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sexta-feira, 31 de julho de 2015

A vida de Jesus Narrada aos Jovens (livro)

1- Uma Jovem chamada Maria
Meu nome é Maria, sou filha de Ana e Joaquim. Soimos naturais de Nazaré, um vilarejo pequeno e desconhecido, localizado na Galilléia, ao norte da Palestina. Meus conterrâneos eram muito pobres e quase sem cultura. em nossa vila, havia somente algumas casas humildes e uma pequena sinagoga. Por isso, certos moradores das cidades vizinhas, inclusive de Jerualém, diziam: "De Nazaré, não sai nada de bom" (Jo 1,46).
Desde a infância, toda jovem era educada para se casar com um rapaz sério, trabalhador e honesto; comigo, não foi diferente. No meu caso, encontrei essas qualidades em José, um jovem descendente da família real de Davi. Embora tivesse ascendência real, ele trabalhava como marceneiro, de casa em casa, consertando portas e jane­las, mesas e cadeiras. No entanto, uma visita inesperada mudou completamente nossos planos.

Em uma bela tarde, senti uma estranha brisa; então, percebi algo diferente na atmosfera. Surpresa, vi um homem parado à porta de minha casa, o que me fez ficar amedrontada. Após olhar me nos olhos, o peregrino disse, com voz serena: 
-Alegre-se, Maria, o Senhor está com você!
Ao ouvir essa saudação, eu me assustei, pois não compreendi o conteúdo das palavras. Em seguida, perguntei:
- Quem é você? O que quer comigo? O que significam essas palavras?
- Sou Gabriel, o enviado de Deus. Fui encarregado de encon­trar uma mulher que seja digna de ser .a mãe do Filho de Deus. E a escolhida foi você.
Nesse momento, eu quase desmaiei. Nunca me passara pela cabeça tamanha pretensão, nem esperava que, algum dia, Deus fosse se lembrar de mim e viesse me visitar. Ao perceber meu es­panto, Gabriel acalmou-me, dizendo:
- Muitas mulheres se prontificaram, porém não entenderam o recado de Deus. Aí vim bater à sua porta. Quando a vi, tive certeza de que minha procura havia terminado. É aqui - tocando leve­mente em meu ventre - que ele precisa de você, minha querida! Por obra do Espírito Santo, você vai gerar e criar o Filho de Deus, que ficará sob seus cuidados, até que possa realizar sua missão na terra. Você aceita esta incumbência?
Senti novamente aquela brisa suave e um calor no peito. Após olhar profundamente nos olhos de Gabriel, percebi quanto era amada pelo Senhor. Não conseguia acreditar no que acabara de ouvir. Ser a mãe do Filho de Deus? Eu? Como era possível? Aquilo era inacreditável!
Então meus pensamentos voaram. Eu estava noiva de José, mas ainda não coabitava com ele. Como poderia explicar à minha família, às minhas amigas e ao próprio José que minha gravidez era obra do Espírito Santo? Essa proposta representava uma mudança em meus planos em relação ao casamento e aos filhos que pretendia ter com meu noivo.
Mas, desde criança, eu pressentia que minha vida pertencia a Deus e que, a qualquer momento, ele iria se utilizar dela. Porém, eu queria entender como se resolveria tudo aquilo. Afinal, de acordo com as leis de meu país, quando uma moça aparece grávida antes do casamento, dependendo do que o noivo disser, ela pode ser apedrejada. Finalmente interrompi o silêncio, declarando:
- Como vai ser possível, se ainda sou solteira e não moro com José?
Ao ver minha preocupação, Gabriel respondeu:
- Isso não é problema, pois Deus pensou em tudo. Não se preo­cupe, porque José, seu noivo, concordará. Ele será um pai muito zeloso e esforçado; afinal de contas, o Filho de Deus vai precisar de um pai adotivo, um lar, uma família, enfim, de muitos cuidados enquanto estiver hospedado aqui, na terra.
Essas palavras me transmitiram uma grande paz de espírito.Sabia que minha vida estava totalmente nas mãos de Deus. Em seguida, Gabriel me fez a seguinte revelação:
- Também Isabel, sua prima, concebeu um filho na velhice. Agora ela está no sexto mês de gravidez.
Nesse momento, percebi que a notícia da gravidez de Isabel estava intimamente ligada à proposta que eu acabara de receber. Além de ser estéril, minha prima era idosa; nessas condições, uma gravidez normal era praticamente impossível. Como se adivinhas­se minhas palavras, Gabriel concordou:
- Sim. Isabel, aquela que todos chamavam de estéril. Lembre­se de que, para Deus, nada é impossível.
Fiquei em silêncio, pensando em tudo aquilo. Em meu cora­ção, entendi que era livre para tomar qualquer decisão; naquela proposta, visualizei o plano de Deus para mim. Sempre soube que estar de acordo com a vontade dele é a plena realização de cada pessoa da terra. Naquele momento, sabia perfeitamente que minha missão era ser a mãe de Jesus, com todas as consequências que poderia acarretar. Embora nem sequer imaginasse como seria o futuro, Deus havia me arrastado para aquele momento decisivo, e eu me deixei seduzir. Após entregar-me inteiramente ao amor daquele que era hóspede em meu coração, disse:
- Sim, aceito. Estou pronta a obedecer e a colaborar com Deus! Faça-se em mim segundo sua vontade, pois eu sou sua serva.
Gabriel olhou para o céu e sorriu. Em seguida, envolveu-me carinhosamente em um longo abraço. Depois se dirigiu à porta, voltou-se para mim com um sorriso, inclinou-se e agradeceu.
Naquela noite, não cosegui dormir direito. Pensava em tudo o que me ocorrera á tarde e também como seria a reação de José, meu noivo, diante da notícia de minha gravidez.

2 - Um Jovem chamado José
"José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente" (Mt 1,19).
Quando soube que Maria estava grávida, fiquei inconformado. Imagine meus pensamentos quando percebi em minha noiva sinais de uma gravidez da qual não participei! Como éramos noivos, ainda vivíamos nas casas de nossos pais, e jamais havíamos tido qualquer contato íntimo. Tínhamos um contrato pré-nupcial, e o casamento se realizaria somente dali a um ano. No entanto, ela esperava um filho que não era meu. Fiquei sem reação. Em meu lugar, o que você faria?
Naquele tempo, já era possível pedir o divórcio, e eu tinha uma boa razão para denunciá-la como adúltera e limpar meu nome. Nesse caso, Maria seria julgada, humilhada e apedrejada, e eu poderia me casar novamente. No entanto, eu a amava muito; por isso, para não a difamar, optei por fugir do vilarejo e deixar que todos pensassem que eu não fora digno dela. Isso era melhor que continuar com ela naquelas condições! Teria de ser honesto demais. Para piorar a situação, Maria não dizia nada! Cruz pesada, não concorda?
Então pensei em fugir, não por covardia, mas por amor a Maria. Eu a amava, e queria salvar a honra de minha prometida. Preferi calar-me, a fim de não a ver julgada e condenada.
Enquanto me decidia, o anjo do Senhor se manifestou a mim em sonho e disse que eu não tivesse receio de recebê-la como esposa, pois nela estava se realizando algo extraordinário da parte de Deus. Além disso, fui incumbido de transmitir ao filho que ela carregava no ventre o nome escolhido por Deus: Jesus, cujo significado é "Deus salva”.
Naquela ocasião, Deus me pedia algo muito difícil de cumprir. Porém, apesar do falatório suscitado em Nazaré, aceitei desposá-la.
Maria sabia que era amada, e eu lhe dava mil razões para que pensasse assim. Enquanto a gravidez prosseguia seu curso nor­mal, os cuidados com a casa e a humilde carpintaria absorviam nosso tempo.
Com a aproximação dos dias do nascimento do bebê, tivemos de fazer uma longa viagem. Nessa época, como a Palestina era colônia do Império Romano, o imperador Augusto expediu um decreto para a realização de um recenseamento. Por essa determinação, todos eram obrigados a se registrar em sua cidade de origem. Então, Maria e eu peregrinamos de Nazaré, na Galiléia, até Belém, na Judéia, percorrendo atalhos que só os simples conhecem.
No trajeto, paramos várias vezes. Em uma das paradas, Maria suspirou profundamente, o que me deixou preocupado. Nesse momento, perguntei:
- Está sentindo alguma dor?
- Não - respondeu, alisando a barriga. - Foi somente o menino que se mexeu. Estou pensando se encontraremos hospedagem.
- Não se preocupe, minha querida! Deus está conosco. Vai dar tudo certo.
Quando chegamos a Belém, estava anoitecendo. Aqueles eram dias de grande movimento e confusão na cidade e também de grande lucro para os donos das hospedarias. Assim sendo, dirigimo-nos a uma das estalagens, onde pedimos um quarto particular. Ao receber-nos, o empregado foi dizer ao proprietário que havia dois novos fregueses à entrada. Após dar uma olhada ao redor e ver o grande número de pessoas que se comprimia sob os abrigos, ele perguntou ao empregado:
- Essas pessoas são importantes?
- Pela aparência, parecem ser muito pobres - respondeu-lhe o empregado. - Trata-se de um carpinteiro e de uma mulher montada em um burrico.
- Bem - disse-lhe o dono -, se quiserem, eles podem se encostar a um canto - e apontou-nos para os pórticos lotados.
- Eles querem um quarto particular.
- O quê? Onde se viu tamanha exigência! Um quarto particular, em um momento desses, e ainda por cima para pessoas pobres!
- A mulher está grávida e cansada. Talvez esteja com muitas dores - respondeu o servo.
- Isso não é problema meu! Também estou cansado. Não agüento mais. Se ao menos eles pertencessem a uma certa classe social!
O empregado estava indeciso. Então, o dono dirigiu-se pessoalmente para a porta onde estávamos e disse, procurando ser o mais delicado possível:
- Sinto muito, mas não existe lugar. Por causa do censo, a cidade está repleta de pessoas. Vocês também vieram para cá em obediência ao decreto?
- Sim - respondi-lhe, com ar preocupado.
- A que família pertencem?
- À família de Davi - respondi.
O dono da hospedaria olhou-me surpreso. A família de Davi tinha uma linhagem real.
- E não tem parentes na cidade?
Abaixei os olhos. Nesse momento, o proprietário olhou para Maria aconchegada sobre o burrico. Sob a coberta que lhe caía pelos ombros, naquela semi-escuridão, seu rosto pálido e bonito parecia resplandecente.
- Lamento - disse -, mas não tenho vaga, nem mesmo no pátio. Além disso, um quarto particular é impossível.
- Minha mulher está sentindo as dores do parto - queixei­me a ele.
O dono da hospedaria olhou-nos novamente e falou:
- Escutem. Se quiserem passar a noite em um lugar protegido, eu os aconselho a irem até a encosta da colina. Lá existem algumas grutas, que servem de estalagem aos viajantes. Assim, vocês podem utilizar o dinheiro da hospedagem para comprar roupas para o bebê.
Foi humilhante ouvir aquelas palavras. Ninguém gosta de hos­pedar os pobres! Eles são destinados a gritar seu pedido ao vento e a escutar o eco da própria voz no silêncio da noite. Somente Deus ouve o clamor dos excluídos. Naquele momento, saímos em silêncio, em direção à colina.
Ao cair da noite, Maria entrou em trabalho de parto.
- Meu Deus! - exclamei. - É assim que vai nascer seu Filho, sem o conforto de uma cama, sem o aconchego de uma casa?
