DIOCESE DE LIMEIRA – ASCENSÃO DO SENHOR
17 de maio de 2015
Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus
Pai todo-poderoso”
Leituras: Atos dos Apóstolos 1,
1-11;Salmo Responsorial 47; Carta de São Paulo aos
Efésios 1, 17-23; Mateus 16, 15-20.
COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA.
Animador: Aleluia, irmãos e
irmãs! Cristo Ressuscitou! Como o Tempo Pascal deve ser celebrado com alegria e
exultação, como se fosse um só dia de festa, “um grande domingo”, (cf. Normas
Universais do Ano Litúrgico, 22) faremos memória da grande Vigília Pascal, “mãe
de todas as vigílias” (Santo Agostinho). O fogo que acendeu o círio pascal fez
memória da “Bênção do fogo novo”. Celebramos, hoje, a Ascensão de Jesus. Foi
elevado à direita do Pai. Não comemoramos uma despedida, mas um novo modo de
Ele estar presente. Aquele que percorreu os caminhos deste mundo, no amor e na
doação, é glorificado. Junto do Pai, como nosso eterno mediador, Jesus continuará
a acompanhar os discípulos e, por meio deles, propor à sociedade vida nova e
definitiva.
1. Situando-nos
O Tempo Pascal vai chegando ao seu ponto alto. Hoje
celebramos a Ascensão do Senhor, no próximo domingo, Pentecostes. Ascensão e
Pentecostes são celebradas distintamente para destacar aspectos diversos do
mesmo mistério, que não cabe em nossas divisões cronológicas.
Podemos olhar para as semanas precedentes e enxergar o
caminho que fizemos de consolidação da fé no Cristo ressuscitado. Vivemos a
manhã alegre e surpreendente da ressurreição. Sentimo-nos como Tomé, com alguma
dificuldade para crer. Aproximamo-nos do Senhor, o Pastor Bom, exemplar, que
reúne seu rebanho. Como ramos da videira que é Jesus, nos deixamos limpar pela
sua Palavra e alimentar pela seiva do amor de Deus. Fomos percebendo que Cristo
nos chama de amigos, pois nos revela o plano de seu Pai. Hoje contemplamos sua
subida para o Pai. “Ele, nossa cabeça e
principio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humildade, mas para
dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade” (Prefácio
da Ascensão do Senhor, I).
Maria, a quem é dedicado este mês, acompanha-nos nesse
percurso, como acompanhou com sua prece a Igreja nascente. Ela é a mãe da
esperança, atitude fundamental dos que crêem.
Celebramos hoje o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
2. Recordando
a Palavra
A liturgia da Palavra traz o relato daquilo que consta
resumidamente no Símbolo Apostólico: “Subiu
aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir”.
O período das aparições de Jesus Ressuscitado serviu
para reunir os discípulos na certeza de que Ele não ficou no sepulcro, mas está
vivo.
Agora, são enviados em missão. A missão é anunciar a
vida de Jesus aos judeus primeiro, e depois a todos os povos (At 1,8). Antes de
Jesus partir, há um dialogo com os discípulos, que revela o quanto eles ainda
não tinham compreendido o sentido do Mistério Pascal de Cristo. Eles esperavam
o restabelecimento do Reino de Israel. Jesus, contudo, não quer renovar o reino
de Davi. Ele, ao contrário, dá aos discípulos uma missão e uma promessa. A
promessa é o Espírito Santo, em cuja força realizarão a missão: testemunhar
Cristo até os confins da terra.
Merece destaque na narrativa dos Atos dos Apóstolos a
nuvem que encobriu Jesus. Evoca, claramente, o momento da transfiguração do
Senhor. Além disso, lembramos a anunciação a Maria, quando lhe foi dito que o
poder do Altíssimo a cobriria com sua sombra (Cf. Lc 1,35). No Antigo
Testamento, a nuvem é sinal da presença de Deus e acompanha o povo de Deus em
sua travessia do deserto. “A afirmação sobre a nuvem é claramente teológica.
Apresenta o desaparecimento de Jesus não como uma viagem em direção às
estrelas, mas como a entrada no mistério de Deus” (RATZINGER, Josef. Jesus de
Nazaré – da entrada em Jerusalém até a Ressurreição. São Paulo: Planeta, p.
253).
