A Psicopedagogia Catequética
Querido catequista iremos refletir nos
próximos cinco artigos a necessidade da Psicopedagogia Catequética para a nossa
ação Evangelizadora na catequese. Os temas aqui propostos estão interligados
entre si. Desejamos que você acompanhe e faça um bom proveito na formação
dos catequistas em sua comunidade.
O termo “Psicopedagogia” surgiu nos estudos da Pedagogia e da Educação
em função da necessidade de compreender o processo de aprendizagem do ser
humano. A expressão Psicopedagogia, hoje, apresenta características especiais.
Pode ser definida atualmente como uma área de conhecimento que estuda o
processo de aprendizagem e o modo em que os diversos elementos envolvidos nesse
processo podem facilitar ou prejudicar o seu desenvolvimento.
A Psicopedagogia surgiu a partir dos
conhecimentos trazidos da Pedagogia e da Psicologia e evoluiu em busca de um
corpo teórico próprio, como uma ciência norteadora dos procedimentos
necessários ao trabalho com crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos,
objetivando o reconhecimento das capacidades individuais e o processo de
desenvolvimento pelo qual a pessoa passa. Nesta trajetória histórica e
evolutiva, a Psicopedagogia encontrou muito de seus aportes teóricos na
integração de vários campos de conhecimento, com a função de ter uma
compreensão mais integradora do processo da aprendizagem humana. Neste sentido,
enquanto produção de conhecimento científico, a Psicopedagogia nasceu da
necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem, não se
bastando como aplicação da Psicologia à Pedagogia.
A Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em
consideração as realidades interna e externa das aprendizagens em conjunto.
Estuda o processo complexo da construção do conhecimento, como também os
aspectos cognitivos, afetivos e sociais.
Pode-se conceituar o termo Psicopedagogia como a busca de metodologia
apropriada para elevar o nível de aprendizagem da pessoa. Dentro de nosso
trabalho e missão na catequese, a Psicopedagogia quer contribuir com a
Pedagogia Catequética, aprofundando nos processos de desenvolvimento da
maturidade e aprendizagem humanas, bem como o processo de educação da fé,
uma vez que não podemos perder de vista que a catequese não é apenas
ensino de conteúdo, mas também como uma mensagem que se transmite a partir de
um caminho mistagógico. Como toda mensagem tem um interlocutor, se o catequista
não estiver atento ao desenvolvimento do seu catequizando, poderá se equivocar
na preparação de seu encontro de catequese.
Portanto, quando falamos em Psicopedagogia Catequética, estamos propondo
um aprofundamento, uma reflexão para que o/a catequista, como educador da vida
e da fé das pessoas que estão na catequese, compreenda melhor o desenvolvimento
humano, bem como os estágios da fé dos nossos catequizandos.
Com a Psicopedagogia Catequética pretendemos refletir sobre os
interlocutores da nossa catequese: idosos, adultos, jovens, adolescentes e
crianças, buscando compreender, como se dá a educação da fé, bem como as
características da aprendizagem humana dentro de cada momento da vida, do seu
processo evolutivo, como a pessoa que assimila e acolhe a mensagem.
A vida acontece em etapas. O ser
humano, ao longo de sua existência, vai se desenvolvimento e adquirindo
capacidades para aprender e conhecer a realidade. No entanto, para que a
educaçao deste ser humano em desenvolvimento aconteça, é necessário que o
conhecimento seja adaptado segundo a sua capacidade, ou seja, se queremos
evangelizar os nossos catequizandos precisamos adaptar a mensagem da catequese
segundo a sua maturidade humana, afetiva e cognitiva.
Não é possível elaborarmos uma
catequese com crianças e a aplicarmos com adultos. Cada um tem seu momento
específico, pois o ser humano é um ser inacabado, podemos sempre nos refazer, é
um ser de possibilidades inserido no mundo. É necessário estabelecer um elo com
a realidade dos catequizandos, pela adaptação da Palavra de Deus, levando em
conta a idade de cada um, situações familiares e sócio-culturais. É isto que
desejamos apresentar aqui para a nossa reflexão como catequistas que estão
preocupados com a mensagem da catequese. Desejamos que as indicações que aqui
apresentamos sejam consideradas orientações fundamentais para que a
evangelização seja realmente efetiva e afetiva.
Pe. Eduardo Calandro
Pe. Jordélio Siles Ledo