- Não se preocupe, José! Entre os pobres, ele será amado, respeitado, bem recebido e se sentirá mais à vontade.
Naquela gruta, sem ostentação nem conforto, o menino nasceu, trazendo esperança para quem não tem lugar na sociedade. Após recebê-lo nos braços, Maria enrolou o bebê com faixas e o reclinou suavemente no cocho que servia para alimentar os ani­mais, que eu havia afofado com o capim perfumado dos campos.
Deitados no chão do estábulo, observamos com veneração nosso bebezinho dormindo na manjedoura. Depois olhamos para o céu e contemplamos as estrelas. Tudo estava em paz, em uma harmonia incrível. Parecia que, naquele momento, o céu e a terra se uniam e se confraternizavam, em um silêncio reverente e adorador.
Em nosso coração, havia um misto de alegria e incerteza. Por que havíamos sido escolhidos como pais do Filho de Deus? No entretanto, apesar dessa dúvida, tínhamos a convicção de que, por  enviar o próprio Filho para viver entre a humanidade, Deus amava seu povo.
Nesse momento, quebrando o silêncio, Maria disse-me:
- José, Deus está aqui. É ele que, feito menino, dorme ao nosso lado.
O restante da noite transcorreu normalmente, sem que mais ninguém percebesse este fato grandioso: Deus veio se hospedar conosco, na pessoa de uma pobre criança.

3 - Jeremias, um jovem Pastor de ovelhas
"O anjo então lhes disse: 'Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!'" (Lc 2,10-11).
O nascimento de Jesus, porém, não passou despercebido. Naquela noite, o anjo do Senhor apareceu a nós, pobres pastores, que estávamos por perto tomando conta dos rebanhos.
A noite estava muito fria, e o gelo endurecia a terra. Na colina de Belém, as luzes estavam apagadas, mas nas montanhas ardiam nossas fogueiras, que foram acesas para nos aquecer e defender as ovelhas dos lobos. Amontoados nos cercados, os animais escondiam os focinhos por entre a lã de seus corpos. Eu, que estava de guarda naquela noite, sentia inveja deles, porque podiam se defender tão bem do frio. Para nos proteger da baixa temperatura, mantínhamo-nos ao redor do fogo, que nos aquecia parcialmente.
Perto da meia-noite, o fogo começou a crepitar, como se alguém lhe tivesse atirado um punhado de sal ou uma braçada de ramos secos. No cercado, as ovelhas ficaram agitadas, levantando os focinhos, como se farejassem algo.
- Estão pressentindo a aproximação de algum lobo - disse bem baixinho.
Então tateei à procura de meu bastão e me levantei. Meus companheiros fizeram o mesmo e, como eu, buscavam alguma coisa no meio do campo. Enquanto isso, os cães estavam irrequie­tos e uivavam. "Eles também estão com medo", pensei.
De modo estranho, não fazia mais frio. Em vez de bater de medo, meu coração parecia saltitar de alegria. Embora fosse inver­no, sentíamo-nos bem-dispostos, como se estivéssemos em plena primavera. A noite tornou-se dia, graças à luz que a iluminava. Tínhamos a impressão de que o ar havia se transformado em poeira luminosa. Subitamente, no meio daquele cenário, delineou-se uma figura tão linda que ficamos boquiabertos. Então, um anjo apareceu, e uma luz gloriosa brilhou sobre nós. Naquele momento, ficamos com muito medo. Mas ouvimos uma voz que disse:
- Não tenham medo! Estou aqui para trazer-lhes uma boa no­tícia, que será motivo de grande alegria também para todo o povo. Hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, o Messias, o Senhor! Este será o sinal: vocês vão encontrar um recém-nascido enrolado em panos e deitado em uma manjedoura.
