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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Homilia-1Domingo...resma-B-2015 - “O Espírito levou Jesus para o deserto”


DIOCESE DE LIMEIRA – 1º. DOMINGO DA QUARESMA
22 de FEVEREIRO DE 2015

Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP


“O Espírito levou Jesus para o deserto” (Mc 1,12)
Leituras: Gênesis 9, 8-15; Salmo 24 (25), 4bc-5ab.6-7bc.8-9; Primeira Carta de São Pedro 3, 18-22; Marcos 1, 12-15.

COR LITÚRGICA: ROXA

 Animador: Nesta páscoa semanal, somos convidados a vencer as tentações, como aconteceu com Jesus. A Campanha da Fraternidade deste ano que tem como tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, e como lema: “Eu vim para servir” (Cf. Mc 10, 45), nos fala de tantas tentações que a sociedade nos apresenta e que leva a tantos sofrimentos. Que por meio desta celebração, Deus nos ajude a superar todas estas tentações, e assim, com Jesus, possamos chegar às alegrias de sua Ressurreição.

1. Situando-nos brevemente
A Quaresma foi inaugurada com a celebração da Quarta-feira de Cinzas. Ressoou, mais uma vez, em nossos ouvidos, o convite de percorrer um itinerário pedagógico e catequético, que nos faz penetrar nos grandes eventos da história da salvação.

Durante as cinco semanas da Quaresma, na liturgia da Palavra, escutamos e atualizamos os textos bíblicos, que eram fonte de estudo e compromisso dos catecúmenos, nos primeiros séculos do Cristianismo.

Neste primeiro domingo, conduzidos pelo Espírito, vamos com Jesus ao deserto. Com ele, seremos tentados, testados, postos à prova.

Damo-nos conta de que as leituras apresentam uma forte conotação batismal: a Quaresma tem caráter essencialmente batismal, o qual fundamenta o seu caráter penitencial.

Na Quaresma do Ano B, comemoramos a restauração do ser humano em Cristo morto e ressuscitado. Após o Batismo no Jordão, Jesus é impedido pelo Espírito Santo ao deserto. Antes de significar a morte, o deserto significa lugar de encontro com Deus. Todavia, este encontro supõe luta: é o momento da tentação. A partir daí, Jesus inicia a grande luta da libertação da humanidade. Ele sai vitorioso e nos faz vencedores por sua morte e ressurreição.

A CF 2015 nos pede discernimento para apresentar de um modo claro e objetivo os valores do Reino de Deus, com elementos autenticamente humanizantes (Cf. CNBB Campanha da Fraternidade 2015: Texto-Base. Brasília. Edições CNBB. 2015, p.10). Tais valores se opõem aos do grande adversário, Satanás, aquele que divide e tenta desvirtuar o plano de Deus.

Mudando radicalmente nossa mentalidade de acordo com a proposta do Evangelho, vencendo as orças do mal, estaremos vivendo e apresentando os valores do Reino, como discípulos e discípulas, que se consagram à meditação da Palavra de Deus, que instrui e converte.

2. Recordando a Palavra
A nova Aliança de Deus com a humanidade, realizada na morte e ressurreição de Cristo, fora prefigurada na Aliança de Deus com Noé, salvos das águas do dilúvio (1ª. Leitura: Gn 9, 8-15). Para os povos antigos, a água, especialmente a água dos grandes mares e rios, este símbolo de caos, de perigo e morte. Ser libertado da água significativa ser salvo.

O dilúvio de que fala a narração de Noé simboliza o caos do pecado. Noé e sua família foram salvos e Deus fez uma Aliança com ele, e não só com ele, mas com toda a criação, com todos os seres vivos. É uma aliança universal e eterna. Deus não romperá seu pacto. O arco-íris é o símbolo da Aliança de Deus com a humanidade. É o símbolo do compromisso divino com a vida. E para nós, quais são hoje, os sinais de que Deus é nosso parceiro na luta e pela defesa da vida.

Neste texto do Livro de Gênesis, proclamado no primeiro domingo da Quaresma, temos uma imagem do batismo: salvos pela água, Deus faz aliança conosco.

Com o Salmo 25 (24) cantamos a fidelidade do nosso Deus. Q           eu sua verdade e seu amor nos orientem e nos conduzam para sermos fiéis à sua Aliança.

