“Depois arrependeu-se e foi”
Leituras:
Livro do Profeta Ezequiel 18, 25-28; Salmo 24 (25), 4bc-5.6-7.8-9; Carta de São
Paulo aos Filipenses 2, 1-11; Mateus 21, 28-32.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador:
Nesta Eucaristia, somos convidados a reconhecer que não basta só
falar, o nosso agir é que demonstra-se cumprimos ou não a vontade do Pai.
Palavras podem enganar, ações não. Neste dia Nacional da Bíblia, lembremos que
ela ilumina nossa vida e aponta o caminho do Reino de Deus.
1. Situando-nos
Como próprio do Tempo Comum, estamos
com a leitura semi-contínua da Carta aos Filipenses e do Evangelho de Mateus.
Este critério da reforma litúrgica para o Lecionário possibilita-nos ir
contemplando e celebrando os Mistérios de Cristo não tanto em sentido puramente
cronológico, mas, acima de tudo, teológico.
Por isso mesmo, não podemos perder
de vista o domingo anterior, dando continuidade à temática vertical proposta
pelo Lecionário. Se devemos agir e pensar conforme Deus, para vivermos a
justiça do seu Reino, mudando o nosso comportamento. Isso implica em assumir
com convicção o chamado e a missão cristã de ouvir sua Palavra e obedecer à sua
vontade.
2. Recordando a
Palavra
Jesus está no Templo de Jerusalém, dialogando com os
sacerdotes e anciãos do povo. Na verdade, o texto acrescentado pelo Lecionário
não levou em conta que Jesus estava conversando com os sumos sacerdotes e os
anciãos do povo (Cf. Mt 21,23), que tinham se aproximado de Jesus para tirar
explicações de sua autoridade. São as autoridades do povo e não meros
sacerdotes, que tinham turnos no Templo e obrigações diferenciadas na pirâmide
social.
Isso implica em dizer que Jesus está em discussão com os
formadores de opinião do povo, o poder religioso-ideológico e o poder
econômico. São aqueles que conheciam a Lei, mas que, segundo os evangelhos, se
preocupavam mais em cumprir as prescrições rabínicas relativizando a própria
Lei de Deus, que implicava em fazer a sua vontade, escutando sua Palavra. E
isso não se reduz às prescrições, que provinham mais da interpretação que da
própria Lei.
Jesus participa do diálogo contando três parábolas.
Desde o início do dialogo, já anteriormente provocado pelos chefes do povo,
Jesus assume o método rabínico, cujo objetivo é o de levar seus escutadores a
julgarem os fatos a partir de uma história contada, julgando a si mesmos.
São três os passos do “método”: 1. A exposição de um
acontecimento verdadeiro ou verossímil; 2. A pergunta provocadora a partir do
acontecimento contado; 3. A resposta dos escutadores que ao responderem são
“forçados a se posicionar e, consequentemente, acabam emitindo a própria
sentença” (BORTOLINI, José. Roteiros Homiléticos. Ano A, B, C, Festa e
Solenidades. Paulus, São Paulo, 2006, p. 232).
3. Atualizando a
Palavra
Se anteriormente Jesus estava falando com os discípulos,
ou seja, a comunidade hoje reunida para celebrar o seu Mistério de salvação
(domingo passado), hoje Ele está em diálogo com as autoridades judaicas. O que
não quer dizer que não devamos prestar atenção, pois, por causa da força
sacramental da liturgia, Ele está se dirigindo a todos nós.
Quantos de nós já não fizemos a experiência de dizer não
a uma solicitação/comando e depois, arrependendo-nos, acabamos cumprindo o
solicitado? Ou mesmo, ao dizer sim, não fomos capazes de assumi-lo? Ou também,
o que acontece na vida de muitos pais e mães de famílias, que, no dever de
educar seus filhos, têm que lidar com a obediência e a desobediência e, mesmo
assim, continuavam a insistir no processo formativo dos filhos?
No caso da parábola do Evangelho é ainda mais complexo e
exigente, pois estamos diante da Palavra e da vontade de Deus, que nos exige
respostas concretas e, quem sabe, mais assertivas que as que damos. Além disso,
o “sim” dado e não realizado ou o “não” dito e realizado têm conseqüências para
a nossa história pessoal, comunitária e social.
4. Ligando a Palavra
com ação litúrgica
Jesus nos ensina o que significa e em que implica a
vontade de Deus. Não está em aceitar, dizendo que a faz e não a realiza, mas
sim, em fazer a vontade de Deus. Está, portanto, no comportamento de
concretizar a vontade de Deus, mesmo que a nossa vida e nossos comportamentos
tenham dito não, negando a nossa adesão a Ele. E, no confronto que Jesus tem
com as autoridades, revela-nos que fazer a vontade de Deus consiste em refutar uma
vivência formalista da fé, acolhendo e dizendo sim à sua substância da Lei.
A voz do profeta, em nome de Deus, alertava ao povo de
Israel: “Disse o Senhor: ‘Esse povo me procura só de palavra, honra-me apenas
com a boca, enquanto o coração está longe de mim. Seu temor para comigo é feito
de obrigações tradicionais e rotineiras’” (Is 29,13). Outra tradução diz: “E a
sua reverência para comigo não passa de mandamento humano, de coisa aprendida
por rotina” (Bíblia de Jerusalém).
As autoridades, portanto, percebem que Jesus está
chamando a sua atenção. E exige mudança. Ou melhor, eles mesmos dão a sentença
da exigência de mudança de vida. Aqueles que disseram sim à Palavra de Deus –
os chefes do povo, não estavam vivendo e cumprindo esta Palavra. Mas, aqueles
que, aparentemente, por suas opções de vida, disseram não à Palavra, à vontade
e à Lei de Deus, tinham se arrependido, se convertido e acreditado nas palavras
de João Batista, e por decorrência, foram capazes de acolher o Messias – Jesus
de Nazaré.
Vale a pena reportar às palavras do profeta no próprio
Evangelho de Mateus: “Então Jerusalém, toda a Judeia e toda a região do Jordão
saíam à sua procura e, confessando os seus pecados, eram por ele batizados no
rio Jordão. Quando viu que muitos dentre os fariseus e os saduceus vinham para o
batismo, João lhes disse: ‘Víboras que sois, quem sois, quem vos ensinou a
fugir da ira que está para chegar? Produzi fruto que mostre vossa conversão.
Não penseis que basta dizer: ‘Nosso pai é Abraão’. O machado já está posto à
raiz das árvores. Toda árvore que não der bom fruto será cortada e jogada ao
fogo. Eu vos batizo com água, para a conversão. Mas aquele que vem depois de
mim é mais forte do que eu. Eu não sou digno nem de levar suas sandálias. Ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e vai
limpar sua eira: o trigo, ele o guardará no celeiro, mas a palha, ele a
queimará num fogo que não se apaga’”(Mt 3, 5-12).
Fazer a vontade de Deus é algo exigente. Vai muito além
de meros cumprimentos de preceitos ou vivência de pequenas (ou até grandes)
normas, sem, no entanto, ir na essência da Lei de Deus. Pois, “nem todo aquele
que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe
em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Naquele dia, muitos vão me
dizer: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu
nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que dizemos muitos
milagres?’ Então, eu lhes declararei: ‘Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim,
vós que praticais a iniquidade’” (Mt 7, 21-23).
Diante da pregação de João, os cobradores de impostos e
as prostitutas se arrependeram, mudaram de vida, e puderam, não apenas acolher
as palavras do profeta, mas, aceitar Jesus Cristo – o Messias esperado! E Jesus
sentencia: “Em verdade vos digo que os cobradores de impostos e as prostitutas
vos precedem no Reino de Deus”.
É importante perceber que o verbo grego “preceder”,
acolhido pela tradução do nosso Lecionário, está no presente do indicativo. O
que significa não ser algo para o futuro. É agora a exigência de acolher Jesus
como manifestação da palavra e vontade de Deus, para poder participar do seu
Reino.
