Dom Vilson Dias de Oliveira, DC
Bispo Diocesano de Limeira, SP
“O
que vemos e ouvimos em Jesus prova que Ele é o Messias!”
Leituras: Isaías 35, 1-6a.10; Salmo 145 (146), 7.8-9a.9bc-10; Tiago
5, 7-10; e Mateus 11, 2-11.
COR LITÚRGICA: ROXO OU RÓSEO.
Animador: No terceiro Domingo do Advento
celebramos a alegria da proximidade do Senhor. É o chamado “Domingo da
alegria”. O Advento, tempo de espera pela chegada do Senhor, vai crescendo na
alegria e na ansiedade ante o Deus que se aproxima. É um tempo privilegiado, é
preparação de festa, alegria profunda e discreta, crescente e consistente. Não
é alegria passageira, não é surpresa repentina. Esta é a terceira semana de um
tempo construído e vivido na expectativa de um grande encontro, nosso encontro
com o próprio Deus, que se faz humano e habita entre nós.
1. Situando-nos brevemente
Iniciamos a terceira semana do
Advento, preparando-nos para a celebração do Senhor que vem. O tempo do Advento
é um tempo em que o Senhor vem e nos alerta para a verdade de sua vinda no meio
de nós.
A terceira vela que acendemos na
coroa de Advento nos faz sentir que já fizemos um bom caminho de preparação
para celebrarmos a vinda daquele que é o segredo da melhor qualidade de vida
para os povos. Aproxima-se a festa da vinda do Salvador. Por isso, este domingo
é o domingo chamado “da alegria”, pelo prazer que sentimos pela proximidade da
sua vinda.
Vimos no domingo passado a figura
de João Batista exercendo um ministério profético no deserto de nossa história.
Vimos o profeta chamando-nos à conversa, isto é, a uma mudança de vida, porque
o Reino dos céus está próximo. O jeito de ser e agir de Deus em prol dos fracos
e oprimidos está aí como uma realidade, um exemplo a ser seguido, e dela não
tem como fugir.
Os moradores de Jerusalém, de toda
a Judeia e dos entornos do rio Jordão – sobretudo o povo pobre, oprimido e sem
amparo, que esperava ansiosamente por uma saída libertadora – vinham ao
encontro de João, confessavam-se pecadores e eram batizados.
2. Recordando a Palavra
O Evangelho de hoje nos apresenta o
profeta João Batista na prisão, literalmente na cadeia. Motivo: havia jogado na
cara dos poderosos políticos e religiosos corruptos todo o mal que praticavam contra
milhares de pessoas simplesmente abandonadas. Resultado: prisão para ele,
talvez até por “desacato” às “autoridades” constituídas!
João tinha ouvido falar “das obras
de Jesus” (Mt 11,2). Mas ainda pairava em sua cabeça alguma dúvida sobre quem
seria esse Jesus. Será que é mesmo o esperado desde tempos remotos? Será ele “o
que deve vir”, o Messias, o salvador tão aguardado, que leva a lei e os
profetas à plenitude? E João manda discípulos seus perguntarem a Jesus: “És tu,
aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?” (v.3).
Em resposta, Jesus apenas lembra o
que todos estão ouvindo e vendo: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos
andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os
pobres são evangelizados” (v.5). Em outras palavras: confere perfeitamente com
o que fora anunciado pelos antigos profetas, a saber, que no futuro tudo iria
dar certo. Logo, a evidência das obras de Jesus, de recuperação da qualidade de
vida do povo, o comprovam: ele é de fato o Messias esperado, a personificação
atual do próprio Deus que vem para salvar.
Pobre entre os pobres, com ele
chegou ao mundo o Reino de Deus. E feliz quem não se escandaliza por causa dele
(v.6). Jesus reconhece e elogia o estilo despojado de viver de Joao Batista,
bem como a sua profética missão de mensageiro do Reino que vem chegando.
No entanto, quem se faz menor com
os menores no Reino dos Céus, esse é ainda maior que João Batista. E quem é
esse menor? Jesus mesmo e toda pessoa que não se escandaliza dele, mas entra no
seu jogo de solidariedade com os pequenos. São felizes. Por quê? Porque acolhem
o próprio jeito de Deus viver e agir, que Jesus personifica.
