DIOCESE DE LIMEIRA - III DOMINGO DA PÁSCOA
Limeira, 05 de maio de 2019
“JESUS APROXIMOU-SE, TOMOU O PÃO
E DISTRIBUIU-O POR ELES”
Jo 21,13
LEITURAS: 1ª Leitura: At 5,27b-32.40b-41; Salmo Responsorial: 29
(30),2.4.5-6.11.12a.13b (R/.2a); 2ª Leitura: Ap 5,11-14; Evangelho: Jo 21,1-19
COR LITÚRGICA: Branco ou Dourado
Também neste domingo
pascal, tem destaque no espaço celebrativo o Círio Pascal, que representa o
Ressuscitado, que permanece junto dos seus, renovando através de Seu amor o seu
chamado ao seguimento.
ANIMADOR: Esta é a Páscoa do
Senhor que nos ama com amor incondicional, Aleluia!
Ao celebrarem a Páscoa semanal do
Senhor, os cristãos fazem a experiência do Cristo Ressuscitado que oferece de
modo incondicional o seu amor. O chamado a Pedro, para que apascente o seu
rebanho, perpetua-se na profissão de fé da Igreja ao longo dos séculos,
sobretudo na autoridade do Papa. Cada batizado é cooperador nesta missão,
fazendo germinar o amor que se faz serviço por Cristo que não está morto, mas
vivo e ressuscitado.
CONTEXTUALIZANDO A PALAVRA
O terceiro domingo da Páscoa, domingo
da pesca milagrosa, orienta-se à experiência da companhia do Ressuscitado que
se manifesta aos seus discípulos.
O Tempo Pascal integra o “Grande Dia
do Senhor”, o Dia que Ele mesmo fez para nós. Neste período, a Igreja se
encontra com Jesus e busca contemplá-lo de modo especial através dos mesmos
gestos que Ele realizava enquanto estava na companhia de seus discípulos. A
liturgia celebrada nos dá acesso a estes gestos de maneira que permaneçamos
unidos a Jesus corporalmente, assumindo na história humana o posto de
sacramento daquele que é Morto-Ressuscitado.
Supliquemos ao Senhor que abra nossos
olhos para percebermos sua presença em nosso meio, sobretudo, frente a nossas
labutas, de modo que sejamos firmes na missão evangelizadora, apesar de tantos
percalços e traumas.
RECORDANDO A PALAVRA
A cena do
Evangelho de hoje mostra o ressuscitado aparecendo mais uma vez a seus
discípulos, às margens do mar Tiberíades. Neste relato, aparece a atividade de
sete discípulos (v.2), o que simbolicamente representa a totalidade. Pedro é o
seu líder. É de Pedro a decisão primeira de ir lago adentro para pescar, sendo
seguido pelos outros discípulos. Tal relato dá-se de noite, tempo propício para
a pesca. Mas, eles nada apanham. Ao que tudo indica, encontravam-se numa
situação de desânimo, tristeza, frustração e falta de perspectivas.
Ao
amanhecer, na beira do lago, veem um homem, que eles ainda não reconhecem como
Jesus. Ele pede de comer. Como os discípulos nada têm, a ordem é que voltem a
pescar. O resultado foi surpreendente: as redes se enchem e a fartura foi
tamanha que todos matam a sua fome e o mestre é reconhecido. A palavra de Jesus
os reanima. Ele prepara e faz com eles a partilha do pão e do peixe. Chegando à
praia, os discípulos veem em primeiro lugar os sinais do amor de Jesus para com
eles. Pedro se enche de tamanha energia que, sozinho arrasta a rede para a
praia com cento e cinquenta e três grandes peixes. Tal gesto ilustra-nos que a
comunidade, sob o mandato de Jesus, é capaz de reunir todos os povos em torno
de si, sem sofrer qualquer ruptura.
Terminada
a celebração, começa um diálogo entre Jesus e o líder Pedro. O Texto parece
indicar que, nas comunidades joaninas dos anos 90, a autoridade de Pedro estava
abalada. Jesus quer que Pedro fundamente essa autoridade no amor-doação que se
faz total, gratuito, recíproco. Jesus não quer de Pedro apenas uma amizade de
bem querer ou companheirismo, que fraqueja facilmente. Por isso, repete três
vezes a pergunta.
Das
lideranças das comunidades Jesus exige amor até as últimas consequências. Esse
amor fiel ao projeto de Jesus deve ser construído nas relações comunitárias, no
serviço realizado pelo Apóstolo. O texto sintomaticamente faz uma alusão à
tríplice negação de Pedro.
Observemos
a mesma intenção no livro dos Atos dos Apóstolos. Os apóstolos, liderados por
Pedro, dão testemunho do Mestre até o sofrimento e a tortura. Pedro, que já
fora pedra de tropeço, agora aprendeu o sentido do amor. Com intrepidez, diante
do sumo sacerdote, proclama: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens”
(v.29), aconteça o que acontecer. Para os discípulos, essa foi, com certeza,
uma profunda experiência do ressuscitado. O Espírito de Jesus lhes deu essa
compreensão que não haviam captado durante a vida pública de Jesus. Agora eles
se identificam com o Senhor, a ponto de vibrarem com os sofrimentos e a cruz.
O texto do
Apocalipse também busca reanimar a fé das comunidades joaninas no Cordeiro
imolado, que passou pela humilhação da cruz e da morte, agora vivo e
ressuscitado junto ao trono de Deus. Apesar da situação de morte que as
comunidades estão vivendo, a visão de João aponta para uma grande liturgia no
céu: miríades de anjos entoam um hino ao Cordeiro.
Ele recebe
sete atribuições: poder, riqueza, sabedoria, força honra, glória e louvor. É a
superação de todo tipo de dor, sofrimentos, tristeza, morte. Isto é
incontestável, verdade pura. Por isso se proclama solenemente: amém! Lembremos que essas honras, que o
Cordeiro recebeu, eram atribuídas somente a reis e imperadores, que se
autoproclamavam deuses.
ATUALIZANDO A PALAVRA
Por vezes
o modo como agimos frente as exigências do mundo, assemelha-se ao dos
discípulos: vamos peregrinando nas escuridões sem contar com a luz do
ressuscitado, nos perdemos na ótica do capitalismo globalização (consumismo,
individualismo, competição, guerras, violência, depressão). Assim, faz-se
necessário, o reencontro com o Ressuscitado, através da recordação de sua
Palavra que nos exorta a prática do amor incondicional.
A
comunidade só se mantém unida, quando centra seu discurso e práxis em Jesus.
Pedro é o primeiro que toma a iniciativa de ir mar adentro pescar. A cena
parece sugerir que os discípulos estão na missão em terras de gentios, de
pagãos. Daí o símbolo do mar, cheio de desafios. Quais são os desafios de nossa
ação evangelizadora hoje? Em que ambientes evangelizamos? (CNBB. Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão
pastoral de paróquia. Doc. CNBB, 100, Brasília: Edições CNBB, n. 11-27).
A cena
mostra os discípulos agindo em conjunto, em grupo. No erro, nas escuridões da
vida, a presença do companheiro é muito importante. Nosso serviço evangelizador
deve ser partilhado, feito em mutirão. Assim clareia mais, fica mais fácil
enxergar Jesus. Muitas vezes é o individualismo e a insensibilidade que não nos
permite ver Jesus. Ele está no meio de nós na partilha, ressuscitado, e nós não
percebemos sua presença ou nos tornamos indiferentes a ela.
Manter os
olhos e ouvidos bem abertos para a escuta da Palavra reanima o evangelizador e
possibilita que as redes se encham de peixes. A comunidade que obedece a Jesus
será certamente uma comunidade fecunda, cheia de vida e exemplar nos gestos de
misericórdia e também caridade.
João, dito
discípulo amado é o primeiro a reconhecer Jesus. O amor de Jesus por João
certamente deixará marcas profundas em sua vida. Neste interim, cabe-nos uma
indagação: temos intimidade com Jesus?
Pedro, que
estava nu, vestiu a roupa e atirou-se ao mar. Talvez se tenha lembrado do manto
que Jesus colocou, quando se pôs a servir no lava-pés. Quando temos fé no
ressuscitado, nosso entusiasmo pelo serviço é facilitado: entramos no mar da
vida e servimos com alegria e facilidade, sem pesar as consequências.
O grande
sinal de Jesus é a comunhão, a partilha do pão e do peixe. “Venham comer”!
Quando encontramos estes gestos de solidariedade em nosso dia a dia, sabemos
que são sinais do Reino. Neles reconhecemos Jesus, sem precisar perguntar “quem
é aquele homem que está lá na praia?”.
O diálogo
entre Jesus e Pedro revela que nenhum agente de pastoral pode apascentar o
rebanho de Deus, se não permite ser conduzido pela vontade de Deus; se não
estamos prontos a testemunhar Cristo com o dom de nós mesmos, sem reservas nem
cálculos, por vezes à custa da nossa própria vida.
LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO LITÚRGICA
Hoje,
Jesus nos convida uma vez mais: “venham e comam”. Somos uma comunidade
eucarística com a missão de testemunharmos em nossas vidas a vontade do Pai.
A oração
do dia reza a exultação do povo em ser renovado pela Páscoa de Cristo e lança
aos fiéis o desafio de permanecerem na esperança da ressurreição. Santo
Atanásio afirmava: “Jesus ressuscitado, converte a vida do ser humano em uma
festa contínua” (URTASUN, Cornelio. Las
oraciones del Misal. Escuela de espitiruallidad cristian. Barcelona: Centro de
Pastoral Litúrgica, 1995, p. 263).
