Oitava
do Natal - 1ª Semana do Saltério
Prefácio
de Nossa Senhora I - Ofício da Solenidade
Glória
– Creio
Cor:
Branco - Ano Litúrgico “A” – São Mateus
Antífona: Sedúlio
- Salve, ó santa mãe de Deus, vós destes à luz o rei que governa
o céu e a terra pelos séculos eternos.
Oração
do Dia: Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria
destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com
a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
Santo. Amém.
LEITURAS:
Primeira
Leitura: Nm 6,22-27 Invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel
e eu os abençoarei
O
Senhor falou a Moisés, dizendo: "Fala a Aarão e a seus
filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: ‘O Senhor te
abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e
se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a
paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu
os abençoarei". - Palavra do Senhor.
Salmo: 66(67),2-3.5.6.8
(R. 2a) Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção
Que
Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça
sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho/ e a sua salvação
por entre os povos.
Exulte
de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça; os
povos governais com retidão, e guiais, em toda a terra, as nações.
Que
as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos
glorifiquem! Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem
os confins de toda a terra!
Segunda
Leitura: Gl 4,4-7 Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher
Irmãos:
Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho,
nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os
que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação
adotiva. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o
Espírito do seu Filho, que clama: Abá - ó Pai! Assim, já não és
escravo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro: tudo isso
por graça de Deus - Palavra do Senhor.
Evangelho:
Lc 2,16-21 Encontraram Maria e José e o recém-nascido. E, oito
dias depois, deram-lhe o nome de Jesus
Naquele
tempo, os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e
José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Tendo-o visto,
contaram o que lhes fora dito sobre o menino. E todos os que ouviram
os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Quanto a
Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu
coração.
Os
pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que
tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. Quando se
completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o
nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. -
Palavra da Salvação.
Comentário: (Paulo
VI, Discurso à ONU, 4-10-1965)
Maria
dá ao mundo Cristo, nossa paz: Na
oitava do Natal se celebra a festa de "Maria, Mãe de Deus".
Na verdade, as leituras bíblicas põem a tônica no "filho de
Maria" e no "Nome do Senhor", mais do que em Maria.
De
fato, a antiga "bênção sacerdotal" é ritmada pelo nome
do Senhor, repetido no início de cada versículo (1ª leitura); o
texto de são Paulo acentua a obra de libertação e salvação
realizada por Cristo, na qual é engastada a figura de Maria, graças
à qual o Filho de Deus pôde vir ao mundo como verdadeiro homem (2ª
leitura); o evangelho termina com a imposição do nome de Jesus,
enquanto Maria participa em silêncio do mistério deste filho
nascido de Deus.
Essa
atenção preponderante sobre o "Filho" não reduz o papel
da Mãe; Maria é totalmente Mãe porque esteve em total relação
com Cristo; por isso, honrando-a, o Filho é mais glorificado.
Quanto ao titulo de Mãe de Deus, exprime a missão de Maria na
história da salvação, que está na base do culto e da devoção
do povo cristão, uma vez que Maria não recebeu o dom de Deus só
para si, mas para levá-lo ao mundo.
Mãe
de Deus - Mãe do homem: O
significado etimológico do nome Jesus, "Deus salva", nos
introduz de cheio no mistério do Cristo: da encarnação ao
nascimento, à circuncisão, até a realização pascal da
morte-ressurreição, Jesus é em todo o seu ser a perfeita bênção
de Deus, e dom de salvação e de paz para todos os homens; em seu
nome somos salvos (cf At 2,21; Rm 10,13). Ora, essa oferta de
salvação vem por Maria e ela a apresenta ao povo de Deus, como
outrora aos pastores. Maria, que deu a vida ao Filho de Deus,
continua a apresentar aos homens a vida divina. É, por isso,
considerada mãe de cada homem que nasce para a vida de Deus, e mãe
de todos. Com os orientais, também nós honramos "Maria sempre
Virgem, solenemente proclamada santíssima Mãe de Deus pelo
Concílio de Éfeso, para que Cristo fosse reconhecido, em sentido
verdadeiro e próprio, Filho de Deus e Filho do homem".