Diferente do que decretou o profeta Ezequiel quanto às
necessidades de advertimos o ímpio, para que o conquistássemos para Deus,
colocando em nós a responsabilidade, agora, o mesmo profeta, põe a
responsabilidade na conduta e opção de cada um: “Quando um ímpio se arrepende
da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria
vida” (Ez 18,27) – primeira leitura deste domingo.
De diversas maneiras expressamos a nossa adesão à
vontade e à Palavra de Deus em nosso cotidiano. Na ação ritual, durante a
Celebração Eucarística, pela profissão de fé, dizemos sim e aceitamos o projeto
de salvação que Deus nos oferece pelo diálogo que tivemos com ele na proclamação
e escuta de sua Palavra.
Pois assim ensina a Igreja: “A parte principal da
Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos
cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a
profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis (...). Pelo silêncio e pelos
cantos o povo se apropria dessa Palavra de Deus e a ela adere pela profissão de
fé” (IGMR, n.55). A experiência celebrativo-ritual deve ter sua incidência em
nossas vidas cotidianas, tornando-nos mais autênticos diante da Palavra de Deus
com qual nos comprometemos.
Oração dos fiéis:
Presidente: Deus é Pai de misericórdia e sempre está disposto a ouvir os
apelos de seus filhos e filhas, principalmente aqueles que estão arrependidos e
querem voltar ao caminho de Deus.
1. Senhor, tornai a Igreja mais acolhedora e sempre
atenta à realidade do povo sofrido. Peçamos:
Todos: Senhor de
misericórdia, ouvi-nos.
2. Senhor, que os ministros e agentes de pastorais sejam
testemunhas fiéis do Evangelho. Peçamos:
3. Senhor, que a Bíblia seja rezada e meditada nas
comunidades e nas famílias. Peçamos:
4. Senhor, olhai pelos povos do mundo que padecem as
consequências da fome, da guerra e da intolerância. Peçamos:
5. Senhor, abençoai os nossos dizimistas que estão
sempre colaborando com a parte material da comunidade, que nunca falte o
necessário para o sustento de suas famílias. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Senhor, Deus da justiça e da paz, dai-nos um coração aberto à
sua Palavra, e com isso nossa conversão possa ser contínua. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA
EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS
OFERENDAS
Presidente: Ó Deus de misericórdia, que esta oferenda vos seja agradável e
possa abrir para nós a fonte de toda bênção. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A
COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, que a comunhão nesta Eucaristia renove a nossa vida
para que, participando da paixão de Cristo neste mistério, e anunciando a sua
morte, sejamos herdeiros da sua glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ATIVIDADES DO BISPO
DIOCESANO
Dia
27 de setembro – sábado: Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Padre Robert
– Americana – 18h30min.
Dia
28 de setembro – domingo: Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Dores – Padre
Ocimar – Nova Odessa – 09h00; Crisma na Sagrada Família – Padre Reginaldo –
18h30min – Limeira.
Dia
30 de setembro – terça-feira: Encontro com as secretarias da
Diocese de Limeira, na Região Norte – Pirassununga, com início às 08h00.
Dia
01 de outubro – quarta-feira: Reunião do Sub-regional – casa do
bispo de São Carlos – 09h00; Missa – Padroeira Santa Terezinha do Menino Jesus
– Limeira – Padre Israel – 19h30min.
Dia
02 de outubro – quinta-feira: Missa – Toca De Assis – 07h30min -
Limeira
Dia
03 de outubro – sexta-feira: Crisma na Novena de São Francisco
de Assis – Padre Júlio – Araras – 19h30min.
Dia
04 de outubro – sábado: Crisma no Sagrado Coração de Jesus – Padre Denisar Cirilo
– Conchal – 19h30min.
Dia
05 de outubro – domingo: Missa do Padroeiro São Benedito – Padre Paulo Henrique
Manhe – Leme – 18h00.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no
meio de nós.
Presidente: Que o Deus todo-poderoso torne os corações de vocês atentos à
sua Palavra, e assim, ricos em esperança, fé e caridade, possam viver
praticando o bem e servindo os pequenos e pobres com alegria e solicitude. Por
Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito
Santo.
Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos: Graças a
Deus.