Por Beatriz Rosa/Fotos: Flávio Pereira (CMSJC)
A criação do primeiro parque público do cerrado em São José dos Campos é defendida por religiosos e leigos da Diocese de São José dos Campos como um gesto concreto da Campanha da Fraternidade 2017.
O movimento tem como meta sensibilizar agentes públicos para garantir a preservação de uma área de cerca de 40 hectares do bioma cerrado, na região sul da cidade. A ideia é transformar o remanescente ambiental em um parque público. Com a ação, a Igreja enfatiza a urgência do despertar dos cidadãos para a consciência ambiental e pela preservação da casa comum.
No lançamento do texto base da CF2017 na diocese, Dom Cesar convida todo o povo a uma “conversão ecológica”, citada pelo Papa Francisco na Encíclia Laudato Si. “Vamos abrir nossos olhos, vamos abrir nossa consciência, vamos juntar nossas mãos, para que possamos cuidar daquilo que Deus nos deu de presente: a nossa terra, o nosso planeta, o nosso Brasil, a nossa região”, alerta o bispo.
O cerrado joseense. O bioma cerrado que já formou a paisagem da cidade, com sua formação de arbustos e vegetação rasteira, tem perdido espaço para o crescimento urbano da cidade. Atualmente, as principais manchas de cerrado cortam a região sul de São José.
Um estudo realizado em 2010 pela Secretaria de Meio Ambiente apontou a presença de mais de 150 espécies do bioma cerrado, sendo que destas, 17 são exclusivas do cerrado da região, não ocorrendo em outras áreas de cerrado do Estado de São Paulo. O estudo apontou ainda a existência de espécies ameaçadas de extinção.
Fazendo acontecer. Em busca da preservação desse bioma, a coordenação da Campanha da Fraternidade em São José defendeu publicamente a implantação do primeiro parque do cerrado durante debate realizado no dia 13 de março, no auditório Mário Covas, na Câmara Municipal.
Durante o encontro, que contou com a presença de 60 pessoas, o Coordenador de pastoral, padre Ednei Batista pediu o apoio do poder público para garantir a preservação do bioma cerrado. “A Igreja é a voz profética, mas precisa das mãos do poder público para fazer acontecer. É importante formar a consciência do compromisso que temos de cuidar de nossa casa comum.”
O secretário de Urbanismo e Sustentabilidade, Marcelo Manara, elogiou a iniciativa da Igreja e afirmou o interesse da prefeitura em implantar um parque do cerrado, atendendo ao pedido da Diocese. “Existe um processo para criar um parque do cerrado e já foi enviado à Cetesb e temos a intenção de prosseguir com ele”.
Segundo Manara, uma área remanescente de cerrado na região sul tem cerca de 40 hectares, o equivalente a 40 campos de futebol, é a área cotada para abrigar o parque público. O núcleo possui grande biodiversidade de espécies e uma formação única no estado de São Paulo.
De acordo com o coordenador da Campanha, Luigi Bertoncini, a Diocese realizou encontros em todas as cidades que abrangem a diocese e em cada uma delas, um tema relacionado à questão ambiental foi tratado com órgãos públicos.
http://www.diocese-sjc.org.br/sao-jose-pode-ganhar-primeiro-parque-publico-do-cerrado-na-regiao-sul/