A
PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
OS
SÍMBOLOS DA FÉ
“CREIO EM DEUS
PAI”
Crer em Deus é a primeira afirmação
da Profissão de Fé e também a mais fundamental.
É confissão da unicidade de Deus, que
tem sua raiz na Revelação Divina; é a confissão da existência de Deus, pois a
fé cristã confessa que há um só Deus (por natureza, por substância e por
essência), conforme (Dt 6,4-5).
“TODO PODEROSO”
Se
não crermos que o amor de Deus é todo poderoso, como crer que o Pai pôde nos
criar, o Filho remir-nos, o Espírito santificar-nos.
“CRIADOR”
Deus criou o mundo para manifestar e
para comunicar sua glória.
Na criação do mundo e dos homens,
Deus colocou o primeiro e universal testemunho de seu amor todo poderoso de sua
sabedoria, o primeiro anúncio de seu “desígnio benevolente”, o qual encontra
sua meta em Cristo. Embora a criação seja atribuída ao Pai, é igualmente
verdade de Fé que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são únicos e indivisíveis,
o princípio da criação.
“DO CÉU E DA
TERRA”
Na sagrada Escritura, a expressão
“céu e terra”, significam tudo aquilo que existe, a criação inteira. A “terra”
é o mundo dos homens; o “céu” ou os “céus” pode designar o firmamento, mas
também o “lugar” próprio de Deus: O “Nosso Pai do Céu” (Mt 5,16).
O “céu” indica o “lugar” das
criaturas espirituais, os anjos, que estão ao redor de Deus.
A profissão de Fé do IV Concílio de
Latrão afirma que Deus “criou conjuntamente, do nada, desde o início do tempo,
ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre,
em seguida, a criatura humana, que tem algo de ambas, por compor-se de espírito
e de corpo”.
“E EM JESUS
CRISTO, SEU ÚNICO FILHO NOSSO SENHOR”.
O nome Filho de Deus significa a
relação única e eterna de Jesus Cristo com Deus, seu Pai:
Ele é o Filho Único do Pai e o
próprio Deus. Crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus é necessário para ser
Cristão.
O nome “Senhor” designa a soberania
divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor, é crer em sua divindade.
“Ninguém pode dizer, Jesus é Senhor, a não ser no Espírito Santo” (1Cor 12,3).
“QUE FOI
CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO”.
No tempo determinado por Deus, o
Filho Único do Pai, a palavra eterna, isto é, o Verbo é a imagem substancial do
Pai, encarnou sem perder a Natureza divina, assumiu a Natureza Humana.
Jesus Cristo é verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem, na unidade de sua Pessoa Divina: por isto, Ele é o único
mediador entre Deus e os homens.
Sendo verdadeiro Deus e verdadeiro
Homem, Cristo tem uma inteligência e uma vontade humana, perfeitamente
concordantes com sua inteligência e sua vontade divinas, que tem em comum com o
Pai e o Espírito Santo.
Jesus é concebido pelo poder do
Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois Ele é o Novo Adão que inaugura a
Nova Criação: “O primeiro homem tirado da terra, é terrestre; o segundo Homem
vem do céu” (1Cor 15,47). A humanidade de Cristo é, desde a sua concepção,
repleta do Espírito Santo, pois Deus Lhe dá o Espírito sem medida” (Jo 3,34). É
a plenitude Dele, a cabeça da humanidade remida, que “nós recebemos graça sobre
graça” (Jo 1,16).
“NASCEU DA
VIRGEM MARIA”.
Na descendência de Eva, Deus escolheu
a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. “Cheia de Graça”, ela é “o fruto
mais excelente da Redenção”. Desde o primeiro instante de sua concepção, foi
totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo
pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.
Maria é verdadeiramente “Mãe de
Deus”, visto ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo
Deus.
Maria “permaneceu Virgem concebendo
seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo
de seu seio, Virgem sempre”: com todo o seu ser Ela é “a serva do Senhor” (Lc
1,38).
A Virgem Maria cooperou “para a
salvação humana com livre fé e obediência”. Pronunciou seu “Fiat” (faça-se) “em
representação de toda a natureza humana”. Por sua obediência, tornou-se a nova
Eva, Mãe dos viventes.
