Prefácio
da Paixão I - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor:
Roxo - Ano Litúrgico “A” - São Mateus
Antífona:
Salmo 30,10.16.18 Tende piedade de mim, Senhor, a angustia me
oprime. Libertai-me das mãos dos inimigos e livrai-me daqueles que
me perseguem. Não serei confundido, Senhor, porque vos chamo.
Oração
do Dia: Perdoai, ó Deus, nós vos pedimos, as culpas do vosso
povo. E, na vossa bondade, desfazei os laços dos pecados que em
nossa fraqueza cometemos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira
Leitura: Jr 20,10-13 Ele salvou das mãos dos malvados a
vida do pobre.
Eu
ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em
redor: “Denunciai-o, denunciemo-lo”. Todos os amigos observam
minhas falhas: “Talvez ele cometa um engano e nós poderemos
apanhá-lo e desforrar-nos dele”. Mas o Senhor está ao meu lado,
como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão
vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha.
Eterna infâmia, que nunca se apaga! Ó Senhor dos exércitos, que
provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me
faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha
causa. Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor, pois ele salvou a vida de
um pobre homem das mãos dos maus. - Palavra do Senhor.
Comentando
a Liturgia (Ricardo e Marta / Católicos com Jesus): Diante
das investidas daqueles que não aceitavam a vontade de Deus
revelada por Jeremias, o profeta fortalece sua fé na certeza do
amor eterno do Senhor. O Deus de Jeremias é aquele que não
abandona o seu servo, que está presente e que luta pelos
injustiçados e pelos necessitados.
Em
Jeremias podemos sentir tudo o que aguarda Jesus, as mesmas
investidas, as mesmas calunias, a mesma perseguição, o medo do
novo, o medo da verdade reveladora, mas a vingança desejada por
Jeremias não vem em forma de castigo, e sim de um ensinamento
amoroso de Jesus, e a grande mudança, que irá saltar aos olhos dos
que perseguem Jeremias, vem através da vitória gloriosa de Jesus
na cruz.
Salmo: 17,
2-3a. 3bc-4. 5-6. 7 (R. Cf. 7) Ao
Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.
Eu
vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e
Salvador!
Ó
meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa
salvação, sois meu escudo e proteção: em vós espero! Invocarei
o meu Senhor: a ele a glória! / e dos meus perseguidores serei
salvo!
Ondas
da morte me envolveram totalmente, e as torrentes da maldade me
aterraram; os laços do abismo me amarraram e a própria morte me
prendeu em suas redes.
Ao
Senhor eu invoquei na minha angústia e elevei o meu clamor para o
meu Deus; de seu Templo ele escutou a minha voz, e chegou a seus
ouvidos o meu grito.
Evangelho:
Jo 10,31-42 Procuravam prender Jesus, mas ele
escapou-lhes das mãos.
Naquele
tempo, os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes
disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual
delas me quereis apedrejar?” Os judeus responderam: “Não
queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de
blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!”
Jesus
disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós
sois deuses’? Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei
chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, por
que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de
Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? Se não faço as
obras do meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se eu as faço, mesmo
que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para
que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”.
Outra
vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. Jesus
passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes,
João tinha batizado. E permaneceu ali. Muitos foram ter com ele, e
diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele
disse a respeito deste homem, é verdade”. E muitos, ali,
acreditaram nele. - Palavra da Salvação.
Comentando
o Evangelho (Padre Jaldemir / Jesuíta): A intimidade que
Jesus mostrava ter com seu Pai constituía o ponto central do atrito
com seus adversários. Na história de Israel, pontilhada de pessoas
piedosas, jamais alguém havia manifestado estar tão próximo de
Deus, como Jesus afirmava estar. Por isso, seus adversários não
sabiam como tratá-lo. Preferiram apedrejá-lo, para se verem livres
de sua presença incômoda.
E
isto, não porque Jesus fosse arrogante e orgulhoso, e se
prevalecesse de um poder que as outras pessoas não possuíam. Em
verdade, ele não exigia para si um tratamento especial, por sua
condição divina, nem tinha ambições políticas de tomar o poder,
e submeter o povo a seus caprichos. Pelo contrário, o projeto de
Jesus opunha-se a tudo isto.
O
Mestre irritava os seus adversários, porque se recusava a aderir a
uma das facções religiosas existentes. Pelo contrário,
criticava-as e denunciava-lhes as incoerências. E tais denúncias
eram feitas com uma autoridade, até então, desconhecida, que Jesus
atribuía ao Pai.
Por
outro lado, seus adversários pensavam estar agindo perfeitamente de
acordo com a vontade de Deus. Consequentemente, não podiam aceitar
que alguém, invocando a autoridade divina na condição de Filho,
pudesse lançar-lhes em face acusações tão severas.
A
situação de Jesus era extremamente perigosa diante de seus
adversários. Entretanto, não teve medo de enfrentá-los, mesmo
sabendo que podia ser eliminado por eles.
INTENÇÕES
PARA O MÊS DE ABRIL:
Intenção
Universal: Ecologia e justiça - Para que os
governantes promovam o respeito pela criação e uma justa
distribuição dos bens e dos recursos naturais.
Intenção
para a Evangelização: Esperança
para quem sofre - Para
que o Senhor Ressuscitado encha de esperança o coração daqueles
que experimentam a dor e a doença.
TEMPO
LITÚRGICO:
Tempo
da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas
até a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar
a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese
litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal
que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e
pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a
Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à
celebração do mistério pascal” (SC 109).
-
Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores, o toque de
instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto.
Excetuam-se o Domingo Laetare (4º Domingo da Quaresma), bem como as
solenidades e festas.
-
A cor do tempo é roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar
cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
-
Em todas as Missas e Ofícios (onde se encontrar), omite-se o
Aleluia.
-
Nas solenidades e festas somente, como ainda em celebrações
especiais, diz-se o Te Deum e o Glória.
-
As memórias obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser
celebradas como memórias facultativas. Não são permitidas missas
votivas (devoção particular).
-
Na celebração do Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa,
deve-se sempre dar a bênção nupcial; mas admoestem-se os esposos
que se abstenham de demasia pompa.
Cor
Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte:
CNBB / Missal Cotidiano