DIOCESE DE LIMEIRA
BATISMO DO SENHOR - 13 de janeiro de 2019
Leituras: Isaías 42, 1-4.6-7; Salmo 29 (28),
1a.2-3ac-4.3b.9b10 (R/cf. 11b); Atos dos Apóstolos 10, 34-38; Lucas 3,
15-16.21-22.
COR
LITÚRGICA: BRANCA OU
DOURADA
Animador: Com a
celebração da festa do Batismo do Senhor concluímos todo o Ciclo do Natal. Ao
ser batizado, Cristo que se “submeteu” a um ato público de penitência, não se
distancia da humanidade pecadora; é um homem com os homens. Vindo a uma
humanidade pecadora, identifica-se com ela, mas não é pecador. Não confessa os
seus pecados, mas os nossos. Ao celebrarmos hoje o Batismo de Jesus, precisamos
renovar o nosso, assumindo nossa missão na obra do Pai, inaugurada por Jesus.
1. Situando-nos
A festa do
Batismo de Jesus revela para nós mais uma dimensão de sua encarnação. É a
manifestação pública da sua missão. Solidário com o povo, Jesus também entra
nas águas do Jordão para receber o batismo.
O seu
mergulho na água se liga com seu mergulho na nossa humanidade. Jesus se faz
solidário, e mais ainda, Servo e Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Ele assume nossa condição humana, num ato solidário, que o leva até à Cruz. É
uma caminhada que vai em direção à Páscoa.
Podemos
nos perguntar se, a partir do Batismo de Jesus, procuramos entender e
concretizar o nosso batismo. Se estamos dispostos a “mergulhar” no projeto de
Jesus para estabelecer relações humanas construtivas, a começar pela família,
no aconchego do lar, na escola, no trabalho, na Igreja, no mundo, com atitudes
solidárias e ecumênicas.
Vamos
abrir o ouvido do coração para acolher a voz do Pai, que ressoa dentro de nós,
e que declara nossa missão: Tu és minha filha muito amada, tu és meu filho
muito amado.
2. Recordando a Palavra
O
evangelho de Lucas narra o batismo de Jesus que o investe com a plenitude do
Espírito, para atuar como Messias, Servo e Filho de Deus. O povo estava na
expectativa e perguntava se João não seria o Cristo. O precursor anuncia a
palavra de Deus e batiza o povo para acolher o Messias: “eu vos batizo com
água, mas virá aquele que é mais forte” (3,16). As pessoas acorriam a João para
receber o batismo como sinal de conversão e de vida nova.
Jesus é o
Messias esperado que “batizará com o Espírito Santo e com o fogo”,
proporcionando a libertação de todas as formas de opressão, através de sua obra
redentora. “Enquanto todo o povo era batizado, Jesus também recebeu o batismo”,
solidarizando-se com aqueles que ele veio libertar. O Salvador se une ao povo
que procura o batismo como expressão do compromisso como o Reino de Deus.
Depois de
batizado, Jesus permaneceu em oração, em comunhão com o projeto do Pai.
Enquanto rezava, “o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma
visível, como pomba”. Então, ressoou a voz do Pai: “Tu és o meu Filho amado;
eu, hoje te gerei” (3,22).
O Espírito
desce sobre Jesus de maneira especial, como expressão do amor do Pai que
estabelece nele a sua morada. Ele se manifesta na vida de Jesus de forma
visível, através das palavras e ações que libertam e salvam.
O Pai unge
o seu Filho com o Espírito para a missão libertadora de proclamar o Reino da
justiça. Sua unção recorda o Salmo 2,7: “Tu és o meu Filho, eu hoje, te gerei”,
ressaltando que ele é o Rei Messias. Mas seu messianismo remete à atuação do
Servo do Senhor (cf. Is 42, 1ss). Jesus realiza sua missão como Servo e Filho
amado do Pai, enviado para resgatar a dignidade do povo oprimido.
A primeira
leitura pertence ao segundo Isaías (caps. 40-55) e salienta que Deus escolhe o
Servo, ungindo-o com o seu Espírito, para ser a luz das nações e o libertador
dos oprimidos. O Servo realizará a missão com meios pacíficos, em contraste com
as forças militares dos reis opressores. Ele implantará a justiça e o direito
na terra, através da fidelidade à aliança.
O Senhor
chama o Servo “para ser luz das nações, para abrir os olhos os cegos, tirar os
cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas” (42,6-7). A
palavra profética fortalece a fé e a esperança do povo exilado na Babilônia.
Ilumina e abre os olhos, tornando as pessoas participantes ativas no processo
de libertação.
O salmo 29
(28) é um hino de louvor que proclama Deus como o Senhor do cosmos, mais forte
do que todos os elementos da natureza. O Senhor abençoa o povo com a paz e sua
voz manifesta a salvação. Em Cristo, a voz do Pai se revela a toda a
humanidade.
A segunda
leitura, dos Atos dos Apóstolos, é o início do discurso de Pedro na casa do
centurião Cornélio. Ressalta que “Deus não faz acepção de pessoas”, pois
manifestou seu amor a todos através da vida, morte e ressurreição de Jesus.
Assim, os gentios são admitidos ao Evangelho sem a obrigação de seguir os
costumes da cultura judaica. O essencial é a adesão ao Senhor, manifestada
através da prática de sua justiça.
Jesus de
Nazaré, o Ungido, o Messias (em hebraico), o Cristo (em grego), “passou a vida
fazendo o bem e curando a todos”, pois o Pai estava com ele. Ungido com a força
do Espírito de Deus, ele foi enviado como a Boa Nova da paz, o Senhor de todos.
Por meio de ações salvadoras, Cristo anunciou o amor compassivo de Deus aos
necessitados. Suas testemunhas continuam seu ministério a serviço da vida plena
de todas as pessoas.
3. Atualizando a Palavra
A liturgia
de hoje recorda o batismo de Jesus, por João Batista, nas águas do Rio Jordão
onde ele é manifestado como o Filho amado do Pai. Solidário com os que buscavam
a conversão e a vida nova, ele se deixou batizar, enquanto permaneceu em
oração. Em sintonia com o povo e com Deus, Cristo ouviu a voz do Pai que o
consagrou para cumprir o seu plano de salvação.
Jesus
havia acolhido o movimento de João Batista, a voz profética que ressoa, após
anos de silêncio. Sobre ele desce a plenitude do Espírito Santo, a força do
amor do Pai, para realizar a sua vontade. Assim o Reino, que se manifesta
através de seu ministério, expressa o desígnio salvífico de vida plena para
toda a humanidade. Quem o segue no caminho do discipulado é impelido a trilhar
o seu caminho de justiça e de solidariedade.
Deus se
revelou em Jesus, confiando-lhe a missão de Servo e Filho amado. Pelo batismo,
mergulhamos no mistério da morte e da ressurreição de Jesus para vivermos a
vida nova. Em Cristo, recebemos o Espírito para a missão e fomos adotados/as
como filhos e filhas de Deus. Somos gerados a cada dia, pelo amor
misericordioso e bondade infinita do Pai, para renovarmos a nossa adesão e o
nosso compromisso com o seu Reino.
Iluminados
e “banhados em Cristo, somos uma nova criatura! As coisas antigas já se
passaram, somos nascidos de novo”. Unidos a Cristo, o Ungido do Pai, nos
tornamos continuadores de sua missão profética, sacerdotal e régia. Ele nos
confirma no anúncio e testemunho da Boa Nova do Reino, pois “passou a vida
fazendo o bem e curando a todos os que estavam sob o poder do mal”.
4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
O Domingo
é o dia em que a comunidade celebra a alegria de ser povo congregado pelo
Senhor. Celebrando a Eucaristia, vivemos o núcleo da vida batismal, da comunhão
com Deus e com os irmãos. Revivemos nossa consagração batismal, pela qual fomos
incorporados a Cristo, acolhemos, em oração, o Espírito Santo que nos é
entregue e, na voz do Pai, recebemos a confirmação de sermos seus filhos amados
com a missão de serviço à justiça, à solidariedade e à misericórdia.
“Hoje, nas
águas do Jordão, revelaste o novo batismo com sinais admiráveis: pela voz
descida do céu ensinastes que o vosso Verbo habita entre os homens. E pelo
Espírito Santo, aparecendo em forma de pomba, fizestes saber que o vosso Servo
Jesus foi ungido com o óleo da alegria e enviado para evangelizar os pobres”
(Prefácio do dia).
PRECES DOS FIÉIS
Presidente: A
gratidão é o primeiro sentimento que deve nascer em nós da graça batismal.
Vamos louvar e agradecer a Deus pelo nosso batismo.
1. Renovando nossas promessas
batismais, Senhor, pedimos tua graça para testemunhar, com a força da voz e sem
medo, a boa nova da salvação que Jesus Cristo nos trouxe e da qual participamos
desde o dia de nosso Batismo. Peçamos:
Todos: Ajudai-nos
sempre a fazer o bem, Senhor!
2. Renovando nossas promessas
batismais, Senhor, nós vos suplicamos reconhecer que a criação é obra de tua
bondade e sabedoria e que só Tu és o Deus único e verdadeiro. Peçamos:
3. Renovando nossas promessas
batismais, Senhor, nós vos pedimos a graça de viver neste mundo com equilíbrio,
promovendo a justiça e a piedade em nossa sociedade. Peçamos:
4. Renovando nossas promessas
batismais, Senhor, nós vos suplicamos a graça de viver na mesma identidade de
Jesus Cristo, como teus filhos amados e deixando-nos conduzir pelo Espírito que
mora em nós. Peçamos:
5. Renovando nossas promessas
batismais, Senhor, nós vos pedimos a graça de formar uma comunidade que vive
autenticamente o Evangelho e promove os valores do teu Reino. Peçamos:
(Outras
intenções)
Presidente: Ó
Deus, ouvi as preces de teus filhos e filhas que, batizados na água em nome da
Trindade, foram imersos em tua graça. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Recebei, ó
Pai, as oferendas que vos apresentamos no dia em que revelastes vosso Filho,
para que se tornem o sacrifício do Cordeiro que lavou em sua misericórdia os
pecados do mundo. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.
ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Nutridos
pelo vosso sacramento, dai-nos, ó Pai, a graça de ouvir fielmente o vosso Filho
amado, para que, chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém.
V. RITOS FINAIS
BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Presidente:
Deus, que vos concedeu a graça de celebrar o Batismo de seu Filho Jesus Cristo,
derrame sobre vós a paz e a alegria.
Todos: Amém
Presidente:
Cristo, que depois do seu batismo iniciou sua obra evangelizadora, vos conceda
a graça de serem evangelizadores em nossa comunidade.
Todos: Amém
Presidente: O
Espírito Santo, que ungiu Jesus Cristo neste dia do Batismo do Senhor, ilumine
vossos passos e vos faça dignos da filiação divina.
Todos: Amém
Presidente: (Dá a bênção e despede a todos)