CONFERÊNCIA
NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
78ª Assembleia
dos Bispos do Regional Sul 1
|
Aparecida-SP, 09 a 11 de junho de 2015.
NOTA DO REGIONAL SUL 1/CNBB
SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO
Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores
dos Municípios, educadores e pais no Estado de São Paulo;
Nós, Bispos católicos do
Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB), no exercício de nossa missão de
Pastores, queremos manifestar nosso apreço ao empenho dos Conselhos Municipais
de Educação na elaboração dos Planos Municipais de Educação para o próximo
decênio, a serem votados nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses projetos,
além da universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo orientador
da educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens e mulheres
possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as pessoas, grupos
sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e se beneficiar da
produção dos bens materiais e culturais, numa nação cada vez mais próspera e
justa. Consideramos, entretanto, oportuno e necessário esclarecer o que segue,
no que se refere à ideologia de gênero, nos Planos Municipais de Educação:
A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser
orientada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e
sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram retiradas as
expressões da ideologia de gênero.
Os projetos enviados aos Legislativos Municipais incluíram novamente,
em suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação, tanto
como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a relativizar a
natural diferença sexual.
A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta “revolução
cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção exclusivamente
cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras formas igualmente
legítimas de manifestação da sexualidade, devendo todas integrar o processo
educacional com o objetivo de combater a discriminação das pessoas em razão de
sua orientação sexual.
A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem
seu fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união homossexual
é igualmente núcleo fundante da instituição familiar.
As consequências da introdução dessa ideologia na prática
pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de
família, transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as
crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na
família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade.
Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos
dos governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta
para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a
Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura
brasileira.
Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho Nacional
de Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino religioso
integra a base nacional comum da Educação Básica (na resolução número 4, de
13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F).
Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino
religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na
escola.
Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem
discriminação na sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a
família e a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a
orientação sexual.
Deus abençoe a todos que trabalham na educação
das crianças, adolescentes e jovens.
Aparecida, 11 de junho de 2015.
Cardeal
Dom Odilo Pedro Scherer
Presidente do Conselho
Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
Dom Moacir
Silva
Vice-Presidente do Conselho
Episcopal Regional Sul 1 – CNBB
Dom
Tarcísio Scaramussa
Secretário do Presidente do
Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB