Liturgia
Diária Comentada 29/12/2013
Oitava
do Natal - 1ª Semana do Saltério
Prefácio
do Natal - Ofício festivo próprio - Glória e Creio
Cor:
Branco - Ano Litúrgico “A” – São Mateus
Antífona: Lucas
2,16 - Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e
o menino deitado no presépio.
Oração
do Dia: Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família
como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes
para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às
alegrias da vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém.
LEITURAS:
Primeira
Leitura: Eclo 33,3-7.14-17a (gr.2-6.12-14) Quem teme o Senhor, honra
seus pais
Deus
honra o Pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.
Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita
cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. Quem respeita a sua
mãe é como alguém que ajunta tesouros. Quem honra o seu pai, terá
alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será
atendido. Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece
ao pai é o consolo da sua mãe.
Meu
filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto
enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura
ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de
sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas
servirá para reparar os teus pecados e, na justiça, será para tua
edificação -
Palavra do Senhor.
Comentando
o Evangelho: O livro do
Eclesiástico é tradução de um original hebraico, de autoria de
Jesus Ben Sirac. Seu neto empreendeu a obra de tradução com o
objetivo de mostrar aos judeus que moravam fora do país a riqueza da
tradição do seu povo. É, portanto, um livro que ajuda a recuperar
as raízes e identidade de um povo ameaçado de perder o sentido da
vida. Vivendo em terra estranha, facilmente os judeus assimilavam a
cultura e a ideologia do país em que estavam, perdendo de vista a
herança cultural e espiritual dos antepassados, baseada na
experiência de Deus em família. De fato, o Deus de Israel foi se
revelando na vida das pessoas, e essa revelação passou de boca em
boca, de pai para filho, desde os tempos mais antigos.
Os
versículos que compõem a leitura de hoje são uma explicação de
Ex 20,12: “Honre seu pai e sua mãe: de modo que você prolongará
sua vida na terra que Javé seu Deus dá a você”. O mandamento
está ligado à promessa de vida longa. O Eclesiástico vai mais
longe, acrescentando à vida longa (v. 6) mais duas promessas: a de
ver atendidas as orações (v. 5) e o perdão dos pecados (vv. 3.14).
Para
quem vivia longe do Templo, lugar onde eram feitos os sacrifícios
pelas culpas cometidas, há agora um horizonte novo: o perdão dos
pecados acontece não por meio de um rito externo, mas de uma atitude
traduzida em amor pelos pais, sobretudo quando estes se encontram em
estado de carência, como a perda do uso da razão (v. 13). O texto
se aproxima bastante da novidade trazida por Jesus de Nazaré, que
disse: “O que eu quero é a misericórdia, e não o sacrifício”
(cf. Mt 9,13) e afirmou que o Pai rejeita as ofertas sagradas que
deveriam ser empregadas na preservação da vida dos pais (cf. Mc
7,8-13).
Amar,
obedecer e respeitar a fonte da vida que são os pais é amar,
respeitar e obedecer a Deus, origem de toda vida. Os pais reproduzem,
em parte, o ser de Deus que é doação. Eles não produziram para
si, mas para os outros. Os filhos, por sua vez, chegados à fase
adulta da vida, são convocados a não produzir para si, mas para
outros, perpetuando a vida e amparando a dos pais na velhice (v. 12).
Essa proposta quebra o sistema de sociedade do consumo e do
descartável, que só valoriza as pessoas enquanto capazes de
produzir. (Vida Pastoral nº 269 Paulus 2009).
Salmo: 127(128),1-2..3.4-5
(R. Cf 1) Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
Feliz
és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de
tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!
A
tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os
teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.
Será
assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe
de Sião, cada dia de tua vida!
Segunda
Leitura: Cl 3,12-21 Amai-vos uns aos outros
Irmãos:
Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso,
revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e
paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente,
se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim
perdoai vós também. Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o
amor é o vínculo da perfeição.