É impossível resumir com palavras a alegria que sentimos na­quele momento por termos sido os primeiros a receber a "Boa­Notícia". Nós, pobres e marginalizados pastores, nos tornamos outros anjos, pois não deixamos passar despercebido este grande acontecimento para a humanidade, a partir do qual se iniciava a era da salvação: "Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador, que é o Messias, o Senhor" (cf. Lc 2,11).
Antes que o anjo terminasse de falar, apareceram outros mensageiros celestes luminosos. Vindos de todos os pontos do céu, eles cantavam:
- Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade! (cf. Lc 2,14).
A seguir, a noite tornou a cair sobre nós. Como as fogueiras haviam se apagado, ficamos imersos na escuridão. Reinava o mais completo silêncio. Então decidimos ir até a encosta da colina, onde existiam grutas que serviam de abrigo aos viajantes. Não dava para deixar a Boa-Notícia para depois; por isso, era preciso correr. Em pouco tempo, encontramos o "sinal" indicado: um me­nino deitado em uma manjedoura.
Para nós, esse encontro não somente confirmou as palavras do anjo, mas demonstrou que nossas expectativas haviam se realizado: o Messias esperado pelo povo humilde e simples tinha se feito carne e era presença na vida da terra.
Na gruta, encontramos uma pequena família. O pai estava sen­tado, pensativo. Próximo à manjedoura, vimos a mãe, uma jovem extremamente linda, ajoelhada em adoração do recém-nascido. Seu rosto transmitia um misto de paz e felicidade, força e doçura. Quando os vimos, ficamos como que paralisados por alguns momentos.
Ao ver-nos parados à porta da gruta, a mãe disse: - Sejam bem-vindos, meus filhos!
É impossível descrever meu estado de espírito naquele mo­mento, mas sei que estava me sentindo no céu. Após pedir licença, sentei-me bem pertinho deles, e nós lhes contamos as palavras dos anjos.
Daquele encontro, nasceu o encanto: ficamos admirados, tan­to quanto os pais do menino. Maravilhados retornamos, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tínhamos ouvido e visto. Desse modo, tornamo-nos os anjos mensageiros da Boa-Nova. Posteriormente, todos os que nos ouviam ficavam admirados com nossos relatos.
Era o fascínio exercido por aquela criança, cujo sono tranqüilo nos falou de paz e o futuro em aberto nos transmitiu esperança. O menino que encontramos seria chamado de Príncipe da Paz, porque veio restabelecer a paz entre a humanidade e entre nós e Deus, os irmãos e as criaturas.

4- O Velho Simeão
"Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo" (Lc 2,29-32).
Eu me chamo Simeão. Certo dia, enquanto cuidava de minhas romãzeiras, senti no coração o recado de que deveria ir ao templo na manhã seguinte.
No local sagrado, as cerimônias religiosas começavam bem cedo, com a bênção dos sacerdotes ao povo. Naquela ocasião, eu estava ao pé da escada que ficava bem em frente à porta do re­cinto chamado santo, pela qual sairia o sacerdote para abençoar os fiéis (cf. Nm 6,24-26). Em seguida, teria início a rotina diária do templo, com os sacrifícios de animais e as outras tarefas.
Fiquei à espera da revelação do próximo passo a ser dado. Então, senti que deveria aproximar-me do altar das oferendas. Obedeci a esse impulso sem questionar, pois conhecia muito bem as moções do Espírito de Deus em minha vida.
Diante do altar, encontrei um jovem casal com um recém-nascido nos braços. Sem dúvida, eram os pais do Messias. Naquele momento, meu coração quase "saltou pela boca" de tanta alegria e emoção. Fiquei de longe, observando-os.
De acordo com a lei e os costumes da época, várias cerimônias eram realizadas no templo quarenta dias após o nascimento de uma criança, entre as quais estavam circuncisão, purificação da mãe, consagração e resgate do primogênito (cf. Ex 13,2.12 e Nm 18,15).
