DIOCESE DE LIMEIRA
2º
DOMINGO DO TEMPO COMUM – 18/01/2015
Deus chama Samuel: Qual é o chamado que Deus no faz?
Leituras: Primeiro Livro de Samuel 3, 3b-10.19; Salmo 39
(40), 2.4ab.7-8a.8b-9.10 (R/ 8a.9a); Primeira Carta de São Paulo Apóstolo ao
Coríntios 6, 13c-15.17-20; João 1, 35-42.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Na passagem
do Ciclo do Natal para o Tempo Comum, o 2º Domingo deste Tempo, do Ano B, de
Marcos, tem como centralidade o encontro com Jesus. A partir deste encontro as
pessoas não são mais as mesmas, assumem uma nova proposta de vida e
transformam-se em apóstolos, discípulos missionários. Deixemos que o espírito
missionário de nossa Igreja também possa guiar nossos passos no caminho do
Mestre!
1. Situando-nos
brevemente
Termina o Tempo do Natal. Neste tempo, com as
comunidades, cantamos: “Glória a Deus e paz na terra aos homens de boa
vontade”. E todos nós, ao longo da vida, continuamos à procura dessa paz, dessa
felicidade e de Deus. Onde e como encontrar Deus, capaz de saciar nossa sede de
felicidade?
Nesta celebração, ajudados por João Batista,
reconhecemos Jesus, como Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo e como
portador do perdão e da paz verdadeira, vindos de Deus. Na liturgia, fazemos a
experiência da intimidade com Ele e renovamos o compromisso de dar testemunho
do seu nome.
Importante nos darmos conta de que o nosso caminhar é
uma procura de Jesus. Nele buscamos um sentido para a nossa vida pessoal e
comunitária. Nos caminhos da vida, muitas vezes, precisamos parar e dizer ao
Senhor: “Fala, que teu servo escuta”.
Temos certeza que, ao celebrarmos a Eucaristia estamos
mergulhando no amor de Jesus por nós, mostrado e confirmado no madeiro da cruz.
2. Recordando a
Palavra
A manifestação de Deus nem sempre é clara aos nossos olhos:
Deus não se impõe! A revelação passa pela meditação das pessoas pelos sinais e
pelos acontecimentos.
E na leitura de Samuel, vemos que não é fácil reconhecer
a voz de Deus. Sabemos que naquele tempo, a Palavra do Senhor se manifestava
raramente e as visões não eram freqüentes. O texto deixa claro que Deus não se
faz ver, simplesmente, comunica sua voz, captada por aqueles que estão atentos
e prontos a ouvi-lo.
A vocação de Samuel ajuda a clarear as dificuldades
vocacionais de cada pessoa. Samuel é ainda menino, e o Senhor se manifesta de
noite. A noite é o momento em que os ruídos externos dão lugar ao silêncio
interior. É também hora do sono e, para ouvir a voz do Deus que fala, é
necessário acordar.
De fato, Deus não chama o menino por meio de visões.
Para responder, Samuel precisa despertar, levantar-se e caminhar. Uma noite de
sono interrompido, acaba resultando na resposta convincente: “Fala, que teu servo escuta” (3,10).
Isso tudo demonstra que a vocação é um aprendizado
constante. Uma vez descoberta a voz do Senhor, é preciso estar atento e não
deixar cair por terra nenhuma de suas palavras.
O Salmo 39 (4) é de ação de graças e súplicas de Cristo,
cujo alimento constitui fazer a vontade do Pai, e que na cruz ofereceu o seu
corpo em sacrifício pela Igreja, a qual, na sua pobreza, sente o amor e o
cuidado de Deus por ela (Igreja).
Paulo lembra que nosso corpo é templo do Espírito Santo.
Ele diz a imortalidade não é uma necessidade física como comer. Isso porque,
com a morte, o estômago e os alimentos serão destruídos por Deus, ao passo que
o corpo será ressuscitado glorioso pelo poder de Deus. Então, o corpo é
destinado não à imortalidade, e sim ao Senhor.
Paulo no jeito que lhe é peculiar recorda, ainda, o que
significa ser cristão.
Com a morte de Jesus, Deus nos “comprou e pagou”, de modo que pertencemos a Ele, formando uma só
coisa com Cristo.
O corpo de cada pessoa é, portanto, parte do Corpo de
Cristo. Assim, o corpo de cada pessoa adquire uma dimensão social: “Porventura ignorais que vossos corpos são
membros de Cristo?” (1Cor 6,15). E “acaso ignorais que vosso corpo é templo do
Espírito Santo que mora em vós e que recebestes de Deus? Ignorais que não
pertenceis a vós mesmos?” (6,19).
Ao final, Paulo tira as conclusões dessa delicada situação:
o cristão é membro do Corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. Os que se
unem ao Senhor formam com Ele um só espírito. E é por meio do corpo, assim
entendido e resgatado, que podemos glorificar a Deus.
O Evangelho de hoje (Jo 1, 35-42) procura responder à
pergunta: “Que procurais?”. O
testemunho do Batista deve ter mudado completamente a vida dos dois discípulos.
Vendo Jesus passar diz: “Eis o Cordeiro
de Deus”. O cordeiro pascal e salvador.
