O próprio Jesus, diante de Pilatos, proclamou ser
Rei.
E testemunhou, que Seu Reino não era deste mundo,
como Pilatos pensava:
"Pilatos voltou, pois, para dentro da
residência. Chamou Jesus e disse-lhe: `Tu és o rei dos judeus?' Jesus
respondeu: `A minha realeza não é deste mundo. Se a minha realeza fosse deste
mundo, os meus guardas teriam combatido para que eu não fosse entregue aos
judeus. Mas a minha realeza, agora, não é daqui" (Jo 18,33.36).
Jesus se declara Rei, mas afirma que Seu Reino é
totalmente diferente. Ele realmente é Rei dos reis, e Senhor dos senhores, e
não pode deixar de ser. Essa é a Sua essência, porque o Pai o constituiu Rei e
Senhor.
É importante para nós que Jesus seja nosso Rei. A
maior alegria de Jesus, Rei, é que permaneçamos firmes na Igreja que Ele nos
deu.
"Jesus lhe respondeu: `És tu que dizes que eu
sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele
que é da verdade escuta a minha voz'. Pilatos lhe disse: `Que é a
verdade?'" (Jo 18,37-38).
Jesus é a verdade, e tem a verdade em si. A grande
verdade que ficou guardada no coração de Deus e que Jesus revelou após a
multiplicação dos pães e o seu caminhar sobre as águas no mar em tempestade da
Galiléia (cf. Jo 6, 1-21) é que Ele se daria a nós na Eucaristia.
Ele foi para o céu e está à direita do Pai, e
deixou-nos a Igreja. Mais ainda: Jesus firmou essa Igreja numa rocha. No
evangelho de São Mateus, depois que Pedro confessou: "Tu és o Cristo, o
Filho de Deus vivo. Tu és o Ungido! Tu és o Messias!" (cf. Mt 16,16).
Jesus voltou-se para Pedro e lhe declarou qual era sua identidade:
"E eu, eu te digo: `Tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja, e a Potência da morte não terá força contra
ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será
ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus"
(Mt 16,18-19).
Assim como Pedro revelou a identidade de Jesus:
"Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo", da mesma forma Jesus declarou
a identidade de Pedro: "Tu és pedra, e sobre esta pedra, que és tu Pedro,
edificarei a minha Igreja". Precisamos aceitar e viver essa realidade.
Quando Pedro foi martirizado, os apóstolos e os
cristãos perceberam a necessidade de alguém continuar em seu lugar, para
centralizar o comando da Igreja e governá-la. A Igreja é o "povo de
Deus" e Ele sempre escolheu pessoas para estar à frente do Seu povo.
No antigo testamento vemos que Deus escolheu,
preparou e colocou Moisés para governar o povo e levá-lo até a terra prometida.
Mais tarde Deus disse a ele: "Moisés, você vai morrer, mas eu preparei
Josué, e agora passo a ele toda a autoridade que lhe dei".
E Josué recebe, das mãos de Moisés, o comando para
governar e dirigir aquele povo.
"Depois, Moisés chamou Josué, e, na presença de
todo Israel, disse-lhe: `Sê forte e corajoso, pois tu é quem entrarás com este
povo na terra que o Senhor jurou dar a seus pais; tu és quem lha dará em
patrimônio. É o Senhor quem marcha adiante de ti, é ele quem estará contigo,
não te deixará, nem te abandonará; não temas, nem te deixe abater'" (Dt
31, 7-8).
No caso de Pedro, quem continuou sua missão foi
Lino. Após Lino, veio Cleto, depois Clemente... A Igreja sempre se reuniu para
pedir a inspiração de Deus na escolha de alguém que sucedesse Pedro e assumisse
sua autoridade, na unção do Espírito, como Josué sucedeu Moisés e continuou sua
missão.