Mensageiro
da paz evangélica: É em nome
de Maria, mãe de Deus e mãe dos homens, que hoje se celebra no
mundo inteiro o "dia da paz"; aquela paz que Maria, uma de
nós, encontrou no abraço infinito do amor divino; aquela paz que
Jesus veio trazer aos homens que creram no amor. Em sentido bíblico,
a paz é o dom messiânico por excelência, é a salvação trazida
por Jesus, é a nossa reconciliação e pacificação com Deus. É
também um valor humano a ser realizado no plano social e político,
mas lança suas raízes no mistério de Cristo.
A
fé em Cristo, paz entre Deus e os homens e paz entre os homens
mutuamente, mostra-se claramente na parte que toma o cristão nos
esforços da humanidade pela paz do mundo. A paz de Cristo não é
diferente da paz do homem; é simplesmente "a paz", e
merece que se dedique a vida para buscá-la e obtê-la.
O
Magistério da Igreja sempre procurou atrair a atenção para a
premente necessidade de fazer da paz uma dimensão efetiva da
realidade. Tem pregado verdadeiramente "sobre os telhados"
o anúncio da sua paz, baseada na verdade, na justiça, no amor e na
liberdade que são "os quatro pilares da casa da paz"
aberta a todos (João XXIII, 11-4-1963). Não se pode esquecer a
suave e ao mesmo tempo fortíssima voz de Paulo VI que testemunhava
aos representantes de todas as nações da terra a mensagem da paz
de Cristo, profundamente terrena e divina.
Nunca
mais uns contra os outros: "E
agora nossa mensagem atinge o seu vértice; o vértice negativo.
Esperais de nós esta palavra, que não pode deixar de se revestir
de gravidade e solenidade: nunca mais uns contra os outros, nunca,
nunca mais! Foi principalmente com este objetivo que surgiu a
Organização das Nações Unidas; contra a guerra e pela paz! Ouvi
as claras palavras de uma grande personagem desaparecida John
Kennedy, que há alguns anos proclamava: 'A humanidade deve pôr fim
à guerra, ou a guerra porá fim à humanidade'. Não são
necessárias muitas palavras para proclamar isto como finalidade
máxima desta instituição. Basta lembrar que o sangue de milhões
de homens e inúmeros e inauditos sofrimentos, inúteis e
formidáveis ruínas confirmam o pacto que vos une, com um juramento
que deve mudar a história futura do mundo: nunca mais a guerra,
nunca mais a guerra! A paz, a paz deve guiar o destino dos povos e
da humanidade toda! Se quereis ser irmãos, deixai cair as armas de
vossas mãos. Não se pode amar com armas ofensivas em punho".
INTENÇÕES
PARA O MÊS DE JANEIRO:
Geral
– Desenvolvimento econômico: Para que seja promovido um
autêntico desenvolvimento económico, respeitoso da dignidade de
todas as pessoas e de todos os povos.
Missionária
– Unidade dos cristãos: Para que os cristãos das
diversas confissões caminhem em direção à unidade desejada por
Cristo.
TEMPO
LITÚRGICO:
Tempo
do Natal: A salvação prometida por Deus aos homens em
suas mensagens aos patriarcas e profetas, torna-se realidade
concreta na vinda de Jesus o salvador. O eterno Filho de Deus, feito
homem, é a mensagem conclusiva de Deus aos homens: ele é aquele
que salva.
O
nascimento histórico de Jesus em Belém é o sinal de nosso
misterioso nascimento à vida divina. O Filho de Deus
se fez homem para que os homens se pudessem tornar
filhos de Deus. Este nascimento é o início de nossa salvação,
que se completará pela morte e ressurreição de Jesus. No pano de
fundo do Natal já se entrevê o mistério da Páscoa. Os dias que
vão do Natal à Epifania e ao Batismo do Senhor devem ajudar-nos a
descobrir em Jesus Cristo a divindade de nosso irmão e a humanidade
de nosso Deus. Os textos litúrgicos deste tempo convidam à
alegria, mas apresentam também riqueza de doutrina. Convidam-nos
constantemente a dar graças pelo misterioso intercâmbio pelo qual
participamos da vida divina de Cristo. Enquanto nos faz
participantes do amor infinito de Deus, que se manifestou em Jesus,
a celebração do Natal abre-nos à solidariedade profunda com todos
os homens.
