Prefácio
da Paixão I - Ofício do dia do Tempo da Quaresma
Cor:
Roxo - Ano Litúrgico “A” - São Mateus
Antífona:
Salmo 21,20.7 Ó Senhor, não fiques longe de mim! Ó minha força,
correi em meu socorro! Sou um verme, e não um homem, opróbrio dos
homens e rebotalho da plebe.
Oração
do Dia: Ó Deus, vós sempre cuidais da salvação dos homens e,
nesta Quaresma, nos alegrais com graças copiosas. Considerai com
bondade aqueles que escolhestes, para que a vossa proteção paterna
acompanhe os que se preparam para o batismo e guarde os que já
foram batizados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira
Leitura: Ez 37,21-28 Farei deles uma nação única.
Assim
diz o Senhor Deus: “Eu mesmo vou tomar os israelitas do meio das
nações para onde foram, vou recolhê-los de toda parte e
reconduzi-los para a sua terra. Farei deles uma nação única no
país, nos montes de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos
eles. Nunca mais formarão duas nações, nem tornarão a dividir-se
em dois reinos. Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca
mais cometerão infames abominações. Eu os libertarei de todo o
pecado que cometeram em sua infidelidade, e os purificarei. Eles
serão o meu povo e eu serei o seu Deus.
Meu
servo Davi reinará sobre eles, e haverá para todos eles um único
pastor. Viverão segundo meus preceitos e guardarão minhas leis,
pondo-as em prática. Habitarão no país que dei a meu servo Jacó,
onde moraram vossos pais; ali habitarão para sempre, também eles,
com seus filhos e netos, e o meu servo Davi será o seu príncipe
para sempre.
Farei
com eles uma aliança de paz, será uma aliança eterna. Eu os
estabelecerei e multiplicarei, e no meio deles porei meu santuário
para sempre. Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo. Assim as nações saberão que eu, o Senhor,
santifico Israel, por estar o meu santuário no meio deles para
sempre”. -
Palavra do Senhor.
Comentando
a Liturgia: A utopia de Ezequiel permitiu ao povo de Deus
não desesperar e depois reconstruir o templo. Paulo VI, na
Octogésima adveniens (n.37), reconhece que o apelo à utopia é
"muitas vezes um cômodo pretexto para quem quer encobrir as
tarefas concretas e refugiar-se em um mundo imaginário... porém,
às vezes, estimula a imaginação em perspectiva, apta a perceber
no presente as possibilidades ignoradas aí inscritas e orientá-las
a um futuro novo".
"O
Espírito do Senhor - continua - que anima o homem renovado em
Cristo subverte sem descanso os horizontes em que sua inteligência
gosta de encontrar segurança, e desloca os limites nos quais de
preferência se encerraria sua ação; esse homem é habitado por
uma força que solicita a ultrapassar todo sistema e toda
ideologia... Animado pelo poder do Espírito de Jesus Cristo,
Salvador dos homens, e sustentado pela esperança, o cristão se
entrega à construção de uma cidade humana, pacifica, justa e
fraterna, que seja uma oferta agradável a Deus".
Em
que se transformaria o mundo, se não possuísse homens capazes de
acolher esta mensagem e de crer seriamente que este nosso mundo é
chamado a uma transfiguração? O verdadeiro nome da utopia cristã
é "esperança".
Salmo: Jr
31, 10. 11-12ab. 13 (R. Cf. 10d) O Senhor nos guardará qual
pastor a seu rebanho.
Ouvi,
nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes:
'Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, e o guardará qual pastor
a seu rebanho!'
Pois,
na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do
prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos
de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor:
Então
a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão;
mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a
guerra.
Evangelho:
Jo 11,45-56 E também para reunir na unidade os filhos
de Deus dispersos.
Naquele
tempo, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o
que Jesus fizera, creram nele. Alguns, porém, foram ter com os
fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. Então os sumos
sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que
faremos? Este homem realiza muitos sinais. Se deixamos que ele
continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e
destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”.
Um
deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano,
disse: “Vós não entendeis nada. Não percebeis que é melhor um
só homem morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?”
Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função
naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. E não
só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus
dispersos.
A
partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de
matar Jesus. Por isso, Jesus não andava mais em público no
meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para
a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. A
Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha
subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. Procuravam
Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: “Que vos
parece? Será que ele não vem para a festa?” - Palavra da
Salvação.
Comentando
o Evangelho (Padre Jaldemir / Jesuíta): O testemunho de
Jesus e a adesão que ele suscitava colocavam em risco a estrutura
religiosa de sua época. O contexto religioso de rígido
tradicionalismo, de hierarquias e privilégios, de conflitos de
facções, de jogos de interesses tornava-se vulnerável diante da
postura do Mestre. Não que Jesus fosse respaldado pelo prestígio
de uma escola rabínica ou de famílias ou grupos importantes. O
perigo consistia no fato de muitas pessoas darem crédito às suas
palavras e aderirem ao grupo, sempre crescente, que se formava ao
redor dele.
As
autoridades religiosas demonstravam ter uma preocupação política.
O movimento de Jesus poderia ser entendido pelos romanos como uma
provocação. E as consequências disto seriam trágicas para a
nação. Se não fosse contido a tempo, haveria o perigo de "todos"
crerem nele, e os romanos virem e destruírem o templo e a nação.
A
solução apresentada por Caifás parecia ser bastante prudente: "É
melhor um só homem morrer pelo povo, do que a nação inteira
perecer!". Acolhida esta sugestão, decretou-se a morte de
Jesus. Com esta finalidade, iniciou-se uma verdadeira caçada para
prendê-lo.
Todavia,
o motivo verdadeiro da condenação à morte foi de caráter
religioso. Isto ficará patente no fato de Pilatos, autoridade
romana, não se mostrar interessado em condenar Jesus. A verdade é
que a liderança religiosa já não podia mais suportar o
comportamento do Mestre por ser religiosamente perigoso.
INTENÇÕES
PARA O MÊS DE ABRIL:
Intenção
Universal: Ecologia e justiça - Para que os
governantes promovam o respeito pela criação e uma justa
distribuição dos bens e dos recursos naturais.
Intenção
para a Evangelização: Esperança
para quem sofre - Para
que o Senhor Ressuscitado encha de esperança o coração daqueles
que experimentam a dor e a doença.
TEMPO
LITÚRGICO:
Tempo
da Quaresma (CNBB-DL/2011): Vai da quarta-feira de Cinzas
até a missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar
a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese
litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal
que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e
pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais frequência a
Palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à
celebração do mistério pascal” (SC 109).
-
Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores, o toque de
instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto.
Excetuam-se o Domingo Laetare (4º Domingo da Quaresma), bem como as
solenidades e festas.
-
A cor do tempo é roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar
cor-de-rosa. (IGMR nº308f)
-
Em todas as Missas e Ofícios (onde se encontrar), omite-se o
Aleluia.
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Nas solenidades e festas somente, como ainda em celebrações
especiais, diz-se o Te Deum e o Glória.
-
As memórias obrigatórias que ocorrem neste dia podem ser
celebradas como memórias facultativas. Não são permitidas missas
votivas (devoção particular).
-
Na celebração do Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa,
deve-se sempre dar a bênção nupcial; mas admoestem-se os esposos
que se abstenham de demasia pompa.
Cor
Litúrgica: ROXO - Simboliza a preparação, penitência ou
conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Fonte:
CNBB / Missal Cotidiano