Na circuncisão, era dado o nome da criança, tarefa que cabia ao pai. Por ocasião de sua purificação, a mãe deveria apresentar a Deus um sacrifício (cf. Lv 12,1-8). As mais ricas ofereciam um cordeiro ou bois, enquanto as mais carentes ofertavam um casal de rolinhas ou dois pombinhos. Este foi o oferecimento de Maria e José (cf. Lc 2,24).
Havia outra lei que permitia o resgate do primogênito, que era feito mediante a oferta de um animal. No entanto, não percebi se os pais da criança cumpriram essa parte do ritual.
Quando terminaram os ritos, aproximei-me deles, sentindo a presença de Deus como jamais havia experimentado, e perguntei:
-Qual o nome do menino?
- Jesus - respondeu José.
Fiquei emocionado e comecei a chorar de alegria, pois o nome Jesus quer dizer "Deus salva". Maria, também com os olhos marejados de lágrimas, entregou-­me a criança, que segurei em minhas mãos calejadas e enruga das pela idade. Nesse momento, senti que carregava o próprio Deus. Então, levantei-o e louvei ao Senhor, dizendo:
 - Agora, Senhor, pode deixar este servo morrer em paz, segundo a sua Palavra! Porque meus olhos viram sua salvação, preparada perante a face de todos os povos, como luz para iluminar as nações e glória de Israel, seu povo! (cf. Lc 2,29-32).
Sem dúvida, aquela foi a bênção mais importante que dei na vida. Mas, naquele momento, Deus me fez outras revelações, que jamais haviam passado pela minha cabeça. Entre elas, estava o fato de que o Messias esperado, o Salvador, não seria um ge­neral guerreiro, como eu e meu povo esperávamos. Ele não nos salvaria do domínio dos romanos nem de qualquer dominação estrangeira, mas nos libertaria do pecado, da morte e de uma vida sem sentido!
Além disso, Deus me fez transmitir a Maria algumas palavras duras sobre seu filho. Em primeiro lugar, Jesus seria a razão de queda e de soerguimento de muitos em Israel; ou seja, enquanto os orgulhosos e poderosos cairiam por terra diante dele, os humildes seriam exaltados! Em seguida, disse-lhe que o menino seria um sinal de contradição entre a humanidade. Além de divulgar as incoerências humanas, ele revelaria também as contradições dos poderosos, daqueles que tinham o domínio da religião e do povo. Por causa disso, tanto José quanto Maria sofreriam muito; especialmente ela, pois uma espada de dor iria traspassar-lhe a alma; no entanto, seu sofrimento ajudaria muito na missão do Filho.
Também  me foi revelado que José partiria para Deus antes de que tudo acontecesse. Mas ele teria um papel fundamental, importantíssimo na formação de Jesus, por isso sua escolha não fora por acaso. Ele era um homem justo, santo, que daria ao menino todo carinho e atenção que um filho precisa receber do pai para se tornar um adulto feliz! Essa seria sua missão, a mais gloriosa que um homem poderia receber de Deus!
Por ser um sinal de contradição, Jesus seria perseguido pelos detentores do poder e sofreria como o Servo de Javé, profetizado por Isaías. E Maria sentiria o peso dessa grande dor. No entanto, depois disso, nunca mais a humanidade seria a mesma.
Ao ouvir essas palavras, Maria e José permaneceram serenos e silenciosos. Não fizeram uma pergunta sequer. Com toda certeza, eles tiveram outras revelações da parte de Deus, e minhas palavras somente confirmaram tudo o que já sabiam.
Após cumprirem os rituais, voltaram para Nazaré, onde moravam. Nessa cidade, José trabalhava como carpinteiro, e Maria cuidava da casa. Com o passar do tempo, Jesus crescia em tamanho e sabedoria, e ajudava o pai no trabalho. Com a morte de José, assumiu o lugar de chefe da família.