Na segunda leitura (1Pd 3, 18-22) Pedro também se refere as águas do dilúvio, ligando-as as águas do nosso Batismo. É de grande importância esta espécie de profissão batismal, que descobrimos no texto: “Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo pelos injustos” (v.18a); “No Espírito, ele foi também pregar aos espíritos na prisão” (= ”mansão dos mortos”) (v.19). “Subiu aos céus está à direita de Deus” (v.22a).

No tempo em que esta carta de Pedro foi escrita, os cristãos eram minoria, mas são justamente eles que provocam na humanidade inteira o confronto o Evangelho de Jesus. A identidade e a missão dos cristãos surgem daí e darão origem a novas criaturas e a nova humanidade. Pedro explica que esta novidade se realiza pela purificação batismal (simbolismo do dilúvio) que nos torna aptos a viver segundo uma boa consciência, nos confere uma identidade nova, torna-nos pessoas novas.

No Evangelho (Mc 1, 12-15), escutamos as primeiras palavras que Marcos colhe da boca de Jesus: “ o tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (v.15). Isso, depois que Jesus, levado pelo Espírito para o deserto, lá permaneceu quarenta dias, foi tentado por Satanás e enfrentou os animais selvagens (cf. VV 12-13).

É o início do Evangelho, da boa notícia proclamada por Jesus: “convertei-vos”! Conversão é mudança de atitude que se manifesta na prática. Deus quer estar junto de seu povo = o Reino de Deus chegou – e por causa desta iniciativa de Deus, que se volta para nós, devemos voltar para ele.

Marcos liga imediatamente ao Batismo de Jesus, que é o início de sua missão, o episodio da tentação (cf. VV 12-13), o que indica que ele vê, como ponto fundamental da missão do Filho de Deus, a luta contra Satanás. Vencendo o demônio, Jesus anuncia a salvação, dá início ao Reino de Deus (cf. vv14-15). Este anúncio exige de nós uma mudança  de mentalidade, uma “virada”, um afastamento do caminho habitual e uma volta para outra direção. Esta mudança, esta conversão procede da fé: crer no Evangelho (cf. v 15b).

É sempre ilusório crer-nos convertidos de uma vez por todas. Não somos nunca simples pecadores, mas pecadores perdoados, pecadores-em-perdão, pecadores-em-conversão. Converta-se significa recomeçar sempre de novo esta mudança interior, por meio da qual a nossa pobreza humana se volta para a graça de Deus. Antão, patriarca e pai de todos dos monges, dizia de modo lapidar: “cada manhã me digo: hoje, começo”. E Abba Poemen, o mais famoso dos padres do deserto depois de Antão, quando, à beira da morte, era elogiado por sua vida virtuosa, que o colocava na condição de apresentar-se diante de Deus com extrema tranqüilidade, respondeu: “Devo ainda começar, estava apenas começando a converter-me”, e chorou.

Hoje, o tempo nos é concedido para conhecermos melhor a Deus: é sempre um tempo de conversão e de graça, dom de sua misericórdia.

3. Atualizando a Palavra
Neste domingo do deserto de Jesus, também nós somos conduzidos com ele pelo Espírito. Ir para o deserto, permanecer no deserto supõe disponibilidade para se deixar conduzir pelo Espírito, em solidariedade com Jesus e com o povo dos crentes. O deserto não é casa para ser habitada, mas espaço que se tem de atravessar para realizar uma forte experiência espiritual, que torne mais verdadeira a relação com Deus e com os irmãos.

No deserto, Jesus é tentado. Portanto, o deserto n ao é a fuga da tentação. Jesus se retira para o deserto para escapar do messianismo triunfalista, que as multidões, sob a direção de Satanás, pretendem impor-lhe. Jesus quer que o deserto seja o símbolo do espaço infinito que separa Deus do homem pecador. Esta distancia só é superada por meio do lento caminho da fé.

A Quaresma é caminho de fé, que percorremos guiados pelo Espírito Santo. Deus nos chama ao deserto para renovar a sua Aliança conosco. Estamos prontos para renunciar, para esquecer o que ficou para trás a fim de alcançar o Cristo, como fomos alcançados por ele? (cf. Fl 3, 12-13). Estamos dispostos a levar a sério a renovação da Aliança com Deus?

Somos convidados a deixar as tentações das alianças, do mundo, do pecado e a viver os compromissos do Batismo que nos inserem no mistério da morte e da ressurreição de Cristo. Quem vive o Batismo assume o projeto libertador de Jesus, que é o caminho de volta para Deus. Os frutos concretos da conversão, da vitoria sobre as tentações são a partilha dos bens com os irmãos necessitados, a vivencia de uma religião que se compromete com a vida. Meios excelentes que nos colocam neste caminho de conversão são a escuta da Palavra de Deus, a oração e o jejum. 

A Campanha da Fraternidade deste ano, evidenciando o binômio, Igreja-Sociedade, nos exorta a aprofundar a compreensão da dignidade da pessoa. Já descobrimos quais são as tentações mais freqüentes, hoje em nosso mundo?  Já refletimos sobre os tipos de aliança que fazemos em nosso dia a dia, na prática? Com que projeto de sociedade sonhamos? Que sociedade nós queremos de verdade?

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
A liturgia deste domingo faz memória de Jesus que, tentado é servido pelos anjos, ou seja, é sustentado pelo próprio Deus, que o declarou seu Filho e Servo para instaurar o Reino. Sua obediência ao Pai até o fim trouxe para nós a justificação.

Iniciando com Jesus, a caminhada quaresmal, nos reunimos para escutar atentamente a sua Palavra, que nos convoca a renovar os nossos compromissos batismais e a nossa fidelidade ao Deus vivo e verdadeiro.

Pelo Batismo somos participantes da reconciliação do sacrifício realizado, uma vez por todas por Cristo, e atualizado na Eucaristia que celebramos. Na Eucaristia, renovamos a aliança com Deus, expressamos e vivenciamos o mistério pascal com os mesmos ritos deixados por Jesus na última ceia ao profetizar sua morte.

Ao celebrarmos seu memorial – “Façam isto em minha memória” – tornamo-nos misticamente participantes do fato da história da salvação que recordamos e anunciamos somos associados à morte e ressurreição de Cristo, pelo Espírito que nos impulsiona para missão a serviço do Reino que há de vir e que já está entre nós.

É ao projeto de Deus, anunciado e realizado na pregação e na prática de Jesus, que queremos servir, e não ao poder do mal. A vitória de Jesus sobre todo mal é o grande motivo de ação de graças e louvor ao Senhor, nosso Senhor. No prefácio, o presidente reza em nome de toda a assembléia: “Jejuando quarenta dias no deserto, Jesus consagrou a observância quaresmal. Desarmado as ciladas do antigo inimigo, ensinou-nos a vencer o fermento da maldade. Celebrando agora, o mistério pascal, nós nos preparamos para a Páscoa definitiva”.

Oração dos fiéis:
Presidente: Viver a Quaresma é abrir-se à misericórdia de Deus em Jesus. Quem encontra Jesus, encontra o amor incondicional, a gratuidade, a vida em abundância. Compreendemos que a misericórdia de Deus é maior do que nossas infidelidades. Elevemos ao Pai de misericórdia a nossa oração.
(Repartir a oração em lado 1 e lado 2)
Oração da CF 2015:
1. Ó Pai, alegria e esperança de vosso povo, vós conduzis a Igreja, servidora da vida, nos caminhos da história.
2. A exemplo de Jesus Cristo e ouvindo sua palavra que chama à conversão, seja vossa Igreja testemunha viva de fraternidade e de liberdade, de justiça e de paz.
1. Enviai o vosso Espírito da Verdade para que a sociedade se abra à aurora de um mundo justo e solidário, sinal do Reino que há de vir.
2. Por Cristo Senhor Nosso.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Fazei, ó Deus, que o nosso coração corresponda com estas oferendas com as quais iniciamos nossa caminhada para a Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, que nos alimentastes com este pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar o Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda a palavra que sai de vossa boca. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.

Presidente: Ó Deus, faça que nesta Quaresma, o seu povo se volte para Ti de todo coração. Pois se o protege mesmo quando erra, com maior amor o guarda quando lhe serve.
Todos: Amém.