Para
a celebração
Tempo
de Natal começa com as primeiras Vésperas de Natal e termina no
domingo depois da Epifania, ou seja, o domingo que cai após o dia 6
de janeiro.
A
liturgia do Natal do Senhor caracterizada pela celebração das três
Missas natalinas (meia-noite, de manhã. durante o dia), inicia-se
com a Missa vespertina "na vigília", que faz parte da
solenidade.
A
solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias
contínuos, que são indicados como Oitava de Natal. Esta é assim
ordenada:
No
domingo imediatamente após o Natal celebra-se a festa da sagrada
Família; nos anos em que falta esse domingo, celebra-se esta festa
a 30 de dezembro;
26
de dezembro é a festa de santo Estevão, protomártir;
27
de dezembro é o dia da festa de são João, apóstolo e
evangelista;
28
de dezembro celebra-se a festa dos Santos Inocentes;
os
dias 29, 30 e 31 de dezembro são dias durante a oitava, nos quais
ocorrem também memórias facultativas;
no
dia 1º de janeiro, oitava de Natal, celebra-se a solenidade de
Maria, Mãe de Deus, na qual também se comemora a imposição do
santo nome de Jesus.
As
festas acima enumeradas, quando caem em domingo, deixam o lugar à
celebração do domingo; se, porém, em algum lugar forem celebradas
como "solenidades", neste caso têm precedência sobre o
domingo. Fazem exceção as festas da sagrada Família e do Batismo
do Senhor; que tomam o lugar do domingo.
Os
dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor (domingo depois da Epifania) são considerados dias do Tempo
de Natal. Entre 2 e 5 de janeiro cai, habitualmente, o II domingo
depois de Natal; a 6 de janeiro celebra-se a solenidade da Epifania
do Senhor. Nas regiões em que esta solenidade não é de preceito,
sua celebração é transferida para 2 e 8 de janeiro, conforme
normas particulares anexas a essa transferência.
Com
a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) termina o
Tempo natalino e principia o Tempo comum (segunda-feira da 1ª
semana); portanto, omitem-se as férias que naquele ano não podem
ter celebração.
Para
a celebração da Eucaristia nas férias do Tempo natalino:
os
dias 29, 30 e 31 de dezembro (que fazem parte da oitava de Natal)
tem formulário próprio para cada dia (Oracional + Lecionário). A
memória designada para esses dias (29 e 31) no calendário perpétuo
pode achar lugar na Missa da oitava, substituindo a coleta dessa
Missa pela do santo (ver n. 3);
os
dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor têm um Oracional próprio (Missal), disposto segundo os dias
da semana (isto é da segunda-feira ao sábado), com um ciclo fixo
de leituras (Lecionário) que segue os dias do calendário; a
"coleta" muda conforme a indicação lá referida.
Diz-se
o Glória nas Missas durante a oitava de Natal. O Prefácio que dá
início à Oração eucarística (I,II, III) é próprio do Tempo do
Natal-Epifania:
o
de Natal (com três textos à escolha) é rezado durante a oitava e
nos outros dias do Tempo natalino;
o
da Epifania diz-se nos dias que vão da solenidade da Epifania ao
sábado que precede a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da
Epifania).
A
cor das vestes litúrgicas nas Missas feriais do Tempo natalino é a
branca.
Cor
Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o Cristo
vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes
solenidades, pode ser substituída pelo amarelo ou, mais
especificamente, o dourado.
Fique
com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo
Feitosa e Marta Lúcia
Fonte:
CNBB - Missal Cotidiano