DIOCESE
DE LIMEIRA
10
de setembro de 2017
“Terás
ganho o teu irmão!”
Leituras:
Livro do Profeta Ezequiel 33, 7-9; Salmo 94 (95), 1-2,6-7,8-9; Carta
de São Paulo aos Romanos 13, 8-10; e Mateus 18, 15-20 (entre
irmãos).
COR
LITÚRGICA: VERDE
Animador:
Nesta
páscoa semanal de Jesus, aprendemos que ser discípulo Dele
significa sair da individualidade e ir ao encontro do irmão,
inclusive daquele que pecou contra nós. Quem segue Jesus promove a
reconciliação. Com amor há reconciliação, há comunhão e temos
a certeza que Deus está aí.
1.
Situando-nos brevemente
No
seguimento do mês dedicado a Bíblia, a Palavra deste domingo vai
centrar-se sobre o valor da justiça no julgamento dos que erram.
Embora na história da Igreja, muitos enganos humanos foram, motivo
de injustiça, levando até os sofrimentos atrozes a muitos irmãos
na fé, a proposta de Cristo se apresenta como diálogo e busca do
irmão que errou até sua reintegração comunitária.
A
Boa-Nova de Jesus Cristo nos acompanha na caminhada. No Evangelho
encontramos Jesus, o mestre da justiça, oferecendo ensinamentos e
práticas geradores de novas relações e inspiradores de novas
posturas na construção da sociedade justa e fraterna. A sua Palavra
nos educa para o diálogo e a correção fraterna: “única dívida
que devemos ter uns com os outros”. As etapas do itinerário
apontadas pelo evangelista Mateus indicam o esforço que o Senhor
solicita à sua comunidade para acompanhar quem erra, a fim de que
não se perca.
Vem-nos
em mente neste Ano Mariano, a primeira comunidade dos fiéis, a Mãe
do Salvador e nossa mãe, Maria. “Mãe que sustenta a fé de seus
filhos, (...) mostrando-lhes o caminho da verdade” (SANTA SÉ, op.
Cit., n.35). “A Mãe de Jesus aparece como (...) modelo da Igreja
de oração em primeiro lugar, pois Deus nos apresentou na Virgem
Maria, ‘um admirável exemplo ... de oração, desde a Igreja
primitiva ‘, ‘a Mãe de Jesus orando em união com os apóstolos’
(At 1,14), e aquela ‘que orando esperou a vinda de Cristo, com
preces insistentes invoca o Paráclito prometido’” (Ibidem,
n.17).
2.
Recordando a Palavra
O
Evangelho mostra como os seguidores de Jesus devem viver a justiça
do Reino dentro da comunidade, na fidelidade a seu projeto.
Como
agir com alguém da comunidade que saiu da caminhada e é infiel à
sua condição de seguidor de Jesus? Ou cometeu falta grave contra
seu irmão? Em primeiro lugar, não é fazer disso um escândalo ou
partilhar nas redes sociais. Mas a primeira atitude é acolher e
perdoar, diga-se de passagem, algo muito difícil para a maioria das
pessoas. E depois ir à procura de quem errou na qualidade de quem já
perdoou, a fim de mostrar ao outro o erro e convidá-lo a se
reintegrar na comunidade. “Se ele lhe der ouvidos, você ganhou o
seu irmão”. Obviamente, ganhou o irmão para a comunidade. Mas se
não ouvir você? Então, busque todos os outros recursos possíveis,
pois a justiça do Reino não se cansa, como o pastor que busca a
ovelha perdida. E o compromisso mesmo é fazer tudo para que o irmão
não se perca. Antes de condenar ou excluir alguém, é necessário
compreender o que é a justiça do Reino. As orientações de Jesus
não são normas rígidas, mas um jeito de agir tendo como referência
a profundidade da justiça do Reino (BORTOLINI, op. cit., p.218).
A
missão de ligar e desligar é confiada à comunidade. Pedro, na
verdade, é figura representativa de toda a comunidade dos seguidores
que é chamada a exercer mais a misericórdia do que a aplicação do
rigor da lei (Ibidem, p. 219).
Na
Leitura do profeta Ezequiel, nos encontramos com o desafio da missão
do profeta, chamado a ser sentinela na casa de Israel. Sentinela é
aquele que vigia a cidade ou a casa para alertar as pessoas sobre os
possíveis perigos e assaltos. No caso do Profeta, que se encontra
exilado com o seu povo na Babilônia, a missão é outra. Deus o
nomeia sua sentinela. Ele deve avisar os perversos a respeito de sua
conduta, para que não se percam. Deus cobrará dele esse serviço. A
responsabilidade do profeta é grande. Porém, em sua bondade, Deus
até atrasará a execução da sentença para dar tempo à mudança
de vida do pecador. Então, o profeta “como boca de Deus”, alerta
e previne em nome do Senhor para que se fortaleça a luta pela
justiça e de denuncie os responsáveis pela injustiça.
Para
salvar a vida do povo, o profeta não tem escolha. É chamado a
denunciar. “Se você prevenir o injusto para que ele mude de
comportamento, e ele não mudar, ele morrerá por causa de sua culpa,
mas você terá salva a sua própria vida”. A labuta pela causa da
justiça é uma questão de vida ou de morte (Ibidem, p. 12).
O
Salmo Responsorial (94/95): Num clima de festa e alegria, é feito um
convite solene ao louvor e ao reconhecimento agradecido porque Deus é
o Senhor sobre todos os deuses, o rochedo de salvação e o pastor do
seu povo. “Ele é o nosso Deus (...), e nós somos o seu povo”
canta a aliança e a parceria entre Deus e a sua gente. O Salmo ainda
traz um protesto. Somos denunciados porque nós, seu povo, seu
rebanho, suas ovelhas, fechamos nosso coração e provocamos a Deus,
apesar de termos visto suas obras. Esse Salmo nos exorta a ouvir hoje
a voz do nosso Deus.
Na
Carta aos Romanos, Paulo nos diz que quem ama o próximo está
cumprindo a lei. O amor é o cumprimento máximo de toda a lei da
comunidade cristã. Onde existe amor não pode existir mal. “Não
fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo”.
3.
Atualizando a Palavra
Quem
ofendeu um membro da comunidade rompeu com a comunidade toda. O
Evangelho nos convida a fazer de tudo, apelar a toda a criatividade
para que reine entre nós o jeito de ser de Jesus. Mas, “se ele não
te ouvir”, convide uma ou duas pessoas para ajudar o diálogo. Se
mesmo assim não houver reconciliação, só depois de muitas
tentativas é que se recorre à comunidade, que age em nome de Jesus,
ajudando nos conflitos e nas necessidades dos irmãos. Parece até
que estamos pressionando o irmão, mas como se trata da justiça do
Reino, precisamos fazer de tudo para que o irmão não se perca, não
saia da caminhada da comunidade, do seguimento fiel a Jesus e
volte-se para as exigências evangélicas. E se nada der resultado
satisfatório? Só aí a comunidade tomará conhecimento do erra e
será chamada a tomar uma decisão: “Se ele não vos der ouvidos,
dize-o à Igreja”.
Antes
de denunciar, difamar ou excluir, é necessário acolher, perdoar,
aconselhar e colocar em contato com o bem, inserir na comunidade
fraterna e fazer tudo para que as pessoas não se afastem do bem e da
prática da justiça.
A
experiência ou a prática comunitária de vida não pode
construir-se senão na lógica do diálogo e do perdão. Não é
exagero afirmar que o perdão e o coração da vida em comunidade.
No
texto do profeta Ezequiel somos convidados a ser sentinelas do bem e
da justiça na noite das injustiças que existem e que ceifam a vida
de milhões. Garantir e cultivar a justiça é um compromisso
inerente que temos com o Deus da vida e da liberdade. Até que ponto
a profecia de Ezequiel não deveria ser acordada hoje na missão da
Igreja, promotora da vida e solidária com os excluídos?
O
Salmo nos pergunta se não abandonamos a aliança, não esquecemos o
nosso Deus e nos instalamos numa religião fácil, sem compromisso
com a criação e os mandamentos de Deus?
Na
Carta aos Romanos, Paulo nos dá a entender que há uma única
maneira de amar a Deus que é amando o próximo, cada pessoa, do
jeito que ela é, ninguém escolhe o próximo para amá-lo. Ele
simplesmente se apresenta como dom de Deus e também como desafio à
nossa capacidade de amar. Temos muita consciência que somos
devedores diante de Deus de uma dívida impagável, a nãos ser que
sejamos capazes de gestos gratuitos como os de Jesus, que se entregou
radicalmente por amor.
Com
“as atitudes de alteridade e gratuidade, expressões do Amor, os
discípulos missionários promovem justiça, paz, reconciliação e
fraternidade. Desse modo, oferecem à sociedade atual o testemunho do
perdão e da reconciliação. (...) A Reconciliação supera toda
divisão que nos afasta de Deus e nos separa uns dos outros” (CNBB.
Diretrizes Gerais da Ação Evangelização da Igreja no Brasil
2015-2019. Documento da CNBB 102, 2ª ed. Brasília: Edições CNBB,
2016, n. 2016, n.12).
