Dom Vilson Dias de Oliveira
DIOCESE DE LIMEIRA
5º DOMINGO DO TEMPO
COMUM – 04/02/2018
“Curou
muitas pessoas de diversas doenças”
Leituras: Livro do Jó 7, 1-4.6-7; Salmo 146 (147) 1-2.3-4.5-6
(R/cf.3a); Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 9, 16-19.22-23; Marcos 1, 29-39
(curas na Galileia).
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Nesta Eucaristia somos convidados a
encarar o sofrimento de uma forma esperançosa, na certeza de que o Senhor não
nos abandona, pois Ele quer a vida para todos. Que o Espírito Santo nos ilumine
e fortaleça, para que nada, nem a dor, nem o sofrimento, abalem nossa fé.
1. Situando-nos brevemente
Nestes primeiros domingos do Tempo
Comum, somos convidados a contemplar Jesus anunciando o Reinado de Deus
mediante palavras e sinais de salvação. A Liturgia relaciona, então, sua Páscoa
com o pleno desenvolvimento humano, ao qual Jesus ordena seu ministério. Para
ele, a glória de Deus é, de fato, “o ser humano de pé” (Célebre expressão de
Irineu Leão).
A Liturgia da Palavra e a eucologia
deste domingo conduzem o olhar dos fiéis para reconhecer em Jesus o auxílio do
Pai. Emblemático, neste sentido, é o prefácio da Oração Eucarística para as
diversas circunstâncias VI-D: “com a vida e a palavra anunciou ao mundo que
sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas”.
2. Recordando a Palavra
No livro de Jó percebemos como Deus
se preocupa com nossos sofrimentos. Jó é uma pessoa sofrida por vários motivos:
a desgraça se abateu sobre a vida familiar, a falta de solidariedade da esposa
e dos amigos; a impressão de que Deus está calado e ausente de tudo. E se
aparece algum sinal da presença de Deus na dor, é para amedrontar e aterrorizar
com pesadelos. Dia e noite o sofrimento não tem fim. E Deus onde está?
Jó se pergunta: que sentido tem a
vida dos sofredores? Para ele, a vida é um “trabalho pesado”, uma espécie de
serviço forçado no qual outros desfrutam seus resultados. É como trabalho de um
mercenário que põe em risco a própria vida para salvar apele dos outros. Como
por fim ao sofrimento? Se não há esperança de felicidade, melhor e desejar a
morte.
Diante do sofrimento, ou
descobrimos o rosto do Deus verdadeiro, ou fazemos dele um monstro que nos
devora. E a melhor maneira de descobri-lo é solidarizar-nos com os sofredores
que vivem no meio de nós e ao nosso redor.
No Salmo 146 (147) cantamos um hino
e louvor de, proclamando a fidelidade de Deus que age na história, fazendo
justiça aos oprimidos e libertando os necessitados.
A carta relata que na comunidade de
Corinto havia “fortes” e “fracos” na fé; Os “fortes” afirmavam que podiam comer
as carnes sacrificadas aos ídolos sem incorrer na idolatria. Paulo concorda com
eles, mas a sua preocupação é com os “fracos” que, diante disso, poderiam
perder a fé. Os “fortes” não perdem sua liberdade se, em vista dos “fracos”, se
abstêm de fazer o que prezam.
É muito bonita a trajetória de
Paulo evangelizador. Sua vida se inspira em Jesus, que assumiu plenamente a
realidade humana. “Com os fracos me fiz
fraco, para ganhar os fracos. Para todos eu me fiz, para certamente salvar
alguns. Por causa do Evangelho eu faço tudo, para dele me tornar participante”
(1Cor 9,22.23).
No Evangelho de hoje, Jesus se
desloca da sinagoga à casa de Simão e André. A casa se opõe à sinagoga. Jesus
sempre vai sentir-se muito bem em casa, ao passo que, a sinagoga irá suscitar
conflitos, culminando na decretação da morte de Jesus por parte dos fariseus e
alguns do partido de Herodes.
A sogra de Pedro está de cama e com
febre. No tempo, acreditava-se que a febre tinha origem demoníaca. Marcos
mostra Jesus pegando a mão da mulher, ajudando-a a se levantar. Com essa cena,
o evangelho nos mostra quem é Jesus: é aquele que ajuda as pessoas a caminhar
com as próprias pernas e ser sujeitos do próprio agir. “A febre a deixou, e ela se pôs a servi-los” (1,31). Jesus liberta,
e as pessoas, como resposta, se põem a serviço do libertador.
O modo como Jesus age é simples,
mas ao mesmo tempo profundo: ele liberta tocando, pegando pela mão, ajudando a
pessoa a se libertar.
Jesus ajudou a sogra de Pedro a se
levantar. Lendo com atenção o Evangelho, percebemos o sentido do Batismo e sua
função na sociedade: é um levantar-se para pôr-se a serviço do projeto de Deus.
Toda a cidade está reunida em
frente da casa de Simão. Aí estão todos os doentes e todos os possuídos pelo
demônio.
Ao dizer que “Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também
muitos demônios” (Mc 1,34), Marcos está retomando um tema que apareceu no
Batismo de Jesus, o do servo sofredor que carrega as enfermidades da
humanidade. Aparece também silêncio imposto aos demônios. A descoberta de quem
é Jesus é resultado de longo aprendizado na fé e na adesão à boa notícia por
Ele trazida, e isso só se concretiza depois que o discípulo acompanhou o Mestre
até a cruz.
3. Atualizando a Palavra
O sofrimento, sobretudo, o
sofrimento do inocente é, talvez, o drama mais inexplicável que atinge o homem
ao longo da sua caminhada pela história. Que razões há para o sofrimento de uma
criança ou de uma pessoa boa e justa? Porque é que algumas vidas estão marcadas
por um sofrimento atroz e sem esperança? Como é que um Deus bom, cheio de amor,
preocupado com a felicidade dos seus filhos, Se situa face ao drama do
sofrimento humano? A única resposta honesta é dizer que não temos uma resposta
clara e definitiva para esta questão.
O “sábio” autor do livro de Jó lembra-nos,
contudo, a nossa pequenez, os nossos limites, a nossa finitude, a nossa
incapacidade para entender os mistérios de Deus e para compreender os caminhos
por onde se desenrolam os projetos de Deus. De uma coisa podemos estar certos:
Deus ama-nos com amor de pai e de mãe e quer conduzir-nos ao encontro da vida
verdadeira e definitiva, da felicidade sem fim… Talvez nem sempre sejamos
capazes de entender os caminhos de Deus e a sua lógica… Mas, mesmo quando as
coisas não fazem sentido do ponto de vista da nossa humana lógica, resta-nos
confiar no amor e na bondade do nosso Deus e entregarmo-nos confiadamente em
suas mãos.
Ao longo do livro de Jó,
multiplicam-se os desabafos magoados de um homem a quem o sofrimento tornou
duro, exigente, amargo, agressivo, inconformado, revoltado até. No entanto,
Deus nunca condena o seu amigo Jó pela violência das suas palavras e das suas
exigências… Deus sabe que as vicissitudes da vida podem levar o homem ao
desespero; por isso, entende o seu drama e não leva demasiado a sério as suas
expressões menos próprias e menos respeitosas.
A atitude compreensiva e tolerante
de Deus convida-nos a uma atitude semelhante face aos lamentos de revolta e de
incompreensão vindos do coração daqueles irmãos que a vida maltratou… Que
ressonância tem no nosso coração o lamento sentido dos nossos irmãos, mesmo
quando esse lamento assume expressões mais contundentes e mais chocantes?
Jó é, também, o crente honesto e
livre, que não aceita certas imagens pré-fabricadas de Deus, apresentadas pelos
profissionais do sagrado. Recusa-se a acreditar num Deus construído à imagem
dos esquemas mentais do homem, que funciona de acordo com a lógica humana da
recompensa e do castigo, que Se limita a fazer a contabilidade do bem e do mal
do homem e a responder com a mesma lógica. Com coragem, correndo o risco de não
ser compreendido, Jó recusa esse Deus e parte à procura do verdadeiro rosto de
Deus, esse rosto que não se descobre nos livros ou nas discussões teológicas
abstratas, mas apenas no encontro “face a face”, na aventura da procura
arriscada, na novidade infinita do mistério. É esse mesmo percurso que Jó, o
protótipo do verdadeiro crente, nos convida a percorrer.
4. Ligando a Palavra e a Eucaristia
Celebrar a Eucaristia a partir dos
sofrimentos do nosso povo: este é o desafio que a liturgia deste domingo nos
apresenta.
Ao redor de nós, os olhos de
milhões de brasileiros não veem a felicidade, cabendo-lhes dias e noites,
semanas, meses e anos de sofrimentos e decepções. Jesus nos ensina a celebrar e
a viver a partir das dores do povo. Tomando os doentes pela mão e ajudando-os a
se levantar, estaremos libertando as pessoas e possibilitando-lhes servir, na
liberdade, à causa do Reino.
A oração com a qual a Igreja abre a
celebração deste domingo diz o seguinte: “Velai,
ó Deus, sobre vossa família, com incansável amor, e, como só confiamos, sob ao
aspecto de proteção”.
A comunidade reunida, presidida por
Cristo, está sob seu olhar, sob sua vigilância. Não está sozinha e desamparada,
mas sente-se beneficiária da mercê de Deus.
Afinal, foi Jesus quem percorreu
longas distâncias para pregar nas sinagogas e expulsar os demônios. Mas não só
por toda Galileia, sobretudo superou a distancia entre o céu e a terra, a fim
de promover sua comunhão.
O fiel que toma parte na
celebração, passa da condição de Jó, para a condição do Salmista, que reconhece
nele (Jesus) a ação maravilhosa de quem “conforta
os corações despedaçados (...) e chama a cada um por seu nome”. Noutras
palavras, faz experiência da Páscoa.
Oração dos fiéis:
Presidente: A
vida da pessoa humana na terra tem alternativas de alegria e de dor, sorrisos e
lágrimas. Por isso, confiantes no conforto e bênção de Deus, é que faremos
nossos pedidos.
1. Pai, que a Santa Igreja seja
sinal do amor e da misericórdia de Jesus, vencedor do mal e da morte. Peçamos:
Todos: Senhor, atendei a nossa
prece!
2. Pai, conceda aos que sofrem no
corpo e no espírito, unirem seus sofrimentos ao de Cristo na cruz e que tenham
confiança no Cristo Ressuscitado. Peçamos:
3. Pai, que nossas comunidades
nunca excluam do seu convívio os sofredores e necessitados. Peçamos:
4. Pai, que cada um de nós saibamos
acolher nossos irmãos e irmãs nos momentos difíceis, especialmente nas doenças,
sendo testemunha de seu amor misericordioso. Peçamos:
(Outras Intenções)
Presidente:
Senhor Jesus, quando caminhava nas estradas das pessoas, as multidões acorriam
para ouvir a tua Palavra e ser libertado dos males. Concedei à tua Igreja
continuar essa missão entre os pobres e os que sofrem. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
Presidente: Senhor
nosso Deus, que criastes o pão e o vinho para alimento da nossa fraqueza,
concedei que se tornem para nós sacramento da vida eterna. Por Cristo, nosso
Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO
Presidente: Ó
Deus, vós quisestes que participássemos do mesmo pão e do mesmo cálice;
fazei-nos viver de tal modo unidos em Cristo, que tenhamos a alegria de
produzir muitos frutos para a salvação do mundo. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
BÊNÇÃO E
DESPEDIDA:
Presidente: O
Senhor esteja convosco. Todos: Ele está
no meio de nós.
