Dom Vilson Dias de Oliveira
Diocese de Leimeira
“A
misericórdia de Deus mostrará sua face!”
Leituras:
Jeremias 33, 14-16; Salmo 24 (25), 4-5.8-10.14; Primeira Carta de São Paulo aos
Tessalonicenses 3, 12-4,2; e Lucas 21, 25-28.34-36.
COR
LITÚRGICA: ROXA
Refrão orante: Ao Rei
que vai chegar, vinde, adoremos, adoremos!
Salmo 24, 1-3
ANTÍFONA
DE ENTRADA: Para Vós, Senhor, elevo a minha
alma. Meu Deus, em Vós confio. Não seja confundido nem de mim escarneçam os
inimigos. Não serão confundidos os que esperam em Vós.
ORAÇÃO DO
DIA: Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se
prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo
que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
T.:
Amém.
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS: Aceitai,
Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados
mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação
eterna. Por Nosso Senhor...
T.:
Amém.
Animador: Iniciamos este novo
ano litúrgico com o Tempo do Advento, que é o tempo de preparação para a
chegada do Senhor entre nós, porém, nestes dois primeiros domingos, a liturgia
nos fala da expectativa da segunda vinda de Cristo e sua manifestação no fim
dos tempos. Existe um anúncio no ar que será feito pelas leituras desta
celebração. É o anúncio da volta do Senhor. Um anúncio que nos coloca em
atitude de espera porque o Senhor deverá chegar e, quando isso acontecer,
deveremos estar prontos, preparados e vigilantes para ficarmos de pé diante do
Filho de Deus.
1.
Situando-nos
Reunindo todos os anseios da humanidade e de toda a
criação por dias melhores, iniciamos o tempo do Advento. Na perspectiva do
Natal do Senhor, como acontecimento sempre novo e atual, vislumbramos
vigilantes e esperançosos, a lenta e paciente chegada de seu Reino em nossa
história. O Senhor nos garante que nesta espera nãos seremos envergonhados,
como nos lembram a antífona da entrada e o salmo deste domingo.
Com o Advento, abre-se para nós um tempo favorável de
vigilância e conversão, de retomada de nossas opções como discípulos e
missionários d’Aquele que sempre vem e cuja ação é libertadora e salvífica.
Quer dizer, o Advento é um tempo de grande compromisso com o projeto de Deus (BORTOLINI, Pe. José, Roteiro Homilético,
Anos A, B, C Festas e Solenidades. São Paulo; Paulinas, 2006, p.495)
Acendendo neste domingo a primeira vela da coroa do
Advento somos convidados a aguçar nossa atenção para melhor percebemos os
sinais da chegada do Reino no cotidiano de nossa vida e, com cabeça erguida,
nos levantarmos da acomodação que nos imobiliza. Por isso, pedimos na oração
inicial que o Pai nos conceda ardente desejo de possuir o reino celeste pela
prática das obras de justiça e paz, acorrendo ao encontro do Senhor, que vem ao
nosso encontro “revestido de sua glória (...) para conceder-nos em plenitude os
bens apropriados”! (Prefácio do Primeiro Domingo de Advento).
Acolhendo a Palavra de Deus, somos preparados para a vinda
do Filho do Homem na glória e majestade do último dia. Somos preparados para a
festa do Natal deste ano.
2.
Recordando a Palavra
O Evangelho segundo Lucas, do gênero apocalíptico, não tem
por objetivo assustar, mas convidar os ouvintes a levantarem a cabeça e ficarem
de pé, pois a libertação se aproxima. O cenário é cósmico: céu, terra e mar.
Sinais inquietações, angústias, desfalecimento, medo e ameaças. Em meio a tudo
isso, a chegada do Rebento, do Filho, do Messias, conforme a visão do profeta
Daniel.
É uma linguagem apocalíptica, que nos Evangelho não se
refere a uma catástrofe, mas é um “tirar o véu”, deixar na claridade, revelar a
verdade que estava oculta: a vinda do Senhor que ilumina a vida e a história e
lhes dá o sentido pleno. É a manifestação, o dia do Senhor, o encontro, a vinda
do Messias em sua glória para julgar e instaurar o Reino de seu Pai e nosso
Pai. O Ressuscitado que foi elevado ao céu, desce para libertar os seus
seguidores.
A recomendação é “erguer-se, levantar a cabeça” como
discípulos do ressuscitado! A chegada do Senhor requer estar atento, vigilante,
prestar atenção ao essencial, não se deixar levar pelo vício, pela embriaguez,
pelas preocupações passageiras e fúteis. “Aquele dia” chegará de repente!
Alguém poderia se perguntar pela data de sua chegada, contudo, a maneira de
preparar-se não consiste em conhecer antecipadamente o dia e a hora, mas
vigiando, sendo ativos na prática do bem e na oração.
O profeta Jeremias transmite uma palavra de esperança e
amor renovado, não só para o povo de sua época, mas também para nós que
herdamos sua profecia. Para os antigos, a cidade era o lugar propício para se
constituir uma sociedade solidária onde todos vivem em paz e em segurança. Isto
acontece quando seus administradores cumprem “a justiça de Deus”.
O Salmo 24 (25) está permeado de súplicas individuais e
reflexão sapiencial. Os versos proclamados na liturgia de hoje se dirigem ao
Senhor como a um mestre, pedindo que seja guia por caminhos, veredas, verdade,
pois Ele é o Salvador, é a bondade, a retidão. Jesus é o caminho. Ele ensina os
caminhos de Deus que são verdade amor, fidelidade à Aliança.
O apóstolo Paulo pede a Deus que a comunidade de
Tessalônica não se instale na comodidade, mas cresça no amor, seja confirmada
na santidade para ser encontrada irrepreensível aos olhos de Deus no tempo da
vinda de nosso Senhor. O mais importante é progredir na vivência do amor: é ele
o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário e eclesial.
3.
Atualizando a Palavra
Iniciamos um novo ciclo litúrgico: o Advento do Ano C que
tem como farol o Evangelho segundo Lucas. Boa-Nova que revelará e nos fará
experimentar, domingo após domingo, na escuta e na vivência, as ações
reveladoras da misericórdia de Deus.
A Palavra que hoje recebemos como dom de Deus retoma a
mensagem do último domingo do ano litúrgico: a vinda do Filho do Homem, o final
dos tempos. Qual é o motivo? Para nós, seguidores de Jesus Cristo, sua vinda é
que dá sentido à nossa existência e à existência do mundo.
O Evangelho nos anuncia que a libertação chegou, chega e
chegará. Todo o cosmos participa deste momento. A vinda será repentina,
iminente, mas é também prevista e adiada. É no momento atual de nossas vidas
que acontece, mas acontecerá também no futuro.
O final dos tempos (a segunda vinda do Senhor) não nos
pode causar medo, mas nos animar, nos incentivar, porque a libertação está
próxima, realiza-se hoje, no tempo que se chama agora. Por isso, Jesus nos
alerta para a vigilância constante, para darmos atenção aos acontecimentos
atuais, aos sinais dos tempos e à realidade que se descortina, pois, o Senhor
vem e se manifesta gratuitamente.
“A vós, meu Deus, elevo a minha alma, confio em vós, que
eu não seja envergonhado. Pois não será desiludido quem em vós esperar”, com
esta invocação sálmica, iniciamos o tempo do Advento, no qual nos preparamos
para a chegada do Senhor. Neste domingo, esperamos aquele que um dia,
“revestido de sua glória, (...) virá uma segunda vez, para conceder-nos em
plenitude os bens prometidos” (Cf. Prefácio do Primeiro Domingo do Advento).
O Advento é o tempo da esperança no sentido mais pleno da
palavra. Sabemos perfeitamente o que é uma “sala de espera”; conhecemos a mãe
que espera pelo filho antes de nascer e, por isso mesmo, sabemos que quem
espera por algo, já o possui de certa forma.
O Papa Francisco nos pede, no tempo de Advento, que
deixemos ressoar em nossos corações o convite de Isaías: “eis que virão dias,
diz o Senhor, em que farei cumprir a promessa de bens futuros”. “Hoje é preciso
que pessoas sejam testemunhas da misericórdia e da ternura do Senhor, que sacudam
os resignados, reanimem os desanimados, acendam o fogo da esperança” (Papa
Francisco, Ângelus, 7 de dezembro de 2014). Segue o Papa Francisco, “A mensagem
de Isaías, que ressoa nesse domingo do Advento, é um bálsamo sobre as nossas
feridas e um estímulo a preparar com empenho o caminho do Senhor” (Idem).
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Em cada celebração eucarística, realiza-se ritual e
sacramentalmente a vinda do Senhor, na comunidade de irmãos reunida, na Palavra
proclamada e nos sinais eucarísticos do pão e do vinho, até que sua vinda
definitiva se realiza plenamente.
“Naturalmente a Eucaristia que nos dispomos a celebrar é a
preparação mais intensa da comunidade para a vinda do Senhor, pois ela mesma
assinala essa vinda. No prefácio que abre a Oração Eucarística deste domingo, a
comunidade se apresenta a Deus que hoje ‘vigilantes esperamos’. Nós que damos
graças, hoje já pedimos para poder cantar com todos os anjos: Santo, Santo,
Santo, Senhor Deus do universo”.
Ao aclamar o “Mistério da fé” experimentamos o mesmo
espírito de vigilante espera. “Toda vez que se come deste Pão, toda vez que se
bebe deste Vinho, se recorda a paixão de Jesus Cristo e se fica esperando sua
volta”. Na Oração Eucarística os céus se abrem e Deus desce.
Hoje recebemos o Corpo e o Sangue do Filho do Homem que
virá nas nuvens com grande poder e glória. Com a sua graça, concedida na
Sagrada Comunhão, é de se esperar que cada um de nós possa exclamar: “levantai
e erguei a cabeça, porque a minha libertação está próxima” (CONGREGAÇÃO PARA O
CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Diretório Homilético. Brasília:
Edições CNBB, 2015, n.86). Firmes, confiantes e insistentes, continuamos a
suplicar, nos comprometendo com a vinda do Reino de amor, de justiça e de paz
em nosso tempo.
A liturgia nos convida a estar em atitude de vigilância,
numa especial atitude de conversão.
Oração dos fiéis:
Presidente: Peçamos que o Senhor aumente em nós a esperança para que
possamos nos empenhar mais em favor da justiça.
1. Vem Senhor e ajude a Igreja a ser mais solidária com
aqueles que precisam de amparo e carinho. Peçamos:
Todos: (Cantado) Ó vem Senhor, não
tardes mais, vem saciar nossa sede de paz.
2. Vem Senhor e ajude nossos governantes a serem
promotores da esperança em nossa sociedade tão sofrida. Peçamos:
3. Vem Senhor e ajude os sofredores a não perderem a
esperança neste mundo marcado pela indiferença e pelo medo. Peçamos:
4. Vem Senhor e ajude nossa comunidade a ser promotora da
esperança. Peçamos:
5. Vem Senhor e ajude nossos dizimistas a terem uma boa
preparação para o Natal do Senhor. Peçamos:
Outras intenções
Presidente: Ó Deus, acolhei com carinho os nossos pedidos, pois ao
preparar nossa Igreja para a espera do Teu Filho, queremos também preparar
nosso coração para viver a justiça e o direito. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Salmo 84, 13
ANTÍFONA DA COMUNHÃO: O Senhor
nos dará todos os bens e a nossa terra produzirá o seu fruto.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO: Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que
celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os
bens do Céu e a viver para os valores eternos. Por Nosso Senhor. T.: Amém.
COMPROMISSO DA SEMANA: Para viver bem este tempo de preparação para o Natal, que tal
organizar, com a ajuda da(o) catequista, um grupo de amigos da catequese para
visitar alguns idosos e doentes da comunidade?
BÊNÇÕA FINAL:
Presid.:
O Senhor esteja convosco.
T.: Ele está no meio de nós.
Presid.:
Que o Deus
onipotente e misericordioso vós ilumine com o advento de seu filho, em cuja
vinda credes e cuja volta esperais, e derrame sobre vos as suas bênçãos.
T.: Amém!
Presid.:
Que durante esta
vida ele vos torne firmes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade.
T.: Amém!
Presid.: Alegrai-vos agora
pela vinda do salvador feito homem, sejais recompensados com a vida eterna, quando
vier de novo em sua gloria.
T.: Amém!
Presid.:
Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e
Espírito Santo.
T.: Amém.
Presid.:
Em nome do Senhor, ide em paz e que o
Senhor vos acompanhe.
T.:
Graças a Deus.