem e – para surpresa deles – as
redes se mostram tão pesadas que mal podem ser arrastadas. Basta para que João
reconheça o autor da proposta: - “É o Senhor!” Pedro se cobre, pois estava em
trajes menores, e se lança ao mar.
O texto é rico de sugestões, mas permite uma reflexão especial. O
trabalho humano é limitado. Nossas capacidades são relativas. Há inúmeros
obstáculos para nossa atuação. Mas se o Senhor entra em nosso trabalho, tudo
muda. É diferente agir por iniciativa própria e atuar sob a inspiração de Deus.
No caso de Pedro, temos um velho pescador, já sem o ânimo e a novidade da
juventude. Suas redes eram velhas, sofriam remendos desde o primeiro encontro
com Jesus. As barcas, cansadas. O lago, frequentemente ingrato em responder ao
esforço dos pescadores. Mas bastou seguir a ordem do Mestre, e a pesca foi
farta, inesperada, acima de toda expectativa humana. João, mais jovem e sempre
intuitivo, é o primeiro a perceber que ali “havia coisa”. Que o resultado
superava infinitamente as capacidades dos homens e as possibilidades das águas.
Por isso, num relance, intui a presença de Jesus na praia deserta.
A Igreja deve aprender com este episódio. As comunidades e famílias
tenham sempre em mente os limites de seu trabalho. Mantenham os olhos fixos em
Jesus, ajustando a sintonia fina nas inspirações do Espírito Santo, para
perceber em que direção há de soprar o Vento...
Estou atento à voz de Deus? Ajo por conta própria ou peço as luzes do
Senhor?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo