As palavras do papa Francisco aos participantes da audiência geral do último dia 10 de maio apresentam elementos de Maria, a mãe de Deus, que podem orientar para a virtude da esperança e para um caminho motivador diante das dificuldades. Às mães, que celebram seu dia neste domingo, 14, é um roteiro com as dimensões daquela que foi, como disse o pontífice, “a maior e a melhor das Mães”.
Esperança, coragem, obediência, silêncio, escuta e presença são os elementos, segundo a reflexão do papa Francisco, que nutrem o amor filial dos cristãos por Maria. “Não somos órfãos: temos uma mãe no céu, que é a Santa Mãe de Deus. Porque nos ensina a virtude da esperança, até quando tudo parece sem sentido: ela permanece sempre confiante no mistério de Deus, até quando Ele parece desaparecer por culpa do mal do mundo”, disse Francisco.
Seguindo o itinerário de catequeses sobre a esperança cristã, o papa explicou que o “sim” de Maria foi corajoso: “ainda na flor da idade, ela respondeu com coragem, não obstante nada soubesse do destino que a esperava. Maria, naquele instante, parece uma das muitas mães do nosso mundo, corajosas até ao extremo quando se trata de acolher no próprio ventre a história de um novo homem que nasce”.
“Aquele ‘sim’ foi o primeiro passo de uma longa lista de obediências que acompanharão todo o seu itinerário de mãe”, continuou Francisco, ressaltando a expressão “longa lista de obediências”. Já o silêncio de Maria, o modelo de mãe, põe em evidência a meditação sobre as palavras e os acontecimentos em seu coração, mesmo quando não havia compreendido tudo o que acontecia em seu redor.
Às mães deste tempo, diante de tantas dificuldades, há a possibilidade de imitar o “perfil belíssimo da psicologia de Maria”, que de acordo com Francisco não é uma mulher que se deprime face às incertezas da vida, especialmente quando nada parece correr bem. “Nem sequer uma mulher que protesta com violência, que se enfurece contra o destino da vida que muitas vezes nos revela um semblante hostil. Ao contrário, é uma mulher que ouve”. A escuta tem uma “grande relação” com a esperança. “Maria acolhe a existência do modo como se apresenta a nós, com os seus dias felizes, mas também com as suas tragédias que nunca gostaríamos de ter encontrado. Até à noite suprema de Maria, quando o seu Filho foi pregado na cruz”, explica o papa.
Maria ‘estava’
A presença de Maria nos momentos mais importantes da vida de Jesus, até quando grande parte dos amigos haviam fugido por terem medo, revela uma virtude: “as mães não traem”. “Maria está fielmente presente, cada vez que surge a necessidade de manter uma vela acesa num lugar de bruma e neblina”, disse Francisco. A discreta presença de Nossa Senhora nos textos dos Evangelhos foi ressaltada na reflexão de Bergoglio, assim como a presença que também demonstra o sofrimento das mães: “todos nós conhecemos mulheres fortes que enfrentaram muitos sofrimentos dos filhos!”, lembrou o papa.
Maria está presente no nascimento da Igreja. “Ela, mãe de esperança, no meio daquela comunidade de discípulos tão frágeis: um negou, muitos fugiram, todos sentiram medo. Mas ela simplesmente estava ali, do modo mais normal, como se fosse algo totalmente natural: na primeira Igreja envolvida pela luz da Ressurreição, mas também pelos tremores dos primeiros passos que devia dar no mundo”, contou o bispo de Roma.
O conselho do papa é que nos momentos de dificuldade, “Maria, a Mãe que Jesus ofereceu a todos nós, possa sempre amparar os nossos passos e dizer ao nosso coração: ‘Levanta-te! Olha em frente, olha para o horizonte’, porque Ela é Mãe de esperança”.
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