Ouvimos, há pouco, o profeta
Isaías, em tempo de profunda crise e depressão, a expressar sonhos de salvação
futura: a volta dos excluídos, a cura dos enfermos, a natureza toda em festa. “A
vinda salvadora de Deus transforma o deserto em paraíso, cura os enfermos,
vence a maldição do pecado de Adão (Gn 3). Liberdade, alegria, felicidade: a
gente gostaria de vê-la antes de acreditar que existem, mas Deus dá um novo
modo de ver, ouvir e falar ( cf. Is 35,5-6; cf. Evangelho). Recebemos nova capacidade
para acatar a verdade e a realidade de Deus” (J.Konings. Op. , p.41-42).
A vinda de Jesus é a prova de que
Deus é fiel para sempre e exerce a justiça e prol dos fracos. Por isso,
cantamos hoje o Salmo 145, cujo refrão ressoa assim: “Vinde, Senhor, para
salvar o vosso povo!”
E, na Carta de São Tiago, Deus nos
encoraja hoje no sentido de aguardar sem desistência a vinda do Senhor (Tg 5,
7-10). Ter a teimosa paciência do agricultor, a boa convivência uns com os
outros, a firmeza dos profetas. Em uma palavra, movidos de profunda esperança
no Deus que salva, com espirito de pobre, isto é, desapegados, entremos no jogo
do justo juiz que “está às portas”.
3. Atualizando a Palavra
A Palavra de Deus, neste terceiro
domingo do Advento, no fundo, suscita em nós uma profunda esperança. Esperança
que nos enche de alegria. Alegria que nos dá firmeza em nossa caminhada de fé
cristã. E tudo nos convocando à celebração e vivência desta fé no nosso dia a
dia, dentro do mundo complexo em que vivemos.
Nosso irmão biblista e teólogo, o
jesuíta Pe. Johan Konings, sintetiza tudo com as seguintes palavras: “A
esperança suscita em nós alegria confiante: Deus deu início à realização de seu
projeto. Quando se olha com objetividade o que a Palavra de Cristo já realizou
no mundo, apesar das constantes recaídas de uma humanidade inconstante,
reconhecemos que ela foi eficaz. Devemos também olhar para os sinais que se
realizam hoje: a transformação impulsionadora pelo Evangelho de Cristo se
reflete na nova consciência do povo, que assume sua própria história na
construção de uma sociedade mais fraterna.
A esperança fundamenta uma fraqueza
permanente, confiante de que Deus erradicará o mal que ainda persiste.
A esperança exterioriza-se na
celebração, expressão comunitária de nossa alegria e confiança.
A esperança do cristão é Jesus. Ele
é aquele que havia de vir. Não precisamos ir atrás de outros messias,
oferecidos pelo mundo do consumo, por promessas politicas ambíguas e assim por
diante. Consumo e política são propostas humanas, e podemos servir-nos delas
conforme convém, com liberdade. Mas o Messias vem de Deus; ele merece nossa
adesão, nele podemos acreditar. Chama-se Jesus (cf. Mt 11,6)!
Esperamos que o amor e a justiça
que Cristo veio trazer ao mundo, e nos quais somos chamados a participar
ativamente, realizem o plano de Deus para a humanidade, desde já e para sempre,
‘assim na terra como no céu’” (Ibidem, p. 43).
4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
Este domingo tem sido chamado
tradicionalmente de domingo “Gaudete”, isto é, domingo do “Alegrai-vos”. O nome
vem da Antífona de Entrada, tirada de Filipenses 4,4.5: “alegrai-vos sempre no
Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto”.
Por isso, com razão rezamos logo no
início desta nossa celebração: “Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo
esperando fervoroso o Natal do Senhor, concedei que cheguemos às alergias da
Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia” (Oração do
dia).
Chegaremos a tais alegrias à medida
que nos purificarmos de muitos padrões e que, perigosamente, levam a nos
escandalizarmos de Jesus, isto é, nos levam a temer entrar no jeito de Deus ser
e agir personificado no jeito de ser e agir do Jesus solidário com os pequenos.