A nossa Igreja tem descendência, tem raiz. Ela vem
desde Jesus que constituiu Pedro, e lhe diz: "Tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha Igreja, e a potência a morte não terá força contra
ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será
ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus"
(Mt 16,18-19). A Igreja a quem Jesus denominou "a minha Igreja",
constituiu sucessores como Lino, Cleto, Clemente... e hoje João Paulo II. É
preciso que permaneçamos com Pedro, com a Igreja e com João Paulo II.
Muitos não acreditaram e foram embora, mas os
apóstolos ficaram. Enquanto outros não acreditaram, nós acreditamos e ficamos,
com essa Igreja una, santa, católica e apostólica. Aquela que Jesus chamou
"a minha Igreja", portanto a verdadeira: a de Jesus
Na crucifixão de Jesus, os soldados não ousaram
retalhar a Sua túnica, porque era sem costura. O que tem acontecido com o
aparecimento de tantas "igrejas" de várias denominações, é um
verdadeiro retalhamento da "túnica do Senhor". A Igreja una ficou
retalhada em milhares de "igrejas".
Só existe uma Igreja verdadeira, aquela que é Igreja
una, santa, católica, apostólica.
A Igreja é apostólica porque vem dos apóstolos: é a
continuação deles. Ela traz a sucessão apostólica. Os nossos bispos não se
tornaram bispos porque quiseram, por própria vontade, como acontece em outras
igrejas, denominações e seitas. O bispo de sua Diocese é um sucessor dos
apóstolos. A Igreja Católica conserva a sucessão apostólica. Desculpe a rudeza
da expressão: os nossos bispos não são aventureiros que lançaram mão do título
de bispo, mas eles foram escolhidos por aquela que Jesus chamou "a minha
Igreja", para realizar a sucessão apostólica. É um tesouro que nos
pertence: só a Igreja Católica tem a sucessão apostólica. Por isso ela é
"apostólica".
É com essa Igreja, una, santa, católica e apostólica,
que estamos. Com a Igreja que Jesus fundou em Pedro, dizendo: "Tu és Pedro
e sobre essa Pedra edificarei a minha Igreja".
É importante que você renove a fé nessa Igreja
agora:
É com essa Igreja que quero ficar; essa Igreja que
tem a Eucaristia, que tem a sucessão dos apóstolos, e que, portanto, tem a
doutrina de Jesus que foi passada através deles, dos bispos, e através daquele
que é o continuador de Pedro, o Papa.
Creio nessa Igreja una, santa, católica e
apostólica.
Agradeço, Senhor, porque construíste a Tua Igreja
sobre a pedra que é Pedro e sobre as doze pedras que são os Teus apóstolos.
Muito obrigado, Senhor, porque é nessa Igreja que
estou e haverei de estar até o fim.
Amém!
Precisamos atrair para a única Igreja verdadeira, os
nossos irmãos que se desgarraram; muitos deles sem culpa, outros por revolta,
revanche, ressentimento, mágoa. Precisamos atrai-los à única Igreja una, santa
católica e apostólica, que contém o tesouro da Eucaristia. Precisamos realizar
essa obra, para que haja um só rebanho e um só pastor.
Muitos que dizem conhecer tanto a Bíblia, e que são
tão apegados à palavra, e até a interpretam ao "pé da letra", não
acreditam na presença real de Jesus na Eucaristia. Eles sempre a explicam como
um simples símbolo.
A palavra, porém, é clara:
"Se não comerdes a carne do Filho do Homem e
não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Aquele que come a minha
carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida"
(Jo 6,53-55).
Na última ceia, Jesus tomou o pão, deu graças e
apresentou aos apóstolos, dizendo: "Isto é o meu corpo". Tomando
depois o cálice, deu-lhes dizendo: "Este é o cálice do meu sangue"
(cf. Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 15-20; 1 Cor 11, 23-26). Fiz questão de
apresentar todas essas citações, para que não reste dúvida.
Martinho Lutero, um frei católico, sacerdote, rompeu
com a Igreja e formou ao redor de si um grupo que negava muitos princípios da
fé católica. Rompendo com a Igreja, romperam também com a Eucaristia. Foi a
partir daí que os protestantes começaram a querer explicar estes textos da
Escritura, como um símbolo.
A doutrina de Lutero _ protestante _ aconteceu, após
mil e quinhentos anos de existência de história e de caminhada da Igreja.
Atente para os números: foram 1500 anos depois. Esta doutrina só tem 500 anos.
O que fazemos com os outros 1500 anos de vida, de história e de doutrina
genuinamente bíblica? Como acreditar em Martinho lutero e seus companheiros
protestantes, que contestaram a fé da Igreja, baseada na palavra da Bíblia,
como foi citado acima, durante esses mil e quinhentos anos?!
Ele rejeitou a doutrina da presença verdadeira e
substancial de Jesus na Eucaristia. Doutrina que havia sido seguida firmemente
por todos os cristãos durante mil e quinhentos anos. Ele aceitava certa espécie
de presença de Cristo: somente no momento em que se recebesse a comunhão. A
partir disso nasceram outras confissões protestantes que foram recusando ainda
mais a crença na presença real de Jesus na Eucaristia.
Hoje, na maioria das confissões protestantes, a
comunhão não passa de um simples rito comemorativo da morte do Senhor, o pão
continua a ser pão e o vinho continua a ser vinho.
Muitos protestantes, a partir daí, quiseram mitigar
as palavras de Jesus, afirmando que Ele não pretendia falar realmente que era o
Seu Corpo e o Seu Sangue, mas que se tratava de um símbolo.
Os apóstolos, porém, tomaram literalmente as
palavras de Jesus. Aceitaram como um fato (um ato de fé), as palavras de Jesus:
"Isto é o meu corpo; Isto é o meu sangue" (cf. Mc 14,22-24). A
substância que ainda parecia pão, era o Corpo de Jesus; a matéria que
continuava parecendo vinho era agora o Sangue de Cristo.
Essa foi a doutrina que os apóstolos pregaram à
Igreja, que nascia, e se conserva há 2000 anos.
O próprio Lutero não negou inteiramente a presença
real de Jesus na Eucaristia. Mas ele queria abolir a missa, assim como a
adoração a Jesus presente no altar. Por isso sustentava que Jesus está
presente, apenas no momento em que se recebe o pão e o vinho, nem antes e muito
menos depois.
É contraditório pensar que Jesus deixaria que
cometêssemos um erro assim, e que a Igreja, durante tanto tempo, adorasse um pedaço
de pão, como se fosse o corpo de Cristo. Jesus não iria deixar que Seus
discípulos fossem embora, se Ele não quisesse afirmar realmente que seu corpo é
verdadeira comida e seu sangue, verdadeira bebida, dados a nós em forma de
alimentos no pão e no vinho.
O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os
discípulos, assim como o anúncio da paixão os escandalizou: "Essa palavra
é dura! Quem pode escutá-la?" (Jo 6,60). A Eucaristia e a cruz são pedras
de tropeço. É o mesmo mistério, e ele não cessa de ser ocasião de divisão. `Vós
também quereis ir embora?' (Jo 6,67). Esta pergunta do Senhor ressoa através
dos séculos como convite de seu amor, a descobrir que só Ele tem `as palavras
da vida eterna' (Jo 6,68) e que acolher na fé o dom de sua Eucaristia é acolher
a Ele mesmo'" (Catecismo da Igreja Católica n.1336).
Precisamos acreditar como os apóstolos acreditaram.
Foram eles que nos passaram através da fé na Eucaristia, porque só Jesus tem
palavras de vida eterna, e nós cremos porque foi Ele quem nos falou.
A nossa Igreja é rica porque tem o grande tesouro: a
Eucaristia.
Não precisamos de provas para crer na presença real
de Jesus na Eucaristia, a própria palavra dita por Ele deixa claro: "Pois
a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida. Aquele que
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele".
No entanto, muitos, durante a história da Igreja,
tiveram dúvidas. Por isso o Senhor permitiu que acontecesse o milagre de
Lanciano, para que tivéssemos a oportunidade de comprovar com os nossos olhos
aquilo que precisamos acolher pela fé.