Até os 30 anos, Jesus trabalhou como carpinteiro. Era um jovem sério, honesto e consciencioso. Pela qualidade de seus trabalhos, poderia tornar-se o melhor profissional da cidade. Um dia, porém, após ser batizado por João Batista, partiu e nunca mais voltou. Posteriormente, foram narrados fatos miraculosos e extraordiná­rios a seu respeito. O filho de Maria e do carpinteiro José havia se revelado o Filho de Deus.

5- João Batista
Sou João Batista, filho de Zacarias e Isabel. Desde a infância, sempre vivi com muita simplicidade, sem nenhuma ostenta­ção. Levava uma vida de eremita: vestia túnica de pele de camelo, cumpria com fidelidade meus votos de nazir (ou seja, não bebia vinho nem cortava os cabelos) e alimentava-me de mel silvestre e de gafanhotos comestíveis da região, que eram secos ao sol (os longos cabelos de João Batista eram um costume entre os que se comprometiam a um serviço total a Deus (cf. Jz 13,5; 1Sm 1,11).
 Ao completar 30 anos, Deus revelou que minha missão era semelhante à de Elias, o grande profeta da Antiguidade raptado em um carro de fogo, cujo retorno era esperado por todos. Pela semelhança existente entre mim e ele, muitos acreditavam que eu fosse Elias. Porém, eu respondia que era apenas uma voz no deserto, que gritava: "Preparai a estrada para o Senhor. Endireitai as curvas, enchei os vales e aplainai as colinas" (cf. Lc 3,4).
 É necessário ressaltar que, na Palestina, não havia estradas re­tas, bonitas e planas, como as construídas pelos romanos. Traçadas pelos pés dos animais, as trilhas subiam e desciam perigosamente, tão, quem seria aquele grande Senhor que estava para chegar?
 Ao longo de sua história, o povo de Israel esperou que Deus lhe enviasse um profeta que falasse e agisse em nome dos pobres; um libertador que lhe trouxesse paz duradoura e definitiva e um mes­sias-rei poderoso que faria de Israel uma grande nação, expulsando os ­romanos. No entanto, após quase setenta anos de domínio o Império Romano, o povo sofrido e sem esperanças passou a ver m um grande profeta, o Salvador esperado. Mas eu lhe dizia 30 era o Messias. Na verdade, embora também esperasse por mais podia imaginar que o acolheria na fila dos batizados.
 Na ocasião, eu batizava em Betabara de Peréia, ao sul da antiga de Jericó, perto do Mar Morto. De repente, ele se aproximou de mim. Assim, as cerimônias foram suspensas por um momento. Enquanto o saudava, perguntei-lhe, com voz trêmula:
 - Mas por que entrou na água? Para saudar-me?
 - Vim para receber o batismo - Jesus respondeu.
 Então repliquei:
 - Mas sou eu que tenho a necessidade de ser batizado por você. Por que veio até mim?
 - Nesse momento, ele murmurou:
 - Por hora, deixe tudo como está, pois é assim que devemos cumprir toda a justiça (cf. Mt 3,15).
 Após ouvir suas palavras, eu estava emocionado e confuso. Sem demora, preparei-me para batizá-lo; ainda trêmulo, levantei a mão em forma de concha com a qual recolhia a água e molhei a testa de Jesus, batizando-o como fazia com os demais.
Naquele instante, uma grande mudança se operou em seu semblante. Em silêncio, Jesus saiu da água, tomou o bastão e se pôs a andar na direção do deserto de Judá, ao sul do rio Jordão. Lá, nas imediações do Mar Morto, entre as colinas nuas e sem vida, onde o silêncio era quebrado somente pelo uivo lamentoso dos chacais e pelos chiados das aves de rapina, ele passou quarenta dias em jejum. Nesse tempo, nenhum homem o viu novamente (cf. Lc 4,1-3).
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Veja outras histórias em:
Pe Raimundo Aristide da Silva
http://www.padreray.com.br/inicio/livro-a-vida-de-jesus-narrada-aos-jovens/

"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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