Mas acaso gloria-se o machado, em detrimento do lenhador que com ele corta?
“Ai de Assur, vara de minha cólera, bastão em minhas mãos, instrumento de minha indignação! Eu o envio contra uma nação ímpia e ordeno-lhe, contra um povo que me excita à ira, que o submeta à pilhagem e ao saque, que o calque aos pés como lama nas ruas. Mas ele assim não pensava, seu propósito não era esse; pelo contrário, sua intenção era esmagar e exterminar não poucas nações.
Pois diz o rei da Assíria: ‘Realizei isso pela força de minha mão e com minha sagacidade, pois tenho experiência; aboli as fronteiras dos povos, saqueei seus tesouros, e derrubei de golpe os ocupantes de altos postos; minha mão espalmou como um ninho a riqueza dos povos; e como se apanha uma ninhada de ovos, assim ajuntei eu os povos da terra, e não houve quem batesse asa ou abrisse o bico e desse um pio’.
Mas acaso gloria-se o machado, em detrimento do lenhador que com ele corta? Ou se exalta a serra contra o serrador que a maneja? Como se a vara movesse quem a levanta e um bastão erguesse aquele que não é madeira. Por isso, enviará o Dominador, Senhor dos exércitos, contra aqueles fortes guerreiros o raquitismo; e abalará sua glória com convulsões que queimam como o fogo”. - Palavra do Senhor.
Salmo: 93(94),5-6. 7-8. 9-10. 14-15 (R. 14a)
O Senhor não rejeita o seu povo.
Eis que oprimem, Senhor, vosso povo / e humilham a vossa herança; / estrangeiro e viúva trucidam, / e assassinam o pobre e o órfão!
Eles dizem: 'O Senhor não nos vê / e o Deus de Jacó não percebe!' / Entendei, ó estultos do povo; / insensatos, quando é que vereis?
O que fez o ouvido, não ouve? / Quem os olhos formou, não verá? / Quem educa as nações, não castiga? / Quem os homens ensina, não sabe?
O Senhor não rejeita o seu povo / e não pode esquecer sua herança: / voltarão a juízo as sentenças; / quem é reto andará na justiça.
Evangelho segundo Mateus 11,25-27
Escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos
Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.- Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança): Um vaso cheio não pode receber mais água. A ciência pode “inchar”, adverte São Paulo (1Cor 8,1b). Quem se julga sábio arrisca-se a desprezar o que lhe parece muito simples ou incompatível com seus hábitos racionais. Já os “pequeninos” – diminutivo que se aplica normalmente às crianças – mostram-se abertos à revelação dos mistérios de Deus. Impossível, não lembrar S. Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, com sua “pequena via”, o caminho simples e humilde para a santidade. Quem leu “História de Uma Alma”, seus preciosos manuscritos autobiográficos, há de lembrar-se de suas palavras:
“Jesus sente prazer em mostrar-me o único caminho que leva para essa fornalha divina, e esse caminho é a entrega da criancinha que adormece sem receio no colo do pai... ‘Quem for criança, venha cá’ (Prov 9,4), disse o Espírito pela boca de Salomão, e esse mesmo Espírito de Amor disse também que ‘a misericórdia é dada aos pequenos’. Em nome dele, o profeta Isaías revela que, no último dia, ‘o Senhor leva à pastagem o seu rebanho, com seu braço conserva-o reunido; traz no seu regaço os cordeirinhos, e tange cuidadosamente as ovelhas que aleitam.” (Man. B, 242.)
Quando a Igreja proclamou a Pequena Teresa como Doutora da Igreja, apenas se curvava diante de uma evidência: a grande sabedoria espiritual está na simplicidade da criança que se abandona e se deixa guiar pelo Espírito de Deus. A santidade não se confunde com heroísmos. É feita de coisas ordinárias vividas com um amor extraordinário. Tanto que Teresinha ensinou: a maneira como apanhamos do chão um alfinete pode salvar almas...
Os soberbos e autossuficientes torcem o nariz para a Pequena Via. Preferem conquistar a santidade como um pódio de vencedores. Apostam no “crescimento espiritual”, buscam o “controle da mente”, a aquisição de poderes e a posse de dons extraordinários. Ao fim da maratona, seriam senhores da Gnose – um conhecimento reservado a poucos – que lhes permitiria galgar o Olimpo e nivelar-se a Deus...
Deus se alegra em dar de graça aos pequenos tudo que a mente humana jamais poderia alcançar. O abandono da mística nos institutos de teologia revela o desgosto dos “doutores” pelo “caminito” dos “anawim”, os pobres de Deus.
Estou disposto a abandonar-me no colo de Deus?
LITURGIA COMPLEMENTAR
15ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano Litúrgico “B” – São Marcos
Antífona: Salmo 16,15 - Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando manifestar a vossa glória.
Oração do Dia: Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome . Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE JULHO
Geral – Segurança no trabalho: Para que todos tenham trabalho e possam desempenhar suas tarefas em condições de estabilidade e segurança.
Missionária – Voluntários cristãos: Para que os voluntários cristãos, presentes nos territórios de missão, saibam dar testemunho da caridade de Cristo.
Cor Litúrgica: VERDE - Simboliza a esperança que todo cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
Tempo Comum: O Tempo Comum começa no dia seguinte à Celebração da Festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1º Domingo do Advento