Há pessoas que passam pela história deixando nela marcas profundas. Mesmo quem não as conhece pessoalmente sente-se próximo delas. Falam uma linguagem compreendida por todos, ainda que usem poucas palavras. Tais pessoas são cidadãos do Céu presenteados à história para torná-la mais bela e menos cruel.
Madre Teresa de Calcutá é uma dessas pessoas, razão pela qual a Igreja inscreverá seu nome no livro dos santos, no próximo dia 04 de setembro. Ela poderia ser definida como a pequena-grande mulher que, no seguimento radical de Jesus Cristo passou pelo mundo fazendo o bem.
Sua vida, suas virtudes e suas obras não são meros feitos heroicos, mas graça de Deus que com sua generosa cooperação produziu muitos frutos. À sombra dessa árvore fecunda, os filhos da Igreja poderão sentar-se para encontrar inspiração e auxílio em vista de ter, ao menos alguns traços da compaixão e da ternura que fizeram diferença na vida daqueles de quem ela se fez próxima pois afirmava: “Não podemos permitir que as pessoas continuem a ser do mesmo jeito depois de terem se encontrado conosco”.
No coração do Ano da Misericórdia, os católicos e o mundo todo podem testemunhar com alegria e gratidão o justo reconhecimento eclesial da santidade de Madre Teresa de Calcutá, alguém que não viveu para si, mas para os outros, conforme escreveu para um de seus diretores espirituais: “Se eu alguma vez vier a ser Santa – serei com certeza uma Santa da ‘escuridão’. Estarei continuamente ausente do Céu – para acender a luz daqueles que na Terra se encontram na escuridão”.
Foi uma pessoa que soube conjugar uma profunda espiritualidade, alimentada pela oração, com uma vida de intensa dedicação aos mais necessitados. Soube também ser obediente à Igreja, sem deixar de ser ousada em responder àquilo que sentia como chamado divino. De sua vida não esteve ausente o sofrimento seja nas dificuldades exteriores seja no drama da escuridão interior, vivido por muito tempo e conhecido por poucos.
Desse singular e especialíssimo membro da Igreja de Jesus Cristo, que a todos alegra por sua existência e testemunho pode-se aprender a humildade, terreno fértil para a obra de Deus; a dedicação a uma vida consagrada, reflexo do agir do Bom Pastor; o compromisso com a prática da misericórdia, coração do Evangelho; a perseverança na fidelidade quando se atravessa o vale escuro entre outras grandes virtudes.
Que o exemplo e a intercessão de Santa Madre Teresa de Calcutá ajude os cristãos e as pessoas de boa vontade a fazerem do amor o caminho mais curto para se chegar a um mundo novo.
Pároco da Paróquia Santa Teresinha, em São José dos Campos