“PADECEU SOB
PÔNCIO PILATOS FOI CRUCIFICADO MORTO E SEPULTADO”
“JESUS MORREU CRUCIFICADO”.
“Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3).
Nossa salvação deriva da iniciativa
de amor de Deus para conosco, pois “foi Ele quem nos amou e enviou seu Filho
como vítima de expiação por nossos pecados” (1Jo 4,10).
“Foi Deus que em Cristo reconciliou o
mundo consigo (2Cor 5,19). Jesus ofereceu-se livremente por nossa Salvação,
este gesto ele antecipa durante a última ceia:” Isto é meu Corpo, que será dado
por vós". (Lc 22,19). Nisto consiste a redenção de Cristo.
Por sua obediência de amor ao Pai
“até a Morte de Cruz” (Fl 2,8), Jesus realizou sua missão expiadora do servo
sofredor que “justificará a muitos e levará sobre si as suas transgressões”.
“JESUS CRISTO FOI SEPULTADO”
Em benefício de todo homem, Jesus
experimentou a morte. Foi verdadeiramente o Filho de Deus feito homem que
morreu e que foi sepultado. Durante a permanência de Cristo no túmulo, sua
Pessoa Divina continuou a assumir tanto sua alma como seu corpo, embora
separados entre si pela morte. Por isso o corpo de Cristo morto “não viu a corrupção”
(At 12,37).
“DESCEU A MANSÃO
DOS MORTOS, RESSUSCITOU AO TERCEIRO DIA”.
Na
expressão “Jesus desceu à mansão dos mortos”, o símbolo confessa que Jesus
morreu realmente e que, por sua morte por nós, venceu a morte e o Diabo, “o
dominador da morte” (Hb 2,14).
Cristo, teu filho,
que, retornando dos Infernos,
brilhou sereno para o gênero humano,
e vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém. (MR
Vigília Pascal 18)
O
Cristo morto, em sua alma unida à sua pessoa divina, desceu à morada dos
mortos. Abriu as portas do Céu aos justos que haviam precedido.
Cristo ressuscitou dos mortos.
Por sua morte venceu a morte.
Aos mortos, deu vida.
“Por que procurais entre os mortos Aquele que vive?”.
"Ele não está aqui; ressuscitou” (Lc24, 5-6).
O
sepulcro vazio e os panos de linho no chão significam por si mesmos que o corpo
de Cristo escapou das correntes da morte e da corrupção pelo poder de Deus.
Eles preparam os discípulos para o reencontro com o Ressuscitado.
Cristo
“primogênito dentre os mortos” (Cl 1,18), é o princípio de nossa própria
ressurreição, desde já pela justificação de nossa alma (Cf. RM 6,4), mais tarde
pela vivificação de nosso corpo.
“JESUS” “SUBIU
AOS CÉUS, ESTÁ SENTADO Á DIREITA DE DEUS PAI TODO-PODEROSO”.
“E o Senhor Jesus, depois de ter-lhes
falado, foi arrebatado do Céu e sentou-se à direita de Deus” (Mc16, 19). O
corpo de Cristo foi glorificado desde o instante de sua ressurreição.
A ascensão de Cristo assinala a
entrada definitiva de Jesus no domínio celeste de Deus, donde voltará (Cf. At
1,11), mas que até lá o esconde dos olhos dos homens. Jesus Cristo, cabeça da
Igreja, nos precede no Reino Glorioso do Pai para que nós, membros de seu
corpo, vivamos na esperança de estarmos um dia eternamente com Ele.
Tendo entrado uma vez por todas no
Santuário do Céu, Jesus Cristo intercede sem cessar por nós como mediador que
nos garante permanentemente o fervor do Espírito Santo.
“DONDE HÁ DE VIR
A JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS”
Cristo Senhor já reina pela Igreja,
mas ainda não lhe estão submetidas todas as coisas deste mundo. O triunfo do
Reino de Cristo não se dará sem uma última investida das potências do mal.
Ao vir no fim dos tempos para julgar
os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos
corações e retribuirá a cada um segundo suas obras e segundo tiver acolhido ou
rejeitado sua graça.