Presidente: (Dá a bênção).

COMUNICADOS:
Dia 20 de fevereiro – sexta-feira: Atendimento residência episcopal – 09h00; Missa de posse Padre José Antônio – Santa Rita de Cássia – Artur nogueira – 19h30min.

Dia 21 de fevereiro – sábado: Missa de Posse - Padre Ismael – São Francisco de Assis – 18h00 – Araras.

Dia 22 de fevereiro - domingo: Missa de posse – Padre Élcio – Nossa Senhora do Belém –Descalvado – 09h30min; Missa de posse do Administrador Paroquial – Padre Paulo Henrique de Oliveira – Nossa Senhora Rosa Mística – 19h00 – Porto Ferreira, SP.

Dia 25 de fevereiro – quarta-feira – 09h00 - Reunião da Sub-Região Campinas – Par. São Benedito, Americana.

Dia 26 de fevereiro – quinta-feira, 09h00 - Reunião na sede da CNBB – Representativa – São Paulo, SP.

Dia 28 de fevereiro – sábado: Posse de Pároco do Pe. Alexandre Lucente – Bom Jesus dos Aflitos – às 19h00; Pirassununga, SP.


Dia 01 de março: domingo: Posse de Pároco do Pe. João Bosco – 09h00, Par. São Judas Tadeu, cidade de Araras, SP; e Posse de Pároco do Pe. Wellington da Silva , 19h30 – Sta. Rita de Cássia, Leme, SP


"A catequese não prepara simplesmente para este ou aquele sacramento. O sacramento é uma consequência de uma adesão a proposta do Reino, vivida na Igreja (DNC 50)."

Documento Necessário para o Batismo e Crisma

Certidão de Nascimento ou Casamento do Batizando;

Comprovante de Casamento Civil e Religioso dos padrinhos;

Comprovante de Residência,

Cartões de encontro de Batismo dos padrinhos;

Documentos Necessários para Crisma:

RG do Crismando e Padrinho, Declaração de batismo do Crismando, Certidão ou declaração do Crisma do Padrinho, Certidão de Casamento Civil e Religioso do Padrinho/Madrinha e Crismando se casados.

Fonte: Catedral São Dimas

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Reflexão

REFLEXÃO

A porta larga que o mundo oferece para as pessoas é a busca da felicidade a partir do acúmulo de bens e de riquezas. A porta estreita é aquela dos que colocam somente em Deus a causa da própria felicidade e procuram encontrar em Deus o sentido para a sua vida. De fato, muitas pessoas falam de Deus e praticam atos religiosos, porém suas vidas são marcadas pelo interesse material, sendo que até mesmo a religião se torna um meio para o maior crescimento material, seja através da busca da projeção da própria pessoa através da instituição religiosa, seja por meio de orações que são muito mais petições relacionadas com o mundo da matéria do que um encontro pessoal com o Deus vivo e verdadeiro. Passar pela porta estreita significa assumir que Deus é o centro da nossa vida.

reflexão sobre o Dízimo

A espiritualidade do Dízimo

O dízimo carrega uma surpreendente alegria no contribuinte. Aqueles que se devotam a esta causa se sentem mais animados, confortados e motivados para viver a comunhão. O dízimo, certamente, não é uma questão de dinheiro contrariando o que muitos podem pensar. Ele só tem sentido quando nasce de uma proposta para se fazer a experiência de Deus na vida cristã. Somos chamados e convocados a este desafio.

Em caso contrario, ele se torna frio e distante; por vezes indiferente. A espiritualidade reequilibra os desafios que o dízimo carrega em si. "Honra o Senhor com tua riqueza. Com as primícias de teus rendimentos. Os teus celeiros se encherão de trigo. Teus lagares transbordarão de vinho" (Pr 3,9-10). Contribuir quando se tem de sobra, de certa forma, não é muito dispendioso e difícil. Participar da comunhão alinha o desafio do dízimo cristão.

Se desejar ler, aceno: Gn 28, 20-22; Lv 27, 30-32; Nm 18, 25-26 e Ml 3, 6-10.

Fonte : Pe. Jerônimo Gasques

http://www.portalnexo.com.br/Conteudo/?p=conteudo&CodConteudo=12

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