DIOCESE DE LIMEIRA - IV DOMINGO DA PÁSCOA
Limeira, 12 de maio de
2018
“EU DOU-LHES A VIDA ETERNA E ELAS
JAMAIS SE PERDERÃO” Jo 10,28
LEITURAS: 1ª Leitura: At 13,14.43-52; Salmo Responsorial: 99 (100),
2.3.5 (R/. 3ac); 2ª Leitura: Ap 7,9.14b-17 e Evangelho: Jo 10, 27-30
COR LITÚRGICA: Branco ou Dourado.
O Círio Pascal permanece em destaque no espaço celebrativo,
memorando-nos a presença do Cristo Ressuscitado que doa de si para que suas
ovelhas jamais pereçam. Neste IV Domingo, consagrado como “Domingo do Bom
Pastor”, pode-se acrescer no espaço celebrativo uma imagem ou estampa do Cristo
Bom Pastor.
ANIMADOR: O Ressuscitado, o Bom
Pastor, dá a vida eterna pelo bem do rebanho, Aleluia! No quarto Domingo
Pascal, Jesus manifesta-se como o Bom Pastor, que vela pelo bem de seu rebanho,
oferecendo sua vida, que é vida eterna. Ele conhece suas ovelhas, e suas
ovelhas lhe seguem! Que todos os fiéis, participes da vocação batismal,
encantem-se sempre mais pela voz de Jesus, e através da conversão diária,
guiem-se pelo seu exemplo e ensinamentos. Também hoje, recorda-se o Dia Mundial
de Oração pelas Vocações.
CONTEXTUALIZANDO A PALAVRA
No Tempo
Pascal, o quarto Domingo é tradicionalmente chamado de domingo do “Bom Pastor”.
O título tem razão de ser, pois as leituras e as orações nos levam a contemplar
Jesus como o Bom Pastor, aquele que dá a sua vida pelas ovelhas. Na Páscoa,
esse mistério é ainda mais acentuado quando se considera a morte e ressurreição
do Senhor como a suprema doação da vida do Filho de Deus para a salvação do
mundo.
A oblação
que Jesus faz de sua vida se prolonga na vida de muitos homens e mulheres que
se entregam pela vida dos outros, doando-se gratuitamente por motivações das
quais poderiam se eximir. Entretanto por decisão livre, por solidariedade, por
reconhecimento de tudo o que são e possuem, movidos pelos impulsos do Espírito,
religiosos ou não, fazem da sua existência um serviço de amor capaz de gerar
vida nova e, em muitos casos, salvação.
A
Eucaristia é o lugar privilegiado de reconhecimento desses sinais do
Ressuscitado espalhados na sociedade e no mundo. Ela abre nossos olhos e
ouvidos para contemplar a misteriosa ação de Deus na história, projetando a luz
da fé sobre as coisas bonitas que a televisão, os jornais, e a cultura
atualmente não querem mostrar.
O cristão,
que vive da vida nova do Ressuscitado, rompe com os esquemas que aprisionam a
vida que Deus ofereceu livremente para todos em seu Filho. Com a força e a
coragem do Pastor, lutam pela universalidade da salvação que não ficou
aprisionada nem à cruz e nem ao sepulcro.
RECORDANDO A PALAVRA
A
narrativa evangélica traz riquezas imensuráveis, sobretudo, quando confrontadas
com as demais leituras da liturgia desse dia. Jesus não se declara o Bom
Pastor. Porém o capítulo, de onde o texto foi extraído, oferece essa auto
declaração de Jesus, como tal, aqui prolongada em contexto de conflito. De
fato, os versículos extraídos não deixam transparecer em que situação Jesus
afirmou tais coisas.
Jesus
estava sendo pressionado pelos seus opositores a declarar abertamente se era ou
não o Messias. Tirando o fato de que a ideia do Messias no tempo de Jesus era
um tanto ambígua e que, por isso, Jesus se recusara a afirmar publicamente a
sua messianidade, o contexto faz entender quem são as ovelhas de Jesus. Por
certo, não são aqueles que o pressionam, pois esses não escutam a sua voz,
rejeitam a sua Palavra e as obras que lhe dão corpo.
Eles ainda
não reconhecem a estreita ligação de Jesus com o Pai. As afirmações de Jesus no
evangelho, na verdade, fazem contraste com a rejeição dos seus adversários que,
ao final do diálogo, apanham pedras para lapidar Jesus.
No entanto,
o contexto litúrgico explicita e amplia a visão a outros aspectos não tão
claros e oferece novas relações, pois as ovelhas são dadas a Jesus pelo Pai.
Ele, na verdade, é o Pastor de Israel, assim reconhecido pelos judeus, conforme
entoou o salmo de resposta: “nós somos seu povo e seu rebanho”.
De outro
lado, a liturgia aponta para as ovelhas como aquelas que escutam a voz do Filho
de Deus. Essa é sua marca distintiva: elas não se distinguem mais por uma raça
ou nação, mas pela adesão ao Messias, o Filho de Deus, e a sua Palavra. Assim
narra os Atos, quando mostra a oposição dos judeus ao anúncio do evangelho e a
adesão dos pagãos. Do mesmo modo, o livro do Apocalipse fala de “uma multidão
imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém
podia contar”.
A mudança
de perfil das ovelhas assinala aquilo que verdadeiramente importa: a escuta da
voz de Cristo, que significa a adesão a Ele. Essas são dadas pelo Pai ao Filho.
A pertença a Jesus é assegurada pelo Pai e igualmente pelo Filho, visto que
ambos são um só. As ovelhas também se perdem, pois são participantes da vida
eterna que lhes foi dada por Jesus.
Mas o
Filho que com o Pai é um, e igual ao Pai tem firme na mão suas ovelhas, tem
também alguma identificação com elas. No livro do Apocalipse, Ele é o Cordeiro.
Com seu sangue, as ovelhas lavaram e alvejaram as suas vestes. O texto,
retomando a mesma temática do Salmo 23 (22) diz que o Cordeiro é o pastor que
conduzirá as ovelhas para as fontes da água da vida. Cristo é, a um só tempo,
Pastor e Cordeiro, um com o Pai e um com o rebanho.
ATUALIZANDO A PALAVRA
Dois
aspectos enriquecem a vida cristã neste Domingo: a comunhão e a doação de si.
Jesus entra em comunhão com o seu rebanho e se doa voluntariamente pela
salvação dos seus. Essa comunhão e autodoação têm sua fonte no amor entre o Pai
e o Filho. Comunhão e autodoação é o modo de ser de Deus e, por meio de Jesus
passa a ser o modo de ser dos cristãos.
Assuntos e
realidades como a fome, a violência, a dependência química, a injustiça que
arranca os direitos essenciais à vida, as doenças, a corrupção, que
criminosamente se propagam entre nós, são do nosso interesse e exigem ações da
nossa parte em vista da vida e da salvação de todos. A experiência da
ressurreição não pode ser entendida como graça particular, porém como missão,
norma de uma vida aberta e devotada aos outros.
Não se faz
necessário bancar o super-herói atento aos atos criminosos ou perigos sofridos
por outrem. A vida exige que trabalhemos, cumpramos nossas obrigações, façamos
nossos deveres, como cuidar da casa, da família, da própria saúde, até mesmo do
lazer e do descaso. Contudo, é preciso encontrar lugar para o amor abnegado,
gratuito e desinteressado. Encontrar tempo para sair de si e encontrar o outro
que necessita.
LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO LITÚRGICA
Através da
Oração do Dia, a Liturgia deste Domingo eleva uma suplica a Deus para que os
fiéis sejam conduzidos “à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho
possa atingir a fortaleza do Pastor”. A Oração é bela e profunda, pois traduz
de modo perfeito e poético o fim da vida cristã. A liturgia coloca os fiéis em
jogo de identidade com o Bom Pastor: pela reunião, pela Palavra, pela
Eucaristia, pela missão, todos vão se configurando a Cristo e deixando que ele
imprima na comunidade, pela força do Espírito, as feições que lhe são próprias.
Na reunião
da comunidade, todos fortalecem sua identidade de povo escolhido e reunido no
amor de Cristo. Na escuta da Palavra, segundo o que ensina o evangelho de hoje,
todos participam de sua vida entregue voluntariamente para a salvação do mundo,
nos ritos de envio, todos são dispersos na força do Espírito para levar a Paz
de Cristo ao mundo.
Mas nada
disso é feito sem que provenha do próprio Cristo a iniciativa: de reunir seu
rebanho, de lhes falar ao coração, de nutrir sua fé à mesa da eucaristia, de
lhes fortalecer no envio. É a fortaleza do Pastor que configura o rebanho.
Essa
fortaleza é o outro nome do Espírito que conduziu Jesus e que agora age sobre o
seu Corpo, a Igreja, distribuindo para todos os membros as riquezas da Cabeça.
A celebração nos faz rebanho do Cristo. Todavia um rebanho para os outros, em
vista da salvação do mundo.
ORAÇÃO DA ASSEMBLEIA
PRES.: Irmãos e irmãs, a voz
do Bom Pastor ecoa no coração do rebanho, oferecendo-lhe a vida em plenitude.
Através de seu amor, Jesus zela pelas ovelhas, ao mesmo tempo que as conduz ao
Pai. Nas súplicas que agora elevamos, roguemos ao Ressuscitado para que sejamos
sempre dóceis a sua voz:
R/. Jesus Bom Pastor, atendei nossas súplicas!
1. Pela Igreja de Deus, aprisco do Ressuscitado, para que
testemunhando o seu Mestre e Senhor, conduza seus fiéis a vida e a salvação,
rezemos.
2. Pelos nossos pastores: o Papa Francisco, nosso Bispo Vilson,
nosso pároco e todo o Clero, para que para que sejam fiéis continuadores da
missão iniciada por Jesus em instaurar no mundo o Reino de Deus, rezemos.
3. Por todos os jovens que o
Bom Pastor chama a segui-lo, para que sejam sempre mais atentos ao seu doce e
suave convite: “Vem e segue-me” (Mt 19,21), rezemos.
4. Para que o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, fomente em
nossas Paróquias e Comunidades, a promoção vocacional, cooperando assim, para
que em nosso meio surjam novas e santas vocações de amor-doação, rezemos.
5. Por todos nós, que nesta Eucaristia ouvimos a voz do Bom Pastor,
e tomamos parte no Seu Banquete, para que nos empenhemos no serviço em prol do
rebanho e abramos nossos corações ao Espírito Santo que fala através dos sinais
dos tempos, rezemos.
PRES.: Senhor
Jesus, Bom Pastor de nosso rebanho, abri nossos corações ao apelo de Vossa voz, e acolhei nossas preces que humildemente vos
dirigimos, para que jamais falta ao rebanho a diligência de seu Pastor. Vós que
sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
T.: Amém.
LITURGIA
EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS
PRES.: Concedei, ó Deus, que sempre nos alegremos por estes mistérios
pascais, para que nos renovem constantemente e sejam fonte de eterna alegria.
Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO
PRES.: Velai com solicitude, ó Bom Pastor, sobre o vosso rebanho e
concedei que vivam nos prados eternos as ovelhas que remistes pelo sangue do
vosso Filho. Que convosco vive e reina para sempre.
T.: Amém.
AVISOS
BENÇÃO SOLENE: TEMPO
PASCAL, p. 523 do Missal Romano.
PRES.: Deus, que pela
ressurreição do seu Filho único vos deu a graça da redenção e vos adotou como
filhos e filhas, vos conceda a alegria de sua benção.
T.: Amém.
PRES.: Aquele que, por sua
morte, vos deu a eterna liberdade, vos conceda, por sua graça, a herança
eterna.
T.: Amém.
PRES.: E, vivendo
agora retamente, possais no céu unir-vos a Deus, para o qual, pela fé, já
ressuscitastes no batismo.
T.: Amém.
PRES.: Abençoe-vos
Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e
Espírito Santo, Aleluia, Aleluia.
T.: Amém, Aleluia, Aleluia!
PRES.: Ide, em paz e o Senhor
vos acompanhe, Aleluia, Aleluia!
T.: Graças a Deus, Aleluia, Aleluia!