Por isso, com razão, depois de participarmos da Ceia do Senhor que se faz
pobre, Corpo entregue e Sangue dele derramado para todos nós, o sacerdote
suplica em nome de todos: “Imploramos, ó Pai, vossa clemência, para que estes
sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se
aproximam” (Oração depois da comunhão).
Oração dos fiéis:
Presidente: Na alegria da
proximidade do Natal, elevemos a Deus nossas preces com a confiança de filhos e
filhas.
1. Vem Senhor, e tornai a Igreja
sempre mais santa e comprometida com o Reino de teu Filho Jesus. Peçamos:
Todos: (Cantado) Ó vem, Senhor, não
tardes mais, vem saciar nossa sede de paz!
2. Vem Senhor, e tornai o coração
dos nossos governantes mais generosos com aqueles e aquelas que estão à margem
da sociedade. Peçamos:
3. Vem Senhor, e tornai forte os
corações e a vida dos nossos irmãos e irmãs sofredores. Peçamos:
5. Vem Senhor, e tornai nossa
comunidade mais corajosa, para manifestar a força de teu amor e de tua
misericórdia. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente: Ó Deus, que possamos viver a alegria da glória de teu
Filho e a restauração de toda humanidade, ouvi a prece que fazemos. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
Oração da Campanha da Evangelização
Todos: Pai Santo, quisestes que a
vossa Igreja/ fosse no mundo fonte de salvação/ para todas as nações,/ a fim de
que a obra do Cristo que vem/ continue até o fim dos tempos.
Aumentai em nós o ardor da
evangelização, / derramando o Espírito prometido,/ e fazei brotar em nossos
corações/ a resposta da fé./ Por Cristo, nosso Senhor./ Amém.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Possamos, ó Pai, oferecer-vos sem cessar estes dons da
vossa devoção, para que, ao celebrarmos o sacramento que nos destes, se
realizem em nós as maravilhas da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Imploramos, ó Pai, vossa clemência para que estes
sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se
aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ATIVIDADES DA SEMANA
Dia 10 de dezembro – sábado: Missa –
formatura Teologia e Catequese – 09h30min na Catedral; Crisma – Santa Rita de
Cássia – Leme – presidida pelo Padre João Luiz – 19h00; e Instalação da
Paróquia Santo Expedito – Limeira – Padre Donizete
Dia 11 de dezembro – domingo: Crisma – Nossa
Senhora Desatadora de Nós – presidida pelo Padre Ciro – 09h00 – Americana, SP; Instalação
da Paróquia São Judas Tadeu - Descalvado – Padre Alex Turek; Crisma – Nossa
Senhora Aparecida – Porto Ferreira – 18h00 – Padre Ricardo Petry.
Dia 13 de dezembro – terça-feira:
Consulta nutricionista – 17h00; Crisma – na comunidade Bom Jesus da Paróquia
São Benedito – 19h30mim – Limeira – presidida pelo Padre Alexander; Instalação
da Paróquia Santa Luzia – Cordeirópolis – 19h30min.
Dia 14 de dezembro –
quarta-feira:
atendimento na residência episcopal – 10h00; Assinatura Digital na ACIL – 15h
Dia 15 de dezembro – quinta-feira:
Reunião Geral do Clero – CDL a partir das 08h30 com café.
Dia 16 de dezembro – sexta-feira:
Atendimento na residência episcopal – 09h00; Missa – Comunidade Recanto do
Belém – Americana – 19h30min.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presid.: O Senhor esteja convosco. Todos: Ele está no meio de nós.
Presid.: Que o Deus onipotente e misericordioso vos ilumine com
o advento do seu Filho, em cuja vinda credes e cuja volta esperais, derrame
sobre vós as suas bênçãos. Todos: Amém.
Presid.: Que durante esta vida Ele vos torne firmes na fé,
alegres na esperança, solícitos na caridade. Todos: Amém.
Presid.: Alegrando-vos agora pela vinda do Salvador feito homem
sejais recompensados com a vida eterna, quando vier de novo em sua glória. Todos: Amém.
Presid.:
(Dá a bênção e despede a todos).