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
Quando
nos reunimos para celebrar, constituímos o Corpo de Cristo. O espaço
celebrativo, ao abrigar este Corpo vivo do Senhor, que é a
comunidade de irmãos reunida em seu nome, torna-se sacrário vivo.
Cada membro, com sua realidade pessoal e única, acolhido como parte
viva desse corpo, manifesta a presença do Ressuscitado e deve ser
considerado seu verdadeiro símbolo. E mais: “Somos ‘chamados a
contemplar, nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de
Cristo, que nos chama a servi-lo’” (CELAM. Documento de Aparecida
(DAp.). 5.ed. Brasília: Edições CNBB, São Paulo: Edições
Paulinas/Paulus Editora, 2008, n.393).
Participando
da Mesa Eucarística, somos estreitamente irmanados e fortificados no
amor solidário, sempre aberto à reconciliação, como rezaremos
hoje na oração sobre as oferendas: “Fazei que nossa participação
na Eucaristia reforce entre nós aos laços da amizade”.
O
abraço fraterno nos ritos de comunhão, mais do que simples saudação
ou um gesto expressando cordialidade entre amigos e conhecidos,
sinaliza e nos prepara para receber, na comunhão, o que realmente
somos: o corpo eclesial de Cristo, como já no IV século dizia Santo
Agostinho.
A
Palavra hoje evidencia a comunhão e o amor fraterno na comunidade
eclesial e também na oração, na correção amorosa, na mútua
amizade. Nisso realizamos a união com Cristo para sempre, como
rezamos na oração final deste dia, e nos tornamos comunidade
cristã, sacramento de salvação para o mundo.
Oração
da Assembleia
Presidente:
Seguindo o ensinamento de Jesus, de nos unir para suplicar ao Pai,
elevemos nossas preces intercedendo pelas necessidades do povo e
pelas nossas necessidades particulares.
1.
Senhor, que a Igreja não desanime de ensinar e transmitir ao seu
povo a tua Palavra. Peçamos:
Todos:
Acolhei nossos pedidos, Senhor!
2.
Senhor, que os governantes busquem ações, para que nossa sociedade
seja mais justa e fraterna. Peçamos:
3.
Senhor, que aqueles e aquelas que sofrem possam buscar em sua Palavra
o conforto necessário para que tenham uma vida mais plena. Peçamos:
4.
Senhor, que nossa comunidade saiba acolher a todos de acordo com seus
ensinamentos. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente:
Senhor, abri nossos olhos e ouvidos para que estejamos sempre de
coração aberto, para sermos capazes de ver e ouvir as obras que
realizais em nosso
favor.
Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente:
Ó
Deus, fonte da paz e da verdadeira piedade, concedei-nos por esta
oferenda render-vos a devida homenagem, e fazei que nossa
participação na Eucaristia reforce entre nós os laços da amizade.
Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presidente:
Ó Deus, que nutris e fortificais vossos fiéis com o alimento da
vossa palavra e do vosso pão, concedei-nos, por estes dons do vosso
Filho, viver com ele para sempre. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
RITO
FINAL
BÊNÇÃO
E DESPEDIDA:
Presid.:
O Senhor esteja convosco.
T.:
Ele está no meio de nós.
Presid.:
Que o Senhor os abençoe e os dê forças na correção fraterna. Por
Cristo nosso Senhor.
T.:
Amém.
Presid.:
Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
T.:
Amém.
Presid.:
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
T.:
Graças a Deus.
ATIVIDADES
DO BISPO DIOCESANO
Dia
08 de setembro – sexta-feira
Assunto:
Missa – Setenário Nossa Senhora das Dores – Nova Odesa – 18h00
– Padre Ocimar
Dia
09 de setembro – sábado
Assunto:
Missa –Operários da Messe – Americana – 20h00 - Rua: Cabo
Osvaldo de Moraes, 190 – Jardim Conserva – César Quirino
99742-7107
Dia
10 de setembro – domingo
Assunto:
Crisma – Jesus Cristo Bom Pastor – Padre Júlio – 18h00 –
limeira
Dia
12 de setembro – terça-feira
Assunto:
Reunião do Conselho Episcopal – 08h30min
Dia
14 de setembro – quinta-feira
Assunto:
Coletiva 10 anos de episcopado – 14h30 - Cúria Diocesana de
Limeira.
Dia
15 de setembro – sexta-feira
Assunto:
Missa da Padroeira Diocesana – Catedral – 10h00 Limeira.
Dia
16 de setembro – sábado
Assunto:
Missa e almoço – padroeira e 10 anos de episcopado de Dom Vilson –
Catedral e CDL – Limeira - 10h00 e após a missa o almoço no CDL.