Dom Vilson Dias de Oliveira
DIOCESE
DE LIMEIRA
“Todos
os povos da terra serão reunidos diante Dele”
Leituras:
Ezequiel 34, 11-12.15-17; Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3,5-6; Primeira
Carta de São Paulo aos Coríntios 15, 20-26.28; Mateus 25, 31-46. (O
último julgamento).
COR
LITÚRGICA: BRANCA
OU DOURADA
Animador:
Estamos
na última semana do Ano litúrgico, e vamos concluí-la com esta
festa de Cristo, Rei do Universo. E a liturgia de hoje nos convida a
comportar-se como Deus; agir como Deus, que se preocupa com cada um;
de modo especial com aquele que tem a vida ameaçada de algum modo.
Iniciamos com esta celebração, a pedido da CNBB o “Ano Nacional
do Laicato”, dos leigos e leigas, que vai até a próxima
Solenidade de Cristo Rei, no dia 25 de novembro de 2018. Tem como
tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’,
a serviço do Reino”, e como lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”
(Mt 5,13-14). O objetivo é: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a
presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil:
aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e
testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.
1.
Situando-nos brevemente:
Estamos
no último domingo do Ano Litúrgico. É tempo de parada e de
avaliação, tendo diante dos olhos Jesus Cristo, Rei do Universo, o
Ressuscitado e à nossa frente os irmãos pobres e abandonados,
lembrados por Jesus no Evangelho. A celebração quer ajudar-nos a
descobrir e vivenciar o sentido da presença do Senhor entre nós e
na história, voltados para os que têm fome, sede, estão presos,
doentes e abandonados. O que fizemos por eles ao longo do ano que
termina?
As
comunidades nas suas celebrações são convidadas a comemorar a
vitória da justiça que aconteceu na ressurreição de Jesus e
continua acontecendo nos gestos de misericórdia, bondade,
solidariedade, partilha do pão e da prática da justiça.
A
reforma litúrgica transferiu esta festa do último Domingo de
outubro para o último Domingo do Tempo Comum, dando-lhe novo
significado, em sintonia com a perspectiva própria do final do ano,
imediatamente antes do Advento.
Esta
solenidade encerra o Ano Litúrgico. Jesus Cristo Rei surge como a
meta a que tendem o Ano Litúrgico e todo o peregrinar da humanidade,
na linha da Constituição Pastoral Gaudium
et Spes,
n.45.
Proclamamos
Cristo centro e Senhor da história, desde o começo até sua
consumação: “O
Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”
(Ap. 22,12-13).
Hoje
é o dia do Leigo/a, chamado pela consagração batismal à missão
profética, sacerdotal e régia para transformar o mundo no Reino de
Deus.
A
Igreja no Brasil inicia, também, com essa solenidade, o Ano do
Laicato, com o tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na ‘Igreja
em saída’, a serviço do Reino”; e com o lema “Sal da terra e
Luz do Mundo” (Mt 5, 13-14). O objetivo é: “Como Igreja, povo de
Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e
leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação,
espiritualidade e missão, e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na
sociedade”.
2.
Recordando a Palavra
Durante
o exílio na Babilônia, Ezequiel aparece como o profeta da esperança
e porta-voz do Deus libertador, que busca e cuida de seu rebanho e de
cada ovelha em particular.
Ajuda
a descobrir os motivos que levaram o país inteiro ao desastre e à
submissão aos babilônios. São as lideranças que, em vez de zelar
pelo bem-estar do povo, acabaram desunindo e devorando-o, permitindo
que se tornasse presa fácil da ganância internacional. No exílio,
Deus vai cuidar das ovelhas que são o seu povo.
O
povo, uma vez longe de sua pátria, sofre muito por causa do abandono
em que se encontra. Agora sem lideranças comprometidas com a
libertação das pessoas, o povo torna-se cada vez mais massa de
manobra e joguete dos interesses dos poderosos.
Ezequiel
entra como profeta da esperança e porta-voz do Deus libertador.
Apresenta a imagem de Deus como pastor, anima o povo a crer em Deus
que liberta e salva as vítimas da ganância dos poderosos. Deus vai
retirar seu povo da escravidão, reconduzi-lo à terra de onde saiu,
cuidando para que a justiça e o direito sejam a base da nova
sociedade: “Vou vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las
conforme o direito”. Deus fará justiça entre uma ovelha e outra.
O Senhor toma conta de suas ovelhas.
O
salmista vê em Deus o pastor que o leva a descansar em verdes
prados, conduz para águas refrescantes, guia por caminhos direitos e
o protege de todos os males. Cada palavra do salmo encontrou em Jesus
seu pleno cumprimento. A comunidade canta esse salmo sentindo-se hoje
beneficiada, protegida e alimentada pela ação do bom pastor, que é
Jesus Cristo, Rei do Universo e Senhor da história.
Na
Carta aos Coríntios, o assunto é a ressurreição dos mortos e
também a ressurreição de Jesus. Para Paulo, autor da Carta, Jesus
é primogênito e primícias. As primícias eram oferecidas no
primeiro dia depois do Sábado da Páscoa. ”Se apresentas ao Senhor
uma oferenda de primícias, é na forma de espigas tostadas ao fogo,
esmagadas, de grão novo, que deves trazer a oferendas das tuas
primícias” (Lv 2,14).
As
primícias da colheita pertencem por direito ao Senhor, na mesma
perspectiva que os primogênitos. As palavras “primícias” e
“primogênitos” têm a mesma raiz. Cristo, grão novo, esmagado e
oferecido, mas ressuscitado, é chamado de primícias. A antítese
entre grão-velho-Adão e o grão-novo-Cristo se dá não apenas no
plano material – morte e ressurreição corporais-, mas também no
Homem-integral: morte do pecado e vida eterna na justiça. Pela
ressurreição de Cristo, tudo lhe é submetido.
O
Evangelho descreve o juízo final. ”Todos os povos da terra serão
reunidos diante dele”. Ele senta em seu trono glorioso. O Filho do
Homem chega em sua glória, como rei, para julgar todos os povos e
confirmar seu modo de viver conforme a misericórdia praticada com os
excluídos, os pobres. Ele, como Pastor, separará as ovelhas dos
cabritos e dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei como herança
o Reino! (...) Porque eu tive fome, sede, era estrangeiro, estava nu,
doente, preso (...) e fostes solidários comigo. E eu vos declaro:
Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos,
foi a mim que o fizestes!”.
Jesus,
o Filho do Homem, identifica-se com cada necessitado, seu irmão. O
Ressuscitado julgará “todas as nações” sem distinção: os que
creram serão julgados pelo cumprimento do Evangelho; os que não são
cristãos, pela fidelidade à ética, à verdade e à justiça. O
critério da separação é a prática da justiça, do direito e da
misericórdia. A lei maior é o amor ao próximo. A sentença faz-se
em forma de benção e de maldição; a aprovação será “herdar o
Reino”. O castigo, o “fogo eterno”; lembrança do mal e de suas
inevitáveis conseqüências.
3.
Atualizando a Palavra
O
Ano Litúrgico termina com a festa de Cristo-Rei. E fica a pergunta:
quem é esse Cristo-Rei para a comunidade reunida para celebrar o
memorial da Páscoa? Interessante que a primeira leitura mostra em
que consiste a realeza de Deus: ela é serviço à liberdade e à
vida das pessoas, sobretudo das que são impedidas de viver. O
Evangelho, por sua vez, nos compromete radicalmente com a prática da
justiça traduzida em solidariedade e partilha com todos os
necessitados, vendo neles o próprio Cristo e sacramento da salvação.
Jesus hoje continua a nos desafiar colocando-nos diante dos irmãos
“menores e mais fracos”.
Paulo
por sua vez, com a ressurreição de Jesus comprova a vitória da
justiça. Dentro de nós há uma semente de ressurreição, de
justiça, de partilha e solidariedade.
Jesus
fala das obras de misericórdia ensinadas pelo judaísmo: dar de
comer aos famintos, dar de beber aos que têm sede, acolher o
estrangeiro, vestir os nus, visitar os doentes, acrescentando as
visitas aos prisioneiros; não menciona, porém, a educação dos
órfãos e o sepultamento dos mortos, que também faziam parte das
recomendações. Quem não praticou essas obras perdeu a oportunidade
de fazer isso ao próprio Jesus presente nos necessitados. Se ele
está nos irmãos, ele está no meio de nós em todos os lugares e
momentos.
O
Reino de que Jesus fala é um reino não de poder, mas sim de
serviço: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas servir”
(Mt 20,28). Esse é o critério do julgamento. Entrar no reino supõe
que os discípulos tenham seguido os passos do pastor, do mestre a
serviço de todos, especialmente dos mais necessitados.
Celebrando
a realeza de Jesus, ressuscitado pela justiça e misericórdia de
Deus, somos julgados pelos pobres mais pequeninos. É possível
proclamar a realeza de Cristo enquanto seus irmãos prediletos são
excluídos da liberdade e do direito à vida digna? Chamá-lo de
Cristo Rei e deixá-lo com fome, com sede, sem casa, nu, doente,
aprisionado, sem direito à educação em nosso meio? “Entre nós
está e não o conhecemos, entre nós está e nós o desprezamos”.
4.
Ligando a Palavra com ação litúrgica
A
celebração litúrgica é o encontro com o Senhor, nosso pastor, rei
e juiz que nos julga, nos purifica e nos faz participantes de sua
realeza. Hoje o contemplamos identificado com os pequeninos, pobres e
fracos e na total doação de sua vida para reconciliar toda a
humanidade e todo o universo com Deus e entre si.
Experimentamos
por antecipação o Reino que seu amor misericordioso nos preparou,
“reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino
da justiça, do amor e da paz”, como rezamos no prefácio deste
dia.
Sua
Palavra faz cair nossas máscaras, desmontando os mecanismos de
poder, ambição e autossuficiência que estão dentro de nós, de
nossa Igreja e da sociedade. Ela nos leva a buscar nossa verdadeira
identidade na vivência da misericórdia para com todos,
particularmente, com os pobres e excluídos. Eles são sacramento de
Deus, “a coroa de nosso Rei”. O amor concreto a eles será o
critério do julgamento final.
Oração
dos fiéis:
Presidente:
Rezemos
ao Pai para que, por meio de Cristo, Rei do Universo, possa dar ao
mundo a sua paz, num clima de justiça e de busca do reino
definitivo.
1.
Pai, em nome de Cristo, rei injustamente condenado à morte,
suplicamos:
Todos:
Lembre-se de todos os que sofrem condenações injustas.
2.
Pai, em nome de Cristo rei libertador, pedimos:
Todos:
Olhe pelos pobres e oprimidos pela ganância dos poderosos.
3.
Pai, em nome da realeza de Cristo, rezemos:
Todos:
Livre nosso povo da exploração, corrupção e deslealdade.
4.
Pai, em nome de Cristo, rei servidor, pedimos:
Todos:
Faça com que sejamos julgados, não pelos nossos merecimentos, mas
segundo sua
misericórdia.
5.
Pai, em nome de Cristo, Senhor do universo, suplicamos:
Todos:
Que os leigos possam viver segundo a sua vontade.
6.
Pai, em nome de Cristo, rei doador da vida:
Todos:
Faça com que nossos dizimistas possam sentir alegria na doação
material que fazem para a nossa comunidade.
(Outras
intenções)
Presidente:
Senhor, que sobre todas as pessoas resplandeça a luz de seu Filho,
Rei do universo.
T.:
Amém.
III.
LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO
SOBRE AS OFERENDAS:
Presid.:
Oferecendo-vos estes dons que nos reconciliam convosco, nós vos
pedimos, ó Deus, que o vosso próprio Filho conceda a paz e união a
todos os povos. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
ORAÇÃO
APÓS A COMUNHÃO:
Presid.:
Alimentados pelo pão da imortalidade, nós vos pedimos, ó Deus,
que, gloriando-nos de obedecer na terra aos mandamentos de Cristo,
Rei do Universo, possamos viver com ele eternamente no reino dos
céus. Por Cristo, nosso Senhor.
T.:
Amém.
BÊNÇÃO
E DESPEDIDA:
Presid.:
O Senhor esteja convosco.
T.:
Ele está no meio de nós.
Presid.:
Conceda,
ó Deus, a teus fiéis a bênção desejada, para que nunca se
afastem do caminho e da verdade anunciadas por teu Filho Jesus
Cristo, Senhor Rei do Universo.
T.:
Amém.
Presid.:
Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai +
e Filho e Espírito Santo.
T.:
Amém.
Presid.:
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
T.:
Graças a Deus.
ATIVIDADES
DO BISPO DIOCESANO
Dia
23 de novembro – quinta-feira: Reunião
dos bispos – CDL – 09h00; Almoço Aniversário antecipado de Dom
Vilson – 12h00 no CDL; Missa – Investidura de Ministros –
19h30min – Santuário Senhor Bom Jesus dos Aflitos, às 19h30min,
em Pirassununga, SP.
Dia
24 de novembro – sexta-feira: Missa
– Novena na Comunidade Nossa Senhora das Graças, às 20h00, Padre
Diego, em Limeira, SP.
Dia
25 de novembro – sábado: Missa
do Crisma na Paróquia Sagado Coração de Jesus, às 1900, em
Cosmópolis; Missa de 7º. Dia de Falecimento do Pe. Vladimir
Herghert na Igreja Matriz Jesus Crucificado, às 19h00, em
Iracemápolis, SP.
Dia
26 de novembro – domingo: Crisma
Nossa Senhora Aparecida, às 10h00, em Americana; e à tardinha Dom
Vilson presidirá a Missa de Dedicação da Igreja São Manoel, às
18h00, em Leme.