Que
a paz reine em vossos corações, à qual fostes chamados como
membros de um só corpo. E sede agradecidos. Que a palavra de Cristo,
com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns
aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações,
cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de
graças. Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em
nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai.
Esposas,
sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor.
Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas.
Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto
no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não
desanimem. - Palavra do Senhor.
Evangelho:
Mt 2,13-15.19-23
Depois
que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e
lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o
Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o
menino para matá-lo”. José levantou-se de noite, pegou o
menino e sua mãe, e partiu para o Egito. Ali ficou até a
morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo
profeta: “Do Egito chamei o meu Filho”.
Quando
Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito,
e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a
terra de Israel; pois aqueles que procuravam matar o menino já estão
mortos”. José levantou-se, pegou o menino e sua mãe, e entrou na
terra de Israel. Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no
lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois
de receber um aviso em sonho, José retirou-se para a região da
Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu
para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado
Nazareno”. - Palavra da Salvação.
Comentário: A
Sagrada Família de Nazaré, apesar de sua relação privilegiada com
Deus, em nada foi poupada dos infortúnios próprios dos seres
humanos. Seria enganoso imaginá-la gozando de regalias inacessíveis
a qualquer pessoa comum. Talvez, exatamente porque tão intimamente
ligada a Deus, tenha sido posta à prova, de maneira tão dura.
Já
os fatos inerentes ao nascimento de Jesus comportaram motivos de
aflição. É fácil de imaginar quanta angústia acarretaram a
concepção misteriosa de Maria, a obrigação de se deslocar para
Belém, quando o tempo de dar à luz estava se aproximando, a falta
de lugar adequado para o parto e as condições precárias em que o
menino Jesus nasceu.
A
fuga apressada para o Egito, para escapar da fúria homicida de
Herodes, foi mais um sofrimento imposto à Sagrada Família. À
perspectiva de morte somava-se a de ver-se obrigada a fugir para o
estrangeiro, de maneira imprevista, como também, a de ter de voltar
para Israel, a fim de não cair nas garras de Arquelau, sucessor de
Herodes, devendo escolher, como lugar de moradia, a humilde e sem
importância Nazaré.
A
Sagrada Família jamais esteve isenta de tribulações. Mas nem por
isso desviou-se do caminho da fé e obediência a Deus. Sua
fidelidade foi continuamente posta à prova. E, na provação, foi se
consolidando. Desta forma, tornou-se modelo de família cristã que,
experimenta as dificuldades da vida, sem se desviar dos caminhos de
Deus. - (Padre Jaldemir Vitório)
INTENÇÕES
PARA O MÊS DE DEZEMBRO:
Geral
– Crianças abandonadas: Que as crianças abandonadas ou
vítimas de qualquer forma de violência encontrem o amor e a
proteção de que necessitam.
Missionária
– Preparação da vinda do Salvador: Que nós, cristãos,
iluminados pela luz do Verbo Encarnado, preparemos a vinda do
Salvador.
TEMPO
LITÚRGICO:
Tempo
do Natal: A salvação prometida por Deus aos homens em suas
mensagens aos patriarcas e profetas, torna-se realidade concreta na
vinda de Jesus o salvador. O eterno Filho de Deus, feito homem, é a
mensagem conclusiva de Deus aos homens: ele é aquele que salva.
O
nascimento histórico de Jesus em Belém é o sinal de nosso
misterioso nascimento à vida divina. O Filho de Deus
se fez homem para que os homens se pudessem tornar
filhos de Deus. Este nascimento é o início de nossa salvação, que
se completará pela morte e ressurreição de Jesus. No pano de fundo
do Natal já se entrevê o mistério da Páscoa. Os dias que vão do
Natal à Epifania e ao Batismo do Senhor devem ajudar-nos a descobrir
em Jesus Cristo a divindade de nosso irmão e a humanidade de nosso
Deus. Os textos litúrgicos deste tempo convidam à alegria, mas
apresentam também riqueza de doutrina. Convidam-nos constantemente a
dar graças pelo misterioso intercâmbio pelo qual participamos da
vida divina de Cristo. Enquanto nos faz participantes do amor
infinito de Deus, que se manifestou em Jesus, a celebração do Natal
abre-nos à solidariedade profunda com todos os homens.
Para
a celebração
Tempo
de Natal começa com as primeiras Vésperas de Natal e termina no
domingo depois da Epifania, ou seja, o domingo que cai após o dia 6
de janeiro.
A
liturgia do Natal do Senhor caracterizada pela celebração das três
Missas natalinas (meia-noite, de manhã. durante o dia), inicia-se
com a Missa vespertina "na vigília", que faz parte da
solenidade.
A
solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias
contínuos, que são indicados como Oitava de Natal. Esta é assim
ordenada:
No
domingo imediatamente após o Natal celebra-se a festa da sagrada
Família; nos anos em que falta esse domingo, celebra-se esta festa a
30 de dezembro;
26
de dezembro é a festa de santo Estevão, protomártir;
27
de dezembro é o dia da festa de são João, apóstolo e evangelista;
28
de dezembro celebra-se a festa dos Santos Inocentes;
os
dias 29, 30 e 31 de dezembro são dias durante a oitava, nos quais
ocorrem também memórias facultativas;
no
dia 1º de janeiro, oitava de Natal, celebra-se a solenidade de
Maria, Mãe de Deus, na qual também se comemora a imposição do
santo nome de Jesus.
As
festas acima enumeradas, quando caem em domingo, deixam o lugar à
celebração do domingo; se, porém, em algum lugar forem celebradas
como "solenidades", neste caso têm precedência sobre o
domingo. Fazem exceção as festas da sagrada Família e do Batismo
do Senhor; que tomam o lugar do domingo.
Os
dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor (domingo depois da Epifania) são considerados dias do Tempo
de Natal. Entre 2 e 5 de janeiro cai, habitualmente, o II domingo
depois de Natal; a 6 de janeiro celebra-se a solenidade da Epifania
do Senhor. Nas regiões em que esta solenidade não é de preceito,
sua celebração é transferida para 2 e 8 de janeiro, conforme
normas particulares anexas a essa transferência.
Com
a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da Epifania) termina o
Tempo natalino e principia o Tempo comum (segunda-feira da 1ª
semana); portanto, omitem-se as férias que naquele ano não podem
ter celebração.
Para
a celebração da Eucaristia nas férias do Tempo natalino:
os
dias 29, 30 e 31 de dezembro (que fazem parte da oitava de Natal) tem
formulário próprio para cada dia (Oracional + Lecionário). A
memória designada para esses dias (29 e 31) no calendário perpétuo
pode achar lugar na Missa da oitava, substituindo a coleta dessa
Missa pela do santo (ver n. 3);
os
dias de 2 de janeiro ao sábado que precede a festa do Batismo do
Senhor têm um Oracional próprio (Missal), disposto segundo os dias
da semana (isto é da segunda-feira ao sábado), com um ciclo fixo de
leituras (Lecionário) que segue os dias do calendário; a "coleta"
muda conforme a indicação lá referida.
Diz-se
o Glória nas Missas durante a oitava de Natal. O Prefácio que dá
início à Oração eucarística (I,II, III) é próprio do Tempo do
Natal-Epifania:
o
de Natal (com três textos à escolha) é rezado durante a oitava e
nos outros dias do Tempo natalino;
o
da Epifania diz-se nos dias que vão da solenidade da Epifania ao
sábado que precede a festa do Batismo do Senhor (domingo depois da
Epifania).
A
cor das vestes litúrgicas nas Missas feriais do Tempo natalino é a
branca.
Cor
Litúrgica: BRANCO - Simboliza a alegria cristã e o Cristo
vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes
solenidades, pode ser substituída pelo amarelo ou, mais
especificamente, o dourado.
Fique
com Deus e sob a proteção da Sagrada Família
Ricardo
Feitosa e Marta Lúcia
Fonte:
CNBB - Missal Cotidiano