DIOCESE
DE LIMEIRA
1º
Domingo do Advento – ANO B - 30
de novembro de 2014
Dom Vilson Dias de Oliveira, Dc
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“FIQUEMOS
ALERTAS: O SENHOR ESTÁ
CHEGANDO!”
Leituras:
Isaías 63, 16b-17, 19b; Salmo 79 (80), 2ac.3b.15-16.18-19 (R/.4);
Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 1, 3-9; Marcos 13, 33-37.
ANO
B - COR LITÚRGICA: ROXO
Animador:
Neste Tempo do Advento, que iniciamos hoje, somos convidados, nos
dois primeiros domingos, a refletir a segunda vinda de Cristo ao
mundo e assim somos chamados à vigilância. Fiquemos, pois atentos e
vigilantes, para não deixarmos passar a oportunidade que nos é
oferecida. Que a cada dia o Senhor nos encontre atentos, acordados,
desarmados, gerando luz e vida, como o Menino de Belém, quando
chegou entre nós.
1.
Situando-nos brevemente
O
Advento, início do ano litúrgico, nos convoca a cultivar uma das
virtudes cristãs: a esperança. Esperança, aquela que alimenta a
dinâmica da vida cristã.
Jesus
pediu que vigiássemos e esperássemos em sua promessa. Se toda a
vida cristã é a espera vigilante de sua manifestação e, na oração
do Pai-Nosso rezamos “Venha o teu Reino!”, a Igreja, por sua vez,
nos oferece um tempo especial e abençoado para cumprir esta palavra
de Cristo, ou seja, alimentar a esperança de sua nova vinda e
preparar o seu novo Natal. Mas o cristão não vive só na espera de
Cristo, e sim em comunhão com Cristo, isto é, na posse daquilo que
espera.
Advento,
antigamente, era a visita solene de um personagem ou imperador. E
para os cristãos, é tempo de espera da vinda gloriosa de Cristo,
definitiva manifestação de Deus ao mundo no fim dos tempos.
O
tema central do Primeiro Domingo de Advento é a vigilância, mais
centrada na vinda definitiva do Senhor no final dos tempos. Vem vindo
aquele que sempre vem, e a atitude fundamental é vigiar, é renovar
nossos corações na mesma esperança que animou, durante tantos
séculos, a caminhada do povo de Deus.
Neste
Primeiro Domingo de Advento inicia-se o Ano da Paz para o Brasil, que
se encerra no Natal 2015.
2.
Recordando a Palavra
O
profeta Isaías nos situa no contexto do exílio da Babilônia (587
a.C.), no qual o povo se encontra. Transcorreram poucos anos da
destruição de Jerusalém e do seu Templo. Os deportados guardam
viva a lembrança da derrota. Conservem gravadas as cenas patéticas:
os soldados que destroem as muralhas, os palácios dos reis, o sangue
das crianças e dos velhos que correm pelas ruas, as mulheres que
fogem aterrorizadas, carregando os filhos nos braços. Neste contexto
de dor, o povo eleva o pensamento a Deus e no coração nasce uma
prece, uma das mais belas de toda a Bíblia, e dela é extraída a
leitura de hoje: “És
tu mesmo, Senhor, nosso Pai, o nosso libertador, teu nome é eterno”
(63,16b).
O
salmo é uma súplica comunitária e confiante. O povo clama a Deus
por causa da tragédia nacional. Deus parece estar dormindo. O pedido
quer acordá-lo, a fim de que socorra o povo.
A
carta aos Coríntios conta que os cristãos daquela comunidade tinham
acolhido o Evangelho com entusiasmo, mas depois, aos poucos, recaíram
nos vícios da vida passada. Paulo conhece suas fraquezas e suas
misérias. Convoca a todos para uma maior seriedade de vida. Afirma
que Deus realizou coisas maravilhosas, enriquecendo todos com dons,
fortaleceu-os na fidelidade ao Evangelho e os mantêm vigilantes na
espera do Senhor.
O
Evangelho, marcado por insistentes alertas, focado, sobretudo, no
imperativo “vigiai”, é a parte final do capitulo 13 de Marcos,
que antecede a narração da Páscoa de Jesus. Jesus fala da
destruição do Templo, dos falsos profetas, das tribulações, das
perseguições e até dos sinais da natureza (figueira, sinais
cósmicos). Esses trechos, que incluem muitos fatos “pós-pascais”,
estão em relação com os acontecimentos sucessivos narrados a
partir do capítulo 14: perseguição, morte e ressurreição de
Jesus.
Com
a glorificação de Jesus, o final dos tempos já fora inaugurado e a
comunidade está sendo convidada a se manter alerta para a hora da
“crise messiânica” de Jesus. Os tempos finais se delinearam como
tempos difíceis, exigindo uma atenção permanente por parte dos
discípulos. Vigiar recebe sentido muito vinculado à oração e à
prática das boas obras.
Vigiar
é estar em comunhão com Jesus, por meio da oração e da missão,
no mesmo pensar, sentir e agir. Esse dom é concedido à comunidade
que, entre as contradições da vida, os desafios da história e as
turbulências do percurso, foi chamada a viver orientada para as
coisas que não passam (oração depois da comunhão). Quando vive
assim, ela acorre ao encontro do Cristo que vem, confiante de ser
contada entre os que serão reunidos à direita de Deus (oração do
dia) e de contar com as suas bênçãos neste mundo.
3.
Atualizando a Palavra
Jesus,
convocando à vigilância nos alerta para que, por desatenção não
sejamos surpreendidos enquanto dormimos. O sono, imagem da morte e da
noite do pecado, conota falta de comunhão com o Senhor, o Vigilante
por excelência, que não foi tragado pelo sono da morte.
O
Papa Francisco diz: “Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento,
um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com
Jesus Cristo, o nosso Pastor, que guia a história para o cumprimento
do Reino de Deus. Por isso, este dia tem um encanto especial, nos faz
experimentar um sentimento profundo do sentido da história.
Redescobrimos a beleza de estar todos a caminho: a Igreja, com a sua
vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas,
todos a caminho pelos caminhos do tempo” (Papa Francisco , Ângelus,
1º de dezembro de 2013).
As
leituras do Advento nos convidam para a vigilância, para manter
nossos olhos bem abertos para poder descobrir e preparar os caminhos
que Jesus escolheu para libertar-nos de todos os males nos quais
buscamos a felicidade, mas que em verdade, causam somente muitos
sofrimentos.
Ao
acendermos a primeira vela da coroa, somos tocados pela certeza da
luz que vence as trevas nas pequenas vitórias que vão acontecendo
na caminhada do povo de Deus, na residência dos pobres e excluídos
e em nossa própria vida.
O
alimento que partilhamos expressa simbolicamente que o reino de Deus
já está no meio de nós e nos compromete a ficar acordados,
perseverantes na missão que o Senhor nos confiou, para apressar sua
vinda.
Embora
os tempos continuem difíceis e desafiadores, quiçá mais complexos,
não está nos faltando a atenção aos crucificados de hoje, às
perseguições e injustiças, mas também à vida que insiste e
resiste, bem como aos sinais que nos anunciam a chegada do Filho de
Deus?
O
mandato do Senhor continua válido: “o que vos digo, digo a todos:
vigiai!” (Mc 13,37). Entendemos isso a partir de nossa comunhão
com Ele, sempre perseverantes na oração e no bem que devemos fazer
por causa dessa comunhão, sem perder a alegria e a confiança que
marcam nossas vidas e a nossa missão.
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
Na
primeira leitura, no salmo, na aclamação ao Evangelho e na antífona
de entrada, sobressai o tom de súplica, muitas vezes marcado pelo
arrependimento e reconhecimento das fragilidades, da necessidade de
Deus e da confiança.
Também
se verifica uma insistência nos temas da prática alegre da justiça,
da fidelidade ao caminho de Deus. Essa atitude e prioridade devem
perpassar as celebrações do Advento e embutir a nossa preparação
pára o Natal.
Trazemos
para o altar pão e vinho, frutos do trabalho de homens e mulheres na
construção do Reino.
O
pão e o vinho simbolizam o bem que fazemos, os pobres que atendemos,
o pão que partilhamos em nome do compromisso com o Reino. Eles não
deixam de ser sinais concretos de nossa atitude de vigilância.
Vigilantes,
preparamos a mesa na esperança da chegada do Reino.
Preces
dos fiéis
Presidente:
Invoquemos a ajuda de Deus para que possamos viver na fé este tempo
de espera do Natal do Senhor.
1.
Senhor, que a Igreja possa aguardar no amor e na fé a vinda do teu
Filho. Peçamos:
Todos:
(Cantado) Ó
vem, Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz!
2.
Senhor, que os governantes possam levar a esperança a tantos irmãos
e irmãs sofredores. Peçamos:
3.
Senhor, que nossas comunidades e famílias vivam este Tempo do
Advento na concórdia e na justiça. Peçamos:
4.
Senhor, que nossos corações não se entreguem à preguiça e ao
comodismo. Peçamos:
5.
Senhor, que nossos dizimistas, vivendo o Tempo do Advento, possam
encontrar-se com a luz do teu Filho Jesus. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente:
Escuta, Senhor, a oração do teu povo reunido e vem nos salvar. Por
Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente:
Recebei, ó Deus, estas oferendas que escolhemos entre os dons que
nos destes, e o alimento que hoje concedeis à nossa devoção
torne-se prêmio da redenção eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presidente:
Aproveite-nos,
ó Deus, a participação nos vossos mistérios. Fazei que eles nos
ajudem a amar desde agora o que é do céu e, caminhando entre as
coisas que passam, abraçar as que não passam. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos:
Amém.
ATIVIDADES
DA SEMANA DO BISPO DIOCESANO:
Dia
29 de novembro – sábado:
Crisma na Paróquia Nossa do Rosário – padre Alexandre Favreto –
Limeira – 19h00.
Dia
30 de novembro – domingo: Missa
Elevação da Basílica Menor Santo Antonio de Pádua – 10h00 –
Americana; Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Brasil – Padre
Jeferson – 19h00 – Americana.
Dia
03 de dezembro – quarta-feira: Missa
no Seminário de Campinas – 18h00.
Dia
04 de dezembro – quinta-feira:
Crisma na Basílica Menor Santo Antonio de Pádua – Padre Leandro –
19h30min – Americana.
Dia
05 de dezembro – sexta-feira:
Missa encerramento do propedêutico – 10h00 – Limeira; Instalação
da Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Cosmópolis – 19h00.
BÊNÇÃO
E DESPEDIDA
Presidente:
O Senhor esteja convosco.
Todos:
Ele está no meio de nós.
Presidente:
Que o Deus onipotente e misericordioso vos ilumine com o advento do
seu Filho, em cuja vinda credes e cuja volta esperais, derrame sobre
vós as suas bênçãos.
Todos:
Amém.
Presidente:
Que durante esta vida ele vos torne firmes na fé, alegres na
esperança, solícitos na caridade.
Todos:
Amém.
Presidente:
Alegrando-vos agora pela vinda do Salvador feito homem sejais
recompensados com a vida eterna, quando vier de novo em sua glória.
Todos:
Amém.
Presidente:
(Dá a bênção e despede a todos).