Liturgia Diária Comentada 30/01/2013
3ª Semana do Tempo Comum - 3ª Semana do Saltério
Prefácio Comum - Ofício do dia
Cor: Verde - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Salmo 95,1.6 - Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor,
ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo.
Oração do Dia: Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso
amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: Hb 10,11-18
Levou à perfeição definitiva os que ele santifica.
Todo sacerdote se apresenta diariamente para celebrar o culto,
oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, incapazes de apagar os pecados.
Cristo, ao contrário, depois de ter oferecido um sacrifício único pelos
pecados, sentou-se para sempre à direita de Deus. Não lhe resta mais senão
esperar até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés.
De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição definitiva os que
ele santifica. É isto que também nos atesta o Espírito Santo, porque, depois de
ter dito: “Eis a aliança que farei com eles, depois daqueles dias”, o Senhor
declara: “Pondo as minhas leis nos seus corações e inscrevendo-as na sua mente,
não me lembrarei mais dos seus pecados, nem das suas iniquidades”. Ora, onde
existe o perdão, já não se faz oferenda pelo pecado. - Palavra do
Senhor.
Salmo: 109,1. 2. 3. 4 (R. 4bc)
Tu és eternamente sacerdote segundo a ordem do rei Melquisedec.
Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que
eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!”
O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz:
“Domina com vigor teus inimigos;
tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da
santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”
Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem do rei Melquisedec!”
Evangelho: Mc 4,1-20
O semeador saiu a semear.
Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da
Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus
entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens,
na praia.
Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento,
dizia-lhes: “Escutai! O semeador saiu a semear. Enquanto semeava, uma parte da
semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. Outra parte
caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a
terra não era profunda, mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não
tinha raiz, secou. Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos
cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. Outra parte caiu em terra boa e
deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e
até cem por um”. E Jesus dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze,
perguntaram sobre as parábolas. Jesus lhes disse: “A vós, foi dado o mistério
do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, para que
olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam
e não sejam perdoados”.
E lhes disse: “Vós não compreendeis esta parábola? Então, como
compreendereis todas as outras parábolas? O semeador semeia a Palavra. Os que
estão na beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que
a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. Do mesmo modo,
os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a
Palavra e logo a recebem com alegria, mas não têm raiz em si mesmos, são
inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra,
logo desistem. Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que
ouvem a Palavra; mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da
riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto.
Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a
Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por
um”. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com Católica
Nova Aliança): Nas parábolas, Jesus sempre recorre a imagens e
situações da vida do povo. É assim que ele nos fala da mulher que amassa o pão,
o pescador que lança as redes, a lamparina de azeite que fumega, mas ainda tem
vida... Hoje, o Rabi da Galileia mostra terras e sementes. Como ele mesmo
interpreta (cf. Mc 4,13ss), a semente é a Palavra de Deus. A terra (e existem
vários tipos diferentes!) é o coração humano. Como é bonito, da parte de Deus,
ver nosso coração como um terreno ao qual ele confia o precioso tesouro de sua
Palavra, que ali deve germinar, crescer e frutificar.
Em um conhecido sermão sobre a Palavra de Deus, o Pe. Antônio Vieira, em
pleno Brasil Colônia, já demonstrava que a semente divina não falha nunca, o
que pode impedir sua germinação é o tipo de terreno que a acolhe ou a rejeita.
Mais recentemente, em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais
de 2012, com o tema “Silêncio e palavra: caminho de evangelização”, o Papa
Bento XVI chamava nossa atenção para o silêncio como condição necessária para
acolher a semeadura do Senhor.
“Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação
deteriora-se, porque provoca certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um
clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação
ganha valor e significado.”
Esta reflexão nos coloca diante de um traço marcante da sociedade atual:
a expansão ilimitada do ruído e da agitação, paralelamente à falta de espaços
(dentro e fora do homem) para a semeadura e a germinação da Palavra de Deus.
O Papa comenta: “Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem
descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus. Temos
necessidade daquele silêncio que se torna contemplação, que nos faz entrar no
silêncio de Deus e assim chegar ao ponto onde nasce a Palavra, a Palavra
redentora. Quando falamos da grandeza de Deus, a nossa linguagem revela-se
sempre inadequada e, deste modo, abre-se o espaço da contemplação silenciosa.
Desta contemplação nasce, em toda a sua força interior, a urgência da missão, a
necessidade imperiosa de ‘anunciar o que vimos e ouvimos’, a fim de que todos
estejam em comunhão com Deus (cf. 1Jo 1,3). A contemplação silenciosa faz-nos
mergulhar na fonte do Amor, que nos guia ao encontro do nosso próximo, para
sentirmos o seu sofrimento e lhe oferecermos a luz de Cristo, a sua Mensagem de
vida, o seu dom de amor total que salva”.
É assim que, em nossos dias, o ruído em altos decibéis e a agitação da
vida urbana representam de modo concreto os espinhos e os pedregulhos da
parábola, que impedem em nosso interior a floração e a frutificação da Palavra
de Deus.
Ah! Se disséssemos como o jovem Samuel: “Fala, Senhor, que o teu servo
escuta!
INTENÇÕES PARA O MÊS DE JANEIRO:
Geral – Conhecimento do Mistério de Cristo: Que neste
"Ano da Fé" os cristãos possam aprofundar no conhecimento do mistério
de Cristo e testemunhar nossa fé com alegria.
Missionária – Comunidades cristãs do Oriente Próximo e Médio: Que as
comunidades cristãs do Oriente Próximo e Médio, recebam a força da fidelidade e
a perseverança, em particular quando são discriminadas.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Comum: O Tempo Comum começa no dia seguinte à Celebração da Festa do
Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Recomeça na
segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras
Vésperas do 1º Domingo do Advento NALC 44.
Cor Litúrgica: VERDE - Simboliza a esperança que todo
cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo