Liturgia Diária
Comentada 19/04/2013
3ª Semana da Páscoa - 3ª Semana do Saltério
Prefácio pascal - Ofício do dia
Cor: Branco - Ano Litúrgico “C” - São Lucas
Antífona: Apocalipse: 5,12 - O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o
poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra, aleluia!
Oração do Dia: Ó Deus todo-poderoso, concedei que, conhecendo a ressurreição do
Senhor e a graça que ela nós trouxe, ressuscitemos para uma vida nova pelo amor
do vosso Espírito. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 9,1-20
Esse homem é o instrumento que escolhi para anunciar o meu nome aos
pagãos.
Naqueles dias, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos
do Senhor. Ele apresentou-se ao Sumo sacerdote e pediu-lhe cartas de
recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos para Jerusalém
os homens e mulheres que encontrasse seguindo o Caminho. Durante a viagem,
quando já estava perto de Damasco, Saulo, de repente, viu-se cercado por uma
luz que vinha do céu. Caindo por terra, ele ouviu uma voz que lhe dizia:
“Saulo, Saulo, por que me persegues?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A
voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. Agora, levanta-te,
entra na cidade, e ali te será dito o que deves fazer”.
Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de espanto, porque ouviam
a voz, mas não viam ninguém. Saulo levantou-se do chão e abriu os olhos, mas
não conseguia ver nada. Então pegaram nele pela mão e levaram-no para Damasco.
Saulo ficou três dias sem poder ver. E não comeu nem bebeu.
Em Damasco, havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa
visão: “Ananias!” E Ananias respondeu: “Aqui estou Senhor!” O Senhor lhe disse:
“Levanta-te, vai à rua que se chama Direita e procura, na casa de Judas, por um
homem de Tarso chamado Saulo. Ele está rezando”.
E, numa visão, Saulo contemplou um homem chamado Ananias, entrando e
impondo-lhe as mãos para que recuperasse a vista. Ananias respondeu: “Senhor,
já ouvi muitos falarem desse homem e do mal que fez aos teus fiéis que estão em
Jerusalém. E aqui em Damasco ele tem plenos poderes, recebidos dos sumos
sacerdotes, para prender todos os que invocam o teu nome”. Mas o Senhor disse a
Ananias: “Vai, porque esse homem é um instrumento que escolhi para anunciar o
meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar-lhe quanto
ele deve sofrer por minha causa”.
Então Ananias saiu, entrou na casa, e impôs as mãos sobre Saulo,
dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinhas no
caminho, ele me mandou aqui para que tu recuperes a vista e fiques cheio do
Espírito Santo”. Imediatamente caíram dos olhos de Saulo como que escamas e ele
recuperou a vista. Em seguida, Saulo levantou-se e foi batizado. Tendo tomado
alimento, sentiu-se reconfortado. Saulo passou alguns dias com os discípulos de
Damasco, e logo começou a pregar nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho
de Deus. - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: Lucas quer descrever a vocação
apostólica, mas que a conversão pessoal. Paulo viu o Ressuscitado, porém, o
chamado de Cristo deve ser ratificado pela Igreja, por isso o manda a Ananias,
para que o batize e lhe instrua para a missão.
Salmo: 116, 1. 2 (R. Mc 16,15)
Ide, por todo o mundo, e a todos pregai o Evangelho.
Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o!
Pois comprovado é o seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!
Evangelho: Jo 6,52-59
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida.
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele
pode dar a sua carne a comer?” Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos
digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida
eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira
comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por
causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. Este é o pão que
desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram.
Aquele que come este pão viverá para sempre”. Assim falou Jesus, ensinando na
sinagoga em Cafarnaum. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho Antônio Carlos Santini / Com Católica Nova
Aliança
O texto latino da Vulgata diz “vivet propter me”, isto é: “viverá por
causa de mim”. Jesus aponta seu corpo e sangue dados como alimento como causa
da vida do fiel que participa da comunhão eucarística.