E acrescentou:
“a Páscoa rejuvenesce a vida dos fiéis”. De fato, somos “novas criaturas” que
entoam o “canto novo” que consiste na “glória de seu nome”, conforme indica-nos
a antífona de entrada: “Aclamai a Deus,
toda terra, cantai a glória de seu nome, rendei-lhe glória e louvor, aleluia!”.
A
celebração litúrgica ao realizar a vida de Cristo, no coração da assembleia,
lhe permite irradiar a glória do Senhor que não significa outra coisa que
torná-lo manifesto ao mundo por meio da fidelidade ao seu mandato e à sua
herança: o amor. Amar os irmãos, arriscar-se pela fraternidade universal que
torna forma nos pequenos gestos de carinho e solidariedade locais, revela o
Nome de Deus em nós, Este nome é “Cristo”: Cristo em nós, fazendo-nos
partícipes de sua ressurreição por causa de sua compaixão para com o gênero
humano.
A vida
nova que abraçamos se exprime pelos gestos típicos que dão forma à celebração
litúrgica. Gestos humanos que se tornam divinos, porque Cristo os assume. E uma
vez que os gestos são expressão de quem somos, nós mesmos tomamos parte na
eternidade, cujas portas foram abertas a nós por Cristo uma vez por todas.
Lembrando
que a eternidade não tem a ver com “duração” da vida, mas com a sua qualidade.
Ao darmos corpo ao amor de Cristo, tornando-nos memória perigosa d’Ele,
permitimos que Ele em nós se manifeste e – arriscando-nos uns pelos outros –
adentramos no céu.
ORAÇÃO DA ASSEMBLEIA
PRES.: Irmãos e irmãs, Cristo
Ressuscitado se faz presente e atuante na Comunidade, convidando e renovando o
convite ao Seu seguimento, por meio de uma vida de total amor e gratuidade. Na
oração que elevamos, peçamos pela fidelidade de seu povo escolhido:
R/. Cristo Ressuscitado, escutai nossas súplicas!
01. Pela Igreja de Deus, que todos os anos faz memória e atualiza a
Páscoa do Senhor, para que os mistérios que neste tempo celebramos, antecipem
no coração dos fiéis as alegrias da Páscoa definitiva, rezemos.
02. Pelo Santo Padre, o Papa Francisco, por nosso Bispo Diocesano,
Dom Vilson, e pelo Clero, para que, acolhendo e renovando em seus corações o
convite que o próprio Cristo lhes faz, possam anunciar o Seu amor entre todos
os fiéis, rezemos.
03. Por nossas Paróquias e Comunidades, que se reúnem para celebrar
o Senhor em cada Liturgia, para que sejam fortalecidas pelo Espírito Santo e
revelem em seus respectivos contextos a face de uma Igreja em saída, rezemos.
04. Pelos que não creem em Cristo ou que negam sua fé frente aos
desafios do mundo, para que deixem-se tocar pela Palavra e pelo bom testemunho
dos irmãos, e confessem a semelhança de Pedro seu amor por Jesus, rezemos.
05. Por nossa comunidade que
se reúne para a Páscoa semanal do Senhor, para que a Palavra e o Pão
Eucarístico nos instruam e fortaleçam na luta por um mundo mais justo, rezemos.
PRES.: Senhor Jesus, que,
pelos vossos mistérios pascais, fortaleceis a Igreja pelo chamado e missão dos
discípulos, fazei-nos também fieis em vosso seguimento e autênticos
colaboradores da causa de vosso Reino. Vós que viveis e reinais por todos os
séculos dos séculos.
T.: Amém.
LITURGIA
EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS
PRES.: Acolhei, ó Deus, as oferendas da vossa Igreja em festa. Vós que
sois a causa de tão grande júbilo, concedei-lhe também a eterna alegria. Por
Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO
PRES.: Ó Deus, olhai com bondade o vosso povo e concedei aos que renovastes
pelos vossos sacramentos a graça de chegar um dia à glória da ressurreição da
carne. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
AVISOS
BENÇÃO SOLENE: TEMPO
PASCAL, p. 523 do Missal Romano.
PRES.: Deus, que pela
ressurreição do seu Filho único vos deu a graça da redenção e vos adotou como
filhos e filhas, vos conceda a alegria de sua benção.
T.: Amém.
PRES.: Aquele que, por sua
morte, vos deu a eterna liberdade, vos conceda, por sua graça, a herança
eterna.
T.: Amém.
PRES.: E, vivendo
agora retamente, possais no céu unir-vos a Deus, para o qual, pela fé, já
ressuscitastes no batismo.
T.: Amém.
PRES.: Abençoe-vos
Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e
Espírito Santo, Aleluia, Aleluia.
T.: Amém, Aleluia, Aleluia!
PRES.: Ide, em paz e o Senhor
vos acompanhe, Aleluia, Aleluia!
T.: Graças a Deus, Aleluia, Aleluia!