DIOCESE DE LIMEIRA - 2º DOMINGO DO
TEMPO COMUM
20 de
janeiro de 2019
Leituras: Isaías 62, 1-5; Salmo 96 (95), 1-2ab.3.7-10 (R/
1a.3b); 1Cor 12, 4-11; João 2, 1-11.
COR LITÚRGICA: VERDE
Animador: Amados
irmãos e irmãs, terminado o tempo do Natal, com a festa do Batismo do Senhor,
celebraremos até a Quarta-feira de Cinzas, a primeira parte do Tempo Comum,
momento em que acompanharemos e viveremos o mistério de Cristo revelado na vida
do seu povo. Com Cristo, estamos em Caná da Galileia, local onde Cristo realiza
o seu primeiro sinal.
Reunidos
como Comunidade de Jesus, celebremos a páscoa de Cristo que promove a vida e a
dignidade de todos os seus filhos, transformando as águas da nossa vida, em
vinho de alegria e esperança.
1. Situando-nos
No
início do tempo comum, depois do Natal e antes da quaresma, lemos o início da
missão de Jesus com o chamado dos discípulos e a proposta do reino. “No ano C,
é Lucas quem nos conduz; ele insiste no seguimento radical de Jesus, ensina-nos
a orar, a amar, a perdoar, a nos deixar guiar pelo Espírito, a levar em conta
as mulheres, a colocar no centro de nossa vida o acolhimento e a preocupação
com os pobres...” (Ione Buyst).
Neste
segundo domingo, celebramos a manifestação de Deus em Jesus, em Caná da
Galileia, no contexto de um casamento. E aí Jesus realiza o seu primeiro sinal.
Somos
convidados a renovar a fé no Deus que faz aliança conosco e é fiel sempre.
2. Recordando a Palavra
O texto
do Evangelho de João narra o primeiro sinal realizado por Jesus, numa festa de
casamento. A imagem nupcial simboliza a relação amorosa de Deus com o povo (cf.
Os 2,16-22). A Mãe de Jesus estava presente na festa e, também, Jesus e seus
discípulos haviam sido convidados. As celebrações de núpcias duravam em torno
de uma semana e se caracterizavam pela alegria e pelo júbilo, onde não podia
faltar vinho.
Jesus é
o Messias que celebra as núpcias com toda a humanidade, oferecendo o vinho novo
através de sua vida, morte e ressurreição. Por isso, a festa ocorre “no
terceiro dia” que plenifica a semana iniciada em Jo 1,19ss. Assim, recordando a
criação, aliança, ressalta-se a salvação que está atuando em Jesus. Mas a sua
“hora ainda não chegou”, isto é, a glorificação na cruz que plenifica a sua
obra de salvação. A mãe de Jesus, fiel à aliança e portadora das promessas
messiânicas, percebe que “eles não têm mais vinho”.
A mãe,
chamada por Jesus de mulher, como no Calvário, crê na obra do Filho, como
acreditará aos pés da cruz (19,25-27). Sua adesão, como verdadeira discípula,
encaminha os que servem o vinho a Jesus: “Fazei tudo o que ele vos disser”
(2,5). Como representante do povo, Maria intercede pelo vinho que plenifica a
aliança e proporciona “a vida em abundância. A água transformada em vinho é
aquela das talhas de pedra para a purificação ritual.
Jesus se
manifesta como o “vinho bom e abundante” que traz a alegria messiânica e
transforma a vida na grande festa do Reino. A abundância de vinho sinaliza a
chegada dos tempos messiânicos da salvação (cf. Is 25,6), que restauram e
libertam o povo (cf. Jr 31, 4-5). Como sinal do vinho novo, Jesus realiza
plenamente o banquete messiânico, a esperança profética (Is 54, 4-8; 62, 4-5).
Assim, ele “manifestou sua glória e os seus discípulos creram nele” (2,11).
A
primeira leitura pertence ao terceiro Isaías (caps. 56-66) e está situada, no
pós-exílio, no período de reconstrução da cidade devastada. O profeta suscita a
esperança, pois Deus manifestará a salvação. Ele utiliza a imagem do casamento
para expressar a alegria que Deus, o esposo, sente pelo povo, sua esposa amada.
Deus não
abandona e permanece fiel à aliança, apesar das infidelidades do povo. A sua
presença fortalece a missão de tornar a terra deserta, fecunda e produtiva.
Impele a construir um mundo novo, através da justiça e da solidariedade.
O salmo
96(95) é um hino de louvor ao Senhor, Criador e soberano que governa o mundo
com justiça e lealdade. Convida a anunciar a salvação, a vitória que oferece ao
povo. “Dar a glória que é devida ao seu nome” consiste em reconhecê-lo como
Senhor, homenageando-o com dons e oferendas.
A
segunda leitura, da primeira carta aos Coríntios, mostra que todos os dons são
dádivas de Deus e devem estar a serviço da edificação do bem comum. A
comunidade, na diversidade de dons e de serviço, forma um só corpo, no mesmo
Espírito.