Presidente: Ó
Deus que quisestes que vosso Filho Jesus, o Cristo, participasse das alegrias,
esperanças, trabalhos e angústias de seus filhos e filhas, ensine-os a praticar
a justiça e a misericórdia. Todos: Amém
Presidente: Abençoe-vos
o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Todos: Amém.
Presidente: Ide
em paz e que o Senhor vos acompanhe. Todos:
Graças a Deus.
Agenda do bispo Dom Vilson para
fevereiro/2018
Dia 01/02 – Quinta-feira: Abertura
da Novena – Lampadário na Paróquia N. Sra. de Lourdes, Pe. Fernando Mendes, às
20h00, em Limeira, SP.
Dia 02/02 – Sexta-feira: Missa e Posse
de Pároco na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Pe. Deivison do Amaral,
às 19h30, em Limeira, SP.
Dia 03/02 – Sábado: Casamento de Murilo Biagiolli,
Igreja N. Senhora da Boa Morte e da Assunção, às 20h00, em Limeira, SP.
Dia 03/02 – Sábado: Leitura de Documento de Vigário
Paroquial do Pe. Paulo Henrique Oliveira, Basílica Santo Antônio de Pádua, às
18h00, Cidade de Americana.
Dia 04/02 – Domingo: Missa e
Posse de Pároco na Paróquia N. Senhora Auxiliadora, Pe. Diego Fabian Humeniuk,
às 09h00, em Americana, SP.
Dia 04/02 – Domingo: Missa e
Posse de Pároco na Paróquia Santa Gertrudes, Pe. Israel Alves de Souza, às
18h00, em Cosmópolis, SP.
Dia 09/02 – Sexta-feira: Missa e
Posse de Administrador Paroquial na Quase-Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe,
Pe. Isael de Brito, às 19h30, em Americana, SP.
Dia 10/02 – Sábado: Missa e Posse de Pároco na
Paróquia São Benedito, Pe. Luís Fabiano Canatta, às 18h00, em Americana, SP.
Dia 11/02 – Domingo: Missa e
Posse de Administrador Paroquial na Quase-Paróquia Santa Eulália, Pe. Bruno
Gabriel Steim, às 08h30, em Limeira, SP.
Dia 11/02 – Domingo: Missa e
Posse de Pároco Paróquia Nossa Senhora do Brasil, Pe. Paulo Sérgio Lopes
Gonçalves, às 18h30, em Americana, SP.
Dia 16/02 – Sexta-feira: Missa e
Posse de Pároco Paróquia Santa Ana, Pe. Jefferson Luís Leme da Silva, às 19h00,
em Limeira, SP.
Dia 17/02 – Sábado: Missa e Posse de Pároco
Paróquia São Camilo de Léllis, Pe. Antônio Carlos de Almeida, às 19h30, em
Americana, SP.
Dia 22/02 – Quinta-feira: Missa e
Posse de Administrador Paroquial na Quase-Paróquia Nossa Senhora de Lourdes,
Pe. José Valter Rossini, às 19h30, em Araras, SP.
Dia 23/02 – Sexta-feira: Missa e
Posse de Pároco Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Pe. Gilmarcos da
Silva Teixeira, às 19h30, em Americana, SP.
Dia 24/02 – Sábado: Missa e Posse de Pároco
Paróquia Jesus Crucificado, Pe. Rodrigo Alves, às 18h00, em Iracemápolis, SP.
Dia 25/02 – Domingo: Missa e
Posse de Pároco Paróquia São Paulo Apóstolo, Pe. Vitor Tomé Minutti, às 08h00,
em Limeira, SP.
Dia 25/02 – Domingo: Missa e
Crisma na Paróquia São Francisco de Assis, Pe. Ismael Vanderlei Avi, as 16h00,
em Araras, SP.