Os
fundamentos para este mistério se revelam na pessoa de Jesus Cristo,
o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós. Ele foi
sacerdote, profeta e rei. Jesus Cristo, homem, cumpriu a plenitude da
representação da busca do homem por Deus.
Na
antiguidade os homens buscavam a Deus, mas seus pecados não
permitiam que eles alcançassem a Deus. Toda forma de religião é o
resultado da busca do homem por seu Deus. Desde que nascemos temos
uma centelha que testifica a existência de Deus, mesmo desconhecendo
a Deus, algo dentro de nós clama por Deus, pois ao dar o sopro de
vida ao homem, Deus nos fez à sua imagem e semelhança.
Toda
tentativa humana de acesso a Deus é falha, por isso Deus, em sua
infinita misericórdia, através dos séculos estabeleceu alianças
com os homens e por meio destas alianças parciais, permitindo o
acesso do homem a Ele.
No
cenário das alianças aparecem as figuras dos sacerdotes,
dos profetas e
dos reis.
O
ministério do sacerdote está
relacionado ao sacrifício, os Hebreus tinham à sua disposição
sacerdotes que ofereciam diariamente sacrifícios de animais para
expurgar seus pecados. Porém, o perfeito sacerdote, Jesus, fez-se a
si próprio sacrifício, doando sua vida para a Salvação da
humanidade.
Jesus é
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O
ministério do profeta está
relacionado à transmissão da vontade de Deus para com os homens, os
profetas elevaram a sua voz publicamente para alertar o povo de seus
pecados e predizer acerca dos riscos que a falta de arrependimento
trariam à Nação. Muitos destes profetas foram perseguidos e mortos
nos tempos bíblicos.
Jesus é
o profeta do Evangelho, das boas novas, do novo nascimento.
O
ministério do rei está
relacionado ao governo de todas as coisas, existe uma menção na
Bíblia Sagrada de que "quando um justo governa, o povo se
alegra". Quando um rei era temente a Deus, os Hebreus
prosperavam, quando um rei era ímpio, o povo padecia.
Jesus é
o Rei dos reis, Senhor dos senhores. Ele estabeleceu o maior reino da
Terra, a Igreja.
O
Código de Direito Canônico da Igreja, quando legisla sobre o ‘‘Povo
de Deus’‘, diz que:
‘‘Fiéis
são os que incorporados a Cristo pelo Batismo, foram constituídos
como povo de Deus e assim, feitos participantes, a seu modo, do múnus
sacerdotal, profético e régio de Cristo, são chamados a exercer,
segundo a condição própria de cada um, a missão que Deus confiou
para a Igreja cumprir no mundo’‘ (CDC,cân.204).
Jesus
foi constituído por Deus Pai como ‘‘Sacerdote, Profeta e Rei".
E como Ele se fez, pela Encarnação, a Cabeça da Igreja, todo o
povo de Deus, por Ele, passou a participar dessas três funções do
Salvador e, consequentemente, assumimos com Ele a responsabilidade da
missão salvífica da humanidade, com todo o serviço do Reino. Deus
Pai quis dar-nos a honra de participarmos com Cristo da obra de
salvação da humanidade. Inseridos em Cristo pelo Batismo,
nos fazemos um com Ele e, portanto, co-responsáveis pela sua missão
redentora. O Reino a ser implantado no mundo também é nosso, e Deus
quis que cada um de nós participasse da mesma alegria dos anjos
quando o pecador volta arrependido para a casa do Pai.
Esse
povo tem, portanto, uma vocação sacerdotal.
Cada batizado é chamado a participar do mesmo sacerdócio de Cristo.
Ele é verdadeiramente o Pontífice (ponte), ‘‘o único mediador
entre Deus e os homens’‘ (1 Tm 2,5); mas, pela nossa inserção
Nele, no Seu Corpo, pela Igreja e pelo Batismo, Ele fez do novo povo
‘‘um reino de sacerdotes’‘.
Não
foram exatamente estas palavras, mas foi bem próximo disso. Isso fez
meu coração saltar dentro de mim, pois em todo esse tempo, eu
jamais havia concebido que fazia parte da Trindade Santa. Imagina,
meu amado irmão, nós somos sacerdotes, profetas e reis, tudo isso é
humanamente aceitável. Mas ser parte integrante daTrindade é
algo sublime, é mais do que Deus viver em nós, é nós podermos
viver em Deus e subsistirmos eternamente com Ele.