A segunda leitura e o Evangelho falam de Jesus, subindo
ao céu, está agora sentado à direita de Deus, como rezamos no Símbolo
Apostólico. Como compreender isso? “Deus
não Se encontra num espaço ao lado de outros espaços. Deus é Deus. Ele é o
pressuposto e o fundamento de todo o espaço existente, mas não faz parte dele.
A relação de Deus com todos os espaços é a de Senhor e Criador. A sua presença
não é espacial, mas, precisamente, divina, ‘Sentar à direita de Deus’ significa
uma participação na soberania própria de Deus sobre todo o espaço” (RATZINGER,
Josef. Jesus de Nazaré – da entrada em Jerusalém até à Ressurreição. Soa Paulo:
Planeta, p. 253).
As leituras enfatizam que a Ascensão não é um
distanciamento que rompe a presença de Deus entre nós. Pelo contrário, ela
inaugura um novo modo de presença. Tanto é verdade que o Evangelho conclui
afirmando que “o Senhor os ajudava e
confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20).
3. Atualizando
a Palavra
As leituras bíblicas, as orações e o prefácio são uma
explicação segura e clara do conteúdo pascal do mistério da Ascensão. Estamos
celebrando a exaltação de Jesus à direita do Pai, como rezamos no Símbolo
Apostólico. O Dom do Espírito Santo é que completará todo o percurso que
fazemos com Jesus, passando da morte para a vida.
Com a Ascensão, a comunidade cristã passa a viver numa
tensão: cessam as aparições do Ressuscitado, mas Ele continua presente. Por
isso, Jesus fala que os discípulos receberão o Espírito Santo, para serem suas
testemunhas (Cf. At 1,8).
Podemos falar de três abordagens ou atualizações da
Solenidade da Ascensão do Senhor.
A primeira é a significação cristológica da Ascensão: o
humilhado ao extremo é o que foi elevado mais alto: Ele [o Pai] manifestou sua
força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua
direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou
qualquer título que se possa mencionar (Cf. Ef 1,20-21). O movimento que
começou com a Encarnação, culmina agora com a Ascensão, abrindo a fase da
entrega do Espírito Santo.
Uma segunda abordagem pode ser eclesiológica. A oração
do dia fala que a Ascensão de Cristo já é nossa vitória. Isso porque Ele
assumiu, unia à sua divindade a nossa humanidade. A glorificação da Cabeça –
Cristo – é a esperança do Corpo – a Igreja. A Igreja não cresce por obra humana,
como se nós a fizéssemos crescer. Ela cresce pela força de Cristo: o Dom do
Espírito Santo, a pregação dos Apóstolos, a eficácia sacramental, a graça e a
fidelidade no coração dos que crêem.
Assim fala o Papa Francisco, na “Evagenlii Gaudium”: “Diz-nos o Evangelho que, quando os primeiro
discípulos saíram a pregar, ‘o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra
‘ (Mc 16, 20). E o mesmo acontece hoje. Somos convidados a descobri-lo, a
vivê-lo. Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança,
e não nos faltará a sua ajuda para cumprir a missão que nos confia” (EG 275).
Abre-se, por fim, uma terceira perspectiva: a
escatológica. Encontramo-la expressa na
Oração do Dia: “Fazei-nos exultar de
alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu corpo, somos chamados
na esperança a participar da sua gloria”. Vivemos agora um tempo
intermediário: pela Encarnação, Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão, Cristo
uniu a si a nossa humanidade. Pelo Batismo, estamos incorporados a Cristo.
Vivemos na esperança, aguardando o dia de sua vinda gloriosa.
“A fé no regresso
de Cristo é o segundo pilar da profissão de fé cristã. Ele que se fez carne e
agora permanece Homem para sempre, que para sempre inaugurou em Deus a esfera
do ser humano, chama todo o mundo a entrar nos braços abertos de Deus para que,
no fim, Deus se torne tudo em todos, e o Filho possa entregar ao Pai o mundo
inteiro congregado n’Ele (Cf. 1Cor 15, 20-28). Isto implica a certeza, na esperança, de
que Deus enxugará todas as lágrimas; não ficará nada que seja sem sentido; toda
a injustiça será superada e estabelecida a justiça. A vitória do amor será a
ultima palavra da história do mundo” (RATZINGER, Josef. Jesus de Nazaré –
da entrada em Jerusalém até a Ressurreição. Soa Paulo: Planeta, p. 256-257).
4. Ligando
a Palavra com ação litúrgica
A Palavra de Deus nos fortalece na fé de que Cristo,
embora junto do Pai, não afastou-se de nós. A Eucaristia nos faz perceber e
saborear sua presença real entre nós. A oração sobre as oferendas e depois da
comunhão expressa bem a tensão que se estabelece: já convivemos na terra com as
realidades do céu, ma esperamos o dia em que essa comunhão será plena. Sabemos
bem que a Eucaristia é onde o céu e a terra se encontram: a presença de Cristo
glorioso mediante o pão e o vinho.
O mesmo que os anjos disseram aos discípulos que ficaram
olhando para o céu, vendo Jesus subir, vale para nós. Não devemos esquecer da
missão de evangelizar. Na celebração eucarística nos nutrimos para prosseguir
nossa missão. Ao mesmo tempo, trazemos os frutos de nossa missão e os apresentamos
ao Senhor na Eucaristia.
O Papa Francisco pede que sejamos evangelizadores com
espírito. E ele mesmo explica o que significa isso: “Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que rezam e
trabalham. Do ponto de vista da evangelização, não servem as propostas místicas
desprovidas de um vigoroso compromisso social e missionário, nem os discursos e
ações sociais e pastorais sem uma espiritualidade que transforma o coração”
(EG, n.262).
Oração da
Assembléia
Presidente
Neste dia que o Senhor envia-nos como evangelizadores de
nossa sociedade, elevemos nossas preces e supliquemos que Ele permaneça sempre
conosco.
1. Senhor, que a tua Igreja possa sempre anunciar o
Evangelho e manter-se firme na fé e no testemunho de vida. Peçamos:
Todos: Senhor,
conduze-nos a ti!
2. Senhor, que os governantes possam ser mais solidários
com aqueles que sofrem. Peçamos:
3. Senhor, que nossa comunidade, possa sempre exercer a
sua função evangelizadora, para que não tema e nem desanime diante dos desafios
que a sociedade apresenta. Peçamos:
4. Senhor, abençoai com a tua luz e tua sabedoria todos
os comunicadores, de um modo especial aqueles que atuam nos meios da Igreja,
para que sejam evangelizadores e promotores da cultura da vida. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: É da tua vontade, ó Pai, que tudo caminhe para o Cristo,
plenitude e realização definitiva da tua criação; conceda-nos orar e agir
sempre como colaboradores do plano de teu Filho, para a tua glória e nossa
salvação, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Todos: Amém!
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
Oração sobre as
oferendas:
Presidente: Ó Deus,
nós vos apresentamos este sacrifício para celebrar a admirável ascensão do
vosso Filho. Concedei, por esta comunhão de dons entre o céu e a terra, que nos
elevemos com ele até a pátria celeste. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
Oração
depois da comunhão.
Presidente: Deus
eterno e todo-poderoso, que nos concedeis conviver na terra com as realidades
do céu, fazei que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de vós
a nossa humanidade. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos:
Amém.
AVISOS
Dia
12 a 14 de maio – Encontro dos padres assessores diocesanos em Campos do
Jordão.
Dia
16 de maio – sábado: Abertura do encontro de comunicação – 08h30min – Centro
Pastoral de Santa Terezinha – Limeira; Reunião de Catequese Junto à Pessoa com
Deficiência -09h00 – Basílica Santo Antônio – Americana, SP - Rua: Vieira
Bueno, 150 – Centro - Telefone para contato – (19) 3461-5126 e Dom Vilson *
celular (19) 98149-0534 - Limeira, SP.
Dia
16 de maio – sábado: Crisma – Igreja Nossa Senhora Aparecida da Paróquia
Santo Antonio - Cordeirópolis- 19h00 – Padre Valdinei Antônio da Silva.
Dia
17 de maio – domingo: Crisma – Nossa Senhora das Dores – Artur Nogueira –
09h00 – padre Edson Tagliaferro.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente: O Senhor esteja convosco. Aleluia. Aleluia.
Todos: Ele está no
meio de nós. Aleluia. Aleluia.
Presidente: A benção de Deus todo-poderoso Pai e Filho + e Espírito Santo desça sobre vós e permaneça para sempre.
Aleluia. Aleluia.
Todos: Amém.
Aleluia. Aleluia.
Canto Final a
escolha.