Liturgia Diária Comentada 06/01/2013
SOLENIDADE: EPIFANIA DO SENHOR
2ª Semana do Saltério
Prefácio da Epifania - Ofício solene próprio - Glória - Creio
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Malaquias 3,1; 1º Crônicas 19,12 - Eis que veio o
Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza.
Oração do Dia: Ó Deus, que hoje revelastes o vosso filho às nações, guiando-as
pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé,
contemplar-vos um dia face a face no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
LEITURAS:
Primeira Leitura: Is 60, 1-6
Apareceu sobre ti a gloria do Senhor.
Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz,
apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas,
e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória
já se manifesta sobre ti. Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de
tua aurora.
Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus
filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. Ao vê-los,
ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão
às riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; será uma
inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os
de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor -
Palavra do Senhor.
Salmo: 71, 1-2.7-8.10-11.12-13
(R. Cf.11)
As nações de toda a terra, hão de adorar-vos ó Senhor!
Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus,/ vossa justiça ao descendente da
realeza!/ Com justiça ele governe o vosso povo,/ com equidade ele julgue os
vossos pobres.
Nos seus dias a justiça florirá/ e grande paz, até que a lua perca o
brilho!/ De mar a mar estenderá o seu domínio,/ e desde o rio até os confins de
toda a terra!
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir/ e oferecer-lhe seus presentes
e seus dons;/ e também os reis de Seba e de Sabá/ hão de trazer-lhe oferendas e
tributos./ Os reis de toda a terra hão de adorá-lo,/ e todas as nações hão de
servi-lo.
Libertará o indigente que suplica,/ e o pobre ao qual ninguém quer
ajudar./ Terá pena do indigente e do infeliz,/ e a vida dos humildes salvará.
Segunda Leitura: Ef 3,2-3a.5-6
Agora foi-nos revelado que os pagãos são coherdeiros das promessas.
Irmãos: Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para
realizar o seu plano a vosso respeito, e como, por revelação, tive conhecimento
do mistério.
Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas
mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e
profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são
associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho -
Palavra do Senhor.
Evangelho: Mt 2,1-12
Viemos do Oriente adorar o Rei.
Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei
Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando:
“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no
Oriente e viemos adorá-lo”.
Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade
de Jerusalém. Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei,
perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: “Em Belém, na
Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de
modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá
um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.
Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles
cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém,
dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o
encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.
Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto
no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao
verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando
entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele,
e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro,
incenso e mirra.
Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua
terra, seguindo outro caminho - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com Católica
Nova Aliança): Eram outros tempos. Não havia mapas nem GPS.
Navegantes e viageiros orientavam-se pelos astros. Na imensidão do deserto, era
preciso contemplar as noites estreladas para encontrar um rumo. Ao erguer os
olhos para o alto, os viajantes definiam seu caminho terrestre.
O Concílio Vaticano II reconhece que, ao longo da História humana, Deus
irradiara uma luz que se reflete “em lampejos daquela Verdade que ilumina a
todos os homens”. (Nostra Aetate, 2.) É assim que outros povos, fora do círculo
estreito do Povo Escolhido, poderiam perfeitamente ter alguma noção acerca de
um Enviado de Deus à humanidade.
Se Israel era portador da Palavra de Deus, que incluía os sonhos dos
patriarcas e os oráculos dos profetas, os gentios poderiam entrever luzes
divinas refletidas na Criação (cf. Rm 1,19-20). Assim, uma conjunção de astros
celestes que se manifestava como uma estrela e brilho excepcional, serviria de
“sinal” aos magos que vieram do Oriente.
A reflexão teológica da Igreja sobre este Evangelho sempre se fixou em
um ponto central: a salvação que Deus nos oferece em Jesus Cristo tem um
caráter universal. Isto é, não é apenas ao Povo Escolhido, ao Israel da
Primeira Aliança, que o Filho de Deus é enviado.
Ao celebrar a Epifania do Senhor (termo grego que traduzimos como “manifestação”),
a Igreja exalta a dimensão universal da salvação. Ninguém está excluído. Todo
nacionalismo ou qualquer sonho de superioridade étnica ou cultural é
prontamente abandonado, pois o batismo cristão lança por terra as diferenças
humanas (cf. Rm 10,12; Gl 3,28)
Na abertura da Primeira Parte do “Catecismo da Igreja Católica”, uma
ilustração reproduz um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do Séc. III.
É uma das mais antigas imagens da arte cristã, mostrando a Virgem Maria com o
Menino ao colo. A seu lado, um profeta aponta para a estrela com a mão direita,
enquanto a esquerda traz um rolo: são os dois caminhos de que dispomos para
chegar à revelação de Deus – a Criação e a Palavra revelada. Os pastores
receberam a Palavra pelos anjos, os magos acharam o caminho pela contemplação
da estrela.
Assim, o Salvador está ao alcance de todos. Sem exceção.
INTENÇÕES PARA O MÊS DE JANEIRO:
Geral – Conhecimento do Mistério de Cristo: Que neste
"Ano da Fé" os cristãos possam aprofundar no conhecimento do mistério
de Cristo e testemunhar nossa fé com alegria.
Missionária – Comunidades cristãs do Oriente Próximo e Médio: Que as
comunidades cristãs do Oriente Próximo e Médio, recebam a força da fidelidade e
a perseverança, em particular quando são discriminadas.
TEMPO LITÚRGICO:
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Tempo do Natal: A salvação prometida por Deus aos
homens em suas mensagens aos patriarcas e profetas, torna-se realidade concreta
na vinda de Jesus o salvador. O eterno Filho de Deus, feito homem, é a mensagem
conclusiva de Deus aos homens: ele é aquele que salva.
O nascimento histórico de Jesus em Belém é o sinal de nosso misterioso
nascimento à vida divina. O Filho de Deus se fez homem para
que os homens se pudessem tornar filhos de Deus. Este nascimento é o início de
nossa salvação, que se completará pela morte e ressurreição de Jesus. No pano
de fundo do Natal já se entrevê o mistério da Páscoa. Os dias que vão do Natal
à Epifania e ao Batismo do Senhor devem ajudar-nos a descobrir em Jesus Cristo
a divindade de nosso irmão e a humanidade de nosso Deus. Os textos litúrgicos
deste tempo convidam à alegria, mas apresentam também riqueza de doutrina.
Convidam-nos constantemente a dar graças pelo misterioso intercâmbio pelo qual
participamos da vida divina de Cristo. Enquanto nos faz participantes do amor
infinito de Deus, que se manifestou em Jesus, a celebração do Natal abre-nos à
solidariedade profunda com todos os homens.
Para a celebração
Tempo de Natal começa com as primeiras Vésperas de Natal e termina no
domingo depois da Epifania, ou seja, o domingo que cai após o dia 6 de janeiro.
A liturgia do Natal do Senhor caracterizada pela celebração das três
Missas natalinas (meia-noite, de manhã. durante o dia), inicia-se com a Missa
vespertina "na vigília", que faz parte da solenidade.
A solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias contínuos,
que são indicados como Oitava de Natal. Esta é assim ordenada:
· No domingo
imediatamente após o Natal celebra-se a festa da sagrada Família; nos anos em
que falta esse domingo, celebra-se esta festa a 30 de dezembro;
· 26 de dezembro é a
festa de santo Estevão, protomártir;
· 27 de dezembro é o dia
da festa de são João, apóstolo e evangelista;
· 28 de dezembro
celebra-se a festa dos Santos Inocentes;
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro são dias durante a oitava, nos quais ocorrem também memórias
facultativas;
· no dia 1º de janeiro,
oitava de Natal, celebra-se a solenidade de Maria, Mãe de Deus, na qual também
se comemora a imposição do santo nome de Jesus.
As festas acima enumeradas, quando caem em domingo, deixam o lugar à
celebração do domingo; se, porém, em algum lugar forem celebradas como
"solenidades", neste caso têm precedência sobre o domingo. Fazem
exceção as festas da sagrada Família e do Batismo do Senhor; que tomam o lugar
do domingo.
Os dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor (domingo depois da Epifania) são considerados dias do Tempo de Natal.
Entre 2 e 5 de janeiro cai, habitualmente, o II domingo depois de Natal; a 6 de
janeiro celebra-se a solenidade da Epifania do Senhor. Nas regiões em que esta
solenidade não é de preceito, sua celebração é transferida para 2 e 8 de
janeiro, conforme normas particulares anexas a essa transferência.
Com a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) termina o
Tempo natalino e principia o Tempo comum (segunda-feira da 1ª semana); portanto,
omitem-se as férias que naquele ano não podem ter celebração.
Para a celebração da Eucaristia nas férias do Tempo natalino:
· os dias 29, 30 e 31
de dezembro (que fazem parte da oitava de Natal) tem formulário próprio para
cada dia (Oracional + Lecionário). A memória designada para esses dias (29 e
31) no calendário perpétuo pode achar lugar na Missa da oitava, substituindo a
coleta dessa Missa pela do santo (ver n. 3);
· os dias de 2 de
janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do Senhor têm um Oracional
próprio (Missal), disposto segundo os dias da semana (isto é da segunda-feira
ao sábado), com um ciclo fixo de leituras (Lecionário) que segue os dias do
calendário; a "coleta" muda conforme a indicação lá referida.
Diz-se o Glória nas Missas durante a oitava de Natal. O Prefácio que dá
início à Oração eucarística (I,II, III) é próprio do Tempo do Natal-Epifania:
· o de Natal (com três
textos à escolha) é rezado durante a oitava e nos outros dias do Tempo
natalino;
· o da Epifania diz-se
nos dias que vão da solenidade da Epifania ao sábado que precede a festa do
Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania).
A cor das vestes litúrgicas nas Missas feriais do Tempo natalino é a
branca.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo