Liturgia Diária
Comentada 04/04/2013
QUINTA-FEIRA – OITAVA DA PÁSCOA
Tempo da Páscoa - 1ª Semana do Saltério
Prefácio pascal I - Ofício solene próprio - Glória
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 90,15-16 - Quando meu servo chamar, hei de atendê-lo,
estarei com ele na tribulação. Hei de livrá-lo e glorificá-lo e lhe darei
longos dias.
Oração do Dia: Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma,
possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor
por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 3,11-26
Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos.
Naqueles dias, como o paralítico não deixava mais Pedro e João, todo o
povo, assombrado, foi correndo para junto deles, no chamado “Pórtico de
Salomão”. Ao ver isso, Pedro dirigiu-se ao povo: “Israelitas, por que vos
espantais com o que aconteceu? Por que ficais olhando para nós, como se
tivéssemos feito este homem andar com nosso próprio poder ou piedade? O Deus de
Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo
Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido
a soltá-lo.
Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um
assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e
disso nós somos testemunhas. Graças à fé no nome de Jesus, este Nome acaba de
fortalecer este homem que vedes e reconheceis. A fé que vem por meio de Jesus
lhe deu perfeita saúde na presença de todos vós. E agora, meus irmãos, eu sei
que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes.
Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos
os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e
convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados. Assim podereis alcançar
o tempo do repouso que vem do Senhor. E ele enviará Jesus, o Cristo, que vos
foi destinado. No entanto, é necessário que o céu o receba, até que se cumpra o
tempo da restauração de todas as coisas, conforme disse Deus, nos tempos
passados, pela boca de seus santos profetas.
Com efeito, Moisés afirmou: ‘O Senhor Deus fará surgir, entre vossos
irmãos, um profeta como eu. Escutai tudo o que ele vos disser. Quem não der
ouvidos a esse profeta, será eliminado do meio do povo’. E todos os
profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, também eles anunciaram
estes dias. Vós sois filhos dos profetas e da aliança, que Deus fez com vossos
pais, quando disse a Abraão: ‘Através da tua descendência serão abençoadas
todas as famílias da terra’.
Após ter ressuscitado o seu servo, Deus o enviou em primeiro lugar a vós, para
vos abençoar, na medida em que cada um se converta de suas maldades”. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: O sermão de Pedro tenciona interpretar o alcance
teológico do milagre realizado. Neste não se revela apenas o poder miraculoso
dos apóstolos, mas, sobretudo se patenteia que tal poder está a inteiro serviço
da morte-ressurreição de Jesus.
O perigo que ameaça constantemente a Igreja é o de se fazer fim e não
meio, de levar os homens a ela e não a Cristo. Pedro, interpretando o milagre
do aleijado, afirma com veemência que é obra de Deus, não do apóstolo, nem da
Igreja.
A Igreja é apenas “testemunha” da obra de Deus, sinal e instrumento de
salvação, mas não o centro. O centro está além. É Deus que nela opera. Deus é
que deve ser glorificado, não ela. Por isto a Igreja é pobre, é o lugar onde
Deus age, mas não é ela a agir.
A Igreja é semente a “serva” de seu Senhor, Cristo. Anuncia com palavras
e ações o seu mistério. Ele, rejeitando e crucificado, é a salvação. Deus o
ressuscitou e fez dele o autor da vida. Cristo é a vida. O homem, diante
disto, deve fazer a opção “radical”. Aceitar na fé a Cristo como “salvação” da
própria vida, ou recusá-lo.
Salmo: 8, 2a.5. 6-7. 8-9
(R.2ab)
Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
Ó Senhor nosso Deus, como é grande / vosso nome por todo o universo! /
Perguntamos: “Senhor que é o homem, / para dele assim vos lembrardes / e o
tratardes com tanto carinho?'
Pouco abaixo de Deus o fizestes, / coroando-o de glória e esplendor; /
vós lhe destes poder sobre tudo, / vossas obras aos pés lhe
pusestes:
as ovelhas, os bois, os rebanhos, / todo o gado e as feras da mata; /
passarinhos e peixes dos mares,
todo ser que se move nas águas.
Evangelho: Lc 24,35-48
Assim está escrito: o Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no
terceiro dia.
Naquele tempo, os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho,
e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando
o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um
fantasma.
Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas
no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um
fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E dizendo
isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar,
porque estavam muito alegres e surpresos.
Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Deram-lhe um
pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles. Depois disse-lhes:
“São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso
que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos”.
Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as
Escrituras, e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará
dos mortos ao terceiro dia e no seu nome, serão anunciados a conversão e o
perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis
testemunhas de tudo isso”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho: Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova
Aliança
Jesus venceu a morte e ressuscitou. A inesperada notícia já correu entre
os discípulos. Mas ainda estão dominados pelo medo, trancados no Cenáculo. Eles
ainda não têm a Paz. Por isso mesmo, quando Jesus passa pelas portas fechadas
(Jo 20, 19) e se manifesta entre os discípulos, pensam estar diante de um
fantasma. Jesus lê seus corações sofridos, onde pulsam objeções e perturbação.
Sabe que precisa apaziguá-los. E lhes diz: “A paz esteja convosco!” Os
discípulos aprendem que a Paz não pode ser fabricada, não resulta de esforço
humano puro e simples, acordos internacionais, campanhas de desarmamento. A Paz
é dom de Deus. E em cada missa pedimos que o Cordeiro (a vítima) de Deus nos dê
a paz...
Jesus mostra as marcas da Paixão: sua carne perfurada nas mãos e nos
pés. “Sou eu mesmo! Tocai-me!” É uma Pessoa real, que fala nossa língua, sente
nossas angústias e – de modo que nossa razão não pode entender – chega a comer
um pedaço de peixe grelhado (v. 42) bem diante de seus olhos!
Foi com espanto que ouviram Jesus repassar as etapas de sua missão
pessoal: sofrer a morte, ressuscitar e dar seu Nome para pregação da Igreja,
que convida à conversão e à experiência do perdão dos pecados. Os discípulos
cumprem aqui um papel intransferível: eles são as testemunhas de tudo isso!
Assim, o apóstolo João pode afirmar de Jesus Cristo: “Este que ouvimos,
que vimos com os nossos olhos e nossas mãos apalparam”. (1Jo 1, 1.) E Pedro
confirmará em praça pública: “Somos testemunhas de tudo isso!” (At 2, 32.)
Uma última advertência: a missão da Igreja não se realiza apenas com
recursos humanos. É por isso que Jesus renova a promessa: “Eu vou enviar-vos o
Prometido de meu Pai. Permanecei na cidade até que sejais revestidos com o
poder do Alto”. Jesus fala do Espírito Santo, a alma da Igreja, que anima e
impele toda a evangelização.
O Papa João Paulo II escreve: “O Espírito Santo é o protagonista de toda
a missão eclesial: a Sua obra brilha esplendorosamente na missão ad gentes,
como se vê na Igreja primitiva pela conversão de Cornélio (At 10), pelas
decisões acerca dos problemas surgidos (At 15), e pela escolha dos territórios
e povos (At 16, 6ss)”. (Redemptoris Missio, 21.)
Minha vida está em paz? Conto com o Espírito Santo, invocando-o em
minhas decisões? Deixo-me guiar por ele em minha missão cristã?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo