DIOCESE
DE LIMEIRA – 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM
21 de junho de 2015
Bom final de semana a todos/as. Abraços.
Dom Vilson Dias de
Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem”
Leituras: Jó 38, 1.8-11; Salmo
106 (107), 23-24.25-26.28-39.30-31 (R/ 1b); Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios
5, 14-17; Marcos 4, 35-41.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Nesta Eucaristia, veremos que muitas vezes
temos a impressão de que Jesus está dormindo, como diz o Evangelho de hoje, e
que não percebe o que se passa conosco. Mas Jesus nos mostra seu poder
transformador, fazendo que vençamos os obstáculos nas situações em que não o
sentimos. Ele não nos abandona, por isso, seja qual for a tempestade, vamos
poder contar sempre com sua presença.
1. Situando-nos brevemente
O evangelista Marcos continua sua narrativa, revelando quem é
Jesus. Hoje, Ele se revela como o Senhor das forças da natureza, acalmar a
tempestade que amedronta seus discípulos.
Em meio às tempestades e perigos da vida, a Palavra do Senhor
nos enche de confiança e nos faz renovar a fé em sua presença permanente. Mesmo
que os ventos sejam contrários, Ele está no meio de nós, indicando caminhos,
nos dando segurança nos momentos de temor.
2. Recordando a Palavra
O Evangelho de Marcos narra o episódio da tempestade acalmada. O
ensino em parábolas (cf. 4, 1-34) é seguido de quatro narrativas de milagres: a
tempestade acalmada (cf, 4,35-41), o endemoninhado da região dos gerasenos (cf. 5,1-20), a cura da mulher
com hemorragia e a ressurreição da filha de Jairo (cf. 5,21-43). Jesus, depois
de ensinar através da Palavra, ensina por meio de ações salvíficas, sendo
chamado pelos discípulos de “Mestre” (4,38).
“Essas ações de Jesus se sucedem no decorrer de alguma viagem:
para ir à região dos gerasenos é necessário atravessar o lago e, durante a
travessia desencadeia-se a tempestade; do outro lado, em terra pagã, Jesus cura
o endemoninhado e volta para o território judeu. Jairo pede a Jesus que vá
curar sua filha; no trajeto dá-se a cura da que sofria de hemorragia e,
chegando à casa de Jairo, Jesus ressuscita a menina” (Cf. Delmore Jean. Leitura do Evangelho segundo Marcos, p.62). O
sentido pleno dos milagres é descoberto à luz da ressurreição de Cristo, de sua
vitória sobre a morte.
A narrativa da tempestade acalmada começa com o convite de Jesus
dirigido aos discípulos ao cair da tarde: “Passemos
para a outra margem!” (4,35). Depois de serem instruídos de forma
particular por Jesus (cf. 4,34), os discípulos são impelidos a fazer a
travessia com ele, que permanece no barco “do modo como estava”. Quando dirigiu
o ensino em parábolas (4,1-2). Enquanto atravessavam o lago Tiberíades, “veio,
então, uma ventania tão forte que as ondas se jogavam dentro do barco; e este
se enchia de água” (4,37).
Conforme a mentalidade da época, o mar era o lugar onde surgiam
as forças caóticas e os poderes promotores do mal (Cf. Dn 7). Os discípulos,
ameaçados pelas adversidades, procuram Jesus: “Mestre, não te importa que
estejamos perecendo?” Jesus “se levantou e repreendeu o vento e o mar: Silêncio!
Cala-te!” (4,39). Em 1,25, Jesus liberta a pessoa do espírito impuro, dizendo:
“Cala-te, sai dele!”. Seus seguidores são exortados a confiar em sua presença salvífica:
“Ainda não tendes fé?” (4,40). A confiança na vitória de Cristo sobre a morte
pela ressurreição garante a eficácia da missão dos discípulos.
A experiência da fé leva os discípulos a descobrir
progressivamente quem é Jesus, seu poder de salvação sobre as forças opostas ao
projeto de Deus. A pergunta: “quem é este, a quem obedecem até o vento e o
mar?” (4,41) já contém uma profissão de fé implícita em Jesus, o Filho de Deus.
O reconhecimento da identidade de Jesus conduzirá à libertação plena do medo.
Em 1,27, o povo também dizia: “Quem é este?”, diante da
libertação da pessoa do espírito impuro. As obras realizadas por Jesus, como
controlar o vento e o mar, eram atribuídas a Deus (cf. Sl 107, 23-32). Jesus
liberta os discípulos dos fenômenos cósmicos, das forças caóticas, assim como
libertou a pessoa escravizada.
A leitura do livro de Jó, em sua última parte (38,1-42,6), ressalta
a experiência do encontro com Deus, que dá sentido à existência do ser humano:
“Eu te conhecia só por ouvir dizer, mas agora, vejo-te com meus próprios olhos”
(42,5). O caminho da Palavra conduziu Jó ao encontro com o Senhor da vida. O
texto de hoje começa dizendo que “Então, o Senhor, do meio de a tempestade,
respondeu a Jó” (38,1), revelando a eficácia de sua Palavra que domina as
forças do mal e do caos.
A tempestade remete às “teofanias”, à maneira de Deus manifestar
sua presença de salvação (Cf. Sl 18,
8-16; 50,3; Na 1,3; Ez 1,4; Ex 13,22; 19,16). O Senhor manifesta sua presença
de salvação, que ilumina o povo ao longo da história. Depois de colocar os
fundamentos da terra (38, 4-7), Deus controla o mar, “Eu o demarquei com meus
limites” (38,10). Sua Palavra criadora organiza e conduz o universo com
sabedoria.
O Salmo 106 (107) é um hino de ação de graças ao Senhor por seu
amor, suas maravilhas manifestadas em favor do ser humano. O Deus, que ouviu o
clamor e “transformou a tempestade em brisa suave” revelou-se plenamente em
Cristo acalmando a tempestade, vencendo as forças que geram o mal.
A leitura da segunda carta aos Coríntios apresenta o amor de
Cristo, revelado em sua morte na cruz, como o fundamento do ministério
apostólico. “O amor de Cristo nos impele” (5,14), levando-nos a uma vida nova.
“Cristo morreu por todos, para que não vivam mais para si mesmos, mas para
aquele que por eles morreu e ressuscitou” (5,15). Sua entrega nos impele a
permanecer em comunhão com Ele e seu projeto (Cf. 1Ts 5,10). Paulo, após o
encontro com o Ressuscitado no caminho de Damasco, afirma: “Já não sou eu que
vivo é Cristo que vive em mim“ (Gl 2,20).
A adesão a Cristo implica em testemunhar a nova humanidade: “Se
alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é
novo” (5,17). A nova criação revelou-se na Páscoa de Cristo, mediante a qual
Deus reconciliou o mundo (5,18-21). Assim, somos chamados a anunciar o amor
reconciliador, que brota do encontro com Jesus, o Crucificado e Ressuscitado. O
novo modelo de viver em Cristo leva a construir uma ordem social
verdadeiramente justa e redimida.
3. Atualizando a Palavra
Jesus, por meio da morte e ressurreição, manifesta sua força
vitoriosa que nos conduz a “passar para a outra margem”. Na época em que o
Evangelho de Marcos foi escrito, por volta do ano 70 d.C., os discípulos eram
ameaçados pela perseguição e pela hostilidade.
A falta de fé e confiança impede de correr o risco com Jesus que
está na “barca”, na comunidade de seus seguidores e seguidoras. É necessário
escutar as palavras de Jesus, dirigidas aos discípulos, no meio da tempestade:
“por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”.
O discípulo, que segue o caminho indicado por Cristo, testemunha
a paz e a reconciliação, diante das adversidades que dificultam a difusão da
Boa Nova do Reino de Deus. A fé a confiança na graça do Senhor, levam a
praticar gestos de misericórdia e compaixão que proporcionam transformar
situações de morte em vida plena. O amor gratuito de Deus, manifestado em
Cristo, impulsiona a vivermos como criaturas novas, comprometidas com seu
reinado de justiça e fraternidade.
Deus, o Senhor, não abandona nenhuma de suas criaturas, mas
sustenta sua vida com amor eterno. O mistério insondável de Deus, sua bondade,
providência, justiça e amor com todos os seres criados, especialmente o ser
humano, leva a confiar e a escutar sua Palavra como Jó o fez. A experiência
profunda do encontro com Deus conduz Jó a superar o principio de justiça e
retribuição, que guiava especialmente seus amigos. Deus atua continuamente,
mesmo nos sofrimentos, desastres, tribulações, fazendo novas todas as coisas.
No entanto, tempestades e catástrofes naturais – como o tsunami
que, em dezembro de 2004, deixou milhares de mortos em vários países banhados
pelo Oceano Índico, sobretudo na Indonésia, Tailândia, Índia, Sri Lanka; o
tufão, como o das Filipinas, em novembro de 2013, que também causou devastação
e mortes; as inundações e as secas em diversos lugares do mundo – podem ser
evitadas com políticas ambientais consistentes e com o compromisso das
autoridades e de cada cidadão. A falta de preservação do planeta e de seus
recursos, destinados ao bem comum de todos, compromete a vida digna.
4. Ligando a Palavra com ação
litúrgica
Jesus está presente na comunidade, reunida, como Ele próprio
afirmou. Não precisamos temer. Ele, que acalmou mares e tempestades, nos
encoraja com sua presença na comunidade reunida, na Palavra proclamada, na
pessoa de quem preside e no pão e no vinho consagrados.
O Senhor é força do seu povo, fortaleza e salvação do seu
Ungido. Ele nos salva, nos abençoa e nos governa para sempre (cf. antífona de
entrada).
Vivemos em tempos de mar agitado por tanta desigualdade,
corrupção, injustiças e infidelidade ao Senhor. Porém, Ele não nos abandona
jamais. A certeza de sua presença em nossa vida nos anima e fortalece para
remarmos o barco da vida.
Participando ativamente da ação litúrgica, renovamos nossa fé no
Senhor que morreu por nós. Tocados e plenificados por mistério tão sublime, não
vivamos mais para nós mesmos, mas para aquele que por nós morreu e ressuscitou
(Cf. 2Cor 5,15-16). Por Cristo, com Cristo e em Cristo, sejamos criaturas
novas, transformando o mundo velho em um novo mundo.
Oração dos fiéis:
Presidente: Com a confiança de que Deus está
sempre pronto para ouvir nossas preces, façamos nossos pedidos.
1.
Senhor, que a Igreja possa conduzir seus fiéis, conforme os desígnios de
Cristo. Peçamos:
Todos: Senhor, escutai a nossa prece.
2.
Senhor, que os governantes olhem com carinho os mais necessitados, para que
eles possam ter uma vida mais justa e digna. Peçamos:
3.
Senhor, por todos que perderam a esperança, possam sentir o seu poder
transformador. Peçamos:
4.
Senhor, por todos nós aqui reunidos, que possamos ser verdadeiros agentes
transformadores para a comunidade. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente: Considerai, ó Pai, as dificuldades
pelas quais passamos em nossas vidas pessoais e na vida comunitária, e
considerai com carinho nossos pedidos, para que possamos navegar seguros com
teu Filho e nosso Senhor no mar da vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Acolhei, ó Deus, este sacrifício de
reconciliação e louvor, e fazei, que purificados por ele, possamos oferecer-vos
um coração que vos agrade. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Renovados pelo Corpo e Sangue do vosso
Filho, nós vos pedimos, ó Deus, que possamos receber um dia, resgatados para
sempre, a salvação que devotamente estamos celebrando. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos: Amém.
AVISOS
Dia 19 de junho –
sexta-feira: atendimento
na residência episcopal – 09h00 ate 11h30min.
Dia 20 de junho – sábado: Missa – 40 anos – Diocese de Limeira – Aparecida
– 09h00. Missa pela TV Aparecida.
Dia 21 de junho – domingo:
Crisma – Santa
Terezinha do Menino Jesus – Araras – 10h – Padre Marcos; Missa - chegada da
imagem de Aparecida Santuário São Sebastião – padre Luís Fabiano – 15h00 –
Porto Ferreira.
Dia 24 de junho –
quarta-feira: atendimento
na residência episcopal – 09h00 ate 11h30min.
Dia 25 de junho –
quinta-feira: Aniversário
de Dom Airton – Campinas – almoço – 12h00; Missa – comunidade Nossa Senhora das
Dores – Padre Gilson – 19h30min.
Dia 26 de junho –
sexta-feira: Missa – Seminário
Diocesano – 10h30min – encerramento do semestre.
Dia 27 de junho – sábado: Crisma – Nossa Senhora Aparecida – Padre
Robson – Cosmópolis – 19h30min.
Dia 28 de junho – domingo:
Crisma – Senhor Bom
Jesus dos Aflitos – 09h00 – Pirassununga – Padre Alexandre Lucente; Crisma –
São Vito – Americana – Padre Antônio Ramildo – 18h30min.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco.
T.: Ele está no meio de nós.
Presidente: Que o Senhor de bondade e misericórdia,
volte seu olhar para cada um e nos dê a proteção em todos os momentos de nossa
vida, principalmente nos mais difíceis. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém.
Presidente: Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, + Pai e Filho e Espírito Santo.
Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos: Graças a Deus.