“CREIO NO
ESPÍRITO SANTO”
“Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’
a não ser no Espírito Santo” (1Cor 12,3). “Deus enviou a nossos corações o
espírito de seu filho que clama: Abbá, Pai!” (Gl 4,6). Para estar em contato
com Cristo, é preciso, primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo. É Ele que
nos precede e suscita em nós a Fé. Por nosso Batismo, primeiro sacramento da
Fé, a vida, que tem sua fonte no Pai e nos é oferecida no filho, nos é comunicada
intimamente e pessoalmente pelo Espírito Santo na Igreja.
Crer no Espírito Santo é, pois
professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade,
consubstancial ao Pai e ao Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado.
“CREIO NA SANTA
IGREJA CATÓLICA”
A palavra “Igreja” significa “convocação”.
Designa a assembléia daqueles que a palavra de Deus convoca para formarem o
povo de Deus e que, alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo de
Cristo.
A Igreja é ao mesmo tempo caminho e
finalidade do desígnio de Deus: Prefigurada na criação preparada na Antiga
Aliança, fundada pelas suas palavras e atos de Jesus Cristo, realizada por sua
Cruz redentora e por sua Ressurreição, ela é manifestada como mistério de
Salvação pelo Derramamento do Espírito Santo. Será consumada na glória do Céu
como assembléia de todos os resgatados da Terra.
A Igreja é no mundo presente o
sacramento da salvação, o sinal e o instrumento da comunhão de Deus e do homem.
A palavra “Católica” significa “Universal”
no sentido de “segundo a totalidade” ou “segundo a integralidade”. A igreja é católica em duplo sentido.
Ela é Católica porque nela Cristo
está presente. “Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica”. Nela subsiste
a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe
dele “a plenitude dos meios de salvação” que ele quis: confissão de fé correta
e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão
apostólica.
Ela é católica porque é enviada em
missão por Cristo à universalidade do gênero humano.
“NA COMUNHÃO DOS
SANTOS”.
A comunhão dos Santos é a participação dos
fiéis nas orações e outras boas obras, que se fazem na Igreja.
Comunhão, porque é por este
sacramento que nos unimos a Cristo, que nos torna participantes de seu Corpo e
de seu Sangue para formamos um só corpo; denomina-se ainda as coisas santas,
este é o sentido primeiro da “Comunhão dos Santos” de que fala o símbolo dos
Apóstolos.
“CREIO NA
REMISSÃO DOS PECADOS”
O Credo relaciona “o perdão dos
pecadores” com a profissão de fé no Espírito Santo. Com efeito, Cristo
ressuscitado confiou aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados quando lhes
deu o Espírito Santo.
O Batismo é o primeiro e o principal
sacramento para o perdão dos pecados: une-nos a Cristo morto e ressuscitado e
nos dá o Espírito Santo.
Pela vontade de Cristo, a Igreja
possui o poder de perdoar os pecados dos batizados e o exerce por meio dos
Bispos e dos Presbíteros de maneira habitual no sacramento da Penitência.
“Na remissão dos pecados, os
presbíteros e os sacramentos são meros instrumentos, dos quais, Nosso Senhor
Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, apraz-se em se
servir para apagar nossas iniqüidades e dar-nos a graça da justificação”.
“CREIO NA RESSURREIÇÃO
DA CARNE”.
Pela morte, a alma é separada do
corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida incorruptível ao nosso corpo
transformando, unindo-o novamente à nossa alma. Assim como Cristo ressuscitou e
vive para sempre, todos nós ressuscitaremos no ultimo dia.
“Cremos na verdadeira ressurreição
desta carne que possuímos agora. Contudo, semeia-se no túmulo um corpo
corruptível, ele ressuscita um corpo incorruptível (cf. 1Cor 15,42), um corpo
espiritual” (1Cor. 15,44).
“CREIO NA VIDA
ETERNA”
Cada homem, em sua alma imortal,
recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um Juízo Particular
feito por Cristo, Juiz dos vivos e dos mortos.
“Cremos que as almas de todos os que
morrem na graça de Cristo constituem o povo de Deus para além da morte, a qual
será definitivamente vencida no dia da ressurreição, quando essas almas serão
novamente unidas a seus corpos”.
“AMÉM”
Que significa a palavra Amém, no fim
do Credo?
A palavra Amém, no fim do Credo,
significa “assim é”, ou “creio firmemente” em tudo quanto contêm estes doze
artigos.