Os dois primeiros discípulos devem tomar a iniciativa,
sem esperar que Jesus os chame. Para eles, bastou o testemunho de João Batista
de que Jesus é o libertador. A partir desse momento descobrem que em Jesus está
a resposta a todos os seus anseios. O Batista por causa do testemunho, perde os
discípulos. Estes, pela coragem da opção que fizeram, dão pleno sentido a suas
vidas e passam a ser testemunhas para os outros.
Jesus, contudo, pergunta: “Que procurais?”. Obviamente, como discípulos, procuramos saber
quem é Jesus. E Ele testa nossa sede, perguntando-nos o que estamos procurando.
A resposta dos discípulos é movida pelo desejo de comunhão. “Onde moras?”.
No fundo, querem criar intimidade com Jesus. E para
criar intimidade é preciso partir e fazer experiências. “Vinde e vede”. Então eles foram e viram onde Jesus morava. E
permaneceram com Ele naquele dia. Permanecer, no Evangelho de João, é um verbo
muito importante. Mais tarde Jesus dirá: “Permaneçam
em mim”.
3. Atualizando a
Palavra
A primeira leitura narra o chamado de Samuel. O
insistente chamado por parte de Deus reforça a dificuldade do jovem em identificar
quem o chama. De fato, o versículo 7 afirma que Samuel ainda não conhecia o
Senhor, muito embora ele estivesse dormindo junto à arca, no Templo. Aqui está
a chave da questão: não o chamado em si, mas o reconhecimento de Deus que se dá
por meio de outro.
Só depois é que o jovem responde já iniciado pela
percepção de Eli. O mesmo se dá com os discípulos: os primeiros só reconhecem
Jesus quando João afirma, “eis o Cordeiro
de Deus”. Em seguida, são eles que apresentam Jesus a Pedro, conduzindo-o
ao Mestre. O anúncio aos demais discípulos aparece no canto de aclamação ao
Evangelho: o foco recai sobre quem é Jesus e não sobre o chamamento ou o
seguimento.
A Palavra de Deus nesta celebração chama a atenção para
aspectos importantes da vida cristã. Nosso encontro com o Messias, o Cordeiro
de Deus, se dá pelas mediações da comunidade, dos amigos, nos sinais e ritos da
celebração. Eles nos introduzem no caminho do seguimento e nos revelam quem é
Jesus. Por isso, é importante avaliar qual a revelação de Deus que a comunidade
cristã, a partir da sua vida e da sua missão, está levando para os outros.
4. Ligando a Palavra
com ação litúrgica
O rito da apresentação do pão e do vinho é acompanhado
pelas palavras “Felizes os convidados”. Quem preside pode substituir esta
formula mais usual por outra opção. Entre as demais opções propostas, consta
aquele que retoma o salmo 34(33), 9, o mais antigo canto de comunhão da Igreja:
“Provai e vede como é bom o senhor; feliz
o homem que nele se abriga”.
O cálice e a patena com o vinho e o pão são sinais
humildes e simples da glória de Deus. Mas sua simplicidade nos remete a uma
realidade mais profunda e importante: a glória de Deus continua a se manifestar
em nossa história, onde Jesus nunca passa casualmente.
Na fragilidade do pão partido e do vinho compartilhado,
ele prolonga seu convite a conhecer sua morada, isto é, seu modo de viver, o
mistério da sua vida. “Provai e deve”,
quase igual à resposta de Jesus no Evangelho (“Vinde e vede”), tem então, no altar, sabor de intimidade e de
reconhecimento. Resposta ao nosso interesse de buscá-lo, segui-lo e conhecê-lo.
A visão que contempla o pão reconhece, pela fé, o Cordeiro de Deus.
Oração dos fiéis:
Presidente: Ao Pai que nos liberta e santifica pela força de seu Espírito,
façamos as nossas preces.
1. Senhor, que a Igreja seja sempre anunciadora desta
grande luz que vem do “Cordeiro de Deus”. Peçamos:
Todos: Senhor,
seja a nossa luz!
2. Senhor, que nossos governantes possam mostrar sempre
a luz da esperança para tantos irmãos e irmãs sofredores. Peçamos:
3. Senhor, fortalecei a fé de nossa comunidade, para que
o seguimento a Jesus Cristo seja autêntico, tanto em palavras como em obras. Peçamos
4. Senhor, concedei a tua graça a todos os cristãos, que
receberam a luz divina no batismo, para que resplandeçam com a tua glória na
sociedade. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Senhor, que nos fizestes participantes da vocação e da missão
do teu Filho Jesus, atendei com carinho a nossa prece. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA
EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS
OFERENDAS:
Presidente: Concedei-nos, ó Deus, a
graça de participar constantemente da Eucaristia, pois todas as vezes que
celebramos este sacrifício, torna-se presente a nossa redenção. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Penetrai-nos, ó Deus, com
o vosso Espírito da caridade, para que vivam unidos no vosso amor os que
alimentais com o mesmo pão. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presid.: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no
meio de nós.
Presidente: Concedei, ó Deus, a vossos fiéis a bênção desejada, para que
nunca se afastem de tua vontade e sempre se alegrem com os teus benefícios. Por
Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Presidente:
(despede a todos).