Sendo
expressão de unidade, não exclui ninguém. O espírito, que recebemos no batismo,
leva a superar todas as distinções e a formar uma comunidade de irmãos e de
irmãs, reconhecendo Jesus Cristo como Senhor.
3. Atualizando a Palavra
O
casamento em Caná é o primeiro dos sete sinais, escolhidos pelo evangelista
para revelar Jesus como Messias e Filho de Deus. É o início da glória de Cristo
que se plenificará, através de sua entrega na cruz. A água, transformada em
vinho, é sinal da vida nova, do vinho novo da salvação, que o Senhor oferece de
forma abundante como esposo da humanidade (3,29).
Os
discípulos expressam sua adesão a Jesus, através do acolhimento aos sinais de
amor e de salvação. O Senhor permanece fiel à aliança e nos cumula de dons para
que possamos colocá-los a serviço da edificação da comunidade, criando relações
fraternas. Por meio da fé em Jesus Cristo, formamos um só corpo, no mesmo
Espírito.
Maria é
modelo de fidelidade à aliança, ao plano de amor de Deus, revelado em Cristo.
Com solicitude maternal, ela percebe que “eles não têm mais vinho”. Sua atitude
nos ensina a sermos pessoas sensíveis e comprometidas com as necessidades dos
irmãos e das irmãs. Maria não cessa de interceder junto Filho para que a
humanidade alcance a vida em plenitude.
O
documento de Aparecida, número 364, convida que “fixemos o olhar em Maria e
reconheçamos nela a imagem perfeita da discípula missionária. Ela nos exorta a
fazer o que Jesus nos diz (Cf. Jo 2,5) queremos estar atentos uma vez mais à
escuta do Mestre e, ao redor dela, voltarmos a receber com estremecimento o
mandamento missionário de seu Filho: “Vão e façam discípulos todos os povos”
(Mt 28,19). Escutamos Jesus como comunidade de discípulos missionários, que
experimentam o encontro vivo com ele, e queremos compartilhar todos os dias com
os demais essa alegria incomparável”.
O
encontro com Cristo proporciona experimentar o melhor vinho que salva e dá
sentido à nossa festa. Como verdadeiro esposo, Jesus está sempre presente para
oferecer o vinho novo, sinal de seu amor e de sua ação libertadora. Somos chamados
a distribuir o vinho que o Senhor nos oferece, entre os convidados, para a
grande festa da vida. O nosso anúncio deve irradiar a alegria da festa, do
banquete do Reino.
4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
O
Senhor, que é fiel eternamente, nos reúne e nos une em seu amor. A comunidade,
na diversidade de dons, tem mesmo Espírito e responde ao convite do Senhor
cantando seus louvores.
Hoje, na
celebração litúrgica, a comunidade renova a fé em Jesus Cristo que realiza
sinais no meio de nós. Ele nos entrega sua palavra e seu corpo e sangue. Ele
prepara abundantemente as mesas que nos alimentam e nos dão vida. Participando
constantemente da Eucaristia, celebrando o sacrifício de Cristo, torna-se
presente a nossa redenção (cf. Oração pós-comunhão).
O Senhor
nos ama e nos cumula de dons. Que ele nos santifique e nos ajude a passarmos de
um velho modo de viver para uma vida nova.
Na graça
do Senhor da aliança, apresentemos a “hora” de Jesus para que os sinais de vida
e salvação sejam abundantes e plenos no meio de nós.
PRECES DOS FIÉIS
Presidente: Na confiança de filhos e filhas muito amados por Deus,
celebrando a festa da vida, elevemos nossas preces:
1. Deus da Vida, que tua Igreja
seja sinal desta nova e eterna Aliança, transformando a água da decepção,
presente em tantos irmãos, no vinho novo da esperança e da alegria. Peçamos:
Todos: Senhor, tornai-nos servidores do amor.
2. Deus da Vida, que os nossos
governantes possam lembrar-se dos famintos que vivem no mundo inteiro; daqueles
que o sistema social proíbe de comer o pão cotidiano. Peçamos:
3. Deus da Vida, que nossa
comunidade possa ser anunciadora da esperança a tantos irmãos e irmãs que vivem
revoltados e desgostosos de tudo. Peçamos:
4. Deus da Vida, pelos muitos
jovens que se perderam em vícios e entregaram suas vidas em futilidades, a fim
de que se deixem tocar em seus corações para ouvir e testemunhar o que Jesus
lhes orienta a fazer. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente:
Pai de amor e de bondade, fique sempre ao nosso lado, para que a exemplo de
Maria, possamos viver atentos às necessidades dos irmãos e irmãs e dispostos a
servir a quem precisa. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Concedei-nos,
ó Deus, a graça de participar constantemente da Eucaristia, pois todas as vezes
que celebramos este sacrifício torna-se presente a nossa redenção. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Penetrai-nos,
ó Deus, com o vosso Espírito da caridade, para que vivam unidos no vosso amor
os que alimentais com o mesmo pão. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
V. RITOS FINAIS - BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente:
Concedei, ó Deus, a vossos fiéis a bênção desejada, para que nunca se afastem
de vossa vontade e sempre se alegrem com os vossos benefícios, Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
Presidente: (Dá a bênção e
despede a todos).