Naturalmente, Jesus fala de “viver”, não apenas “sobreviver”. Fala não
apenas da vida material, biológica, mas da vida interior, espiritual e moral.
Ele está pensando em uma vida plena, uma vida com sentido de eterno.
Pelo Decreto Mysterium Fidei, a Igreja ensina: “O desejo de Jesus e da
Igreja de que todos os fiéis se aproximem diariamente do sagrado banquete
consiste sobretudo nisto: que os fiéis, unidos a Deus em virtude do sacramento,
tirem dele força para dominar a sensualidade, para se purificarem das culpas
leves quotidianas e para evitar os pecados graves, a que está sujeita a humana
fragilidade”.
Na Constituição Lumen Gentium, o Concílio observa: “Participando
realmente do Corpo do Senhor na fração do pão eucarístico, somos elevados a uma
comunhão com Ele e entre nós. ‘Porque o pão é um, somos muitos um só corpo,
pois todos participamos de um único pão’ (1Cor 10, 17).” (LG, 7.)
Assim como seria absurdo pretender manter a vida corporal sem se
alimentar, também é impossível permanecer vivo “por Cristo, com Cristo, em
Cristo”, sem a Eucaristia como alimento do espírito. Sem esse alimento, a
vontade se aniquila, os sentidos se exaltam, a concupiscência arrasta para o
pecado, tornando-nos uma presa fácil para o inimigo de nossa alma. Ao
contrário, a comunhão frequente fortalece a vontade, harmoniza nossa
sensibilidade e nos torna firmes diante das tentações, unindo-nos sempre mais
ao próprio Cristo.
Um autor clássico da espiritualidade ensina: “Há entre Jesus e nós uma
união semelhante à que existe entre o alimento e o que o assimila; com esta
diferença, contudo, que é Jesus que nos transforma em Si mesmo, não somos nós
que o transformamos em nossa substância: e na verdade, o ser superior é que
assimila o inferior. É uma união que tende a tornar a nossa carne mais sujeita
ao espírito e mais casta, e depõe nela um germe de imortalidade: ‘E eu o
ressuscitarei’”. (Ad. Tanquerey, 278.)
Que posso fazer para melhor participar da comunhão eucarística?
INTENÇÕES PARA O MÊS DE ABRIL:
Geral – Celebração da Fé: Que a celebração pública e orante
da Fé seja fonte de vida para os que creem.
Missionária – Igrejas locais e território de missão: Que as Igrejas
locais e territórios de missão sejam sinais e instrumentos de esperança e
ressurreição.
TEMPO LITÚRGICO:
Tempo Pascal: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de
Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia
de festa, ou melhor, “como um grande Domingo” (Santo Atanásio; conforme NALC
22).
Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º Domingos da
Páscoa. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da Páscoa e são
celebrados como solenidades do Senhor (NALC 24). O oitavo dia é constituído
pelo domingo seguinte a Páscoa. A oitava da Páscoa tem precedência sobre
quaisquer outras celebrações.
Qualquer solenidade que coincida com um dos domingos da Páscoa tem sua
celebração antecipada para o sábado; se, porém, ocorrer durante a oitava da
Páscoa, fica transferida para o primeiro dia livre que se seguir a oitava. As
festas celebram-se segundo a data do calendário; quando ocorrerem em domingo do
Tempo Pascal, omitem-se nesse ano.
Diz-se o Glória durante a Oitava da Páscoa, nas solenidades e festas, já
o Credo só nas solenidades. O Círio Pascal permanece junto ao altar por todo o
Tempo Pascal, isto é, da noite de Páscoa ao Domingo de Pentecostes, e acende-se
em todas as Missas dominicais.
O Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias
(NALC 23). No Brasil, celebra-se no 7º Domingo da Páscoa e solenidade da Ascensão
do Senhor.
Cor Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o
Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades,
pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Fonte: CNBB / Missal Cotidiano
Ricardo e Marta - Comunidade São Paulo Apóstolo